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Menino de Rua


Fábio Henrique Ramos

Sou pequeno e pouco desevolvido, acho que é porque como quase só pão. Mas as pessoas ainda assim têm medo de mim. Agastam-se temerosas quando me aproximo. Nos carros, os vidros se fecham, como por encanto, quando me vêem. Aprendi a usar este poder e várias vezes já consegui que me dessem dinheiro ou outros objetos. É só fechar a cara e os grandes tremem, dando-me o que quero. Não dá para entender! Mas é claro que os cacos de vidro em minhas mãos devem ajudar a convencê-los.

Deito-me nos passeios, comendo alguma coisa, ou circulo entre os carros, testando minha perícia em desviar-me deles, enquanto passam em alta velocidade. Às vezes penso que se algum carro me pegasse seria melhor. Isso tudo acabaria.

É, esta vida é tão ruim, tão seca! Meus companheiros me agridem por qualquer coisa e me tomam o que consigo, se lhes interessa. Não há amizade! Fazem-me lembrar do homem que morava com minha mãe. Só me batia e dizia palavras ásperas, que me cortavam por dentro, enquanto me fitava com ódio. Um dia fugi dele e de tudo aquilo. Mas fiquei sem minha mãe, único ser que já me afagou e me dirigiu palavras de carinho. Sinto-me tão só! Queria fugir de novo, mas para onde? Já cheirei cola e delirei por horas seguidas, mas era ruim, como um sonho louco. E, ao voltar a mim, lá estavam de novo as pessoas com seus semblantes frios passando, os carros que não param (para onde eles vão?) e a fome.

Ah! a fome! Aquela queimação por dentro, te corroendo o estômago! Dá vontade de roubar, de matar, de fazer qualquer coisa para acalmar a maldita. Se peço, dão-me só pão duro, seco. Uma vez, quando ainda vivia com minha mãe, lembro-me que ela fez uma comida quentinha. Tinha arroz, feijão, bata e até salsicha! Que delícia! Mas depois, nunca mais senti o prazer de comer algo com cheiro, de fazer na hora.

Um dia vi pela janela de uma casa uns meninos, assim do meu tamanho, brincando de videogame. Pareciam tão felizes! Sorriam despreocupados do que iam comer naquele dia, ou onde iam dormir.

Depois entrou uma dona lá no quarto e os beijou e falou com eles com tanto amor que me enchi de vontade de ter aquilo também. Então, pulei a grade do jardim e me aproximei da janela para sentir tudo mais de perto. Não sei que idéia maluca foi aquela, mas eu fui atraído por aquela cena. A mulher se parecia tanto nos gestos, com minha mãe! Eu queira fazer parte, por uns minutos que fosse, daquela reunião de onde se irradiava tanta energia, tanto afeto!

Mas o primeiro menino me viu a arregalou os olhos em minha direção, incapaz de emitir um som, tamanho o seu pavor. Olhei para trás, assustado, procurando uma razão. A senhora começou a gritar desesperada, acompanhada dos meninos, e logo surgiu pela porta de entrada da casa um homem alto com alguma coisa na mão. Não deu tempo de ver o que era, somente sei que ele bateu forte com aquilo na minha cabeça e tudo se escureceu à minha volta.
 
Não senti mais fome, nem dor, nem frio. Fiquei muito tempo numa espécie de anestesia, vendo somente vultos e mal compreendendo o que se passava em torno de mim. Quando recobrei totalmente os sentidos, vi-me deitado em uma cama muito limpa, com flores lindas em vasos nos cantos do quarto, e uma suave música dava-me uma deliciosa sensação de bem-estar. Depois de alguns minutos, entrou no quarto uma enfermeira muito agradável, que, sorrindo, pegou em minhas mãos e disse muito naturalmente:

- Acabou meu filho! Você está livre! O estágio foi concluído.

- Como assim moça?

- Você retornou à sua verdadeira vida, deixando no mundo seu corpo perecível, com todas suas dores e necessidades.

- O que?

- Isso mesmo, querido, você morreu!

(Reformador, Fevereiro de 2003)





O Livro Raízes e Asas

Autor: Ronaldo Lúiz de Souza

RONALDO LUIZ SOUZA nasceu em Santos Dumont, MG. Formado em Administração e Pós Graduado em Direito, trabalha na área jurídica, mas possui desde a mais tenra infância paixão por livros e literatura. Escritor e Contista, publicou em antologias das Editoras Androsss, Multifoco, Scortecci, Tarja, Giz, All Print e Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Réquiem para o Natal, Universo Paulistano, Solarium 1 e 2, Contos Selecionados de Novos Autores Brasileiros, Fiat Voluntas Tua, Enigmas do Amor, Paradigmas 3 e 4, Dias Contados, Invasão, Metamorfose, Poe 200 anos e Contos de Outono são alguns dos livros, já lançados onde podem ser encontrados seus contos. Os livros podem ser adquiridos diretamente no site das editoras. Contato: rolusouza@gmail.com

Veja Booktrailer desenvolvido por um fã.

James Fernandes, escritor, editor de imagens e vídeos, entre outras especialidades (O rapaz é mesmo fera!!!) desenvolveu um vídeo muito legal como booktrailer do livro Raízes e Asas, capturando imagens e música da internet, somente porque gostou muito do livro e tornou-se fã da história. O resultado, impressionante você confere aqui. Assim que soubermos a quem pertencem as imagens utilizadas, daremos o devido crédito e pediremos a permissão de uso sem fins lucrativos.
O vídeo também está postado no Youtube no link: http://www.youtube.com/watch?v=-iCfVn4vWCA onde você poderá assistir em tela cheia.







Deus é como o açúcar

Certo dia um homem foi em uma escola falar de DEUS.

Chegando lá perguntou se as crianças conheciam a Deus e elas responderam que sim.

Continuou a perguntar e elas disseram que Deus é o nosso pai, que ele fez o mar, a terra e tudo que está nela, que nos fez filhos Dele, etc. E o homem se impressionou com a resposta dos alunos e foi mais longe: “Como vocês sabem que Deus existe, se ninguém nunca O viu?” A sala ficou toda em silêncio, mas Pedro, um menino muito tímido, levantou as mãozinhas e disse: “A minha mãe me disse que Deus é como o açúcar no meu café com leite que ela faz todas as manhãs. Eu não vejo o açúcar que está dentro da caneca no meu café com leite, mas se não colocá-lo, fica sem sabor. Deus existe e está sempre no meio de nós, só que não O vemos; mas se Ele sair de perto, nossa vida fica sem sabor...”

O homem sorriu e disse: “Muito bem Pedro, eu agora sei que Deus é o nosso açúcar e que está todos os dias adoçando a nossa vida...” Deu a bênção e foi embora da escola surpreso com a resposta daquela criança

Deus quer tornar a nossa vida muito abençoada, mas para que isso aconteça é necessário deixarmos que Deus faça milagres e uma grande transformação em nosso coração.

Pense nisso, não se esqueça de colocar “AÇUCAR” em sua vida!









Música Preferida de Chico Xavier





Musica favorita de Chico Xavier 
Lili


Um passarinho me ensinou

Uma canção feliz

E, quando solitário, estou

Mais triste do que triste estou,

Recordo o que ele me ensinou

Uma canção que diz :

Eu levo a vida cantando

Ai Lili, ai Lili, ai Lô

Por isto sempre contente estou

O que passou, passou !

O mundo gira depressa

E nestas voltas eu vou

Cantando a canção tão feliz


Que diz:

Ai Lili, ai Lili, ai Lô !

Por isto é que sempre contente estou

Ai Lili, ai Lili, ai Lô !


Muita paz.




Quem agradece

Emmanuel

Quem agradece a Deus
A vida que recebe;

O corpo em que se exprime,
E o tempo que desfruta;

A luz do entendimento,
E o poder de servir;

As afeições queridas.
E os bens de que dispõe;

Não sabe examinar,
Os defeitos alheios.

E nem encontra ensejo
Para se lastimar. 

Homenagem a todas as Mães





















As Duas Tristezas

Há, sim, a tristeza construtiva - aquela que nos impulsiona para a Vida Superior, - encaminhando-ns para o trabalho da melhoria íntima, perante a sede de ascenção espiritual.

Existe, porém, a outra tristeza destrutiva - que se trja de luto, por dentro do coração, todos os dias, espalhando desânimo  e pessimismo onde passa.

Observa a ti mesmo, afim de que te imunizes contra semelhante doença da alma.

Toda vez que comentamos nossos problemas, exagerando-lhes o tamanho ou dramatizando as dificuldades que nos chegam à existência; sempre que tomamos o tempo alheio, afim de recordar sofrimentos passados que a Providência Divina já mandou apagar, em nosso benefício, com a esponja do tempo; em todas as situações nas quais nos pomos a exaltar os preconceitos próprios, desconsiderando a posição e a experiências do semelhantes; e, na generalidade dos casos em que nos pusermos a lamentar dissidências e desacordos, contendas e mágoas, estamos afastando de nós mesmos os melhores amigos, através da amargura e do ressentimento que destilamos com as nossas palavras. Naturalmente, cautelosos, esses companheiros preferem distância à partilha indébita de nossas aversões e frustações, antagonismos e queixas, embora, sempre que generosos e leais, estejam claramente dispostos a apoiar-nos na restauração da própria harmonia.

Compreendamos que ninguém estima a permanência num espinheiro e nem escolhe vinagre para brindar os laços diletos, e saibamos fornecer bondade e paz, entusiasmo e otimismo aos que se aproximem de nós, porquanto não há quem não necessite de alguém para excutar os deveres que a vida lhe preceitue.

Para isso, nós que sabemos rogar a Deus proteção e bênção, aprendamos igualmente a pedir à Divina Providência nos conceda a precisa coragem para silenciar desapontamentos e lágrimas, de maneira a doar paz e alegria, segurança e consolo aos outros, tanto quanto esperamos esses benefícios dos outros em auxílio a nós.

EMMANUEL.


Presença de Luz

Se puseres amor no tempo que Deus te reserva, nunca te sentirás sob o domínio do tédio oi do desânimo, porque as tuas horas se coverterão em prazer de servir

Se colocardes amor nas afeições que o Senhor te permite cultuar, nunca sofrerás ingratidão ou desengano, porque transformarás o próprio espírito em vaso de abnegação e entendimento, colhendo de ti mesmo a felicidade de fazer a felicidade dos entes queridos.

Se cultivares amor na execução deo dever que a Divina Providência te atribui, nunca experimetarás cansaço ou desencanto, porque o trabalho se te fará fonte de alegria, na alegria de ser útil.

Se aplicares amor nos recursos verbais que a Eterna Sabedoria te confere, nunca te complicarás em manifestações infelizes, porque a tua palavra se transsubstanciará em clarão e bencão, naquilo em que te expresses.

Se espalhares amor no lugar em que as Leis da Vida te situam, nunca te observarás na condição de vítima do desequilíbrio, porque a tua influência se tornará serenidade e esperança, garantindo a harmonia e a tranquilidade onde estejas.

Se conservares o amor no coração, - obra divina do Universo, - nunca te perderás na sombra, porque terás convertido a própria alma em presença de luz.

EMMANUEL.


Contra Sensos


Quando a gota se viu semelhante a uma gema valiosa, na folhagem da primavera, insultou o rio em que se formara: Sai da frente, monstro do chão.

Quando o tronco se agigantou diante do firmamento, blasfemou contra a própria raíz: Não me sujes os pés.

Quando o vaso passou pela cerâmica em que nascera, gritou, revoltado: Não suporto essa lama.

Quando o ouro se ajustou ao palácio, indagou da terra que o produzira: Que fazes aí, barro escuro?

Quando a seda brilhou, na pompa da festa, disse à lagarta que lhe dera a existência: Não te conheço, larva mesquinha.

Quando a pérola fulgiu, soberana, exigiu da ostra em que se criara: Não te abeires a mim.

Quando o arco-íris se reconheceu admirado pelo pintor, acusou o Sol de que se fizera: Não me roubes a luz.

Copiando esses contra-sensos figurados na Natureza, o homem insensato, quando erguido ao pedestal do orgulho pelos abusos da inteligência, costuma escarnecer de si próprio, afirmando jactancioso: "A vida é poeira e nada, e Deus é ilusão".

Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel.