Política & Economia

Luiz Fernando Verissimo: quando os trabalhadores se manifestam

No livro Uma História de Duas Cidades, Charles Dickens escreve sobre a Revolução Francesa e seus efeitos e reflexos em Paris e em Londres. É o livro que começa com a frase "Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos".

Por Luiz Fernando Verissimo, no
O Estado de S.Paulo

Um Dickens redivivo poderia escrever sobre o contraste entre a reação na França e na Inglaterra às recentes medidas de austeridade tomadas pelos dois governos — Sarkozy tentando reformar o sistema de aposentadoria na França e o novo governo conservador na Inglaterra anunciando cortes e sacrifícios de fazer corar até a Mrs. Thatcher.

Apesar de a proposta do Sarkozy ser mais amena — aumentar para 62 anos, em vez de 60, a idade para aposentadoria, que em outros países da União Europeia já é de 65 e 67 —, os franceses foram para a rua protestar, os ingleses inicialmente não. Sindicatos franceses fizeram, e continuam fazendo, greves. Os ingleses, até anteontem, nada. Agora, tudo mudou.

A diferença na aparente apatia inicial, diria Dickens, tem a ver com História e personalidade. Os ingleses não têm uma tradição de ir para as ruas. Os franceses gostam tanto de uma manifestação que têm um apelido carinhoso para elas: manif.

Paris se organiza para contornar as manifs e as greves com a prática de anos. Fica-se sabendo no dia anterior que linhas de ônibus serão interrompidas, quantos trens de metrô deixarão de funcionar — e para quem não viu na TV há cartazes explicativos nas paradas.

A questão da mudança de dois anos no tempo de trabalho requerido para a aposentadoria não parecia justificar tanto protesto, e muito menos a adesão dos estudantes, que se manifestaram como nunca antes desde 1968. Mas a reforma da aposentadoria pareceu mais um pretexto para a rebeldia contra Sarkozy e seu estilo personalista e arrogante. Qualquer pretexto serviria.

Enquanto isso, na Inglaterra, o que o novo primeiro-ministro Cameron propunha era uma revolução social, o desmantelamento de um sistema de vida para salvar a economia. A parca reação inicial dos ingleses às medidas duras se devia à pouca mobilidade dos sindicatos, que ainda se ressentem da sua derrota na revolução da Thatcher, e à tradição de estoicismo que a nação gosta de cultivar como uma virtude exclusiva. E ao fato de que, afinal, lá ninguém é francês.

Enquanto isto, nunca se viu tanto turista na Europa, e o outono — pelo menos em Paris — os recebeu com festa. Enfim: o pior dos tempos, o melhor dos tempos.







Maurício Dias: Serra vai à guerra



O discurso do tucano indica que ele não aceitou o resultado da eleição e anuncia oposição radical a Dilma. Por Mauricio Dias


O discurso do tucano indica que ele não aceitou o resultado da eleição e anuncia oposição radical a Dilma

Na noite de domingo 31 de outubro, se o rosto tenso de José Serra, emoldurado pelo ar da tristeza, era um retrato natural após o resultado oficial da vitória de Dilma Rousseff, as palavras que disparou surpreenderam e quebraram a cordialidade protocolar normalmente seguida pelo candidato derrotado.

É um caso raro, único talvez, em que o perdedor de uma eleição democrática declarou guerra ao vencedor. Oposição é oposição. Guerra é guerra.

“E para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós apenas estamos começando uma luta de verdade (…) em defesa da pátria, da liberdade, da democracia”, disse com voz amargurada incapaz de sustentar a confiança das palavras.

Nós quem? Ele fez uma lista de agradecimentos da qual excluiu o ex-governador de Minas Aécio Neves, senador eleito, esperança de uma oposição capaz de vencer e não de derrubar o governo antes da eleição presidencial de 2014.

Embora tenha agradecido a Aloysio Nunes Ferreira, senador eleito, não fez referência a Paulo Preto, braço direito de Aloysio na Casa Civil do governo paulista. Deu um abraço comovido em Geraldo Alckmin, governador eleito por São Paulo que, posteriormente, em gesto político moderado e republicano, telefonou para a presidente eleita, Dilma Rousseff, para parabenizá-la pela vitória.

Alckmin ainda é uma incógnita nesse processo. Mas Serra invocou a eleição de governadores tucanos e, mais ainda, os 43 milhões de votos que obteve, com a certeza de que ao grito de avante ele seria seguido por todos.

Respeito e humildade, palavras usadas por Serra, se diluem diante da exegese do discurso da derrota, com duração de dez minutos, proferido por ele no QG da oposição montado no Edifício Joelma, no centro de São Paulo.

Serra deixou claro que a campanha eleitoral foi calculadamente transformada em batalha pela oposição, na qual, como se sabe, o candidato tucano foi atingido na cabeça por uma bolinha de papel. Um petardo disparado pelos adversários, as “forças terríveis” às quais se referiu, repetindo frase extraída do discurso de renúncia do ex-presidente Jânio Quadros. Uma referência de mau augúrio.

Há suspeita, porém, de que pode ter sido uma “bolinha perdida”, uma ocorrência comum, como se sabe, na violenta cidade do Rio de Janeiro. O ferimento deixou sequelas profundas que não foram percebidas pela tomografia feita após o conflito, mas que estão visíveis na mensagem de Serra a seguidores e aliados.

“Vocês alcançaram uma vitória estratégica no Brasil. Cavaram uma grande trincheira, construíram um campo político de defesa da liberdade e da democracia no Brasil”, afirmou Serra terçando armas contra moinhos de vento.

Serra fez um discurso ao mesmo tempo tão próximo e tão distante daqueles que compõem a figura imortal de Dom Quixote, nascido do talento imenso de Cervantes.

Próximo porque tresloucado. Distante porque o “cavaleiro da triste figura” era uma alma ensandecida pela esperança e Serra, ao contrário, é apenas um político ambicioso atordoado pela mágoa e pela frustração pessoal. Perdeu sem grandeza.



Mauricio Dias

Maurício Dias é jornalista, editor especial e colunista da edição impressa de CartaCapital. A versão completa de sua coluna é publicada semanalmente na revista. mauriciodias@cartacapital.com.br







WSJ: 42.389.619 de americanos dependem do Bolsa Família para comer

November 4, 2010, 2:47 PM ET
In U.S., 14% Rely on Food Stamps

By Sara Murray, naquele jornal comunista, o Wall Street Journal


Um grande número de domicílios americanos ainda depende da assistência do governo para comprar comida, no momento em que a recessão continua a castigar famílias.

O número dos que recebem o cupom de comida [food stamps, a versão americana do Bolsa Família] cresceu em agosto, as crianças tiveram acesso a milhões de almoços gratuitos e quase cinco milhões de mães de baixa renda pediram ajuda ao programa de nutrição governamental para mulheres e crianças.

Foram 42.389.619 os americanos que receberam food stamps em agosto, um aumento de 17% em relação a um ano atrás, de acordo com o Departamento de Agricultura, que acompanha as estatísticas. O número cresceu 58,5% desde agosto de 2007, antes do início da recessão.

Em números proporcionais, Washington DC [a capital dos Estados Unidos] tem o maior número de residentes recebendo food stamps: mais de um quinto, 21,1%, coletaram assistência em agosto. Washington foi seguida pelo Mississipi, onde 20,1% dos moradores receberam food stamps, e pelo Tennessee, onde 20% dos residentes buscaram ajuda do programa de nutrição.

Idaho teve o maior aumento no número de recipientes no ano passado. O número de pessoas que receberam food stamps no estado subiu 38,8%, mas o número absoluto ainda é pequeno. Apenas 211.883 residentes de Idaho coletaram os cupons em agosto.

O benefício nacional médio por pessoa foi de 133 dólares e 90 centavos em agosto. Por domicílio, foi de 287 dólares e 82 centavos.

Os cupons se tornaram um refúgio para os trabalhadores que perderam emprego, particularmente entre os estadunidenses que já exauriram os benefícios do seguro-desemprego. Filas nos supermercados à meia-noite do primeiro dia do mês demonstram que, em muitos casos, o benefício não está cobrindo a necessidade das famílias e elas correm antes da chegada do próximo cheque.

Mesmo durante as férias de verão as crianças retornaram às escolas para tirar proveito da merenda, onde ela estava disponível. Cerca de 195 milhões de almoços foram servidos em agosto e 58,9% deles foram de graça. Outros 8,4% foram a preço reduzido. Este número vai aumentar quando os dados do outono forem divulgados já que as crianças estarão de volta às escolas. Em setembro passado, por exemplo, mais de 590 milhões de almoços foram servidos, quase 64% de graça ou com preço reduzido.

Crianças cujas famílias tem renda igual ou até 130% acima da linha da pobreza — 28 mil e 665 dólares por ano para uma família de quatro pessoas — podem ter acesso a almoços gratuitos. As famílias que tem renda entre 130% a 185% acima da linha da pobreza — 40 mil e 793 dólares para uma família de quatro — podem receber refeições a preço reduzido, não mais que 40 centavos de dólar de desconto.

Ps do Viomundo: Texto dedicado àqueles que acham chique os programas sociais na França, na Alemanha e nos Estados Unidos, mas tem “horror!” dos programas sociais brasileiros.








José Serra e a campanha do ódio


O PSDB na figura trágico-cômica de José Serra praticou uma campanha baseada no ódio e conseguiu acordar o que estava adormecido nas elites e parte da classe média.

Como disse Ciro Gomes: "Serra para ser presidente passa com um trator por cima da própria mãe". Serra realmente não tem limites e agora teremos de conviver por um bom tempo com as consequências de suas baixarias, calúnias e do seu ódio lançado como lavas.

Total irresponsabilidade de um político que se julga capaz e preparado para ser presidente do Brasil.

O vídeo mostra quanto mal essa figura das trevas fez ao páis e imagine se chegasse a presidência.









Rodrigo Vianna: Dilma representa luta que “vem de longe”

Por Rodrigo Vianna

publicada domingo, 31/10/2010 às 09:27 e atualizada domingo, 31/10/2010 às 10:43

                              Café da manhã no dia histórico

Serra não deu as caras pela manhã nesse dia decisivo. Ele prefere a noite e as sombras. Dilma começou a jornada com um café-da-manhã simbólico em Porto Alegre: ao lado de Alceu Collares (PDT), Olívio Dutra e Tarso Genro (PT). Já escrevi aqui que Dilma é o reencontro do PT com o trabalhismo de origem varguista.

Depois de lutar contra a ditadura em organizaçções de esquerda marxista, Dilma optou pelo PDT quando a democracia voltou, nos aos 80. Esteve ao lado de Brizola, foi secretária de Alceu Collares no governo gaúcho. E não renega essa história, assim como não renega o passado de resistência à ditadura.

Brizola, esse grande brasileiro, costumava dizer: “venho de longe, de muito longe”. A frase tinha um sentido duplo: ele queria dizer que vinha de uma cidadezinha lá do interior gaúcho, e ao mesmo tempo que representava uma corrente de lutas enraizada no imaginário popular. Era um contraponto ao PT – que na época imaginava que as lutas populares no Brasil tinham começadao em 79, com as greves do ABC.

Dilma vem de longe, sim!

Dilma representa as lutas sociais do Brasil, e poderíamos ir buscar esse fio da história lá nas lutas anti-coloniais e anti-escravistas – de Tiradentes e Zumbi. Mas fiquemos no passado mais recente. Dilma é o tenentismo que lutou contra a República Velha. Dilma é o trabalhismo de esquerda. Dilma é o nacionalismo de Vargas – com Petrobrás, BNDES e o fortalecimento do Estado. Não é à toa que o ódio da elite anti-nacional contra Vargas tenha reaparecido agora com o ódio contra Lula e Dilma.

A candidata petista vem de muito longe.

Dilma é a Campanha da Legalidade em 61 – movimento em que Brizola resistiu contra o golpe, entricheirando-se no Palácio do Piratini e convocando a Rede da Legalidade.

Dilma é Luiz Carlos Prestes. Dilma é Arraes. Dilma é Francisco Julião e suas Ligas Camponesas.

Dilma é a resistência ao Golpe de 64, a resistência à ditadura e ao AI-5. Dilma é Lamarca, é Marighella e a esquerda de armas na mão contra a ditadura. Mas Dilma é também o MDB de Ulysses e da luta pela democracia formal. Nos anos 70, parecia que essa duas vertentes não iriam se encontrar nunca. Mas elas se encontraram!

Dilma é a greve de 79. Dilma é Vila Euclides. Dilma é a Campanha das Diretas e a Constituição cidadã de 88.

Dilma é Brizola. Dilma é Lula.

Dilma vem de longe. Concentra em sua candidatura lutas históricas do povo brasileiro. Dilma é a defesa de um legado de  8 anos. Defesa de um governo que teve, sim, muitos erros. Mas significou um avanço tremendo nesse país de tradição oligárquica e conservadora.

Dilma é a retomada do fio da história do Brasil. Um fio interrompido em 64. Dilma é o MST e as centrais sindicais. Dilma é o Brasil dos movimentos sociais, da luta contra concentração de terra e renda, contra a concentração da informação na mão de meia dúzia de famílias.

É importante eleger uma mulher – sim! Importantíssimo, e nos próximos dias poderemos avaliar isso melhor. Mas Dilma não é simplesmente “mulher”. É uma brasileira que ousou lutar contra a ditadura, em organizações clandestinas. Isso a velha elite não perdoa. É uma marca tão forte quanto os quatro dedos do operário que nunca será aceito na velha turma.

Dilma vem de longe. Dilma não é uma “invenção do Lula”. Dilma concentra a esperança de um Brasil mais justo.

Nesse dia histórico, depois de uma campanha exaustiva e lamentável por parte da direita, é preciso ainda estar atento. Porque do outro lado há gente que também vem de longe.

Serra representa o golpismo de Lacerda, Olympio Mourão, das marchas com Deus e a família. Serra é a concentração de renda dos militares, Serra é a ditadura. Infelizmente, jogou no lixo sua história somando-se ao que há de pior na história brasileira.

Serra vem de longe também. Serra é o liberalismo de FHC, Serra é o desmonte do Estado, Serra é  Brasil dos anos 90 que se ajoelhava diante dos EUA, e que desprezava a unidade latino-americana.

Serra é um Brasil que vem de longe nos grandes e pequenos golpes contra a democracia. Por isso, é preciso estar atento nessa dia decisivo. Atento às urnas, aos boletins de urna, à fiscalização das urnas.

Votar em Dilma é votar num país que vem de longe. E que pode chegar muito mais longe nas próximas décadas.







Memória: Serra assinou carta afirmando que PSDB não venderia Banespa

Publicado em 28/10/2010, 19:56
Última atualização em 29/10/2010, 12:25


São Paulo – O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, assinou carta em 1990 afirmando que seu partido não venderia o Banespa, hoje controlado pelos espanhóis do Santander.
A promessa, feita durante campanha a deputado federal, está registrada em documento firmado também pelo então candidato a governador, Mário Covas, e pelo candidato a senador Franco Montoro.

No texto, os políticos lembram que o então Banco do Estado de São Paulo tinha importante papel na história e que sua atuação se revestia de importância ainda maior num momento decisivo para o Brasil. “Para o PSDB, o Banespa deve prosseguir em sua missão de agente oficial do desenvolvimento. Com força total (…)

Os candidatos do PSDB opõem-se a qualquer investida sobre o Banespa movida por interesses alheios a esse desafio. Na nossa administração, o Banespa que permanecerá como o banco público do Estado de São Paulo, ganhará novo impulso, podendo competir em pé de igualdade na área comercial e voltando ao pleno exercício de suas funções sociais.” A carta indicava ainda que o PSDB valorizaria os funcionários do banco e terminava com a mensagem “Seja tucano de corpo e alma no nosso Banespa.”

À ocasião, Covas e Montoro sairiam derrotados. Quatro anos mais tarde, Serra venceria as eleições para senador, Covas passaria a ser governador de São Paulo e Montoro iria para a Câmara dos Deputados. Já na primeira gestão de Covas foi montado o Programa Estadual de Desestatização (PED), que consistiu na venda das empresas públicas paulistas. Em 2000, o Banespa foi vendido por R$ 7 bilhões, valor considerado como um “marco na história do nosso país” pelos governos federal e estadual do PSDB.

Para que se tenha uma ideia, somente em 2009, em meio à crise financeira internacional, o Santander obteve lucro líquido de R$ 5,508 bilhões em suas operações no Brasil. A arrecadação foi de R$ 13,2 bilhões. Como lembrou à época da venda Armínio Fraga, presidente do Banco Central durante o governo Fernando Henrique Cardoso, os espanhóis levaram “a jóia da coroa”.

Naquela época, quando perguntado sobre a venda do Banco do Brasil, Fraga fingiu que não havia ouvido a pergunta e fez uma careta. "A privatização deixa clara a separação entre o negócio privado e uma política pública", disse, segundo notícia do Portal Terra. Documento revelado este ano pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) mostra que já havia estudo para venda do BB e da Caixa Econômica Federal. Além disso, a ideia era deixar de lado o BNDES como banco de fomento.

O mesmo texto registra ainda a posição do então presidente do Banespa, Eduardo Guimarães, para quem "o Santander acaba de comprar um excelente banco com um corpo de funcionários invejável e que tem todas a condições para despontar como um dos líderes do sistema financeiro". Hoje, não se tem dúvida disso. A dúvida que importa, por outro lado, é saber: se estava tão bom, por que foi vendido?






Cynthia Semíramis: O machismo de José Serra


29/10/2010
por Cynthia Semíramis, em seu blog

Já era de conhecimento público o machismo de José Serra. Em 2009, FHC descreveu Serra para a revista Piauí:

“Antes de decidir, ele ouve bastante gente, mas leva mais a sério as mulheres. Como o Serra é muito competitivo, qualquer conversa dele com um homem tende a se tornar um embate. E com as mulheres ele acha que não tem competição”.

Essa visão de superioridade masculina sobre as mulheres marca os comentários de José Serra. Ele reproduz o cânone machista que inferioriza a mulher, retira dela a autonomia e a transforma em objeto de seus interesses políticos.

José Serra flerta com jornalista quando está sendo entrevistado. E mesmo se dizendo cristão devoto, afirma que na política pode-se ter amantes, desde que seja de forma discreta.

Ele não tem pudor em usar e descartar mulheres na campanha, mesmo que sejam parentes. Colocou a esposa para atacar Dilma falando de aborto. Confrontado sobre esses ataques durante debate televisivo, optou por se calar ao invés de explicar a situação ou defender o posicionamento da esposa. Quando veio a público que Monica e José Serra haviam feito um aborto, Monica foi afastada da campanha.

Ele também usou a filha Veronica: trouxe a público a quebra de sigilo fiscal de Veronica, ocorrida em 2009, acusando o PT de ser o responsável pela quebra de sigilo. No entanto, a quebra de sigilo resultou de disputa entre tucanos mineiros e paulistas. Assim que começaram a divulgar a responsabilidade dos tucanos, e irregularidades sobre Veronica a respeito de quebra de sigilo de brasileiros se tornaram matéria de capa na Carta Capital, Veronica foi convenientemente tirada de foco.

A última pérola machista aconteceu ontem. Em Uberlândia, José Serra afirmou:
“Se você é uma menina bonita, tem que conseguir 15 votos. Pegue a lista de pretendentes e mande um e-mail. Fale que quem votar em mim tem mais chance com você”.

Com isso, ele está sugerindo que função de mulher ser cabo eleitoral, manipulando “pretendentes” (vocabulário do século XIX!), trocando atenção masculina por votos. Em resumo: agir como prostituta, não para obter dinheiro e se sustentar, mas para obter votos para ele. No Twitter, Serra foi duramente criticado e recebeu a hashtag SerraCafetao, que está tendo grande repercussão.

Atenção para o “menina bonita“, que descarta, de uma vez só, as mulheres adultas e as mulheres feias (quem define “feiúra”, se beleza não é um padrão universal?) José Serra está reforçando a misoginia e deixando evidente o contexto machista de toda a campanha eleitoral tucana: papel de mulher é ser bonita, obediente e disposta a favores sexuais em nome de um candidato.

Outros episódios serristas podem ser elencados, como a constante tentativa de desqualificar em termos machistas a candidata Dilma Rousseff.

Fica claro que, para José Serra, lugar de mulher é sob as ordens dele. Ele até ouve os conselhos (será que ouve críticas também?) das mulheres, e depois as deixa em segundo plano, retirando-as do limbo somente quando necessário para atingir fins políticos. Se não os atinge, elas são descartadas e ignoradas.

Fato: José Serra é machista. Ao expor seu machismo continuamente, acaba por perder o respeito das mulheres que têm autonomia, que não querem ser manipuladas, que se recusam a agir como prostitutas eleitorais.






Eduardo Guimarães: “Serra por ele”, o retrato de um aprendiz de tirano

Por Eduardo Guimarães



O vídeo “Serra por ele”, de autoria do leitor “Romanelli”, já tem mais de onze mil exibições no You Tube. Pinta um retrato pronto e acabado de um aprendiz de tirano que não hesita em passar por cima das próprias palavras contando com veículos de mídia subordinados aos seus menores caprichos.

Assista, abaixo, ao vídeo “Serra por ele”. Não saia de casa, no dia da eleição, sem assistir.









Alerta de quem é do ramo: a armação que pode vir nos dias finais de campanha

por Luiz Carlos Azenha

O alerta é de um jornalista experiente, com amplos contat0s na comunidade de informações, com arapongas e ex-arapongas.

Não nasce de um evento específico, mas de um encadeamento lógico de fatos: a campanha sórdida e subterrânea na internet, os panfletos apócrifos, as chamadas por robôs e a farsa de Campo Grande, onde o único ferido — realmente ferido — foi um militante petista com um corte no supercílio (que não apareceu no Jornal Nacional).

Vem da repetição de um padrão no telejornal de maior audiência: Dilma, agressiva; Serra, vítima. Um padrão que se manteve na noite deste sábado, quando a Globo omitiu o discurso do governador paulista Alberto Goldman em que ele sugeriu uma comparação entre Lula e Hitler (com menção ao incêndio do Reichstag), omitiu que militantes de PT fizeram um cordão de isolamento para que uma passeata tucana avançasse em Diadema e destacou o uso, por eleitores de Serra, de capacetes para se “proteger” das bolinhas de papel.

O colega, em seu exercício de futurologia, mencionou o Rio de Janeiro como o mais provável palco de uma armação, por dois motivos:

1) é onde fica a Globo;

2) é onde subsiste a arapongagem direitista.

Como lembrei neste espaço, anteriormente, foi assim o golpe midiático perpetrado em 2002, na Venezuela, retratado nos documentários A Revolução Não Será Televisionada e Puente LLaguno.

Parte essencial daquele golpe, que juntou militares insatisfeitos com a oposição em pânico e apoio maciço da mídia, foi a acusação de que militantes chavistas tinham atirado em civis desarmados, quando as 19 mortes registradas num confronto entre militantes das duas partes resultaram de tiros disparados por franco-atiradores e policiais de Caracas leais à oposição. Porém, foram semanas até que tudo ficasse claro para boa parte dos venezuelanos e para a opinião pública internacional.

O Brasil de 2010 não é a Venezuela de 2002, mas não custa ficar alerta.






IstoÉ: A hipocrisia do aborto (ouça o áudio de Sheila)

A hipocrisia do aborto
da Isto É de 22.10.2010

Teoria e prática de Mônica Serra

Nesta campanha, o casal Mônica e José Serra rompeu a fronteira entre o público e o privado ao dar conotação eleitoreira ao tema do aborto. Quando retirou o procedimento da categoria de saúde pública ou de foro íntimo, o casal abriu um flanco na própria privacidade. Serra vinha condenando de forma sistemática a descriminalização ao aborto. Mônica, por sua vez, havia sido ainda mais incisiva, intrometendo-se no assunto durante uma carreata com o marido em Duque de Caxias (RJ): “Ela (Dilma) é a favor de matar as criancinhas”, disse a um ambulante que apoiava a candidata do PT. Não demorou para que o relato de um aborto feito por Mônica quando Serra vivia exilado no Chile virasse assunto público. O caso foi trazido à tona pela bailarina e coreógrafa Sheila Canevacci Ribeiro, 38 anos, ex-aluna de Mônica no curso de dança da Universidade de Campinas.

Ao lado do marido, o antropólogo italiano Massimo Canevacci, Sheila assistia em sua casa a um debate entre os presidenciáveis quando Dilma Rousseff questionou Serra sobre ataques feito por Mônica. Surpreendida, Sheila se lembrou em detalhes de uma aula de psicologia ministrada em 1992 por Mônica para a sua turma na Unicamp. Ao discorrer sobre como os traumas da vida alteram os movimentos do corpo e se refletem no cotidiano, Mônica contara ao pequeno grupo de alunas do curso de dança que ficara marcada por um aborto que precisou fazer na época da ditadura, devido às condições políticas adversas em que vivia. “Fiquei assustada com o duplo discurso de minha professora”, afirma Sheila, que na manhã seguinte colocou uma reflexão sobre o assunto em sua página na rede social Facebook.

A coreógrafa acreditava estar compartilhando a experiência com um grupo de amigos, mas o texto se espalhou, ganhou as páginas dos jornais e até uma nota oficial da campanha de Serra negando o aborto. Já Mônica e Serra não fizeram qualquer desmentido sobre o caso. Na sequência, Sheila recebeu milhares de apoios, mas também críticas, incluindo a de ter traído sua antiga professora. “Foi ela quem traiu minha confiança como aluna e mulher”, diz a coreógrafa. “Ela não é a mulher do padeiro, do dentista. Ela é a mulher de um candidato a presidente da República. O que ela fala e faz conta”.

As atitudes das personalidades públicas contam tanto que chegam a provocar temor. Colega de classe de Sheila, a professora de dança C.N.X., 36 anos, também se lembra do depoimento de Mônica na universidade, mas pede para não ser identificada. Recém-aprovada em concurso de uma instituição federal, ela acredita que, se eleito presidente, Serra pode prejudicar sua carreira. Quanto à aula de 1992, C.N.X. conta que o grupo de alunas não chegava a dez e estava sentado em círculo quando Mônica comentou que um dos fatores que tinham alterado sua “corporalidade” foi a vivência na ditadura e a necessidade de fazer o aborto. “Ela queria ter o filho, não queria ter tirado”, diz a professora de dança. “E eu fiquei muito chocada com o depoimento, pois na época era muito bobinha”, completa C.N.X., que passara no vestibular com apenas 16 anos e pela primeira vez vivia longe da família.

Na opinião da professora de dança, nada impede que, de 1992 para cá, Mônica tenha mudado de ideia: “Mas ela não pode ser hipócrita. Sabe que o aborto é uma experiência traumática”. Trata-se também de um tabu no País, embora 5,3 milhões de brasileiras entre 18 e 39 anos tenham feito pelo menos um aborto, de acordo com o Ministério da Saúde. Mais da metade das brasileiras que se submete ao procedimento acaba internada devido a complicações da intervenção. Como se não bastasse, pode ser condenada a pena de um a três anos de detenção, como prevê o Código Penal de 1940, exceto para os casos de estupro ou de risco de morte da mãe. A mudança dessa lei — ISTOÉ defende a descriminalização do aborto — pode ser o primeiro passo para acabar com a hipocrisia e transformar a interrupção da gravidez em uma questão de saúde pública e de foro íntimo.

PS do Viomundo: Ouça abaixo trecho do áudio da entrevista de Sheila Ribeiro a Conceição Lemes, cuja íntegra em texto está aqui.










Professor da Universidade de Santa Maria contesta reportagem do JN


Análise de professor da UFSM/Cesnors contesta reportagem do Jornal Nacional
Do site da universidade

José Meira da Rocha, professor de Jornalismo Gráfico da UFSM/Cesnors entra na polêmica que ganhou a mídia e a campanha presidencial nessa semana

Na última quarta-feira, 20, por mais um compromisso na campanha presidencial no Rio de Janeiro, militantes do PT e do PSDB entraram em confronto. Além das discussões e do empurra-empurra, possíveis objetos teriam atingido o canditato tucano, José Serra. O Jornal Nacional da Rede Globo, deu grande repercussão ao ocorrido, analisando as imagens do encontro. A análise foi feita pelo professor Ricardo Molina, que geralmente faz declarações sobre ações da Perícia Criminal Oficial, o que acaba sendo contestado pelos casos em que Molina já se envolveu.

Segundo a análise da imagem gravada por um celular, um objeto, supostamente um rolo de fita, teria atingido Serra num segundo momento, minutos depois de uma bola de papel ter sido arremessada na cabeça do candidato. O resultado obtido pelo perito, quase convenceu o professor da UFSM/Cesnors, José Meira da Rocha. Porém, o professor digitaliza as imagens veiculadas na tv através de uma placa de vídeo, e em uma análise mais a fundo, a matéria que tomou sete minutos do Jornal Nacional seria uma grande “barriga” ou gafe jornalística.

Passando frame à frame o vídeo, Meira percebeu que na verdade aquilo não parecia nada com um rolo de fita. O depoimento do suposto especialista, que não tem grande credibilidade no campo da perícia criminal, acabou criando algo que realmente não estava ali. Se a ação da Rede Globo foi de má fé, ou foi realmente um erro jornalístico, não podemos dizer, mas que nada atingiu o candidato no vídeo em questão, isso é o que o professor afirma, em sua análise quadro à quadro.

– Na verdade o que vemos no vídeo é a imagem da cabeça de outra pessoa atrás do canditado José Serra, misturado com uma distorção da imagem de vídeo digital, ressaltou Meira.

A matéria que Meira escreveu em seu site trazendo sua conclusão em relação ao vídeo repercutiu rapidamente. As imagens quadro à quadro com a análise do professor foram parar em vários blogs e sites. O próprio site do professor acabou saindo do ar. O motivo de censura foi comentado, mas na verdade o aumento absurdo de acessos foi o que motivou a queda do site.

– Me espantou bastante a repercussão dessa matéria, porque eu fiz na madrugada entre três e cinco da manhã. Quando acordei já havia recebido e-mails falando que meu site estava fora do ar. Para ter uma ideia, tal o número de acessos, meu site estava derrubando os sites de outros clientes do servidor, aí acabaram tirando o meu do ar. Então não foi censura, foi um super sucesso que eu não estava preparado.

O material de fotos e texto foi parar no site do jornalista Paulo Henrique Amorim, o que não prejudicou a divulgação da análise, já que o site de Meira continua fora do ar. A campanha de José Serra continua utilizando a análise do perito Ricardo Molina na propaganda eleitoral, confirmando a agressão ao canditato por um rolo de fita.
Fábio Pelinson – Assessoria de Imprensa do Cesnors / Da Hora






Bolinhagate: Daniel Florencio mostra que Serra não reagiu ao rolo de fita do Molina







O Daniel Florencio não está afirmando que José Serra não foi atingido duas vezes. Está mostrando apenas que Serra não reagiu ao objeto que o perito Ricardo Molina colocou na cabeça do candidato, no Jornal Nacional.






A VERDADE VENCERÁ A MENTIRA


Por Pedro Bial. 

Escolha em votar entre uma guerreira da Democracia e um
Fujão!


O Hino Nacional diz em alto e bom tom (ou som, como preferir) que um
filho seu não foge à luta. Tanto Serra como Dilma eram militantes
estudantis, em 1964, quando os militares, teimosos e arrogantes,
resolveram dar o mais besta dos golpes militares da desgraçada
história brasileira. Com alguns tanques nas ruas, muitas lideranças,
covardes, medrosas e incapazes de compreender o momento histórico
brasileiro, colocaram o rabinho entre as pernas e foram para o Chile,
França, Canadá, Holanda. Viveram o status de exilado político durante
longos 16 anos, em plena mordomia, inclusive com polpudos salários.
Foi nas belas praias do Chile, que José Serra conheceu a sua
esposa, Mônica Allende Serra, chilena.

Outras lideranças não fugiram da luta e obedeceram ao que está escrito
em nosso Hino Nacional. Verdadeiros heróis, que pagaram com suas
próprias vidas, sofreram prisões e torturas infindáveis, realizaram
lutas corajosas para que, hoje, possamos viver em democracia plena,
votar livremente, ter liberdade de imprensa.

Nesse grupo está Dilma Rousseff. Uma lutadora, fiel guerreira da
solidariedade e da democracia. Foi presa e torturada. Não matou
ninguém, ao contrário do que informa vários e-mails clandestinos que
circulam Brasil afora.

Não sou partidário nem filiado a partido político. Mas sou eleitor.
Somente por estes fatos, José Serra fujão, e Dilma Rousseff guerreira,
já me bastam para definir o voto na eleição presidencial de 2010.
Detesto fujões, detesto covardes!

Pedro Bial, jornalista.








Rodrigo Vianna: Serra quer virar vítima para armar Quinta Onda?

Fonte: www.rodrigovianna.com.br
publicada quarta-feira, 20/10/2010 às 19:45 e atualizada quarta-feira, 20/10/2010 às 19:35


Recebi agora relato de Flávio Loureiro – jornalista e blogueiro no Rio  - sobre os incidentes ocorridos em Campo Grande, envolvendo Serra, militantes do PSDB e militantes do PT.

Segue o relato:
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1 – Serra marcou uma caminhada no calçadão de Campo Grande com forte aparato de segurança.

2 – O sindicato dos mata-mosquitos, demitidos na época em que Serra era ministra da Saúde de FHC, se localiza nas imediações.

3 – O processo de demissão dos mata-mosquitos foi traumático, a ponto de trabalhadores perderem tudo, e foram registrados cinco suícdios entre os mata-mosquitos demitidos.

4 – A categoria organizou manifestação no calçadão de Campo Grande.

5 – Os petistas da região, que organizam panfletagens no calçadão, sabendo do quadro, foram para lá evitar confrontos.

6 – Mas os seguranças de Serra, liderados por Júnior, filho da vereadora e deputada estadual Lucinha (PSDB), rasgaram os cartazes dos mata-mosquitos, aí o tumulto começou. Vale lembrar que a comitiva de Serra estava distante do local do conflito, mas Serra foi visto entrando numa Van sem qualquer ferimento.

 7 – O miltante petista Carlos Calixto foi agredido e teve o supercílio rasgado, e ainda sangrando foi para a Delegacia Policial registrar a ocorrência.

8 – Segundo o militante petista Sebastião Moraes, a confusão só não foi maior porque outros mata-mosquitos que vinham se incorporar à manifestação chegaram atrasados.

9 – O pessoal mata-mosquitos que estava na manifestação não tem vínculo com o PT. Essa turma tem dois sentimentos básicos: paixão por Lula, que os reincorporou; e ódio por Serra/FHC, que os demitiu.

Abs, Flávio Loureiro
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Agora volto eu, Rodrigo Vianna. Como informei via twitter durante a tarde, assisti imagens brutas da confusão. Vou relatar o que vi:

1) Serra caminha numa calçada, ao lado de Indio e Gabeira…

2) Há militantes com bandeiras do Serra e vários seguranças à paisana, com aquele corte de cabelo típico de p-2 (serviço reservado), vao empurrando a turma do PT que está por ali.

3)  Há empurrra empurra. Cenas nitidas de um rapaz muito forte, de camisa amarela: bate nuns caras de camisa vermelha. Petistas reagem.

4) Serra para varias vezes. Entra numa loja, depois entra numa van. Sai de novo. Quando vai pra van pela segunda vez, põe a mao na cabeça.

5) Parece mesmo ter sido atingido. Mas a gente não vê direito o que era. Depois, aparece um cara com camisa vermelha (petista?), ensanguentado. Serra entra na van.

6) Sai pela última vez, fica só na porta da van, e dá tchauzinho ao lado de Índio. A careca reluzente, nenhum machucado à vista. E vai embora.

Na sequência, pelo que me contam colegas jornalistas do Rio, Serra seguiu para um hospital, foi atendido por um médico (ex-secretario de Cesar Maia) que recomendou repouso. Serra cancelou agenda.

Dizem que foi atingido por um rolo de fita crepe, ou algo parecido.

Na minha humilde opinião, está só preparando o clima. Semana que vem tem mais. É a quinta onda de terror, para “provar” violência de Dilma e PT.

Para saber mais sobre as “Ondas” da campanha contra Dilma, clique aqui.






Até a Camila de 11 anos sabe que a Dilma é melhor para o Brasil









O Mundo Subterrâneo de José Serra

 

Serra deflagra nova campanha subterrânea para atacar Dilma

O jornalista Rodrigo Vianna foi o primeiro a alertar, em seu blog, sobre a onda de boatos contra Dilma que estava ocorrendo nas igrejas e na internet. Na ocasião, o comando de campanha petista não tomou providências e depois teve que correr atrás do prejuízo no 2o. turno. Agora, Vianna faz outro alerta sobre nova onda de ataques deflagrada pela campanha tucana. O Vermelho dá destaque para a denúncia pois julga que providências devem ser tomadas imediatamente. Veja abaixo a íntegra da denúncia:

Enquanto alguns no PT comemoram o Vox Populi, Serra já contra-ataca. Vamos deixar claro: essa é a eleição dos movimentos subterrâneos, não captados pelas pesquisas. No primeiro turno, o PT acreditou nas “qualis” e na “eleição decidida”. Os boatos moveram a montanha e levaram Serra (com a mãozinha verde de Marina) para o segundo turno.
    Agora, as pesquisas refletem o bom momento de Dilma, que mudou a pauta semana passada (trouxe à tona Paulo Preto, privatizações e a onda de baixarias).

Só que já há uma nova onda, que pode ter reflexos nas pesquisas da semana que vem: é o terrorismo difuso! Ele vem na forma de panfletos (distribuídos de porta em porta nas áreas mais pobres do Nordeste), com afirmações maldosas sobre a vida sexual de Dilma; e vem , também, na forma de um gigantesco esquema de telemarketing.

No Escrevinhador, já noticiei esse fato aqui.

De ontem, pra hoje, recebi – via twitter e também no blog - dezenas de mensagens de pessoas que receberam ligações. É o telemarketing das sombras em ação.

Alguns exemplos:

- PaulaBeiro @rvianna Hj ligaram aqui para casa (Goiânia) com gravação contra Dilma.

- @Eleitor_2010 Eu achava q o tal telefonema do PSDB falando da Dilma era lenda! Olha o número aí! Acabei d atender: http://twitpic.com/2z1b89

Esse último link traz a foto do bina, com o número que disparou a ligação das trevas.

Porto Alegre parece ter sido a cidade mais bombardeada, nas últimas 24 horas.

Vários leitores (alguns pedem sigilo) informam ter recebido a ligação de um outro número, de São Paulo: (11) 3511-1700. Liguei para lá. Uma mensagem informa que o o telefone “está programado pelo assinante para não receber ligações”.

Com ajuda do tuiteiro “páginadois”, descobrimos o nome da empresa que está autorizada pela Anatel a prestar esse tipo de serviço. A empresa fica no bairro do Paraíso, em São Paulo. Levantamos todos os dados: endereço, sócios etc. Preservamos o nome da empresa porque – aparentemente – é apenas uma prestadora de serviço.

Pode ter sido contratada para dar suporte à central de telemarketing – mas sem responsabilidade pelo conteúdo. Basta à campanha de Dilma acionar a PF e o MPE, para saber quem contratou a empresa. É algo que pode ser feito rapidamente.

O que pode ser feito também: quem receber a ligação deve tentar gravá-la. Várias secretárias eletrônicas têm esse serviço!

Há mais números de telefone, e nomes de outras empresas de telefonia. Marco Aurelio Weissheimer, do RS Urgente, também está investigando o assunto.

Mas a campanha do terror difuso não se restringe ao telemarketing.

- Há os panfletos religiosos (alguns apreendidos, mas milhares de outros sendo produzidos e estocados). Estamos checando nesse momento a denúncia de uma outra gráfica com panfletos contra Dilma.

- Ao mesmo tempo, surgem em São Paulo faixas como a que reproduzo abaixo.



Pelo twitter, comentaristas dizem que militantes pró-Dilma já teriam ido ao local e retirado as faixas -http://twitpic.com/2z177k.

São apenas alguns exemplos do que será a campanha até dia 31. Quem acredita em eleição já definida não conhece o “Coiso”. Botou na cabeça que deve ser o próximo presidente. Se tiver que criar um clima de conflagração pra isso, vai criar!

Pode-se esperar qualquer coisa até o dia da eleição.






Vox Populi/ IG: Dilma tem 51%, Serra tem 39% e indecisos somam 4%





Pesquisa Vox Populi/iG divulgada nesta terça-feira mostra que a vantagem da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em relação ao tucano José Serra aumentou para 12 pontos percentuais. Segundo o Vox Populi, Dilma tem 51% contra 39% de Serra. Na última pesquisa, realizada nos dias 10 e 11 de outubro, a vantagem era de 8 pontos (Dilma tinha 48% e Serra 40%). Os votos brancos e nulos permaneceram em 6% e os indecisos passaram de 6% para 4%.

Se forem considerados apenas os votos válidos (sem os brancos, nulos e indecisos) a vantagem subiu de 8 para 14 pontos. Dilma tinha 54% e passou para 57%. Serra caiu de 46% para 43%. A margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.

A candidata do PT tem o melhor desempenho na região Nordeste, onde ganha por 65% a 28%. Já Serra leva a melhor no Sul, onde tem 50% contra 41% da petista. No Sudeste, que concentra a maior parte dos eleitores, Dilma tem 47% contra 40% do tucano.

O Vox Populi ouviu 3 mil eleitores entre os dias 15 e 17 de outubro. Os resultados, portanto, não consideram o impacto do debate realizado pela Rede TV no último domingo, nem a entrevista concedida por Dilma ao Jornal Nacional ontem à noite. A pesquisa foi registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral com o número 36.193/10.

Recortes

Depois de toda a polêmica envolvendo temas religiosos como o aborto, Serra atingiu 44% entre os entrevistados que se declararam evangélicos. Dilma tem 42%. Entre os que se declararam ateus, Dilma vence por 49% a 36%.

Entre os católicos praticantes Dilma tem 54% contra 37% do tucano. No segmento dos católicos não praticantes a petista consegue seu melhor desempenho, 55% contra 37% de Serra.

A petista ganha em todas faixas etárias. Já no recorte que leva em conta a escolaridade dos pesquisados, Serra vence entre os que tem nível superior por 47% a 40% da petista. No eleitorado com até a 4ª série do ensino fundamental Dilma tem 55% contra 38% do tucano.

Serra também vai melhor entre o eleitorado com mais renda. Entre os que declararam ganhar mais de cinco salários mínimos, ele tem 44% contra 42% da petista. Dilma tem seu melhor desempenho entre os mais pobres, que ganham até um salário mínimo, 61% a 31%.

Embora seja mulher Dilma tem índices melhores entre os homens. Conforme o levantamento ela tem 54% contra 38% de Serra no eleitorado masculino e 48% contra 40% do tucano no eleitorado feminino.

No recorte que leva em consideração a cor da pela Dilma atinge 59% entre os entrevistados que se declararam negros contra 29% de Serra. Entre os brancos, a petista tem 45% contra 44% do tucano.

Segundo o Vox Populi, 89% dos entrevistados disseram estar decididos enquanto 9% admitiram que ainda podem mudar de ideia. Entre os eleitores de Dilma a consolidação do voto é maior, 93%. No eleitorado de Serra, 89% disseram que estão decididos.















 Opus Dei: O Mundo Subterrâneo da Igreja

A CNBB virou comitê central de campanha?

por Emílio Carlos Rodriguez Lopez*
A Dom Luciano Mendes de Almeida, o amigo verdadeiro  dos pobres.

Participo de movimentos na Igreja Católica, desde 1979. Primeiro, na Pastoral de Juventude, onde me tornei coordenador da região Leste 1 da Arquidiocese de São Paulo, na ocasião coordenada por Dom Paulo Evaristo Arns. Lá conheci Dom Luciano Mendes de Almeida e o vi, muitas vezes, ceder a sua cama para um mendigo dormir ou repartir o pão. Este homem foi durante os anos críticos do final da ditadura um exemplo de moderação, o que falta hoje entre os atuais bispos.

Durante cinco anos fui coordenador do projeto de formação política e comunicação da região Leste 1. Na década de 80, ajudei na campanha de Plínio de Arruda Sampaio a deputado federal e a governador, participei da campanha de Chico Whitacker para vereador e do Plenário Pro Participação Popular na Constituinte e na campanha contra a revisão da Constituição. Também fui um dos coordenadores da Juventude Universitária Católica.

Tenho dois filhos lindos consagrados à Nossa Senhora de Fátima e agradeço a intercessão de Nossa Senhora Aparecida por salvar a vida da minha filha, que com sete dias de existência passou por uma cirurgia cardíaca e mais quarenta e cinco dias na UTI. Por tudo isso e, ainda amar a vida,  sempre fui contra o aborto.

Nos últimos tempos, estou assistindo atônito e envergonhado o apoio ostensivo de bispos paulistas ao candidato à Presidente da República, José Serra. O pretexto de tal apoio seria a posição deste cidadão ser contrário ao aborto e defensor da vida. Oras, mesmo para defender esta causa santa não há a necessidade de tanto alarde e exploração mal intencionada do assunto, visto que os quatro principais candidatos têm posição contrária a esta prática.

Recentemente, a Regional Sul-1 da CNBB lançou um manifesto anti-Dilma, acusando-a de defender o aborto. A complacência da CNBB fez com que setores conservadores  usassem a autoridade eclesiástica para cercear o direito ao voto dos católicos e, além dos mais, permitiu que se espalhassem boatos maldosos e caluniosos contra uma pessoa.

Esta campanha foi organizada pela Opus Dei, que funciona como um partido clandestino dentro da Igreja Católica contra o PT e Dilma e a favor de Serra. Esse grupo tem como premissa à defesa da vida. Para eles, a Opus Dei, o ato de viver se resume a nascer. Desse modo, para a Opus Dei reduzir a miséria e melhorar as condições de vida de milhões de brasileiros não é promover a vida. Assim como, para eles, também não é promover a vida dar condições para o povo comer carne e ter emprego.

Esta concepção restrita da defesa da vida esconde a intenção da Opus Dei de usar a religião para fins políticos eleitorais e transformar o altar em local de comício para dominar o Brasil.  A Opus Dei é uma organização católica de extrema direita que não aceita pobres entre seus membros e que apoiou a ditadura fascista na Espanha e em muitas outras partes do mundo, inclusive no Brasil. Além dos tentáculos econômicos poderosos que levaram a práticas de lavagem de dinheiro no Banco Ambrosiano – caso da Máfia da P2 -, domina Faculdades na Espanha e tem representantes em diversos veículos da mídia, inclusive da brasileira

Por tudo isso, não é possível tolerar que falsos democratas e amantes de ditaduras façam da defesa da vida um pretexto para atacar da forma mais vil um ser humano, lançando sobre uma mulher um leque de grosserias e inverdades.

Essa cabala, aliás, age como o arcebispo de Recife ao excomungar uma menina de 9 anos de idade que foi violentada e daria luz a uma criança. Ocorre que se tivesse o bebê ela poderia falecer durante o parto, visto que fisicamente não tem condições de ter uma criança. Essa menina que já havia sofrido enorme violência ao ser estuprada foi excomungada pelo religioso, assim como toda a equipe médica. Este drama humano mostra a hipocrisia de uma Igreja mais preocupada  em punir do que em amar ao próximo. Se a menina morresse, não seria também atentar contra a vida? Quantas mulheres não passam por essa difícil situação e não encontram uma só palavra de amor.  Provavelmente só ouvem rancor e ódio, além de sentir o preconceito.

Quem age contra uma criança excomungando-a também age inquisitoriamente contra uma mulher, cujo único pecado é amar os pobres e querer continuar o trabalho do atual presidente que está gerando a prosperidade para os brasileiros e concretizando a vida em abundância, ou seja, concretizar o ideal bíblico da terra onde corre leite e mel. Isto a Opus Dei, uma organização elitista, voltada para os ricos, não perdoa. Por isso, odeiam tanto o Lula e o PT.

Por último, há uma diferença entre o Cristo que carrego dentro de mim e o desta gente. A Opus Dei e setores elitistas da Igreja são os continuadores dos fariseus, doutores da lei, que segundo Jesus Cristo usavam a religião como arma de dominação sobre os mais pobres. Eles se esquecem que Jesus vivia no meio dos mais pobres e humildes, nasceu na manjedoura e não em berço de ouro. Por que será que um simples pescador foi o sucessor de Cristo? E não se esqueçam de que as mulheres, as mais oprimidas naquele tempo, ficaram com Jesus até o fim,  entre elas estava uma prostituta, Maria Madalena. Ah, não foram os sumos sacerdotes e os fariseus que condenaram Jesus a morrer na cruz?

Enfim, coberto de cinzas, para expressar a minha vergonha como católico praticante, pergunto que religião é esta que semeia o ódio e não o amor, como manda Jesus?

Observação: Se quiserem me excomungar, como ameaçou o padre da Canção Nova (ele pensa que estamos na Idade Média), excomunguem. Ao menos, saberei que estou seguindo os passos de outros santos, como São Francisco que sofreu processo de  heresia pelo Papado na Idade Média, por pedir uma Igreja simples e despojada de bens materiais.

* Emílio Carlos Rodriguez Lopez, mestre em História Social pela Universidade de São Paulo

 

Telhado de vidro: Aluna que denunciou mulher de Serra é perseguida

    Publicado em 16/10/2010
 


À direta, o casal Serra ora para Nossa Senhora da Aparecida

O Conversa Afiada reproduz e-mail em que Sheila Ribeiro relata as ameaças que passou a sofrer, desde que a denuncia ganhou repercussão, esta manhã.

Sheila revelou que Monica Serra, sua professora, contou na sala de aula que tinha feito um aborto no Chile.

Neste e-mail, Sheila revela um dos muitos e-mails ofensivos que recebeu.

E a resposta que deu:

Oi …

não vou mais responder as pessoas.

eu e o massimo não vamos revelar absolutamente onde moramos.

vou parar de falar com estranhos.


Em 16 de outubro de 2010 10:12, Sheila Ribeiro escreveu:

O. D.  October 16 at 11:08am

E guria, conseguiu o que queria, não? Porque ao invés de fofocar da vida dos outros, não fala o que vc faz no banheiro? Seria mais educado, sua aproveitadora.


Sheila Canevacci Ribeiro October 16 at 11:10am

eu já era famosa.

e o que eu faço no banheiro não tem responsabilidade pública.

tente entender.

obrigada.

QUERIDOS jornalistas,

não aguentei e respondi.


Em tempo: Últimas atualizações do Limpinho & Cheiroso:

Privatizações: Como FHC e Serra venderam o Brasil
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/privatizacoes-como-fhc-e-serra-venderam.html

Lula, chame o FHC agora para comparar os dois governos
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/lula-chame-o-fhc-agora-para-comparar-os.html

http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/comparacoes-fhc-x-lula-colocando-na.html

Serra e o ódio aos nordestinos
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/serra-e-odio-aos-nordestinos_15.html

Serra: Amnésia, incoerência, preconceito e cabeças de jornalista
A jornalista Maria Inês Nassif, do Valor Econômico, é o próximo alvo de São José da Mooca, o santo homem do bem.
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/serra-amnesia-incoerencia-preconceito-e.html

E aí Mônica, quem mata criancinha?
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/constrangedor-dois-momentos-na-vida-de.html

Senadora Marina, pela honra de Chico Mendes, apoie Dilma, Emir Amed
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/senadora-marina-pela-honra-de-chico.html

DEM, um partido a sumir do mapa, Maria Inês Nassif
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/dem-um-partido-sumir-do-mapa.html

Boateiros têm nome e sobrenome: e-mails contra Dilma partiu da extrema direita, Rodrigo Vianna
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/boateiros-tem-nome-e-sobrenome-e-mails.html

Católicos e evangélicos declaram voto em Dilma Rousseff
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/catolicos-e-evangelicos-declaram-voto.html

Remédios genéricos: Serra mente!, Altamiro Borges
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/remedios-genericos-serra-mente.html

Portal Terra diz que Marina votará na Dilma, mas, logo em seguida, altera o texto. Autocensura?
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/portal-terra-diz-que-marina-votara-na.html

A santíssima trindade dos homens de bem, Gilson Caroni Filho
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/santissima-trindade-dos-homens-de-bem.html

Um País dividido, Eduardo Guimarães
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/um-pais-dividido.html

Ato no RS pró-Dilma denuncia: campanha sórdida e golpista pode provocar ruptura política, Marco Aurélio Weissheimer
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/ato-no-rs-pro-dilma-denuncia-campanha.html

O caluniador: a figura da barbárie
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/o-caluniador-figura-da-barbarie.html

Conversa Afiada recebe o currículo e a ficha de José Serra
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/conversa-afiada-recebe-o-curriculo-e.html







FHC / SERRA X LULA / DILMA
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O Submundo de José Serra e do PSDB









 

NovaE: História de um boato desmascarado pela blogosfera progressista

Comunicado da NovaE

Algumas manifestações chegaram à redação da NovaE, afirmando que o perfil de Sheila não é fake, que de fato ela existe, e tudo mais.

A mesma pessoa continua a reafirmar e a história contada. Desta forma, a NovaE continua a acompanhar este episódio, mas reafirma sua postura editorial baseada em algumas reflexões:

  • O ambiente na internet esta tomado de fakes, fatos, versões, boatos, correntes, spams. Muitas vezes, revestidos de apoiadores da Dilma. A qual candidatura interessa este cipoal de informações desconexas?

  • Qualquer acusação leviana e pessoal contra a candidatura Serra utizada por qualquer militante da candidatura Dilma, compromete o que estamos tentando mostrar desde o inicio do porcesso eleitoral: pautar uma eleição com ataques baixos não é digno de uma democracia.

  • Verdade ou mentira, fake ou não, certos fatos não devem fazer parte do debate eleitoral, por tratar-se de assunto de fórum íntimo.

  • Desta forma, é estranho, para não dizer suspeito, o motivo que leva certas pessoas insistirem na divulgação da versão da Sheila

História de um boato desmascarado pela blogosfera progressista

Não é segredo a polêmica em torno das declarações de Monica Serra, que voltou à pauta após a pergunta de Dilma a Serra, no debate da Bandeirantes. Durante todo dia, José Serra nega conhecer a história que saiu no Estadão em que sua esposa acusou Dilma de "matar crianças".
Acompanhe o desenrolar dos fatos, no mínimo estranhos, e que ainda estão sendo investigados por blogs progressistas e pela NovaE. O boato foi desmascarado no twitter e em blogs progressistas, impedindo que o mesmo se disseminasse com a força de episódios anteriores.


1- Na madrugada do dia 12, sai na capa de O Globo que Serra acusara o PT de envolver sua família na campanha.

2- Um perfil de alguém chamada Sheila, com todas as características de ser um fake, divulga um boato de que conta uma história inverossímil de que a esposa de Serra teria praticado um aborto. Em tom emotivo o titulo é: RESPEITEMOS A DOR DE MÔNICA SERRA. No final do spam, a tal Sheila, estranhamente, pedia voto na Dilma.


3- Um outro perfil no Facebook, de uma pessoa chamada Denise Rocha, publica o boato no seu mural. Pela manhã do dia 12,  após a denúncia da blogosfera, todas as referências ao boato sumiram do perfil de Denise.



4- Em seguida, a mesma Denise marca na foto do mural onde está o spam/boato, diversos políticos e perfis ligados a coligação de Dilma. Automaticamente eles tem publicado nos próprios murais o boato.

5- Alertada que era um fake, uma falsidade, Denise Rocha divulga nota dizendo que "se dane se for mentira", conforme abaixo:

Denise Rocha divulgou a seguinte nota:
*Denise Rocha*
denirocha6@gmail.com
Inserido em: 2010-10-12 17:26:04

Sou a DENISE ROCHA da foto acima e meu perfil não é FAKE. Informo que recebi esse suposto "Depoimento/Declaração" de amigos virtuais e publiquei sim em meu Mural. Confirmo que publiquei com marcações de pessoas da minha lista. Qdo me disseram que o perfil da tal enfermeira era falso, eu postei o comentário "QUE SE DANE SE FOR MENTIRA..." pq cabe à pp Monica esclarecer tal fato, se ela estiver interessada em esclarecer ! Comunico que NÃO SOU FILIADA A NENHUM PARTIDO. Sou Petista de coração e não "de carteirinha". Removi a publicação do meu mural APENAS pra não prejudicar a Campanha da Dilma e não por medo de nada ! Minha intenção, como ESCRITO por mim e COPIADO por vcs, foi de dar trabalho pro nefasto PSDB. Quem acha que publiquei e des-publiquei pra derrubar a companheira-candidata está completamente equivocado e não entendeu XONGAS ! De resto, foi bom conhecer o Site de vcs ! Tchau.

POR ANDRÉ LUX

Cuidado com supostas revelações de ex-aluna de Mônica Serra

Está rolando uma denúncia no twitter de que um suposta ex-aluna da mulher do Serra está fazendo graves revelações sobre ela no facebook. Nem vou dizer do que se trata, pois é baixaria pura.

Só que tem cheiro de armadilha!

Serra agora precisa desesperadamente reverter essa história da baixaria na internet que seus jagunços vem fazendo há meses e que finalmente o PT resolveu peitar - ainda mais depois do seu desempenho desastroso no debate da Band.

Nada melhor do que colocar alguém fingindo ser ex-aluna da mulher dele com graves revelações. Aí todos nós divulgamos a "denúncia" como se fosse verdade e então uma investigação vai "descobrir" que na verdade o perfil era falso e quem estava por trás de tudo é um "filiado do PT". Serra, indignado, vai vociferar contra os "blogs sujos do PT" e acusar a Dilma de estar por trás de tudo. Capa de todos os jornalões e destaque no Jornal Nacional, com direito à mulher do Serra chorando abraçada à ex-aluna verdadeira!

Não caiam nessa! Estamos lidando com gente barra pesadíssima. Muita calma nessa hora. Como bem disse o Rodrigo Viana, "sem checar é fria. e mesmo checando é fria. Baixaria é a praia deles. Nao vale jogar nesse campo. serra quer vitimizar familia dele".

Nervos de aço, pessoal. Não caiam em armadilhas.

 

 

Vi o Mundo: Bolsa Família: Qual Serra, a Mônica ou o José?

Mônica Serra corrige crítica ao Bolsa Família
Guilherme Pupo, no Valor Econômico, em 23.08.2010

Mônica Serra, mulher do candidato à presidência José Serra (PSDB) entrou de salto alto na campanha corpo a corpo com a população. Foi com uma bota que ela começou seu trabalho em Curitiba, na sexta, em reunião com lideranças comunitárias, mas no segundo compromisso, depois de alguns minutos de caminhada em um bairro da periferia da capital paranaense, recebeu uma sandália sem salto que estava no carro. E não entendeu quando a troca de calçado foi alvo de fotógrafos que a acompanhavam.

A passagem de Mônica por Curitiba marca o novo estilo que ela quer adotar para tentar ganhar votos para o marido. Psicóloga e professora aposentada, a discreta esposa de Serra irá esta semana a capitais do Nordeste. Nega que seja uma estratégia motivada pela existência de duas mulheres na disputa, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV), e explica sua motivação. “A questão do gênero está superada”, diz. “Os eleitores de Serra precisam saber que ele não chega sozinho, mas com a família e seus princípios e valores”.

Goiás e Minas também já foram visitados por Mônica recentemente, de maneira discreta. Em Curitiba, ela começou o dia em café da manhã com representantes de todos os bairros da cidade, ao lado de Fernanda Richa, mulher do candidato tucano ao governo, Beto Richa, e outras lideranças femininas que citaram diversas vezes a participação de Serra na chegada dos genéricos ao país. Ao pegar o microfone, disse estar emocionada. “Pensei: não vou conseguir falar”, contou, pouco antes de criticar o programa Bolsa Família. “As pessoas não querem mais trabalhar, não querem assinar carteira e estão ensinando isso para os filhos”, falou. Ela lembrou a origem humilde do marido e a importância que a mãe dele teve ao defender o desejo que Serra tinha de estudar.

Antes de o microfone voltar para as mãos de Fernanda Richa, que corrigiu o discurso contra o Bolsa Família e afirmou que o programa será mantido, mas por um período, até que a pessoa tenha promoção social, Mônica entrou no tema religião. Perguntou quantos eram católicos na plateia, concluiu que era a maioria e emendou: “Nas intenções, peçam bênção para o Serra e o povo brasileiro”. Como ela nasceu no Chile, carrega o sotaque de seu país, mas falou com as pessoas e posou para fotos com adultos e crianças, usando um colete azul com o nome do marido bordado em amarelo.

No bairro Vila Esperança, onde foi recebida com foguetório, Mônica caminhou ao lado de Lula, apelido que o líder local Odair Rodrigues ganhou devido a uma semelhança física e de voz com o presidente, em quem votou nas últimas eleições. Inicialmente, Lula disse ao Valor que estava pensando em votar em Dilma. “Sou sincero”, afirmou. Minutos depois, mudou a fala. “A gente vai com o Serra, sim. Estava brincando.” Como os candidatos fazem, Mônica parou nos portões das casas para conversar com os moradores. “Não conheço o Serra, só por foto. Não vejo televisão”, disse a dona de casa Maria Aparecida Oliveira. A mulher de Serra não ouviu conselhos para evitar proximidade com rapaz que estava com cachorro pit bull e, alguns passos depois, experimentou uma cadeira de balanço. Questionada se o marido havia pedido sua participação na campanha, ela respondeu: “Ninguém pede. É responsabilidade cidadã”. Sobre o tom da campanha, negou que esteja agressiva. “Está propositiva.”









Paulo Preto, que Serra diz desconhecer, inaugurou Rodoanel junto com Serra




Fonte: Vi o Mundo

O vídeo é dica do leitor Dilson.
Quando Serra aparece na inauguração do Rodoanel, cercado por operários de macacão laranja, Paulo Preto está agachado na fila dianteira.
No entanto, o candidato do PSDB diz que não conhece Paulo Preto:
“Eu não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factóide criado para que vocês (imprensa) fiquem perguntando”, disse o tucano em Goiânia, quando perguntado por repórteres (alguem tem o vídeo?).

Quer saber quem é o Paulo Preto?
Clique aqui.

Quer saber o clima criado na plateia do primeiro debate do segundo turno, na TV Bandeirantes, quando Dilma Rousseff mencionou Paulo Preto?

Clique aqui.

Aqui, entrevista de Paulo Preto à Folha (dica do leitor Odranoeljr)

Folha – A candidata Dilma Roussef disse que o sr. fugiu com R$ 4 milhões. O sr. pretende tomar alguma providência contra ela?
Paulo Preto – O que eu posso dizer é que a candidata Dilma só fala o que ela prova. Eu gostaria que ela provasse que eu sumi com o dinheiro e gostaria que o candidato Serra se posicionasse e dissesse se eu sumi com o dinheiro, porque ele é bem informado sobre minhas ações no governo. Por que eu? Porque eu cuidei das maiores obras. Fiz, paguei, terminei no prazo, os empresários tiveram lucro e doaram para a campanha muito mais do que R$ 4 milhões –isso é irrisório perto do que eles doaram. Acho leviano o pessoal do PSDB fazer essas acusações como fez na revista “IstoÉ”. Tomei medidas judiciais contra Evandro Losacco e Eduardo Jorge que vão responder por danos morais. Os demais que me acusaram já se retrataram.
Não somos amigos, mas ele [Serra] me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao país, ele tem que responder. Não tem atitude minha que não tenha sido informada a ele. Acho um absurdo não ter resposta, porque quem casa consente.

Por que o sr. acha que dirigentes tucanos disseram à imprensa que o sr. arrecadou dinheiro de empresários e não repassou ao PSDB
?
Ninguém nesse governo deu condições das empresas apoiarem mais recursos politicamente do que eu, ninguém fez mais do que eu fiz. O que é o gestor público, o que é a empresa privada? Todas elas, sabidamente, desde D. Pedro, apoiam campanha política. Eu vou falar da campanha política oficial. Como é que as empresas apoiam? Apoiam porque prestam um serviço tanto para a iniciativa privada quanto para o governo. E o que eles esperam do gestor público? Que seja cumprido o que é combinado com eles: prazo e pagamento. Para cumprir prazo, o gestor público tem que providenciar o que? Frente de obra nas condições…. meio ambiente, desapropriação, reassentamento, deixar os caras entrarem, cumprir o prazo e receber. Então, eu sou o gestor público que mais condições deu a eles. Se quiserem, é um direito deles, de propiciarem, terem recursos para apoiar politicamente quem eles quiserem. É um direito deles.

Então, por ter honrado esses compromissos de prazo e investimento, o sr. seria a pessoa mais credenciada…
Eu fui o cara desse governo mais bem-sucedido em entrega de empreendimentos. Não tenha dúvidas disso. Não sou interlocutor [das empresas]. O governo nunca me pediu isso. Eu estive com o governador Serra umas dez vezes, ele nunca me pediu nada disso. Se o empresário tiver lucro, ele apoia. Se não tiver, não apoia. Na lista de apoio aos candidatos estará o nome de todas essas empresas [que trabalharam no Rodoanel, Marginal e Jacu Pêssego].

Dia 11 de agosto sai uma matéria dizendo que os senadores, candidato a governador viraram as costas para o Serra. No dia 18, o Eduardo Jorge, que nunca me viu na vida, Evandro Losacco, que nunca me viu, José Aníbal, que nunca me cumprimentou, nunca trocou uma palavra comigo…. Uma semana depois soltam uma matéria dizendo que eu arrecadei R$ 4 milhões, mais que o PSDB nacional, e ainda no caixa dois. Sai a entrevista, uma semana depois o EJ vem e diz que não falou nada daquilo. Foi a primeira vez que me chamaram de Paulo Preto. Eu nunca tinha ouvido ninguém me chamar assim. O apelido ou é depreciativo ou é carinhoso. Não sou um alemão…
O que me espanta nesse sr Eduardo Jorge, que eu não conheço, é que ele processou todos os veículos de comunicação por terem feito com ele o que ele fez comigo agora. A mesma coisa o sr. Losacco. Ele é candidato. Eu fico abismado… Eu só fiz o bem para esse pessoal. No primeiro dia que saiu, eu me reuni com o meu advogado e disse: quero processar esses caras. Eu trabalhei para um governo que eu imagino honesto até hoje. O governador é correto. O Aloysio, o [Francisco] Luna, [secretário de Planejamento,] são corretos. Os caras mentiram.

Eu procurei o sr. Aloysio. Por meio da assessoria, ele disse que não tinha declarações a dar a seu respeito, que tudo que tinha a dizer sobre esse assunto ele já havia dito em uma nota no ano passado. Isso é amigo?
Eu sei que eu sou amigo dele. E a mim ele sempre deu demonstração de amizade. Fui com o Aloysio para Brasília, quando ele assumiu a Secretaria Geral da Presidência. Precisava tocar os programas do presidente, o Brasil Empreendedor Rural, micro, pequenas e médias empresas, crise energética. Fui trabalhar com Pedro Parente, puta executivo. O cara que falar mal dele e do Lula para mim tá condenado. Os incompetentes não me entendem, só os competentes.

O povo não podia entrar no Palácio [do Planalto]. Eu disse: “Aloysio, o povo tem que entrar no Palácio”. É isso que esse presidente [Lula] faz. É o “Cara”. E não sou eu quem diz isso, é o [presidente dos EUA,] Barack Obama.

Eram 17 ministérios, e eu só sentava com o cara abaixo do ministro, gente que tinha comando. Recebia em Brasília todos os executivos de todos os órgãos públicos do Brasil inteiro. Fui à casa do presidente duas ou três vezes, mas ele não me conhece.

Depois eu não quis vir para a Prefeitura [de São Paulo, com José Serra] porque eu achava que não tinha uma coisa dentro da minha capacidade para realizar.

Aloysio é o braço direito do Serra, o número um. O Aloysio foi o braço direito dele. É impossível ter acontecido alguma coisa nesse governo Serra sem Francisco Vidal Luna, [secretário de Planejamento]. Aliás, governo Serra é Francisco Vidal Luna, Mauro Ricardo, [secretário de Fazenda] e Aloysio Nunes Ferreira.

Só a eles que que me reportava. Mais ao Luna, que é técnico, menos ao Aloysio, que é político.
Aí o mercado queria fazer a Marginal –as empresas Andrade, Camargo…. precisavam de um profissional. Eu ia ser vice-presidente da Dersa, que é o pior cargo do mundo. Eu não aceito ser vice em lugar nenhum. A Marginal começou a ir pra frente. Conheci o Luna, e aí dei a ideia da Jacu-Pêssego, parada desde Jânio Quadros, com problemas no TCU. Consegui fazer um convênio e trazer a obra para a Dersa. Negociei, reduzi em 23% o preço. Foi a primeira, a única obra inaugurada na Dersa nesse período. Eu era diretor de Relações Institucionais. Criou-se essa diretoria, que fazia os convênios das obras, como a Marginal e a Jacu-Pêssego.

Acabou o governo do Alckmin e eu continuei na administração. Não digo que gosto de todos, mas fui o único que continuei no governo.

E quem não queria?
Eu já estava lá na transição. Eu queria ter sido diretor de Engenharia da Dersa. Quem entrou na época foi o Thomaz de Aquino… toda a equipe do [governador Alberto] Goldman. No princípio, eu não era da equipe deles, não fui indicado por eles. O Mauro Arce, [secretário de Transportes], indicou o diretor de engenharia, uma pessoa honesta, mas, sinto muito, ele não tinha condição de ser diretor de engenharia. O setor público, quando se faz a nomeação de uma pessoa, tem que ver a vida pregressa dela. Será que alguém acreditava que o Dunga poderia dar certo se ele nunca foi técnico de nada? E o Maradona? Foram grandes jogadores.

Nessa época não se falava em Rodoanel. O governo achava que era impossível fazer o Rodoanel. Nem vou falar mal do [Mauro] Arce, ele sempre acha tudo impossível. Para que colocar data se você pode só colocar meta? Eu disse ao governo: eu faço o Rodoanel.

Quando o sr. entrou na Dersa?

Em 2005, no governo Alckmin, para cuidar da Marginal. Em 2007 veio o Rodoanel. Aí o pessoal que estava lá começou a me respeitar. Eu coloquei data: 27 de março de 2010, às 11h45 –porque eu gosto de quarto de hora, não porque 45 tenha simbologia com alguma coisa. Todas as obras que eu coordenei tinham data e hora para terminar. Já ouvi declaração do governador atual [Alberto Goldman] que não é isso: que o importante é ter meta. Para mim, o importante é ter data.

Por que tiraram o sr. da Dersa?
Porque eu sou uma ameaça para os incompetentes.
Pela minha maneira de ser, de eu me posicionar. Acredito que o próprio governador, o meu estilo não era o estilo dele, não era o estilo do Arce. Eu recebi por escrito aqui os cinco mandamentos que regem a vida do Mauro Arce: “Não pense. Se pensar, não fale. Se falar não escreva. Se escrever, não assine. Se escrever e assinar, aguente as consequências”. Ele é um sábio. Tudo isso aconteceu comigo.

O sr. já levantou fundos para campanhas políticas?
Nenhuma vez, para ninguém, nem para o Aloysio.

Já recebeu dinheiro de empreiteiro?
Nem uma única vez.

Já pediu?
Nunca.

Já ofereceram?
A mim? Não.

Nunca arrecadou recursos mesmo?
Não.

E de onde o sr. acha que surgiu a história desse caixa dois de R$ 4 milhões?

Eles pediram para os empresários, que não quiseram dar. Esse cara cuidou das [estradas] vicinais [Losacco], por indicação do governador. Eu acho que quem criou a matéria foi ele. Acho que não foi Eduardo Jorge. Acho que quem criou esse assunto não foi a imprensa. Eu tenho um raciocínio íntimo. Qual o cara que mais apareceu no governo Serra? Qual o único cara que foi demitido? Eu. Qual o único cara que entregou todas as obras no horário marcado? Eu.

E agora o que o sr. está fazendo?
Eu agora só vivo por conta de entrevista, bracelete da [joalheria] Gucci….

O sr. foi denunciado criminalmente à Justiça e hoje responde a ação penal em decorrência de tentar avaliar uma joia que teria sido roubada.
Se fosse autêntico e se valesse aquilo eu ia comprar aquele bracelete e daria pra minha mulher no final do ano. Comprei uma joia, sem nota –quem disser que dá nota está mentindo. Fui para o meu carro e, quando vi que era da Gucci, decidi saber se era autêntico. Cheguei na Gucci e disse: “é possível você avaliar a autenticidade dessa joia”? A vendedora pegou a joia e foi lá para dentro. Eu fiquei experimentando sapato.
Chamaram a polícia. Me pediram documento. Eu não ando com documento. Assinei um termo dizendo que me dispunha a ir à delegacia prestar esclarecimento como testemunha. Fui para a delegacia com meu carro, dirigindo. Depois chegou a delegada e disse “tá todo mundo preso”. Armaram e eu caí, tudo bem. Mas esse negócio de caixa dois, isso não.

Foto de Serra ao lado de Paulo Preto, dica da leitora Annita:













IG: Dilma anuncia plano para estimular e acelerar adoção

Candidata do PT foi a evento infantil no Dia das Crianças e retrucou boatos contra ela que citam o tema do aborto

Danilo Fariello, iG Brasília | 12/10/2010 12:5


A candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, promoveu hoje, em Brasília, novo evento para aproximar sua imagem ao bem estar das crianças. Em plena campanha marcada por ataques contra ela em que se questiona sua posição sobre o aborto, Dilma foi comemorar o Dia das Crianças no Plano Piloto do Distrito Federal, onde conversou com famílias de militantes.


Dilma anunciou que promoverá, se eleita, projeto de parceria entre governo e sociedade civil para estimular a adoção de crianças no Brasil. Dilma lembrou que, em idades relativamente mais avançadas, como 6 ou 7 anos, o potencial de crianças órfãs serem adotadas no país cai muito e, quando isso ocorre, elas são costumeiramente adotadas por estrangeiros.


Na semana passada, Dilma visitou, também em Brasília, o orfanato Lar da Criança Casa de Ismael. “Queremos também acelerar o processo de adoção”, disse a candidata.


Dilma também prometeu investimentos para desenvolver as creches no país. Em seu plano de governo, a candidata do PT promete criar 6 mil creches no Brasil. “A creche é o primeiro pilar da educação. O Brasil do futuro depende das crianças.”


Reação a onda de boatos


Ainda sobre o tema do aborto, Dilma voltou a atacar o que classifica como uma série boatos contra ela e lembrou, novamente, que a esposa do candidato José Serra (PSDB), Mônica, teria dito que ela “mataria criancinhas”. A candidata considerou os boatos "agressivos" e "absurdos".


O presidente do PT, José Eduardo Dutra, também criticou a onda de boatos que, segundo ele, atinge a campanha de Dilma. Dutra informou que o PT pediu inquérito policial para investigar a distribuição de folhetos conservadores que atacavam Dilma, em evento tucano. Segundo Dutra, os folhetos traziam inscrição da organização Tradição, Família e Propriedade (TFP).


Dutra lembrou que apenas quando um inquérito policial aponta responsável por determinado boato ou ataque, é possível ao partido acionar a Justiça. “Mas essa é uma campanha clandestina e só conseguimos acusar o candidato Serra uma vez, quando ele falou uma calúnia. Por isso ele é réu em uma ação judicial.”






Aldo Pagotto, bispo da Paraíba, cometeu O Pecado do Falso Testemunho?

Alguns membros reacionários da igreja católica estão divulgando material na internet que depõe contra a própria instituição e coloca todos da igreja no mesmo "balaio". Aprendi no catecismo que Falso Testemunho é um pecado muito grave. Mas os altos membros da igreja estão isentos deste pecado?


O vídeo abaixo mostra mais uma baixaria, ao que tudo indica, do Bispo Aldo Pagotto da Paraíba, difamando e caluniando. Será a serviço da candidatura de José Serra?

Fonte: Conversa Afiada


Vejam o vídeo (não é vírus):

http://www.youtube.com/watch?v=j2q2DI9RsUo


Depois do vídeo, vejam o que os CATÓLICOS da diocese dele pensam sobre o próprio bispo:

Cristãos da Paraíba pedem afastamento de bispo por preconceito contra os pobres
Terça-feira, 5 de outubro de 2010 – 10h17min
Em nota pública, dirigida ao Vaticano e à CNBB, um grupo de lideranças da Igreja Católica da Paraíba e de outros movimentos sociais pediu a substituição do bispo católico de João Pessoa, Dom Aldo Pagotto. O bispo é acusado de preconceito contra os pobres e de desrespeito para com lideranças comprometidas com a causa popular. Sentindo-se “agredidos por suas palavras e atos”,  as lideranças afirmam que o bispo trata “os pobres com arrogância e desprezo, enquanto trata com privilégio os ricos e poderosos e seus respectivos interesses”. Veja a íntegra da denúncia:

João Pessoa, 09 de setembro de 2010

Ao Sr. Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri
Ao Sr. Presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha
Ao Sr. Presidente do Regional Nordeste II da CNBB, Dom Antônio Muniz Fernandes
Aos membros das instâncias colegiadas da Arquidiocese da Paraíba
Srs. Bispos, nossos Irmãos,

Em carta aberta, nós, Leigos, Leigas, Religiosas, Religiosos, Diáconos e Presbíteros da Arquidiocese da Paraíba, abaixo-assinados, dirigimo-nos respeitosamente aos Srs. Responsáveis pelas diferentes instâncias eclesiais, inclusive as instâncias colegiadas da CNBB, da CNBB Nordeste II e da Arquidiocese da Paraíba, para externar-lhes nossas profundas inquietações em relação à situação comprometedora de nossa Arquidiocese, tendo em vista a já longa sequência de atos deploráveis REITERADAMENTE cometidos pelo Sr. Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo di Cillo Pagotto, desde o primeiro ano de sua chegada a essa Arquidiocese (cf. documentos anexos), principalmente no tocante ao seu relacionamento sistematicamente desrespeitoso e preconceituoso em relação aos pobres, à maioria das pastorais sociais (que não apenas não têm contado com seu apoio, antes têm sido por ele hostilizadas). Atos dessa natureza se sucedem, sem qualquer sinal de mudança de atitude por parte de Dom Aldo. Entendemos chegada a hora de apelarmos a quem tem o dever de se posicionar claramente sobre tal situação, que só tende a agravar-se, caso continue prevalecendo o silenciamento ou a omissão diante da lista considerável de atitudes de desdém ou de humilhação a tudo que diga respeito, por exemplo, às CEBs, à CPT, aos leigos, leigas, religiosas ou até a padres e outros grupos pastorais comprometidos com a causa dos pobres, com igual atitude em relação aos movimentos populares, constantemente agredidos por suas palavras e atos, tratando aos pobres com arrogância e desprezo, enquanto trata com privilégio os ricos e poderosos e seus respectivos interesses. Para tanto, não hesita em apelar, quando lhe convém, e de forma unilateral, aos rigores do Código de Direito Canônico, como o fez em relação à suspensão de ordens do Pe. Luiz Couto.

Seu mais recente ato de desrespeito e de preconceito contra os pobres e suas legítimas demandas se deu por meio da imprensa local – na qual aparece com uma freqüência pouco recomendável a um pastor de quem se espera discrição e prudência. Desta feita, numa atitude de afronta a um pleito legítimo e justo como é o Plebiscito pelo limite do tamanho da propriedade da terra, no Brasil, medida já tomada inclusive por diversos países, inclusive a Itália, bandeira amplamente consensual entre as organizações de base da sociedade brasileira (pleito assumido pela CNBB, pelo CONIC e mais de cinqüenta entidades e movimentos populares) e que tem fundamento na própria Doutrina Social da Igreja e nos Documentos da CNBB.

Eis que, sem tomar em conta sequer os documentos que fundamentam a iniciativa, Dom Aldo Pagotto vai ao Correio da Paraíba, em coluna assinada pelo mesmo, em artigo publicado a dois dias do início do referido Plebiscito, e trata de questionar – já a partir do título capcioso de seu artigo “Limite à propriedade produtiva?”- a validade do Plebiscito, tecendo insinuações injuriosas- inclusive de roubo – contra os pobres e contra os movimentos populares. Não contente com a desfeita, volta à sua coluna semanal de domingo, dia 5 de setembro, em pleno período de realização do referido Plebiscito, para reiterar sua posição.

Diante desses fatos graves, em que é o próprio pastor que se mantém intransigente em seu comportamento sistemático de semear o divisionismo em seu rebanho, vimos solicitar encarecidamente às diferentes instâncias eclesiais que os Srs. representam, a substituição do atual arcebispo, Dom Aldo Pagotto, convencidos que estamos, por fatos concretos de que ele não atende aos requisitos pastorais e pedagógicos de um pastor, no cuidado de seu rebanho.

Confiantes em sua prudência pastoral, e aguardando seu pronunciamento e as providências urgentes que o caso requer, expressamos-lhes nossas saudações fraternas.

Alder Júlio Ferreira Calado – Diácono
Elias Cândido do Nascimento – Leigo, Coordenador do MTC/NE-II
Genaro Ieno – Ex-Agente de Pastoral Leigo
Rolando Lazarte – Sociólogo, ex-professor da UFPB
Lívia Lima Pinheiro – Leiga, ex-Membro da Equipe Exec. Setor Juvent.
Romero Venâncio Júnior – Leigo, Professor Universitário
Genielly Ribeiro da Assunção – Leiga
José Brendan Macdonald – Leigo, Assessor na formação de jovens do meio popular
Eduardo Côrtes Aranha – Leigo
Antônio Alberto Pereira – Professor da UFPB
Ricardo Brindeiro – Animador das Pastorais Sociais
Arivaldo José Sezyshta – Coordenador do Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste
Maria Angelina de Oliveira – Ex-Coordenadora da JOC (nacional e internacional)
José Gilson Silva Alves – Dirigente Sindical (SINTER – PB)
Luiz Lima de Almeida – Dirigente Sindical (SINTR – PB)
Renato Paulino Lanfranchi – Leigo, ativista de direitos humanos
Raimundo Nonato de Queiroz – Educador de Jovens Cristãos
Luciano Batista de Souza – Nós Também Somos Igreja
Luciano de Sousa Silva – Professor da UFPB
João da Cruz Fragoso – Leigo, membro do Grupo Nós Também Somos Igreja
José Marcos Batista de Moraes – Assessor da Past. Juventude/ C.G
Gilma Fernandes B. Madruga – Leiga, Educadora de Jovens Cristãos
Samantha Pollyanna M. Pimentel – Leiga, Educadora de Jovens Cristãos
Íris Charlene Lima de Abreu – Leiga, Educadora de Jovens Cristãos
Janaína Brasileiro Formiga – Leiga, Educadora de Jovens Cristãos
José Washington de Oliveira Castro Júnior – Leigo, Educador de Jovens Cristãos
Magdala Cavalcanti de Melo – Leiga, membro do Grupo Nós Também Somos Igreja
Valdênia Paulino Lanfranchi – Advogada de Direitos Humanos
Pedro Ferreira de Lima – Diretor do SINTRICOM
Luiz Muniz de Lima – Diretor do SINTRICOM
Maria José Moura Araújo – Projeto Sal da Terra
Erasmo França de Sousa – SINTRICOM
Josiana da S. Ferreira – SINDTESP
José Laurentino da Silva – SINTRICOM
Ednalva Costa da Silva – SINTRICOM
Rafaela Carneiro Cláudio – Leiga, Coord. Assembléia Popular
Adenilton Felinto da Silva – Leigo – Educador Popular
Rosa Lisboa – Leiga – Educadora Popular
Gleyson Ricardo A. de Melo – Leigo, Assembléia Popular
Dora Delfino – Leiga, Rede de Educadores do NE
João Batista da Silva – Leigo
José Santana – SINTRICOM
Eulina Pereira Ferreira – Projeto Sal Terra
Gilberto Paulino de Oliveira – CUT
Edmilson da Silva Souza – Leigo
Francisco D. H. dos Santos – Leigo
Eliana Alda de F. Calado – Leiga
Maria de Oliveira Ferreira Filha – Professora da UFPB
Nilza Ribeiro – Leiga
 isto está no site do CEBI – que é CATÓLICO
 
http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=1¬iciaId=1482







Governo Lula/Dilma X Governo FHC/Serra













Juiz aceita ação contra Serra por crimes de difamação e calúnia

do Vermelho




O juiz José Ricardo Coutinho Silva, da 111ª Zona Eleitoral de Porto Alegre (RS), aceitou nesta sexta-feira (8) a denúncia feita pelo MPE (Ministério Publico Eleitoral) contra o candidato José Serra (PSDB) por difamação e calúnia. Entre os caluniados, está o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT).

A denúncia traz provas de que Serra cometeu crimes de calúnia e difamação. Ela foi apresentada por Fernando Pimentel, quando ele ainda era candidato ao Senado pelo PT-MG. Em entrevista a uma emissora de rádio da capital gaúcha, em julho deste ano, Serra repetiu declarações de seu vice, Índio da Costa (DEM) ligando o PT às Farc e ao narcotráfico, além de acusar Pimentel de ter sido o autor de um suposto dossiê contra membros do PSDB. O suposto dossiê nunca apareceu.

O caso será analisado pelo juiz José Ricardo Coutinho Silva, responsável pela 111ª Zona Eleitoral de Porto Alegre.

Calúnia e difamação na internet: denuncie


Não é apenas o epsiódio de Pimentel que mostra a opção da campanha de Serra pela calúnia e difamação como armas da disputa eleitoral. Apoiadores do candidato –e suspeita-se que até mesmo sua coordenação de campanha– apelou de vez para o jogo sujo neste segundo turno.

Textos apócrifos, carregados de conservadorismo, preconceito, moralismo e falsidades, circulam pelas redes sociais e correios eletrônicos atacando a candidatura de Dilma Rousseff (PT).

Contra esta onda de baixaria, o endereço oficial da candidata na internet criou uma central onde qualquer pessoa pode conferir se um boato recebido por email ou de outra forma sobre ela é verdade ou é mentira. “Contra a corrente do mal, que espalha mentiras e calúnias, vamos enviar uma mensagem do bem”, diz o texto que informa à militância sobre a novidade. O endereço é esse: http://www.dilma13.com.br/verdades

A campanha de Dilma está recomendando aos seus apoiadores denunciar na Polícia Federal através do endereço ( http://www.safernet.org.br/site/ ) e no Ministério Público Eleitoral ( pge@pgr.mpf.gov.br ) as mesnagens que contém crime de calúnia e difamação. “Atribuir a uma pessoa crime que a pessoa não cometeu, é crime de quem acusa. Em caso de candidatos às eleições, é agravante, por que a ofensa não é apenas pessoal, mas perturbação à ordem democrática, sujeitando os criminosos a penalidades como formação de quadrilha, alarmismo, etc”, diz o comando da campanha petista.

Eles orientam, no entanto, que no caso de receber o e-mail difamatório de um conhecio, a melhor atitude é responder com educação, colocando seu ponto de vista e os argumentos do porquê vota em Dilma e não em Serra. “Se receber email de pessoas conhecidas contendo mentiras, responda com a verdade, com seriedade e educação. A melhor forma de convencer algum amigo de boa vontade, mas que esteja mal-informado, é com seriedade e educação”, diz o texto da campanha.

Da redação,
com agências







O Pecado do Falso Testemunho

Este vídeo deveria ser passado em muitas igrejas, para muitos padres, pastores e fiéis.








Baixarias de Serra e PSDB

17h29 - 06/10/2010
 Do site Uol

Panfleto pró-TFP circula em reunião de cúpula tucana


texto incita militantes a divulgar na web que plano de Dilma inclui perseguir cristãos, legalizar aborto e prostituição

Participantes da reunião de cúpula da campanha de José Serra (PSDB) hoje (6.out.2010), em Brasília, receberam um panfleto com instruções sobre como propagar uma campanha anti-Dilma na internet. Num dos trechos, recomenda aos militantes visitarem o site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, um dos fundadores da TFP ( Sociedade Brasileira de Defesa de Tradição, Família e Propriedade), uma das mais conservadores agremiações do país.


O panfleto basicamente se refere ao PNDH-3 (Programa Nacional de Direitos Humanos), lançado pelo governo Lula no final do ano passado. Eis um dos trechos do panfleto divulgado na reunião tucana:


O PNDH-3 é um projeto de lei que tem por objetivo implantar em nossas leis a legalização do aborto, acabar com o direito da propriedade privada, limitar a liberdade religiosa, perseguir cristãos, legalizar a prostituição (e onde fica a dignidade dessas mulheres?), manipular e controlar os meios de comunicação, acabar com a liberdade de imprensa, taxas sobre fortunas o que afastará investimentos, dentre outros. É um decreto preparatório para um regime ditatorial”.


O blog estava dentro da sala do centro de convenções Brasil 21 na qual se realizou o encontro tucano. Por volta das 16h10, antes de a imprensa ser admitida no recinto, uma mulher com adesivo de Serra colado no peito distribuiu o bilhete. “Pega e passa”, dizia.


Era do tamanho de um papel A4 dividido ao meio. Mais tarde, uma pequena pilha (cerca de 3 cm de altura) com esses panfletos foi deixada ao lado do local onde era servido café –e a imprensa teve livre acesso. Ao final, o texto recomenda: “Divulgue esta informação através das redes sociais da internet (blogs, Orkut...)”.


Segundo as assessorias do PSDB nacional e do candidato José Serra, a confecção do panfleto não tem relação com o partido nem com a campanha tucana. Ainda assim, o papel ficou à disposição de quem tivesse interesse em pegar. Os panfletos só foram retirados um pouco depois de o Blog ter perguntado à cúpula tucana a respeito do assunto.


Eis a íntegra do texto do bilhete:


“Você sabe o que é o PNDH-3? Se você é uma pessoa que pensa em votar na Dilma, conheça bem este projeto antes de votar.


“O PNDH-3 é um projeto de lei que tem por objetivo implantar em nossas leis a legalização do aborto, acabar com o direito da propriedade privada, limitar a liberdade religiosa, perseguir cristãos, legalizar a prostituição (e onde fica a dignidade dessas mulheres?), manipular e controlar os meios de comunicação, acabar com a liberdade de imprensa, taxas sobre fortunas o que afastará investimentos, dentre outros. É um decreto preparatório para um regime ditatorial.

“O que podemos esperar de um governo que tenta atropelar a sua constituição, tratados e convenções internacionais? Não duvide da veracidade dessas informações, pesquise a respeito e voto consciente!


“No próximo dia 3 de outubro, você pode mudar radicalmente o campo de batalha contra o PNDH-3. Para o bem ou para o mal... Tudo vai depender de como se comporá o novo Congresso Nacional depois do resultado das urnas. Mas e muito grande o número de pessoas que ainda não se conscientizaram do momento que atravessamos.


“Se você não fizer nada agora, não adiantará chorar sobre o resultado das urnas. E prepare-se para assistir nos próximos 4 anos uma transformação radical do País. Pense na sua família! O direito de votar é seu , o dever de promover a vida é do povo brasileiro. É através do voto que demonstramos o nosso poder!


“Passe essa informação adiante, não se omita, lute pelos nossos direitos! Depois pode ser tarde demais!


“Vamos eleger os políticos “Ficha Limpa de PNDH-3”. Veja as propostas dos seus candidatos, fique alerta! Divulgue esta informação através das redes sociais da internet (blogs, Orkut...)


“Acesse HTTP://www.ipco.org.br/home/  - Envie o seu cartão amarelo de alerta as deputados e senadores. Faça você também a sua parte, não se omita! Se puder faça cópias deste texto e ajude-nos com este trabalho, imprima os cartazes disponíveis neste site.


“Jesus disse: Eu vim para que todos tenham vida!”.


“Uma democracia sem valores converte-se facilmente num totalitarismo aberto ou dissimulado, como a história demonstra”. João Paulo II”.


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Por Fernando Rodrigues







José Alencar assume coordenação da campanha de Dilma em MG



Ainda se recuperando da última cirurgia, o vice-presidente da República José Alencar assumiu nesta terça-feira (5) a coordenação da campanha em Minas Gerais da candidata à Presidência Dilma Rousseff, do PT.

O anúncio foi feito hoje em Belo Horizonte, em coletiva a imprensa. Segundo ele, a estratégia – como no primeiro turno – será reforçar a "mineiridade" de Dilma e seus laços com o Estado. Embora tenha nascido em Belo Horizonte, Dilma construiu carreira política no Rio Grande do Sul, onde morou a maior parte da vida.

Nesta etapa, porém, a coordenação quer reforçar também a ligação da ex-ministra com as questões ambientais. A motivação é clara: Minas Gerais foi um dos Estados onde Marina Silva, do PV, obteve melhor votação. Na capital, a votação da candidata do Partido Verde chegou a superar a de Dilma e também a do tucano José Serra.

Disposição para a batalha

Logo no primeiro dia da nova função, Alencar mostrou disposição juvenil para a campanha do segundo turno. O vice-presidente, com anuência do presidente Lula, reuniu-se com a maioria das lideranças de partidos da base aliada em Minas Gerais e cobrou empenho no segundo turno em favor da candidata petista. A reunião foi a portas fechadas no escritório político de Alencar, localizado no prédio da Coteminas, em Belo Horizonte, empresa do qual ele é dono.

Após a reunião, Alencar deu recados duros em relação ao que classificou de “hegemonia de São Paulo”, em relação ao domínio político, e até conclamou tucanos do Estado a confirmar, no segundo turno, o voto denominado “Dilmasia”, voto casado em Dilma e no governador eleito Antonio Anastasia (PSDB), que se confirmou no primeiro turno das eleições.

Alencar procurou justificar o desempenho de Dilma no primeiro turno relembrando que em 2002 e 2006, quando ele e Lula disputaram a eleição e a reeleição, os pleitos só se decidiram em segundo turno. “Só que naquela época, os números não eram tão exuberantes como os de hoje. O quadro é de vitória. Apenas não queremos, de forma alguma, calçar salto alto”.

Ele disse que a petista ganhou de Serra no primeiro turno. “Nós ganhamos a eleição no primeiro turno [em Minas Gerais], só que a regra do jogo exige que nós ganhemos novamente. Então nós estamos indo para a segunda vitória, para confirmar a primeira”, disse.

O vice-presidente delineou como será a estratégia no Estado. Segundo ele, a ênfase vai ser em relembrar os eleitores mineiros que Dilma nasceu no Estado, é mineira e que o Estado está há muitos anos sem assumir a Presidência da República.

“Minas é uma síntese do Brasil. Minas quando está presente significa participação de todo um país. Nós temos uma preocupação muito grande com a hegemonia de São Paulo. São Paulo é a matriz econômica do Brasil, então é muito importante que as forças políticas estejam presentes, mas contemplando o Brasil como um todo.”

Alencar disse que há muitos anos “estamos oferecendo apenas vice-presidentes”. Em seguida, ressaltou a participação de Dilma no desempenho do governo Lula como um fator preponderante. A todo o tempo ele frisou a importância de um presidente mineiro”.

“É preciso que nós estejamos atentos porque temos a responsabilidade de sermos mineiros, e o Brasil tem saudade de Minas.” De forma prática, Alencar revelou que o presidente estadual do PT em Minas Gerais, o deputado federal Reginaldo Lopes, vai coordenar os contatos com prefeitos, deputados e apoiadores no interior do Estado para que não falte material e eles saibam com quem falar.

Marina Silva e Aécio Neves

O vice-presidente José Alencar procurou elogiar tanto Marina Silva quanto o recém-eleito senador Aécio Neves. Ele afirmou que foi amigo de Marina Silva no Senado, tendo participado de projetos conjuntos. "Somos grandes admiradores dela e a respeitamos muito. Ela demonstrou muito valor nessa campanha. Ela deu uma demonstração de que é a grande mulher brasileira, da selva amazônica, que encanta o mundo. O mundo inteiro torce por Marina por causa das questões ambientais que ela defende".

Alencar disse respeitar a decisão de Marina, de apoiar Serra ou Dilma, e procurou ressaltar que o presidente Lula deu, no entendimento dele, total autonomia a ela quando ocupou a pasta do Meio Ambiente.

Na sequência, Alencar disse que não tem nada contra o governador reeleito, Antonio Anastasia (PSDB) e desejou a ele que faça um “grande governo”, e disse que o ex-governador Aécio Neves "teve uma grande vitória e ele mereceu isso”.

“O governo de Minas foi vitorioso e constituído também com votos da Dilma por causa do ‘Dilmasia’. Isso é um fato”, disse Alencar convocando os eleitores tucanos a participar de “um momento histórico de responsabilidade cívica” e disse que não há razão para que todos os eleitores mineiros não estejam ao lado da candidata que devolve “a grande oportunidade a Minas de servir ao Brasil”.

“Me atrevo a dizer, é claro que isso é impossível, mas [esse movimento] deveria ter à frente o próprio governo vitorioso [de Minas Gerais]”, completou ele.

O encontrou, realizado um dia depois da visita de José Serra (PSDB) a Belo Horizonte, contou com mais de 70 lideranças entre deputados, representantes dos partidos da base aliada do governo em Minas Gerais, além do ex-ministro Hélio Costa (PMDB), Patrus Ananias (PT), candidatos a governador e vice-governador derrotados, e Fernando Pimentel (PT), que também não conseguiu se eleger senador no último domingo.

Fonte: Folha Online




Globo pratica jornalismo mentiroso para beneficiar Serra

Notícia veiculada no Jornal da Record:



Agora o Partidarismo da Globo:








Serra é o Fernando Henrique Boy







Marcelo Madureira chama Lula de “vagabundo” e “picareta”


Marcelo Madureira do Casseta&planeta e filiado ao PSDB, iniciou mais ataques ao Presidente Lula. Parece que o tal Marcelo não respeita a figura de um Presidente da República e se acha acima do bem e do mal.


Assistido ao vídeo, podemos nos perguntar: Quem é o verdadeiro "vagabundo"e "picareta"?








Maria Rita Kehl: A desqualificação do voto do pobre

Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos.

por Maria Rita Kehl no O Estado de S.Paulo

Este jornal (Estadão) teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.

Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por "uma prima" do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.

Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da "esmolinha" é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de "acumulação primitiva de democracia".

Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.






Maierovitch e o impeachment de Gilmar


NOS CORREDORES DO SUPREMO, FALA-SE EM IMPEACHMENT DE GILMAR MENDES

por Walter Maierovitch em seu blog, no Terra

A matéria apresentada pelo Jornal Folha de S. Paulo é de extrema gravidade. Pelo noticiado, e se verdadeiro, o ministro Gilmar Mendes e o candidato José Serra tentaram, por manobra criminosa, retardar julgamento sobre questão fundamental, referente ao exercício ativo da cidadania: o direito que o cidadão tem de votar.

Atenção: Gilmar e Serra negam ter se falado. Em outras palavras, a matéria da Folha de S.Paulo não seria verdadeira.

Pelo que se infere da matéria, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes interrompeu o julgamento do recurso apresentado pelo PT. Pela ação proposta, considera-se inconstitucional a obrigatoriedade do título eleitoral, acrescido de um documento oficial com fotografia.

O barômetro em Brasília indica alta pressão. Pressão que subiu com o surpreendente pedido de “vista” de Mendes. E que chegou no vermelho do barômetro com a matéria da Folha. Ligado o fato “a” (adiamento) com o “b” (pedido de Serra), pode-se pensar no artigo 319 do Código Penal: crime de prevaricação.

Já se fala entre políticos, operadores do Direito e experientes juristas, caso o fato noticiado na Folha de S.Paulo tenha ocorrido e caracterizado o pedido de Serra para Gilmar “parar” o julgamento, em impeachment do ministro.

O impeachement ecoa na “rádio corredor” do Supremo. E por eles circulam ministros e assessores.

Com efeito. O julgamento da ação proposta pelo PT transcorria sem sobressaltos. Não havia nenhuma dificuldade de ordem técnica-processual. Trocando em miúdos, a matéria sob exame dos ministros não tinha complexidade jurídica. Portanto, nenhuma divergência e com dissensos acomodados e acertados.

Sete ministros já tinham votado pelo acolhimento da pretensão apresentada, ou seja, ao eleitor, sem título eleitoral, bastaria apresentar um documento oficial, com fotografia. A propósito, a ministra Ellen Gracie observou que a exigência da lei “só complica” o exercício do voto.

O que surpreendeu, causou estranheza, foi o pedido de vistas de Gilmar Mendes. Como regra, o pedido de vistas ocorre quando a matéria é de alta complexidade. Ou quando algum ministro apresenta argumento que surpreende, provocando a exigência de novo exame da questão. Isso para que quem pediu vista reflita, mude de posição ou reforce os argumentos em contrário.

Também causou estranheza um pedido de vista de matéria não complexa, quando, pela proximidade das eleições, exigia-se urgência.

Dispensável afirmar que não adianta só a decisão do Supremo. É preciso tempo para a sua repercussão. Quanto antes for divulgado, esclarecido, melhor será.

Terceiro ponto: a votação no plenário do STF se orientava no sentido de que a matéria era de relevância, pois em jogo estava o exercício da cidadania. A meta toda era, como se disse no julgamento,  facilitar e não complicar o exercício da cidadania, que vai ocorrer, pelo voto, no próximo domingo, dia das eleições.

Um pedido de vista, a esta altura, numa questão simples, em que os sete ministros concluíram que a lei sobre a apresentação de dois documentos para votar veio para complicar, na realidade, dificultava esse mencionado exercício de cidadania ativa (votar).

O pedido de vista numa questão que tem repercussão, é urgente e nada complexa, provocou mal-estar.

Os ministros não querem se manifestar sobre a notícia divulgada pela Folha, uma vez que, tanto José Serra quanto Gilmar Mendes negaram. Mas vários deles acham que a apuração do fato, dado como gravíssimo, se for verdadeiro, é muito simples. Basta quebrar o sigilo telefônico.

Pano rápido. Como qualquer toga sabe, a matéria da Folha de S.Paulo é grave porque envolve, caso verdadeira, uma tentiva de manipulação que prejudica o direito de cidadania. Trata-se de um ministro do Supremo, que tem como obrigação a insenção. Serra e Mendes desmentiram. A denúncia precisa ser apurada pelo Ministério Público e, acredita-se, que a dra Cureau não vai deixar de apurar e solicitar, judicialmente, a quebra dos sigilos telefônicos de Serra e Mendes.

A única forma de se cassar um ministro do Supremo, já que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não tem poder correcional sobre eles, é o impeachment. Ministros do Supremo só perdem o cargo por impeachment.

O único caminho, quando se trata de grave irregularidade, de crime perpetrado — e esse caso, se comprovado, pode ser caracterizado como crime —, é o impeachment.

Na historiografia judiciária brasileira nunca houve impeachment de ministro do STF. Já houve cassação pela ditadura militar, e por motivo ideológico.







Baixaria Suprema ! Serra liga para Gilmar. Impeachment !

    Publicado em 30/09/2010

Quem será o “meu presidente” ?
A Folha (*) divulga na primeira página informação estarrecedora: “Após ligação de Serra, Mendes para julgamento de ação do PT”.

Perto das 14 horas, o jenio ligou para Gilmar Dantas (**) – clique aqui para ler o post “Gilmar dá “HC” a Serra”.

Serra chamou Gilmar de “meu presidente” !

À tarde, com o placar de 7 a 0, Gilmar Dantas – clique aqui para ver que até a Globo agora se refere a ele como Gilmar Dantas rotineiramente – Gilmar interrompeu a votação do Supremo que ia suprimir a exigência de dois documentos para votar.

Ou seja, Gilmar suspendeu uma decisão para atender a interesses eleitorais de Serra.

É o Golpe do Judiciário.

A hondurização do sistema político brasileiro.

A biografia de Gilmar já está maculada por um telefonema: o tal do grampo sem áudio.

Cadê o áudio, Dr Corrêa ?

Agora, esse telefonema e a sub-sequente decisão ofendem o Supremo, na sua essência.

O Supremo já vai mal das pernas.

Dois HCs Canguru, em 48 horas, a um passador de bola apanhado no ato de passar bola.

O perdão aos torturadores do regime militar.

O impasse da Ficha Limpa.

E, agora, segundo a insuspeita Folha (*), uma decisão que pode macular o processo eleitoral e o Supremo – , por causa uma chicana de cupinchas: “meu presidente !”.

O Supremo não vai fazer nada diante dessa chicana ?

O Supremo é Juiz ou é parte ?

O Presidente do Supremo não vai dar uma explicação à Nação ?

Gilmar será capaz de desmoralizar o Supremo tal qual se desmoralizou ?

O Supremo é Gilmar ?

(Em tempo: quem mandou o Gilmar para o Supremo ? Ele, o Príncipe dos Sociólogos, o Farol de Alexandria, FHC. Gilmar foi a pior das heranças do neoliberalismo cardosiano.)

O professor Wanderley Guilherme dos Santos publica hoje na pág. A5, no Valor, artigo excelente – “Repartição da renda faz sua última eleição”.

E explica com profundidade e, é claro, mais argúcia, o que este ordinário blogueiro tinha sugerido, num post: “eleitor da Dilma vai votar no Berlusconi, sem uma Ley de Medios”.

O Professor Wanderley observa que a “a nova classe média tende ao conservadorismo por entender que existem limites à mobilidade social existente”.

Ele sustenta também que essa é a ultima, agonizante, aventura  Golpista do PiG (***).

E oferece uma explicação muito interessante: o PiG (***) prega ao vento, porque não arranca mais os militares dos quartéis.

E, sem os militares Golpistas, o Golpe do PiG (***) não existe.

Boa, Wanderley !

Mas, Wanderley observa, no fim do brilhante artigo: “o poder desestabilizador se concentra, hoje, nesse fóssil institucional que é a Justiça Eleitoral”.

Não é a dra Cureau, que tentou calar o Blog dos Amigos do Presidente, e  a Carta Capital, quando mereceu essa exemplar resposta do Mino.

O problema está num degrau bem acima da dra Cureau, não é, Wanderley ?

Está no Gilmar Dantas (**) e nesse telefone desavergonhado.

Mas, isso tem conserto.

O novo Senado pode votar o impeachment do Gilmar.

E devolvê-lo ao instituto Fernando Henrique Cardoso, como professor de Ética.

Em tempo: na mesma página do Valor, Maria Inês Nassif escreve outro excelente artigo: “Uma democracia sem adjetivos vai às urnas”. Não perca. O amigo navegante vai reconstituir, lá, as promessas irresponsáveis que o Serra fez na campanha: asfaltar a Transamazônica, um salário mínimo de R$ 600, 13º. para o Bolsa Família, e abono de 10% para os aposentados. Ele diz qualquer coisa, não é Inês ?

Paulo Henrique Amorim











A testemunha-bomba do PiG (*) é para associar Dilma ao PCC

 

Fonte: Paulo Henrique Amorim

    Publicado em 29/09/2010


Na foto, último argumento do PiG

O Conversa Afiada reproduz texto que recebeu de amigo  navegante.

Perceba a possível conexão entre o teor do texto e a notícia veiculada em Brasília:


A “bala de prata” é a maior fraude da história política do Brasil


Indivíduos do Capital e da região de Sorocaba, com diversas passagens pela polícia (roubos, receptação, assaltos à mão armada, seqüestros etc.) foram contatados por políticos ligados ao PSDB local através de um elemento intermediário com trânsito mútuo;


Foram informados de que “prestariam serviços” e levados até um shopping da cidade de São José do Rio Preto;


Lá mantiveram encontro com outras três pessoas, descritas como “muito importantes”, e receberam um adiantamento em dinheiro vivo;


Não se tratava de qualquer encomenda de morte, assalto ou ato criminoso tão comum para os marginais recrutados;


Imediatamente, tais bandidos foram levados até o Rio de Janeiro, a um bairro identificado como Jardim Botânico, onde ficaram confinados por dois dias;


Uma equipe de TV, num estúdio particular, gravou longa entrevista com os bandidos. O script era o seguinte: “somos do PCC, sempre apoiamos o governo Lula e estamos com Dilma”. Não fugiu disso, com variações e montagens em torno de uma relação PCC/Lula/PT/Dilma;


Os bandidos recrutados também foram instruídos a fazer ligações telefônicas para diversos comparsas que cumprem penas em penitenciárias do Estado de São Paulo. A ordem era clara: simular conversas que “comprovassem” a ligações entre o PCC e a campanha de Dilma;


Tudo foi gravado em áudio e vídeo;


A farsa começou a ser desmontada quando o pagamento final pelo serviço veio aquém do combinado;


Ao voltarem para São Paulo, alguns dos que gravaram a farsa decidiram, então, denunciar o esquema, relatando toda a incrível história acima com riqueza de detalhes;


As autoridades já estão no encalço da bandidagem. De toda a bandidagem;


A simulação seria veiculada por uma grande emissora de TV e por uma revista depois do término do horário eleitoral, causando imenso tumulto e comoção, sem que a candidata Dilma Rousseff, os partidos que a apóiam e o próprio governo Lula tivessem o tempo de denunciar a criminosa armação;


Essa é a “bala de prata”. Já se sabe seu conteúdo, os farsantes e o custo, além dos detalhes. Faltam duas peças: quem mandou e quem veicularia (ou ainda terá o desplante de veicular?) a maior fraude da história política brasileira;


Com a palavra, as autoridades policiais.

A propósito, o amigo navegante enviou essa “nota” extraída da imprensa de Brasilia:

29/09/2010 | 00:00 – www.claudiohumberto.com.br

Almoço global

A Rede Globo oferece em São Paulo almoço vip, nesta quinta, data do último debate presidencial, a Leandro Daiello, superintendente local da Polícia Federal – que anda atarefada com inquéritos de Erenice & cia.







Campanha de e-mails falsos contra a Dilma



do Seja Dita Verdade

Para facilitar a divulgação nesta última semana de campanha, fiz uma compilação dos emails falsos que circulam nesta campanha sobre Dilma Rousseff e seus respectivos desmentidos. Cada link remete ao leitor ao texto em questão. Espalhem, é importante:

A morte de Mário Kosel Filho: http://migre.me/1pfAb

A Ficha Falsa de Dilma Rousseff na ditadura http://migre.me/1pfCc

O porteiro que desistiu de trabalhar para receber o Bolsa-Família http://migre.me/1pfEJ

Marília Gabriela desmente email falso http://migre.me/1pfSW

Dilma não pode entrar nos Estados Unidos http://migre.me/1pfTX

Foto de Dilma ao lado de um fuzíl é uma montagem barata http://migre.me/1pfWn

Lula/Dilma sucatearam a classe média (B) em 8 anos: http://migre.me/1pfYg

Email de Dora Kramer sobre Arnaldo Jabor é montagem http://migre.me/1pfZH

Matéria sobre Dilma em jornais canadenses é falsa: http://migre.me/1pg1t

Declarações de Dilma sobre Jesus Cristo – mais um email falso: http://migre.me/1pg2F

Fraude nas urnas com chip chinês – falsidade que beira o ridículo: http://migre.me/1pg58

Vídeo de Hugo Chaves pedindo votos a Dilma é falso: http://migre.me/1pg6c

Matéria sobre amante lésbica de Dilma é invenção: http://migre.me/1pg7p





A carta aberta de juristas em defesa de Lula

 Fonte: Vi o Mundo

Reproduzo o que me foi sugerido por dois leitores:

Em uma democracia, todo poder emana do povo, que o exerce diretamente ou pela mediação de seus representantes eleitos por um processo eleitoral justo e representativo. Em uma democracia, a manifestação do pensamento é livre. Em uma democracia as decisões populares são preservadas por instituições republicanas e isentas como o Judiciário, o Ministério Público, a imprensa livre, os movimentos populares, as organizações da sociedade civil, os sindicatos, dentre outras.

Estes valores democráticos, consagrados na Constituição da República de 1988, foram preservados e consolidados pelo atual governo.

Governo que jamais transigiu com o autoritarismo. Governo que não se deixou seduzir pela popularidade a ponto de macular as instituições democráticas. Governo cujo Presidente deixa seu cargo com 80% de aprovação popular sem tentar alterar casuisticamente a Constituição para buscar um novo mandato. Governo que sempre escolheu para Chefe do Ministério Público Federal o primeiro de uma lista tríplice elaborada pela categoria e não alguém de seu convívio ou conveniência. Governo que estruturou a polícia federal, a Defensoria Pública, que apoiou a criação do Conselho Nacional de Justiça e a ampliação da democratização das instituições judiciais.

Nos últimos anos, com vigor, a liberdade de manifestação de idéias fluiu no País. Não houve um ato sequer do governo que limitasse a expressão do pensamento em sua plenitude.

Não se pode cunhar de autoritário um governo por fazer criticas a setores da imprensa ou a seus adversários, já que a própria crítica é direito de qualquer cidadão, inclusive do Presidente da República.

Estamos às vésperas das eleições para Presidente da República, dentre outros cargos. Eleições que concretizam os preceitos da democracia, sendo salutar que o processo eleitoral conte com a participação de todos.

Mas é lamentável que se queira negar ao Presidente da República o direito de, como cidadão, opinar, apoiar, manifestar-se sobre as próximas eleições. O direito de expressão é sagrado para todos imprensa, oposição, e qualquer cidadão. O Presidente da República, como qualquer cidadão, possui o direito de participar do processo político-eleitoral e, igualmente como qualquer cidadão, encontra-se submetido à jurisdição eleitoral.

Não se vêem atentados à Constituição, tampouco às instituições, que exercem com liberdade a plenitude de suas atribuições.

Como disse Goffredo em sua célebre Carta: Ao povo é que compete tomar a decisão política fundamental, que irá determinar os lineamentos da paisagem jurídica que se deseja viver. Deixemos, pois, o povo tomar a decisão dentro de um processo eleitoral legítimo, dentro de um civilizado embate de idéias, sem desqualificações açodadas e superficiais, e com a participação de todos os brasileiros.


ADRIANO PILATTI - Professor da PUC-Rio

AIRTON SEELAENDER – Professor da UFSC

ALESSANDRO OCTAVIANI - Professor da USP

ALEXANDRE DA MAIA – Professor da UFPE

ALYSSON LEANDRO MASCARO – Professor da USP

ARTUR STAMFORD - Professor da UFPE

CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO – Professor Emérito da PUC-SP

CEZAR BRITTO – Advogado e ex-Presidente do Conselho Federal da OAB

CELSO SANCHEZ VILARDI – Advogado

CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO – Advogado, Conselheiro Federal da OAB e Professor da
UFF

DALMO DE ABREU DALLARI – Professor Emérito da USP

DAVI DE PAIVA COSTA TANGERINO – Professor da UFRJ

DIOGO R. COUTINHO – Professor da USP

ENZO BELLO – Professor da UFF

FÁBIO LEITE - Professor da PUC-Rio

FELIPE SANTA CRUZ – Advogado e Presidente da CAARJ

FERNANDO FACURY SCAFF – Professor da UFPA e da USP

FLÁVIO CROCCE CAETANO - Professor da PUC-SP

FRANCISCO GUIMARAENS – Professor da PUC-Rio

GILBERTO BERCOVICI – Professor Titular da USP

GISELE CITTADINO – Professora da PUC-Rio

GUSTAVO FERREIRA SANTOS – Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco

GUSTAVO JUST – Professor da UFPE

HENRIQUE MAUES - Advogado e ex-Presidente do IAB

HOMERO JUNGER MAFRA – Advogado e Presidente da OAB-ES

IGOR TAMASAUSKAS - Advogado

JARBAS VASCONCELOS – Advogado e Presidente da OAB-PA

JAYME BENVENUTO - Professor e Diretor do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Católica de Pernambuco

JOÃO MAURÍCIO ADEODATO – Professor Titular da UFPE

JOÃO PAULO ALLAIN TEIXEIRA - Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco

JOSÉ DIOGO BASTOS NETO – Advogado e ex-Presidente da Associação dos Advogados de São Paulo

JOSÉ FRANCISCO SIQUEIRA NETO - Professor Titular do Mackenzie

LENIO LUIZ STRECK - Professor Titular da UNISINOS

LUCIANA GRASSANO – Professora e Diretora da Faculdade de Direito da UFPE

LUÍS FERNANDO MASSONETTO - Professor da USP

LUÍS GUILHERME VIEIRA – Advogado

LUIZ ARMANDO BADIN – Advogado, Doutor pela USP e ex-Secretário de Assuntos Legislativos do
Ministério da Justiça

LUIZ EDSON FACHIN - Professor Titular da UFPR

MARCELLO OLIVEIRA – Professor da PUC-Rio

MARCELO CATTONI – Professor da UFMG

MARCELO LABANCA – Professor da Universidade Católica de Pernambuco

MÁRCIA NINA BERNARDES – Professora da PUC-Rio

MARCIO THOMAZ BASTOS – Advogado

MARCIO VASCONCELLOS DINIZ – Professor e Vice-Diretor da Faculdade de Direito da UFC

MARCOS CHIAPARINI - Advogado

MARIO DE ANDRADE MACIEIRA – Advogado e Presidente da OAB-MA

MÁRIO G. SCHAPIRO - Mestre e Doutor pela USP e Professor Universitário

MARTONIO MONT’ALVERNE BARRETO LIMA - Procurador-Geral do Município de Fortaleza e Professor da UNIFOR

MILTON JORDÃO – Advogado e Conselheiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária

NEWTON DE MENEZES ALBUQUERQUE - Professor da UFC e da UNIFOR

PAULO DE MENEZES ALBUQUERQUE – Professor da UFC e da UNIFOR

PIERPAOLO CRUZ BOTTINI - Professor da USP

RAYMUNDO JULIANO FEITOSA – Professor da UFPE

REGINA COELI SOARES - Professora da PUC-Rio

RICARDO MARCELO FONSECA – Professor e Diretor da Faculdade de Direito da UFPR

RICARDO PEREIRA LIRA – Professor Emérito da UERJ

ROBERTO CALDAS - Advogado

ROGÉRIO FAVRETO – ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça

RONALDO CRAMER – Professor da PUC-Rio

SERGIO RENAULT – Advogado e ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça

SÉRGIO SALOMÃO SHECAIRA - Professor Titular da USP

THULA RAFAELLA PIRES - Professora da PUC-Rio

WADIH NEMER DAMOUS FILHO – Advogado e Presidente da OAB-RJ

WALBER MOURA AGRA – Professor da Universidade Católica de Pernambuco






Cuidado: lista dos e-mails da baixaria contra a Dilma

     Publicado em 27/09/2010


De onde vem tanta baixaria, amigo navegante ?

O Conversa Afiada reproduz e-mail do Stanley Burburinho, o reparador de iniquidades:


Para facilitar a divulgação nesta última semana de campanha, fiz uma compilação dos emails falsos que circulam nesta campanha sobre Dilma Rousseff e seus respectivos desmentidos. Cada link remete ao leitor ao texto em questão. Espalhem, é importante:


A morte de Mário Kosel Filho: http://migre.me/1pfAb

A Ficha Falsa de Dilma Rousseff na ditadura: http://migre.me/1pfCc

O porteiro que desistiu de trabalhar para receber o Bolsa-Família: http://migre.me/1pfEJ

Marília Gabriela desmente email falso: http://migre.me/1pfSW

Dilma não pode entrar nos Estados Unidos: http://migre.me/1pfTX

Foto de Dilma ao lado de um fuzíl é uma montagem barata: http://migre.me/1pfWn

Lula/Dilma sucatearam a classe média (B) em 8 anos: http://migre.me/1pfYg

Email de Dora Kramer sobre Arnaldo Jabor é montagem: http://migre.me/1pfZH

Matéria sobre Dilma em jornais canadenses é falsa: http://migre.me/1pg1t

Declarações de Dilma sobre Jesus Cristo – mais um email falso: http://migre.me/1pg2F

Fraude nas urnas com chip chinês – falsidade que beira o ridículo: http://migre.me/1pg58

Vídeo de Hugo Chaves pedindo votos a Dilma é falso: http://migre.me/1pg6c

Matéria sobre amante lésbica de Dilma é invenção: http://migre.me/1pg7p







Fernando Ferro: Onde estavam os supostos democratas na era FHC?

por Fernando Ferro*

À medida que as possibilidades de vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno se tornam mais reais, a sensibilidade às “ameaças à democracia” fica crescentemente aguçada. E distorcida. No caso do Brasil de hoje, as ameaças, segundo grupos da oposição, provêm, paradoxalmente, do próprio voto popular.

Essa parece ser a tese dos chamados “formadores de opinião” que querem mobilizar o País em “defesa da democracia”. Inspirados por um neoudenismo opaco e alimentados por um mal disfarçado ressentimento político, esses autodenominados “democratas convictos” insurgem-se, agora, contra a “visão regressiva do processo político”, que transforma o “Legislativo em extensão do Executivo” e “viola a Constituição e as leis”. Temem, acima de tudo, que Lula não apenas consiga eleger a sua sucessora, mas também que a situação obtenha votos suficientes para fazer uma folgada maioria no Congresso. Tal perspectiva, se concretizada, abriria, segundo esses “democratas convictos”, o caminho para o “autoritarismo” baseado no “partido único” (qual deles?) e na definitiva “fragilização da oposição”.

Como parlamentar que viveu a experiência dos 8 anos de FHC na oposição, e hoje no governo, posso avaliar o comportamento dos atuais oposicionistas, cuja dificuldade de atuar fica evidente na tentativa de golpear de forma baixa o Governo Lula, e de, ao melhor estilo lacerdista, mas sem a mesma competência e brilho, ganhar o jogo a qualquer custo, tentando impedir a continuidade desse projeto, agora sob comando de Dilma Roussef.

Tal preocupação é deveras tocante é têm sólidas raízes na história recente do Brasil. De fato, na época do regime militar, havia também muitos “democratas convictos” que se insurgiam contra a perspectiva do destino do País ser entregue ao arbítrio das massas populares “que não sabiam votar” e que se constituíam em apenas “massa de manobra para interesses populistas”.

Posteriormente, já no regime democrático, houve casos em que o voto popular conduziu a situações em que as oposições se viram extremamente fragilizadas e o governo pode promover, a seu bel-prazer, profundas reformas constitucionais e legais, transformando o “Legislativo em mera extensão do Executivo”. Esse foi o caso, por exemplo, do governo Fernando Henrique Cardoso.

Com efeito, turbinado pelo Plano Real, que produziu efeitos distribuidores de renda no curto prazo e promoveu o chamado “populismo cambial”, o governo FHC conseguiu formar uma maioria parlamentar e política que faria corar o democrata mais convicto. Na Câmara dos Deputados, o que os atuais “defensores da democracia” chamam de “partido único” tinha apenas 49 parlamentares e a oposição como um todo reunia pouco mais que uma centena de deputados. Assim, o governo FHC tinha à disposição uma maioria acachapante de quase 400 parlamentares. No Senado, a situação era pior (ou melhor, para os “democratas convictos”), o PT tinha cinco senadores e a oposição como um todo menos do que 20.

Tal maioria permitiu que, do alto da presidência da Câmara, o deputado Luiz Eduardo Magalhães operasse, alegre e profusamente, o seu famoso “rolo compressor” para aprovar reformas constitucionais e legais bastante abrangentes, sempre a serviço “dos interesses maiores do País”, é claro, como a abertura, sem critérios, das portas da economia brasileira ao capital estrangeiro, e a antinacional privatização do patrimônio público, com regras benevolentes e muitas vezes com ajuda do BNDES. E as medidas provisórias, que naquela época podiam ser reeditadas, foram usadas com proverbial prodigalidade. Obviamente, tudo isso era obedientemente ratificado pelo Senado, sem nenhum questionamento expressivo. Já ao final do primeiro governo FHC, tal maioria inconteste permitiu, inclusive, que se aprovasse a emenda constitucional da reeleição, com os aplausos entusiásticos dos que hoje se dizem “democratas convictos”, que não levantaram suas vozes contra a denúncia de compra de votos para aprovar a medida que beneficiou o sociólogo tucano e sua turma.

É de conhecimento até do reino mineral que, comparado com aquele governo, o governo Lula teve e tem uma situação politicamente bem mais difícil, especialmente no Senado. Apesar disso, o nosso governo investiu bastante no aprimoramento das instituições republicanas e na articulação entre o Estado e os movimentos sociais, com o aprofundamento da democracia. Fizemos conferências setoriais, envolvendo, entre outras áreas, saúde, educação, segurança pública, e ainda criamos o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, com a participação de empresários e trabalhadores, para a definição de importantes políticas públicas. Ao mesmo tempo, as liberdades fundamentais, como a liberdade de expressão, foram inteiramente protegidas e promovidas. Essas iniciativas, a adoção de mais transparência e o fortalecimento das instituições de controle, como a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União, “seriam ameaças à democracia”, na leitura desses “democratas”.

Saliente-se que a extrema fragilidade da oposição da época de FHC tinha dois sérios agravantes. Em primeiro lugar, vivíamos a hegemonia inconteste do paradigma neoliberal, do pensamento único. Assim, os parcos e débeis protestos da oposição eram sempre rapidamente desclassificados como manifestações “jurássicas” e “neobobas”. Em segundo, a grande mídia, hoje confessadamente um partido de oposição, era, naquela época, um dedicado partido da situação cujo alinhamento aos desígnios governamentais só pode ser definido, a posteriori, como espartano. Curiosa essa queixa da imprensa de hoje, que viveu, com honrosas exceções, sob o manto monolítico do pensamento único neoliberal defendido pelo PDSB e PFL (atual DEM) e agora vem dizer que é ameaçada pelo governo do PT. O PIG virou um verdadeiro PRI: não quer mudanças e julga ter todo o poder para não dar satisfações a ninguém.

Tudo isso é plenamente conhecido por quem tem um pouco de memória histórica. Contudo, há um mistério que permanece insolúvel. Onde estavam os “democratas convictos” naquela conjuntura de intensa “ameaça à democracia”, segundo seus próprios critérios? Por que aplaudiram as fáceis eleições de FHC em primeiro turno e agora dizem que a eventual eleição de Dilma na primeira rodada seria um “desastre para a democracia”? Por que não consideravam a amplíssima maioria política e parlamentar que FHC dispunha no Congresso como um limitador ao exercício da democracia? Por que não se preocuparam com o isolamento e a debilidade da oposição daquele período? Por que não se insurgiram contra a inoperância do “engavetador geral da República”? Por que aplaudiram e ajudaram a promover a criminalização dos movimentos sociais? Por que o pensamento único não foi contestado?

É difícil saber onde estavam os que hoje se dizem “democratas”. Talvez a principal pista nos seja revelada por Dante. É provável que eles estivessem na sexta vala do “Malebolge”, exibindo as suas incômodas vestes de chumbo. Hoje, sem dúvida, estão sintonizados com seus patrões donos das concessões de emissoras e outros meios de comunicação, e claramente comprometidos com uma visão política pequena e distorcida de oposição ao Governo Lula.

De qualquer modo, sua alegre e livre emergência, agora exibindo plumagem específica, talvez se constitua na principal evidência do caráter democrático do Brasil, sob o Governo Lula.

Fernando Ferro é eputado federal (PT-PE), líder do partido na Câmara Federal.






José Serra: O caluniador do Brasil


Como é do conhecimento da maioria dos brasileiros, José Serra, vulgo Zé Baixaria, não consegue participar de uma campanha política sem lançar dos meios mais baixos e caluniadores.

Aliado à mídia golpista (PIG), Serra está chegando ao fundo do posso. Antes dizia que Dilma não tinha experiência, ela mostrou que tem e o povo verificou isso em seus programas que será a continuação do melhor Presidente que este país já teve, Lula.

Diante disso, Serra e o PIG apelando para a baixaria. Agora pergunto:

- O que podemos esperar de um possível governo Serra, com todo esse currículo de baixarias? Lembram do caso Lunus? Como Serra golpeou a candidatura de Roseana Sarney?

- E o que esperar de uma imprensa aliada a um governo que se vale de todos os meios lícitos ou não, mas imorais para tentar alcançar o seu objetivo?

Precisamos refletir sobre isso, o Brasil não pode mais retroceder e cair nas mãos de pessoas inescrupulosas como Serra e o PIG.]








Estudo: um a cada sete americanos vive na pobreza

Fonte: Vermelho

A despeito da promessa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de lutar para resolver o problema da pobreza no país, os números sobre a questão refletem um aumento recorde no ano de 2009, quando o número de pobres em idade de trabalho se aproximam dos níveis da década de 1960.

Os números do censo americano de 2009, que serão divulgados na próxima semana, deverão mostrar um aumento significativo da pobreza entre cidadãos americanos, em valores que ultrapassam os 15%, de acordo com dados divulgados pela agência AP.

Isso significa que cerca de 45 milhões de pessoas nos Estados Unidos, ou uma em cada sete, ficaram mais pobres no último ano, de acordo com o estudo censitário.

Confirmando-se esses números, os Estados Unidos verão o maior aumento em um só ano da taxa de pobreza desde que o governo começou a calcular os dados a respeito, em 1959.

A última alta acentuada foi na década de 1980, quando a taxa pulou de 1,3 pontos para 13% durante a crise da energia.

Especialistas dizem que as taxas para os pobres em idade de trabalho estão se aproximando dos níveis dos anos 1960, que conduziram a programas de erradicação da pobreza na época.

O aumento é visto como muito ruim para ao atual momento do presidente Obama, que está somente a sete semanas das eleições para o congresso do país.

Analistas apontam que os democratas terão de realizar uma dura batalha para persuadir os eleitores a mantê-los no poder.

Da redação, com agências






PARA QUE O POVO BRASILEIRO SE PONHA DE PÉ

 

Por Fábio Konder Comparato


Dentro de poucos dias realizaremos, mais uma vez, eleições em todo o país. Elas coincidirão com o 22º aniversário da promulgação da atual Constituição. Quer isto dizer que já vivemos em plena democracia?


Nada mais ilusório. Se o regime democrático implica necessariamente a atribuição de poder soberano ao povo, é forçoso reconhecer que este continua, como sempre esteve, em estado de menoridade absoluta.


Povo, o grande ausente

Quando Tomé de Souza desembarcou na Bahia, em 1549, munido do seu famoso Regimento do Governo, e flanqueado de um ouvidor-mor, um provedor-mor, clero e soldados, a organização político-administrativa do Brasil, como país unitário, principiou a existir. Tudo fora minuciosamente preparado e assentado, em oposição ao descentralismo feudal das capitanias hereditárias. Notava-se apenas uma lacuna: não havia povo. A população indígena, estimada na época em um milhão e meio de almas, não constituía, obviamente, o povo do novel Estado; tampouco o formavam os 1.200 funcionários – civis, religiosos e militares – que acompanharam o Governador Geral.


Iniciamos, portanto, nossa vida política de modo original: tivemos Estado, antes de ter povo. Quando este enfim principiou a existir, verificou-se desde logo que havia nascido privado de palavra.


Foi assim que o Padre Antonio Vieira o caracterizou, no Sermão da Visitação de Nossa Senhora, pregado em Salvador em junho de 1640. Tomando por mote a palavra latina infans, assim discorreu o grande pregador:


“Bem sabem os que sabem a língua latina, que esta palavra, infans, infante, quer dizer o que não fala. Neste estado estava o menino Batista, quando a Senhora o visitou, e neste permaneceu o Brasil muitos anos, que foi, a meu ver, a maior ocasião de seus males. Como o doente não pode falar, toda a outra conjectura dificulta muito a medicina. (…) O pior acidente que teve o Brasil em sua enfermidade foi o tolher-se-lhe a fala: muitas vezes se quis queixar justamente, muitas vezes quis pedir o remédio de seus males, mas sempre lhe afogou as palavras na garganta, ou o respeito, ou a violência; e se alguma vez chegou algum gemido aos ouvidos de quem o devera remediar, chegaram também as vozes do poder, e venceram os clamores da razão”.


Quase às vésperas de nossa Independência, esse estado de incapacidade absoluta do povo afigurava-se, paradoxalmente, não como um defeito político, mas como uma exigência de ordem pública. Em maio de 1811, o nosso primeiro grande jornalista, Hipólito José da Costa, fez questão de lançar nas páginas do Correio Braziliense, editado em Londres, uma severa advertência contra a eventual adoção no Brasil do regime de soberania popular:


“Ninguém deseja mais do que nós as reformas úteis; mas ninguém aborrece mais do que nós, que essas reformas sejam feitas pelo povo; pois conhecemos as más conseqüências desse modo de reformar; desejamos as reformas, mas feitas pelo governo; e urgimos que o governo as deve fazer enquanto é tempo, para que se evite serem feitas pelo povo.”


A nossa independência, que paradoxalmente não foi o resultado de uma revolta do povo brasileiro contra o rei de Portugal, mas, ao contrário, do povo português contra o rei no Brasil, não suscitou o menor entusiasmo popular. O naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire pôde testemunhar: “A massa do povo ficou indiferente a tudo, parecendo perguntar como o burro da fábula: – Não terei a vida toda de carregar a albarda ? ”


A mesma cena, com personagens diferentes, é repetida 67 anos depois, na proclamação da república. “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava“, lê-se na carta, tantas vezes citada, de Aristides Lobo a um amigo. “Muitos acreditavam sinceramente estar vendo uma parada.”


O disfarce partidário-eleitoral


Mas afinal, era preciso pelo menos fazer de conta que o povo existia politicamente. Para tanto, os grupos dominantes criaram partidos e realizaram eleições. Mas tudo sob forma puramente teatral. O povo tem o direito de escolher alguns atores, mas nunca as peças a serem exibidas. Os atores não representam o povo, como proclamam as nossas Constituições. Eles tampouco representam seu papel perante o povo (sempre colocado na platéia), mas atuam de ouvidos atentos aos bastidores, onde se alojam os “donos do poder”.


No Império, Joaquim Nabuco qualificava a audácia com que os partidos assumiam suas pomposas denominações como estelionato político. Analogamente no início da República, o fato de a lei denominar oficialmente eleições as “mazorcas periódicas”, como disse Euclides da Cunha, constituia “um eufemismo, que é entre nós o mais vivo traço das ousadias de linguagem”.


A Revolução de 1930 foi feita justamente para pôr cobro às fraudes eleitorais. Mas desembocou, alguns anos depois, na ditadura do “Estado Novo”, que suprimiu as eleições, sem no entanto dispensar a clássica formalidade da outorga à nação (já não se falava em povo) de uma nova “Constituição”.


Após o término da Segunda Guerra Mundial, em que muitos dos nossos pracinhas tiveram suas vidas ceifadas na luta contra o nazifascismo, fomos moralmente constrangidos a iniciar uma nova vida política, sob o signo da democracia representativa. Mas a legitimidade desta durou pouco tempo. Já em 7 de março de 1947, ou seja, menos de cinco meses depois de promulgada a nova Constituição, o Partido Comunista foi extinto por decisão judicial ( nesta terra, a balança da Justiça sempre cedeu aos golpes da espada). Em fevereiro de 1954, com o “manifesto dos coronéis”, teve início a preparação do golpe militar de 1964. O estopim para deflagrá-lo foi a iminência de que as forças de esquerda chegassem eleitoralmente ao poder e executassem o programa das “reformas de base”, com o desmantelamento econômico da oligarquia.


Obviamente, para os nossos grupos dominantes, os cidadãos podem votar como quiserem nas eleições, mas desde que se lembrem de que “nasceram para mandados e não para mandar”, segundo a saborosa expressão camoniana.


O regime autoritário, instaurado em 1964 pela caserna, com o apoio do empresariado, dos latifundiários e da Igreja Católica, sob a proteção preventiva do governo norte-americano, reconheceu que a assim chamada “Revolução Democrática” não poderia suprimir as eleições e os partidos. Manteve-os, portanto, mas reduzidos à condição de simples fantoches. Era a “democracia à brasileira”, como a qualificou o General que prendeu o grande Advogado Sobral Pinto. Ao que este retrucou simplesmente: “General, eu prefiro o peru à brasileira”.


O regime de terrorismo de Estado foi devidamente lavado pelo Poder Judiciário, que decidiu anistiar, com as lamentações protocolares, os agentes públicos que mataram, torturaram e estupraram milhares de oponentes políticos.


Chegamos à fase atual, em que as eleições já não incomodam os oligarcas, porque mantém tudo exatamente como dantes no velho quartel de Abrantes. O povo pode até assistir, indiferente ou risonho, uma campanha presidencial, em que os principais candidatos dão-se ao luxo de não discutir um só projeto ou programa de governo, preferindo ocupar todos os espaços da propaganda oficial com chalaças ou sigilos.


Tudo parece, assim, ter entrado definitivamente nos eixos. Um olhar atento para a realidade política, porém, não deixará de notar que a nossa tão louvada democracia carece exatamente do essencial: a existência de um povo soberano.


Iniciamos nossa vida política, sem povo. Alcançamos agora a maturidade, como se o povo continuasse politicamente a não existir.


Sem dúvida, a Constituição oficial declara, solenemente, que “todo poder emana do povo”, acrescentando que ele o exerce “por meio de representantes eleitos ou diretamente” (art. 1º, parágrafo único). Mas toda a classe política sabe – e o Poder Judiciário finge ignorar – que na realidade “todo poder emana dos grupos oligárquicos, que o exercem em nome do povo, por meio dos representantes por este eleitos”.


Daí a questão inevitável: o que fazer para mudar esse triste estado de coisas?


A emancipação política do povo brasileiro


É preciso atacar desde logo o ponto principal.


A soberania, na Idade Moderna, consiste, antes de tudo, em aprovar a Lei das Leis, isto é, a Constituição. Trata-se de uma prerrogativa que só pode ser exercida diretamente. Quem delega o seu exercício a outrem está, na realidade, procedendo à sua alienação. O chamado “poder constituinte derivado” é, portanto, um claro embuste.


Ora, neste país, Constituição alguma, em tempo algum, jamais foi aprovada pelo povo. Todas elas foram votadas e promulgadas por aqueles que se diziam, abusivamente, representantes do povo; quando não foram simplesmente decretadas pelos ocupantes do governo.


O mesmo ocorre com as emendas constitucionais. A Constituição Federal em vigor, por exemplo, já foi emendada (ou remendada) 70 (setenta) vezes em 22 anos; o que perfaz a apreciável média de mais de 3 emendas por ano. Em nenhuma dessas ocasiões, o povo foi convocado para dizer se aceitava ou não tais emendas.


Isto, sem falar no fato absurdo de que a Constituição Federal, ao contrário de várias Constituições Estaduais, não admite a iniciativa popular de emendas ao seu texto.


É preciso, pois, começar a reforma política (alguns preferem dizer a “Revolução”), reservando ao povo o poder nuclear de toda soberania. No nosso caso, ele consiste em aprovar, diretamente, não só a Constituição Federal, como também as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas Municipais, bem como suas subsequentes alterações respectivas.


Em segundo lugar, é indispensável reconhecer ao povo o direito de decidir, por si mesmo, mediante plebiscitos e referendos, as grandes questões que dizem respeito ao bem comum de todos. A Constituição Federal  declara, em seu art. 14, que o plebiscito e o referendo, tal como o sufrágio eleitoral, são formas de exercício da soberania popular. Mas determina, no art. 49, inciso XV, que “é da competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar plebiscitos e convocar referendos”. Ou seja, o mandante somente pode manifestar validamente a sua vontade, se houver concordância dos mandatários. Singular originalidade do direito brasileiro!


Para corrigir esse despautério, a Ordem dos Advogados do Brasil, por proposta do autor destas linhas, apresentou anteprojetos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (transformados no projeto de lei nº 4.718/2004 na Câmara dos Deputados e projeto de lei nº 001/2006 no Senado), pelos quais o plebiscito e o referendo podem ser realizados mediante iniciativa do próprio povo, ou por requerimento de um terço dos membros da Câmara ou do Senado.


A proposta da OAB procurou harmonizar os dispositivos antagônicos da Constituição Federal, interpretando a autorização e a convocação de plebiscitos e referendos, pelo Congresso Nacional, como atribuições meramente formais e não de mérito.


Previram ainda os anteprojetos da OAB novos casos de obrigatoriedade na realização de plebiscitos e referendos.


Assim é que, para impedir a repetição da “privataria” do governo FHC, passaria a ser obrigatório o plebiscito para “a concessão, pela União Federal, a empresas sob controle direto ou indireto de estrangeiros, da pesquisa e da lavra de recursos minerais e do aproveitamento de potenciais de energia hidráulica”; bem como para a concessão administrativa, pela União, de todas as atividades ligadas à exploração do petróleo.


Quanto aos referendos, a fim de evitar o absurdo da legislação eleitoral em causa própria, determinam os projetos de lei citados a obrigatoriedade de serem referendadas pelo povo todas as leis sobre matéria eleitoral, cujo projeto não tenha sido de iniciativa popular.


Inútil dizer que tais projetos de lei acham-se devidamente paralisados e esquecidos em ambas as Casas do Congresso.


Para completar o quadro de transformação da soberania popular retórica em poder supremo efetivo, tive também ocasião de propor duas medidas indispensáveis em matéria eleitoral. De um lado, o financiamento público das campanhas; de outro lado, a introdução do recall ou referendo revocatório de mandatos eletivos, proposta também pela OAB e objeto da emenda constitucional nº 073/2005 no Senado Federal. Assim, o povo assumiria plenamente a posição de mandante soberano: ele não apenas elegeria, mas também teria o direito de destituir diretamente os eleitos. Para os que se assustam com tal “excesso”, permito-me lembrar que o recall já existe e é largamente praticado em 19 Estados da federação norte-americana.


Não sei se tais medidas tornar-se-ão efetivas enquanto eu ainda estiver neste mundo. O que sei, porém, com a mais firme das convicções, é que sem elas o povo brasileiro continuará a viver “deitado eternamente em berço esplêndido”, sem condições de se pôr de pé, para exigir o respeito devido à sua dignidade.



(*) Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Doutor Honoris Causa da Universidade de Coimbra.





Galbraith: Brasil vem dando exemplo ao mundo

Em Carta Maior

“A desigualdade social no Brasil está sendo reduzida nos últimos anos porque o país gasta menos dinheiro para ajudar o setor financeiro e mais dinheiro para ajudar o próprio Brasil”, disse o economista norte-americano James Galbraith no seminário internacional sobre governança global promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Para Galbraith, Brasil atravessa um período de “estado de bem-estar democrático” que revela aos países mais desenvolvidos um caminho diferente daquele proposto pelos dogmas neoliberais.

BRASÍLIA – O economista norte-americano James Galbraith afirmou na quinta-feira (16) que o Brasil vem dando ao mundo um exemplo de como enfrentar com sucesso a crise econômica global. Segundo Galbraith, que participou em Brasília de um seminário internacional sobre governança global organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), “a desigualdade social no Brasil está sendo reduzida nos últimos anos porque o país gasta menos dinheiro para ajudar o setor financeiro e mais dinheiro para ajudar o próprio Brasil”.

Ao optar por aumentar os investimentos em infra-estrutura, emprego e renda ao invés de promover arrocho para combater a crise, o Brasil, segundo Galbraith, atravessa atualmente um período de “estado de bem-estar democrático” que revela aos países mais desenvolvidos um caminho diferente daquele proposto pelos dogmas neoliberais: “O Brasil joga na cara do mundo neoliberal que pode haver crescimento social e econômico sustentável ao lado de um processo democrático funcional”, disse.

Galbraith afirmou que “o processo de governança global comandado pelo mercado financeiro e pela ideologia neoliberal desde o final dos anos oitenta foi um fracasso constrangedor”. O economista lembrou seu livro “O Estado Predatório” para afirmar que o maior perigo econômico da atualidade é deixar que as forças do mercado financeiro voltem a dominar as ações de estado: “A prosperidade dos banqueiros geralmente é contrária à prosperidade geral da população”.

A evolução da desigualdade mundial, segundo Galbraith, está diretamente ligada às diversas crises pelas quais passou o capitalismo financeiro nas três últimas décadas: “Aconteceu uma mudança abrupta e dramática a partir dos anos oitenta. As crises na América Latina, a queda do comunismo no Leste Europeu e a crise asiática de 1997 fazem parte de um fenômeno comum, proporcionado pelo domínio do mercado financeiro, que fortaleceu os países mais ricos e as pessoas mais ricas de cada país”, disse.

Essa sucessão de eventos, segundo a análise do economista norte-americano, culminou com a mais recente crise financeira global, iniciada com o estouro da bolha das hipotecas nos Estados Unidos: “Não aconteceu uma crise da Grécia, mas sim um desdobramento da grande crise de 2008, que foi a maior fraude financeira da história. E, devo dizer, não vamos sair desta crise facilmente ou em breve”.

Desmatamento
Durante o seminário, que foi organizado em parceria com a Associação Internacional de Conselhos Econômicos e Sociais e Instituições Similares (AICESIS), o Brasil, graças a sua política de combate ao desmatamento, também mereceu elogios do argentino Eduardo Viola, que é professor titular do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília.

Viola citou os esforços do país para deter o desmatamento na Amazônia: “De 2004 a 2009, o Brasil reduziu o desmatamento da floresta de 24 mil hectares para sete mil hectares. É um caso único no mundo. Na medida em que o Brasil vai tomando medidas internas acertadas, torna-se um personagem cada vez mais importante nas discussões globais sobre o clima”.

O professor, no entanto, afirmou não acreditar que seja ainda válido o conceito de responsabilidades comuns, porém diferenciadas, entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento estabelecido pelo Protocolo de Quioto: “É claro que os EUA e os países da União Européia tiveram um papel histórico decisivo no aumento das emissões de gases estufa. Atualmente, no entanto, a China aumenta cada vez mais suas emissões”, exemplificou, lembrando que o país asiático_ que lança anualmente na atmosfera seis toneladas per capita de carbono enquanto os EUA emitem 20 toneladas per capita _ ainda tem “espaço” para aumentar suas emissões.

No caso dos EUA, Viola afirmou que o governo de Barack Obama “avançou muito pouco” na luta contra o aquecimento global, apesar da aprovação no ano passado de uma lei de energia e clima: “A lei aprovada é insuficiente e, em caso de vitória do Partido Republicano nas eleições parlamentares de novembro, a possibilidade de aprovação de uma lei do clima mais abrangente certamente será abandonada”, avaliou.


Fotos: Eduardo Seidl






Nassif: O fim de um ciclo em que velha mídia foi soberana

 

Por Luís Nassif, em seu blog

O provável anúncio da saída de Aécio Neves marca oficialmente o fim do PSDB e da aliança com a velha mídia carioca-paulista que lhe forneceu a hegemonia política de 1994 a 2002 e a hegemonia sobre a oposição no período posterior.

Daqui para frente, o outrora glorioso PSDB, que em outros tempos encarnou a esperança de racionalidade administrativa, de não-sectarismo, será reduzido a uma reedição do velho PRP (Partido Republicano Paulista), encastelado em São Paulo e comandado por um político – Geraldo Alckmin – sem expressão nacional.

Fim de um período odioso

Restarão os ecos da mais odiosa campanha política da moderna história brasileira – um processo que se iniciou cinco anos atrás, com o uso intensivo da injúria, o exercício recorrente do assassinato de reputações, conseguindo suplantar em baixaria e falta de escrúpulos até a campanha de Fernando Collor em 1989.

As quarenta capas de Veja – culminando com a que aparece chutando o presidente – entrarão para a história do anti-jornalismo nacional. Os ataques de parajornalistas a jornalistas, patrocinados por Serra e admitidos por Roberto Civita, marcarão a categoria por décadas, como símbolo do período mais abjeto de uma história que começa gloriosa, com a campanha das diretas, e se encerra melancólica, exibindo um esgoto a céu aberto.

Levará anos para que o rancor seja extirpado da comunidade dos jornalistas, diluindo o envenenamento geral que tomou conta da classe.

A verdadeira história desse desastre ainda levará algum tempo para ser contada, o pacto com diretores da velha mídia, a noite de São Bartolomeu, para afastar os dissidentes, os assassinatos de reputação de jornalistas e políticos, adversários e até aliados, bancados diretamente por Serra, a tentativa de criar dossiês contra Aécio, da mesma maneira que utilizou contra Roseana, Tasso e Paulo Renato.

O general que traiu seu exército

Do cenário político desaparecerá também o DEM, com seus militantes distribuindo-se pelo PMDB e pelo PV.

Encerra-se a carreira de Freire, Jungman, Itagiba, Guerra, Álvaro Dias, Virgilio, Heráclito, Bornhausen, do meu amigo Vellozo Lucas, de Márcio Fortes e tantos outros que apostaram suas fichas em uma liderança destrambelhada e egocêntrica, atuando à sombra das conspirações subterrâneas.

Em todo esse período, Serra pensou apenas nele. Sua campanha foi montada para blindá-lo e à família das informações que virão à tona com o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr e da exposição de suas ligações com Daniel Dantas.

Todos os dias, obsessivamente, preocupou-se em vitimizar a filha e a ele, para que qualquer investigação futura sobre seus negócios possa ser rebatida com o argumento de perseguição política.

A interrupção da entrevista à CNT expôs de maneira didática essa estratégia que vinha sendo cantada há tempos aqui, para explicar uma campanha eleitoral sem pé nem cabeça. Seu argumento para Márcia Peltier foi: ocorreu um desrespeito aos direitos individuais da minha filha; o resto é desculpa para esconder o crime principal.

Para salvar a pele, não vacilou em destruir a oposição, em tentar destruir a estabilidade política, em liquidar com a carreira de seus seguidores mais fiéis.

Mesmo depois que todas as pesquisas qualitativas falavam na perda de votos com o denuncismo exacerbado, mesmo com o clima político tornando-se irrespirável, prosseguiu nessa aventura insana, afundando os aliados a cada nova pesquisa e a cada nova denúncia.

Com isso, expôs de tal maneira a filha, que não será mais possível varrer suas estripulias para debaixo do tapete.

A marcha da história

Os episódios dos últimos dias me lembram a lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim. Dejetos, lixo, figuras soturnas, almas penadas, todos sendo varridos pela água abundante e revitalizadora da marcha da história.

Dia após dia, mês após mês, quem tem sensibilidade analítica percebia movimentos tectônicos irresistíveis da história.

Primeiro, o desabrochar de uma nova sociedade de consumo de massas, a ascensão dos novos brasileiros ao mercado de consumo e ao mercado político, o Bolsa Família com seu cartão eletrônico, libertando os eleitores dos currais controlados por coronéis regionais.

Depois, a construção gradativa de uma nova sociedade civil, organizando-se em torno de conselhos municipais, estaduais, ONGs, pontos de cultura, associações, sindicatos, conselhos de secretários, pela periferia e pela Internet, sepultando o velho modelo autárquico de governar sem conversar.

Mesmo debaixo do tiroteio cerrado, a nova opinião pública florescia através da blogosfera.

Foi de extremo simbolismo o episódio com o deputado do interior do Rio Grande do Sul, integrante do baixo clero, que resolveu enfrentar a poderosa Rede Globo.

Durante dias, jornalistas vociferantes investiram contra UM deputado inexpressivo, para puni-lo pelo atrevimento de enfrentar os deuses do Olimpo. Matérias no Jornal Nacional, reportagens em O Globo, ataques pela CBN, parecia o exército dos Estados Unidos se valendo das mais poderosas armas de destruição contra um pequeno povoado perdido.

E o gauchão, dando de ombros: meus eleitores não ligam para essa imprensa. Nem me lembro do seu nome. Mas seu desprezo pela força da velha mídia, sem nenhuma presunção de heroísmo, de fazer história, ainda será reconhecido como o momento mais simbólico dessa nova era.

Os novos tempos

A Rede Record ganhou musculatura, a Bandeirantes nunca teve alinhamento automático com a Globo, a ex-Manchete parece querer erguer-se da irrelevância.

De jornal nacional, com tiragem e influência distribuídas por todos os estados, a Folha foi se tornando mais e mais um jornal paulista, assim como o Estadão. A influência da velha mídia se viu reduzida à rede Globo e à CBN. A Abril se debate, faz das tripas coração para esconder a queda de tiragem da Veja.

A blogosfera foi se organizando de maneira espontânea, para enfrentar a barreira de desinformação, fazendo o contraponto à velha mídia não apenas entre leitores bem informados como também junto à imprensa fora do eixo Rio-São Paulo. O fim do controle das verbas publicitárias pela grande mídia, gradativamente passou a revitalizar a mídia do interior. Em temas nacionais, deixou de existir seu alinhamento automático com a velha mídia.

Em breve, mudanças na Lei Geral das Comunicações abrirão espaço para novos grupos entrarem, impondo finalmente a modernização e o arejamento ao derradeiro setor anacrônico de um país que clama pela modernização.

As ameaças à liberdade de opinião

Dia desses, me perguntaram no Twitter qual a probabilidade da imprensa ser calada pelo próximo governo. Disse que era de 25% - o percentual de votos de Serra. Espero, agora, que caia abaixo dos 20% e que seja ultrapassado pela umidade relativa do ar, para que um vento refrescante e revitalizador venha aliviar a política brasileira e o clima de São Paulo.





Dutra: A saudade do governo dos tanques

Fonte: Vi o Mundo

Dutra: falsos democratas sentem falta de governo “dos tanques”

18 de setembro de 2010 • 13h53 • atualizado às 14h04


Claudio Leal, no Terra

Direto de Campinas (SP)


O presidente do PT, José Eduardo Dutra, contrariou o protocolo de palanque e, pela primeira vez na campanha, discursou no comício de Dilma Rousseff e do presidente Lula, em Campinas (SP), para atacar “um filme de mau gosto” contra a candidatura petista e convocar a militância a “avermelhar o Brasil” até o dia 3 de outubro. O presidente do PT acusou ainda alguns oposicionistas de sentirem falta “dos que governaram em cima dos tanques”


Irado ao microfone, Dutra assumiu o papel da defesa de Dilma e rebateu a cobertura da mídia sobre os casos de lobby na Casa Civil, que levaram à queda da ministra Erenice Guerra: “A duas semanas das eleições, começamos a perceber nas eleições deste ano o mesmo filme de mau gosto, a mesma campanha de quatro anos atrás na campanha de Lula… Nossos adversários, que passaram oito anos esculhambando o governo Lula, se deparam com a triste realidade para eles”.


Ao lado do presidente e da candidata, o presidente petista criticou a oposição e a imprensa. “Essa é uma farsa que estão tentando construir para impedir a consolidação daquilo que o povo brasileiro já decidiu”.


Dutra desqualificou as acusações do empresário Rubnei Quícoli contra Erenice. Chamou-o de “picareta”, “um cabra condenado por receptação de carga roubada” e “um cabra que foi condenado por coação de testemunha”.


O petista acusou “alguns” adversários de serem simpatizantes da ditadura militar. “São alguns falsos democratas, alguns falsos defensores da liberdade, que fazem uma campanha insidiosa contra nós e dizem que o senhor governa em cima de palanques… Mas eles sentem mesmo falta é dos que governaram em cima dos tanques!”. No final, Dutra convocou a militância: “Nesses 15 dias que faltam, vamos avermelhar Campinas, avermelhar São Paulo e avermelhar o Brasil!”.





A Imparcial Procuradora Eleitoral, Sandra Cureau, tenta calar Carta Capital

Fonte: Vermelho

A revista CartaCapital, reduto isolado de jornalismo independente na grande mídia, virou alvo de intimidação de Sandra Cureau — a polêmica vice-procuradora-geral eleitoral. Na quinta-feira (16), ela encaminhou ofício a Mino Carta, diretor de redação e proprietário majoritário da revista.

A vice-procuradora, no ofício datado do dia 9 de setembro, cobra de CartaCapital "relação das publicidades do governo federal dos anos 2009/2010, os respectivos contratos, bem como os valores recebidos a esse título". Cureau dá à revista o prazo de cinco dias para que as informações sejam enviadas "sob pena de responsabilização nos termos do artigo 8º, parágrafo 3º, da Lei complementar nº75/93, cumulada com o artigo 330 do Código Penal".

Em entrevista a Bob Fernandes, do Terra Magazine, Cureau diz que apenas recebeu uma denúncia e abriu “um procedimento”, que foi encaminhado “para a Casa Civil da Presidência da República, para o Tribunal de Contas da União e para a CartaCapital”. A crer em suas palavras, a acusação beira a leviandade: a revista editada por Mino Carta “apoia o governo Lula e a candidatura de Dilma e para tanto receberia verbas do governo federal”.

Mino — que também conversou com Bob Fernandes — não passou recibo. “Isso é uma atitude indevida — não teria sentido sequer se fosse dirigida a mesma requisição às demais editoras do País”, declarou.

O ofício, segundo ele, “significa que a senhora Cureau entende que nós somos comprados pelo governo federal, via publicidade. Se ela se dedicasse, ou se dedicar, porém, à mesma investigação junto às demais editoras de jornais, revista, e outros órgãos da mídia verificaria, verificará, talvez com alguma surpresa, que todos eles têm publicidade de instituições do governo em quantidade muito maior e com valor maior do que CartaCapital”.

Mino agregou que, ao ser boicotado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, não houve preocupação semelhante. “Fomos literalmente perseguidos pela absoluta ausência de publicidade do governo federal”, lembra. “Alguém, inclusive na mídia, se incomodou com isso? Ninguém considerou esse fato estranho? Uma revista de alcance nacional não receber publicidade alguma enquanto todas as demais recebiam?”

Da Redação, com informações do Terra





Vovó Dilma: Nasce o primeiro neto

 

A candidata do PT cancelou compromissos de campanha para ficar com a filha Paula, que deu à luz na manhã de hoje

Andréia Sadi, do portal IG.

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, escolheu o microblog Twitter para declarar a felicidade por ser avó. Ela afirmou, nesta quinta-feira, que está "curtindo" o momento com a filha Paula e o neto Gabriel, que nasceu de parto cesariana, na manhã de hoje, em Porto Alegre (RS).


Foto: Divulgação

A Candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, com o neto Gabriel, no dia do nascimento
A assessoria da candidata informou que ela cancelou compromissos em São Paulo e deve ficar com a filha hoje e amanhã. No entanto, não deverá conceder entrevista coletiva hoje.

A campanha petista abriu espaço no site oficial da candidata para rebecer comentários com os parabéns à vovó. A petista agradeceu as manifestações dos internautas postando no Twitter: "Obrigada pelas congratulações pelo nascimento do Gabriel. É um dia de muita alegria. Ser avó é uma dádiva e estou curtindo esse momento."






Artistas populares distantes das realidades



A campanha do faraó e do afilhado tem o apoio de vários e conhecidos cantores e compositores mineiros. O que é uma pena. Que eles não quisessem apoiar nenhum dos dois candidatos com maiores chances eleitorais, seria compreensível; mas, fazer a opção que fizeram demonstra grande alienação e distanciamento da realidade dos mineiros de baixa renda.

Tal prática se repete também com os comentaristas e jornalistas da grande mídia. Espertamente, estes setores foram privilegiados pelos recursos públicos, ao contrário de educadores e demais servidores públicos, que foram castigados durante oito anos de choque de gestão.

Mas, os nossos cantores não estão nem aí para a nossa realidade. Não vimos nenhum deles se oferecendo para apoiar a nossa maravilhosa revolta dos 47 dias. E em alguns casos, nem se pode alegar razão de sobrevivência, pois são artistas consagrados, que sobreviveriam independentemente de verbas do governo. O que revela ainda mais o distanciamento e a alienação destes artistas, que, tal como os jogadores de futebol mais famosos e outros tipos, vivem num outro mundo.

Nem tenho o direito de cobrar nada, nem coerência nem nada destes artistas, pois eles não professaram compromisso ético com as lutas sociais e fazem seu trabalho de forma a sustentar uma carreira, que sabemos, é de difícil sobrevivência no Brasil. Poetas, cantores e escritores neste país são geralmente maltratados. Por aqui privilegiam bandidos de colarinho branco, espertalhões e outros tipos de puxa-sacos. Mas, ao apoiar políticos ligados às políticas neoliberais, tais artistas acabam contribuindo para manter e reproduzir a realidade que criticamos.

Essa realidade algum dia pode mudar, quando a sociedade também mudar. Na época da ditadura, por exemplo, quando havia uma efervescência política entre os estudantes, o artista que fizesse apologia dos governos ditatoriais ficava "queimado". O dia em que estes artistas de hoje forem cobrados nos shows pela postura que assumem pode ser que pensem melhor nas atitudes políticas que tomam e que contribuem para a manipulação da grande massa.

Por enquanto eles estão a salvo pelo escudo protetor da grande mídia, além da generosidade dos cofres abertos para eles pelos governantes de plantão. Mas, a história é assim: uma hora a onda vai para um lado, outra hora volta sobre nós, ou sobre nossas atitudes. E cada um terá que responder por aquilo que fez ou deixou de fazer.









Coronelismo em MG: Professor é perseguido politicamente por ter Opinião 

 

O Professor denuncia em seu blog, perseguição política por exercer o direito de ter opinião por parte dos órgãos do Governo do Estado. 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010


Demissões e remoção na escola do coordenador deste Blog: governo de Minas inicia vingança?



Terminada a nossa maravilhosa revolta dos 47 dias, o governo do faraó e o afilhado podem estar ensaiado uma vingança contra os trabalhadores em educação. Na escola onde eu trabalho, em plena vigência da lei eleitoral, a SRE Metropolitana C determinou a demissão de vários contratados e a minha remoção (não se sabe ainda para qual escola será), num claro ato de agressão às leis vigentes no país. De acordo com a declaração do diretor da escola, as inspetoras alegaram que o quadro de professores está excedente. É o mesmo quadro do início do ano, que atendeu à demanda existente.

O corte na escola está coberto por lances obscuros, de ameaças e terrorismo psicológico. O mais grave de tudo isso é que a própria Resolução 002/2010 do governo, assinada pela Advocacia Geral do Estado e Secretaria do Governo, define com clareza quais as vedações impostas aos agentes públicos no período eleitoral, a partir do dia 03 de julho de 2010 até a posse dos eleitos.

De acordo com a resolução, toda ela baseada em lei federal e comum à cartilha que a Advocacia Geral da União e o Governo Federal lançaram este ano, é vedada a contratação, demissão, remoção ou qualquer outro impedimento funcional dos servidores públicos, inclusive para os contratados durante este período de três meses antes e depois das eleições. A exceção feita é para os cargos de confiança, em comissão ou em relação aos serviços de emergência.

Ao demitir os contratados e remover um servidor efetivo-concursado, inclusive sem oferecer alternativas na própria escola, de matérias afins, como é comum acontecer, o governo demonstra que as intenções podem estar ultrapassando não apenas a legalidade, mas podem atingir também as raias de possíveis gestos de perseguição. O diretor da escola disse que as inspetoras disseram-lhe que o meu caso havia sido estudado pessoalmente pela diretora da SRE Metropolitana C. Não é estranho isso?

Claro que nós não vamos aceitar isso. Não sem luta. Hoje mesmo fomos até o departamento jurídico do sind-UTE para expor esta situação. A advogada que nos atendeu solicitou que pedíssemos o embasamento legal por escrito por parte da direção da escola para que sejam estudadas as possibilidades de ação judicial.

Ao mesmo tempo, o coletivo de professores da escola já está se mobilizando para enfrentar esta situação arbitrária. Não sabemos o nível de comprometimento e envolvimento dos mandantes desse corte. Se a coisa esta restrita à SRE Metropolitana C, onde alguns interesses políticos-eleitoreiros podem estar envolvidos; ou, se a coisa vem de um âmbito maior, por parte de assessores do faraó e afilhado, ou até mesmo por determinação dos próprios. Não sabemos. Ainda.

De qualquer forma, deliberamos em reunião que o problema será levado incialmente para uma tentativa de reversão junto à SRE Metropolitana C. Ante à negativa de atendimento ao que diz a lei, vamos procurar outros órgãos estaduais e até federais. Finalmente, não está descartada a possibilidade de convocar toda a comunidade, que é numerosa, para se manifestar a respeito desta prática que trará prejuízo para os moradores. Há até rumores de que a intenção final seria o fechamento da escola, como forma de economizar recursos para outros fins. Isso não pode ser aceito. É mais um momento vergonhoso para a Educação pública em Minas.

Se estão tentando me intimidar, podem esquecer. Eu não estou preso a cargos, empresas, grupos, mas ao compromisso ético e moral com a comunidade; com a luta pela valorização dos educadores, por uma escola pública de qualidade e por uma sociedade mais justa e livre dessas amarras. Caso se confirme a minha remoção, não será a primeira vez que eu pagarei um preço pelo meu envolvimento com as lutas sociais. Não importa. Não me arrependo em nada e teria feito tudo novamente, mil vezes se necessário fosse. Não mudarei um milímitero sequer na forma de agir e de pensar, pois essa conduta é coerente com o que eu ensino e com o que eu defendo. Ou seja, para eu mudar e deixar de me envolver com os problemas e as lutas sociais à minha volta, só depois de morto. Só assim eles poderão me calar.


* * *

- Clique aqui
para copiar a Resolução conjunta Segov-AGE Nº 002 de 03 de maio de 2010 (Capítulo II, Artigo 3º).

- Clique aqui para copiar a Cartilha da Advocacia Geral da União, da Presidência da República e do Ministério do Planejamento (especialmente as páginas 27 e 28).

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Caso de Polícia: Direita usa montagem de foto para denunciar Dilma

por Conceição Lemes

Bala de prata. Quanto mais se amplia a vantagem de Dilma Rousseff  nas pesquisas , mais crescem as acusações mentirosas de José Serra (PSDB) contra a candidata petista, o desespero da oposição e  a especulação de que a tal bala virá até o final da campanha eleitoral.

Hoje à tarde o leitor Eduardo Lima postou o comentário abaixo:
Talvez seja essa a bala de Prata! Azenha, não sei se a foto é verdadeira mas ontem enquanto estava na onda do #FactsDilmabyfolha um tipo de twittero reacionário me mostrou esse site com essa foto, talvez a baixaria venha por aí. coloco o link aqui porque todo cuidado é pouco.  

http://www.naminhaopiniao.org/index.php/Foto-da-D...

Acessei o link. Lá estava Dilma jovem com um suposto fuzil ao lado. Por cautela, segurei o comentário e fui investigar a informação.  No ato, liguei para um assessor do professor Marco Aurélio Garcia, coordenador do Programa de Governo de  Dilma, e para a assessoria de imprensa da candidata, para saber se tinham visto a foto e o que tinham a dizer sobre ela.

Foi o tempo de fazer essas e mais algumas ligações e este post sumir do site.



Em lugar do post “desaparecido”, aparece esta mensagem:



O provável motivo do sumiço foi o Tijolaço, blog do deputado federal Brizola Neto (RJ-PDT), que repercutiu a farsa desmascarada há uma semana pelo blog Jornalisticamente falando…A foto, como eu supunha desde o início, era uma montagem.



” Como não possuem propostas, mentem compulsivamente sobre o passado de Dilma Rousseff”, diz o jornalista Aurélio Moraes, do Jornalisticamente falando no post A falta de caráter da direita não têm limites.

Acrescenta:
Dilma já falou, seus companheiros da época já declararam e é público: Dilma nunca pegou em armas, nunca participou de assaltos à banco e nunca participou de ações armadas em geral quando lutou contra a ditadura.
Primeiro, a Folha de São Paulo publicou uma ficha falsa de Dilma, como se fosse uma ficha da época em que ela foi presa. Agora a direita, sem nenhum escrúpulo, faz montagens vagabundas como a que podemos ver na foto da esquerda. Quem espalha esta foto como se fosse verdadeira é um criminoso, um bandido sem caráter que exatamente como os nazistas :precisa adulterar a história para tentar convencer as pessoas. Se você sabe quem foi o criminoso que fez esta montagem, me avise e poderemos denunciar à Polícia Federal.

A foto fraudada estava postada no site  naminhaopiniao.org, que é de Virgílio Lemos, de Niterói, Rio de Janeiro. Pelo twuiter, ele estava desde domingo, 5 de setembro, disseminando-a.

Segundo  o www.gandi.net/whois,  o domínio está registrado em nome de  Felipe Lemos, também de Niterói, Rio de Janeiro. Foi criado em 11 de julho de 2009 às 18:26. Lá constam endereço completo e telefone, que preferimos não divulgar.

Outras armações virão. O jogo é sujo, pesado, bruto. Com sangue frio e responsabilidade, a blogosfera progressista poderá contribuir para detoná-las. Isso inclui vocês, leitores e twiteiros. A internet é colaborativa. Este episódio é mais uma prova isso.

Agora, aproveitem o post do Tijolaço.

Brizola Neto: Montagem de foto é caso de polícia. E já!

O site “na minha opinião“, de um tal Virgilio Lemos, está disseminando pela internet uma fotomontagem grosseira de Dilma ao lado de uma arma, inserida artificialmente na foto, como provamos com a foto original.
Você pode ver no detalhe, pela ampliação que a imagem foi colada sobre a original, interrompendo a moldura da janela.

Trata-se de um ato criminoso, que deve ser imediatamente apurado pela Polícia e pelo Ministério Público. Se não agem, devem ser provocados pelo PT, que é acusado de esconder a foto. Nesse caso não se pode ter condescendência. A atitude do autor do site é a de enganar as pessoas adulterando uma imagem antiga. O site está registrado em nome de outra pessoa, que omitimos para evitar injustiças, caso seja outra falsificação, de Niterói, no Rio de Janeiro. Tenho outros dados que posso fornecer sobre o possível autor, mas não o faço em respeito à possibilidade de ser uma identificação errada da pessoa em questão.

Têm sido vários os relatos de que os adeptos de Serra tentarão como última manobra apresentar Dilma como a guerrilheira, se possível lhe atribuindo algum crimes que jamais cometeu.

Os jornais abrem páginas e páginas para falar de uma quebra de sigilo que, até hoje, ninguém sabe quais foram. Estamos agora diante de uma manipulação criminosa de imagens, feita para enganar os ingênuos.

Mas, afinal, não foi a própria Folha, quem começou esta história, publicando uma ficha falsa de Dilma no Dops?






Fatos e factoides


Para tentar virar o resultado da eleição de outubro, que até agora aponta Dilma Rousseff como provável vencedora já no primeiro turno, a oposição busca desesperadamente o que chama de “fato novo”.
Este é o único produto em alta na campanha tucana no momento.

Com o “fato novo” procura-se um acontecimento que, usado calculadamente, poderia provocar impacto suficientemente forte para mudar o rumo da eleição, ou que, pelo menos, teria força para frear Dilma e manter a chance de levar Serra ao segundo turno.

Chama a atenção pergunta surgida no ex-blog do ex-prefeito carioca Cesar Maia, tutor de Indio da Costa, candidato a vice na chapa de Serra: “Drew Westen dizia, dois meses antes das eleições de 2008 nos EUA, que Obama precisava criar um fato novo. A quebra do Lehman Brothers encarregou-se disso. Aqui, isso não deve ocorrer. Então, o quê?”

Maia é o introdutor do factoide na cena brasileira. Mas factoide não é uma mentira. É um fato inexistente até ser usado como ato de manipulação política. Factoide é uma criação do jornalista e escritor norte-americano Norman Mailer, que deu esse sentido à expressão.

Factoides são os únicos recursos existentes no arsenal da oposição brasileira na campanha eleitoral. A força do factoide não está no fato em si, mas na forma com que é usado.

Nos últimos dias, mais uma vez, os fatos foram usados como factoides. Sempre com a obsequiosa ajuda da imprensa dita isenta e imparcial.

Simultaneamente à divulgação de novas pesquisas que ampliam a vantagem de Dilma Rousseff, reapareceu o episódio da quebra do sigilo fiscal de Eduardo Jorge, da direção do PSDB. É um fato grave. A Receita Federal fez o que devia. Abriu sindicância interna e descobriu que houve três acessos irregulares a dados pessoais de outros contribuintes tucanos. Os funcionários responsáveis devem pagar isso.

Eis aí o exemplo de um fato transformado em factoide.

Atribuíram a responsabilidade do ato irregular a Dilma Rousseff ou à equipe de campanha dela sem que haja provas. É um factoide de uma leviandade sem par, como atestam as duas declarações abaixo:

“Não é a primeira vez, isso vem de muitos anos. Lembram do dossiê dos aloprados do qual fui vítima?”, disse Serra.

“Dilma Rousseff tem de dar uma satisfação. Ela é a candidata dessa turma que praticou o ato ilegal”, atacou o senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB.

Serra, hoje, é o candidato preferido pe los militares que apoiaram a tortura durante a ditadura militar. Seria, então, o caso de se perguntar: qual é a responsabilidade do candidato tucano com aquelas atrocidades? Honestamente, nenhuma.

Serra e aliados erraram desde o início. Apostaram sempre na desconstrução de Dilma Rousseff. Em consequência, nos palanques e no horário eleitoral gratuito de rádio e tevê, a oposição não tem o que dizer.

De qualquer forma, ainda há tempo de Serra reconstruir a campanha. Talvez, não mais para ganhar, mas somente para perder dignamente e, assim, poder contar aos netos do início ao fim a história de sua trajetória política.

Mauricio Dias

Maurício Dias é jornalista, editor especial de CartaCapital. mauriciodias@cartacapital.com.br







Geraldo Elísio: Mudanças
Fonte: Novo Jornal

Por Geraldo Elísio

“... Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer...”Geraldo Vandré

Não faz muitos dias um jornal de Belo Horizonte publicou vasta matéria informando a respeito da desnutrição, principalmente de crianças, em algumas regiões do Estado de Minas Gerais. Ao mesmo tempo é visível o crescimento da violência urbana, da mesma forma como o transporte coletivo fica a cada dia que passa pior.

Os serviços de saúde pública parecem logomarca do tormento, excetuada a abnegação dos profissionais e o esforço hercúleo das entidades caritativas. Não são poucos os desempregados e muitos são aqueles subempregados. Salário de professor é um horror, lazer é artigo de luxo e a ecologia séria momento a momento é violada.

Onde ficou o choque de gestão? O Estado paradisíaco divulgado por uma publicidade que fontes seguras informam beirar os 400 milhões de reais? Ganhou o PIG.  Diante do que ocorre prefiro recorrer à poesia de
Renato Russo, na música cantada pela banda Legião Urbana. Talvez o eleitor consciente, utilizando o seu voto como uma arma pacífica, possa modificar a situação.



Vamos celebrar / A estupidez humana / A estupidez de todas as nações / O meu país e sua corja / De assassinos / Covardes, estupradores /  E ladrões...

Vamos celebrar / A estupidez do povo / Nossa polícia e televisão

Vamos celebrar nosso governo /  E nosso estado que não é nação...  / Celebrar a juventude sem escolas / As crianças mortas

Celebrar nossa desunião... /  Vamos celebrar Eros e Thanatos /Persephone e Hades / Vamos celebrar nossa tristeza / Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas / A cada fevereiro e feriado / Todos os mortos nas estradas / Os mortos por falta / De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça / A ganância e a difamação

Vamos celebrar os preconceitos / O voto dos analfabetos Comemorar a água podre / E todos os impostos / Queimadas, mentiras /  E seqüestros...

Nosso castelo  / De cartas marcadas / O trabalho escravo / Nosso pequeno universo / Toda a hipocrisia / E toda a afetação / Todo roubo e toda indiferença

Vamos celebrar epidemias / É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome / Não ter a quem ouvir / Não se ter a quem amar / Vamos alimentar o que é maldade / Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira /  Nosso passado
De absurdos gloriosos / Tudo que é gratuito e feio / Tudo o que é normal

Vamos cantar juntos / O hino nacional /  A lágrima é verdadeira

Vamos celebrar nossa saudade

Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja /  A intolerância / A incompreensão

Vamos festejar a violência / E esquecer a nossa gente / Que trabalhou honestamente / A vida inteira / E agora não tem mais/ Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração / De toda a nossa falta / De bom senso / Nosso descaso por educação

Vamos celebrar o horror /  De tudo isto / Com festa, velório e caixão / Tá tudo morto e enterrado agora / Já que também podemos celebrar / A estupidez de quem cantou / Essa canção...

Venha! / Meu coração está com pressa / Quando a esperança está dispersa / Só a verdade me liberta /  Chega de maldade e ilusão

Venha! O amor tem sempre a porta aberta / E vem chegando a primavera / Nosso futuro recomeça / Venha! / Que o que vem é Perfeição!...

Que a grande legião urbana de eleitores “Celebre”  a democracia varrendo da vida pública os incopetentes e os corruptos.

NÃO VOTE EM CORRUPTOS. VOCÊS SABEM QUAIS SÃO ELES. PARTICIPE E DIVULGUE ESSA IDEIA. NÃO VOTE EM QUEM VAI CONTRA A LEI. CONTRIBUA COM A LEI. USE O TWITTER.

Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.

geraldo.elisio@novojornal.com






Serra tenta o golpe da cassação de Dilma no TSE


 

A coligação de Serra pediu a cassação do registro de Dilma no TSE, na quarta-feira, alegando as quebras de sigilo fiscal.


O significado político disso é sinal de fraqueza de Serra, de quem entrega os pontos, aceitando a incapacidade de vencer nas urnas, e parte para o tapetão dos tribunais.


Serra desiste de tentar ganhar no voto popular e quer ser ungido presidente da República com apenas 7 votos de juízes.


Nossa resposta é a força do povo nas ruas e na internet, em apoio à Dilma. Hoje Lula e Dilma farão comício em Foz do Iguaçu, às 19hs. Todos lá, que puderem comparecer. Quem não puder, vamos acompanhar pela internet.


Mas não é preciso esperar pela passagem de Dilma ou Lula em sua cidade (e a campanha é curta para visitar todas). Então, veja os atos políticos dos candidatos da coligação em apoio à Dilma em sua cidade e compareça.


A denúncia no TSE é fraca, usando os mesmos argumentos das reportagens da revista Veja e do jornal Folha de São Paulo. No colegiado de juízes do TSE, certamente será arquivada, por falta de fundamento.


Quando essa denúncia for arquivada, Serra deverá cair para menos de 20% nas intenções de votos, porque todo candidato que tenta tirar um adversário da disputa no tapetão, fica mais fraco e mal-visto pela população. Marina Silva já pode começar a sonhar com 2º lugar, porque não é impossível.


Com nossa mobilização popular, Dilma ficará mais forte ainda.








O Risco de um Golpe em Marcha

O Brasil pode estar passando por mais uma prova de resistência contra grupos golpistas que não aceitam a verdadeira DEMOCRACIA.

A elite brasileira personalizada na figura rocambolesca de José Serra e com o apoio da mídia Golpista (O PIG segundo PHA) vem insistindo numa versão se quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB, principal trincheira da Elite, sem que houvesse nenhuma prova.

Num estado democrático de direito, o ônus da prova é obrigação do acusador. No entanto, nem o próprio judiciário tem contribuído para o estado democrático, quando um Ministro da Suprema Corte dá um entrevista condenando tais práticas sem mesmo ter um processo e, consequentemente, sem nenhuma prova.

Como um cidadão tão despreparado pode ser nomeado para o STF, julgar e condenar sem que haja nenhum processo, sem os autos??? É inimaginário que tal fato possa acontecer numa democracia. Isso mostra também o desprezo com que as elites tratam este país.

A mesma figura rocambolesca de José Serra, tenta ganhar uma eleição no tapetão, usando o judiciário para chegar ao poder, usando de um golpe contra o povo, o mesmo tipo de golpe que em 1964, disse ter combatido.

É necessário que o povo fique atento contra qualquer forma de golpe. Precisamos mostrar nossa dignidade contra esse tipo de vilania. O país não pode retroceder. Foram longas décadas de desmandos e, onde o povo não tinha voz.

Se precisar vamos tomar conta das ruas, mas golpe jamais.





Vladimir Safatle: A democracia sem povo


A democracia que não veio


por Vladimir Safatle, na Folha de S. Paulo


O real desafio é criar mecanismos de ampliação da democracia direta


Desde que a campanha eleitoral começou, vemos os candidatos mais bem posicionados ensaiarem a defesa da reforma política. Isso significa que, ao menos no discurso, todos reconhecem um certo déficit democrático nas estruturas de poder da sociedade brasileira.


No entanto, é interessante perceber como a maioria das propostas (quando elas, de fato, aparecem) resume-se à discussão de questões que não tocam o fundamento do problema.


Voto obrigatório ou facultativo, existência ou não do Senado, adoção ou não do voto distrital: todas essas questões, embora relevantes, não têm a força para desbloquear o processo de constituição de uma democracia efetiva entre nós.


Neste sentido, talvez fosse o caso de dirigir a atenção para dois pontos pouco explorados no debate eleitoral. Primeiro, vivemos um processo de esgotamento do chamado “presidencialismo de coalizão”.


O Brasil deve ter o único Parlamento no mundo em que é impossível a um partido ter a maioria absoluta das cadeiras. Desde a redemocratização, apenas o PMDB de 1986 conseguiu alcançar essa marca.


Isso faz com que o Congresso seja um verdadeiro “balcão de negócios”, no qual um Executivo sempre fragilizado (já que necessita de alianças heteróclitas com vários partidos para governar) sai perdendo.


Só seria possível mudar tal situação através de uma reforma política que permitisse situações eleitorais nas quais o vencedor leva tudo.


Isso pode significar que uma parte das cadeiras deva estar vinculada, necessariamente, ao partido vencedor, a fim de permitir que ele possa fazer maioria congressual mais facilmente (ou, ao menos, uma minoria qualificada).


No entanto, toda discussão a respeito de nosso deficit democrático deve partir da constatação da baixa participação popular nos processos decisórios de governo.


A democracia parlamentar liberal quer nos fazer acreditar que a participação popular deva se resumir, em larga medida, à criação de coeficientes eleitorais em épocas de eleição. Ela não percebe que o verdadeiro desafio democrático consiste na criação de mecanismos de ampliação da democracia direta, seja através da generalização de plebiscitos, seja através da regionalização dos processos de decisão sob a forma de conselhos populares.


Tal criação é a condição para o engajamento da população nas práticas sociais de gestão. Só uma patologia própria ao pensamento conservador pode defender que o aumento da participação popular equivale a um risco à democracia. Como se a boa democracia fosse aquela que conserva o povo a uma distância segura através dos mecanismos de representação.


Contra isto, talvez seja o caso de dizer claramente que a verdadeira democracia é medida pela possibilidade dada ao poder instituinte popular para manifestar-se, mesmo que seja criando novas regras e instituições.

Pois há uma plasticidade política própria à vida democrática que só aqueles que temem a construção de uma democracia efetiva compreendem como “insegurança jurídica”.


VLADIMIR SAFATLE é professor no departamento de filosofia da USP






Quem semeia facismo colhe facismo!

Fonte: O Escrivinhador

publicada segunda-feira, 30/08/2010 às 11:22 e atualizada segunda-feira, 30/08/2010 às 11:22

No fim da semana passada, Serra foi aos militares  no Rio e “denunciou”: o PT é responsável por uma República Sindicalista. Discurso idêntico ao dos golpistas de 64.
Hoje, leio na Maria Frô que um desses “militantes cibernéticos” (e histéricos) do tucanismo espalhou pela internet a  foto que reproduzo abaixo.

Ou seja: quem semeia facismo colhe… exatamente isso, facismo!
Deixemos a Maria Frô  explicar melhor quem é o responsável pela barbaridade…
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Maitê Proença fazendo escola entre os machos selvagens
O título deste post remete à declaração infeliz dada pela atriz global Maitê Proença, discutida aqui. Parece que Maitê encontrou adeptos da espécie ‘machos selvagens’ e sem noção que tanto aprecia. Um deles se identifica no twitter e no twitpic como @cesaradorno. Em seu perfil encontramos a seguinte descrição: “Cesar Adorno, Bio: Medico Veterinário nascido em Santa Cruz do Rio Pardo neto de imigrantes Italianos,Tucano por ideologia e Sãopaulino de coração!”(sic) No seu avatar vemos um twibbon de apoio ao candidato José Serra. Se é um perfil falso ou não, não podemos afirmar, só podemos deduzir que por trás dele existe um ser sem noção e que acredita que vale tudo na campanha, inclusive incorrer em alguns crimes.
A imagem que vocês podem ver reproduzida abaixo foi editada grosseiramente por algum incauto. As inscrições originais da faixa foram apagadas e em seu lugar foram inseridas mensagens de incitamento à violência contra a mulher, no caso: Dilma Rousseff.
Imagem editada que foi publicada por um usuário do twitpic que se identifica como Cesar Adorno.

As frases fazem apologia ao crime na medida em que remetem ao assassinato bárbaro de Elisa Samúdio, seu suposto mandante e possíveis executores.






Serra abraça discurso da ditadura em encontro com militares

O tucano acusou o PT de formar uma "república sindicalista", colocou-se contra a punição de crimes da ditadura e afirmou que o Brasil ajudou "ditador do Irã". Parece ter esquecido que era presidente da União Nacional de Estudantes (UNE) em 1964 e discursou no comício da Central do Brasil em defesa daquela que os golpistas de então classificavam de “república sindicalista”.

Protagonista do primeiro encontro de um candidato a presidente com oficiais das Forças Armadas nesta campanha, José Serra (PSDB) foi recebido sem muito entusiasmo pelos militares que compareceram ao Clube da Aeronáutica na tarde de sexta-feira (27).

A palestra, a primeira de uma série que terá também as candidatas Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT), foi assistida por cerca de 200 pessoas, plateia que sequer conseguiu encher a sala reservada ao evento, e foi fechada à imprensa a pedido do candidato. Além de pouco público, também chamou a atenção na palestra a presença de muitos oficiais da reserva, alguns com clara posição antipetista, e a ausência dos atuais comandantes das três forças.

Descontraído, o ex-governador jogou para a plateia quando lembrou os temores militares frente ao governo de João Goulart e acusou o PT de ter formado "uma república de sindicalistas". O tucano também manifestou posição contrária ao Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) e ao que qualificou como "tentativa de controle da imprensa" por parte do governo petista. Serra também criticou a política externa brasileira e citou a "quebra do sigilo fiscal de pessoas próximas na Receita Federal".

"O PNDH cria uma espécie de tribunal que iria permanentemente julgar a imprensa, para efeito desse controle. Há, além do mais, por parte do governo, uma ofensiva econômica em relação à imprensa"

Serra, que no passado foi perseguido político e exilado pela ditadura militar, não hesitou em condenar aqueles que pregam punição para os crimes de tortura cometido pelos militares: "Reabrir a questão da anistia para mim é um equívoco porque a anistia valeu pra todos e ao meu ver não é algo que deveria ser reaberto. Uma coisa é ter conhecimento do que aconteceu, etc. Outra é a reabertura dos processos que, aliás, pegaria gente dos dois lados. Permanentemente se procura reabrir essa questão, inclusive em nível ministerial, no atual governo", disse.

O poder do atual governo, segundo o candidato do PSDB, se dá "através da internet e da máquina sindical". Nesse momento, Serra chegou a citar o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart em 1964: "Em 64, uma grande motivação para a derrubada do Jango era a idéia da república sindicalista. Quem estava por dentro sabia que isso não tinha a menor possibilidade de acontecer. Mas, eles [do PT] fizeram agora a verdadeira república sindicalista. Mas, não é pra fazer socialismo, estatismo, nada disso. É para curtir, e é uma máquina poderosa, que conta com internet, etc".

A política de direitos humanos do governo Lula foi o principal alvo do tucano, que chegou a afirmar que o PNDH "criminaliza quem não defende o aborto", para em seguida acrescentar: "Nesse mesmo programa de direitos humanos, passa-se por cima da ordem jurídica do país, por exemplo, no caso das invasões. O PNDH prevê que as invasões não poderão ser enfrentadas mediante ordem judicial e cria uma instância intermediária, um fórum para decidir se tal invasão é correta, etc. Isso viola o direito de propriedade".

Serra voltou a criticar o "conferencismo" do atual governo e a se queixar da "pressão" sobre a mídia: "Outro aspecto é o controle da imprensa, que se dá através de congressos e de conferências, mas, na prática, prevê o controle e o monitoramento da imprensa. Inclusive na área propriamente de direitos humanos, direitos civis, etc, o PNDH cria uma espécie de tribunal que iria permanentemente julgar a imprensa, para efeito desse controle. Há, além do mais, por parte do governo uma ofensiva econômica em relação à imprensa", disse.

"São mais um 'saludo a la bandera' em relação ao qual nós não temos interesse nenhum. Para não falar, como no caso da Bolívia, de uma espécie de cumplicidade com um governo que é cúmplice do contrabando de drogas para o Brasil".

Vizinhos "incômodos"

O tucano também aproveitou um velho ícone do imaginário militar de direita para criticar a política externa do governo Lula ao apontar que o Brasil reconheceu, "de maneira injustificada", a China como economia de mercado.

"A implicação prática disso é que nós não podemos adotar medidas de defesa comercial com a rapidez que seria possível caso não tivéssemos feito esse reconhecimento a troco de nada. Em matéria externa, nós não tivemos agressividade econômica, mas tivemos, sim, atividade política equivocada, dando trela para ditadores da pior espécie, como o ditador do Irã, inclusive armando uma encrenca diplomática para o Brasil inteiramente desnecessária".

A relação com os vizinhos latino-americanos também foi atacada por Serra: "Relações boas com Venezuela, Equador, Bolívia, etc, tudo bem. Com Cuba, também. Eu sou partidário que os Estados Unidos levantem o cerco econômico a Cuba. Isso, aliás, ajudaria o processo cubano a caminhar para a democracia. Mas o fato é que são parcerias e coalizões antinorteamericanas que, na verdade, são mais um 'saludo a la bandera' em relação ao qual nós não temos interesse nenhum. Para não falar, como no caso da Bolívia, de uma espécie de cumplicidade com um governo que é cúmplice do contrabando de drogas para o Brasil".

Além de reiterar a insinuação de cumplicidade do governo brasileiro com o narcotráfico, Serra voltou a insinuar que o PT faz corpo-mole em relação às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc): "Eu li a declaração do comandante do Exército na Amazônia dizendo que tropas da Farc entraram no Brasil, por questões logísticas deles e também para o narcotráfico. Nossas fronteiras não estão sendo guardadas como deveriam ser", disse.

Os vizinhos mais pobres foram alvo de outras queixas do tucano, que lembrou que uma cidade fronteiriça boliviana, à época em que era ministro da Saúde, tinha 75% das pessoas com dengue. Serra também citou o pré-sal: "A fronteira marítima merece atenção especial por causa das riquezas do subsolo referentes ao petróleo. Nós temos que ocupar nossas fronteiras. A tecnologia é muito importante e envolve as três armas. Quero criar uma guarda nacional especifica para trabalho de fronteira, não conflitante com o trabalho das Forças Armadas, e para florestas e meio ambiente", prometeu.

Passado de Dilma

Parte da plateia da palestra de José Serra no Clube da Aeronáutica não escondeu o seu antipetismo. Uma questão elaborada pelos coronéis Ozires Labatu e Ernani Almeida indagou ao tucano: "Por quê os condutores de sua campanha se eximem de abrir a biografia da senhora Dilma e de expor as verdadeiras intenções do PT?".

Serra respondeu que "essa questão biográfica é uma questão mais complicada" e saiu pela tangente: "Eu não acho que deva ser a campanha quem discute o passado, a vida de cada um. O que mais me incomoda na biografia da Dilma é atribuírem a ela coisas que ela não fez. Isso me aflige mais do que a questão do passado político. Conheço gente que fez a luta armada - não conheci muitos, foram alguns - e que hoje estão com uma posição política correta e trabalhando direito", disse.

Em outra questão, o tenente-brigadeiro Carlos Almeida Batista repreendeu Serra por "cometer os mesmos erros de Geraldo Alckmin na campanha passada". O militar disse que Serra não explora "conquistas tucanas como o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal e as privatizações bem-sucedidas" e indagou: "Por quê o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não engaja em sua campanha como faz o Lula com a Dilma?".

Em sua resposta, Serra disse que as conquistas citadas pelo tenente-brigadeiro são "temas que não emocionam a população" e que "a internet é usada para a propagação da mentira". Sobre FHC, o tucano foi evasivo: "Quanto à participação do Fernando Henrique, ele tem plena liberdade para isso. Mas eles quiseram transformar a eleição na comparação entre dois governos e eleição não é isso. A meu ver, levar para esse tipo de comparação não é bom".

Fonte: Rede Brasil Atual






O que Serra pregou escondido no Clube da Aeronáutica ?          O Golpe do Gilmar ?



Saiu no Blog Amigos do Presidente Lula, que a Dra Cureau tentou calar – clique aqui para ler.

Ditador Serra proibe imprensa em evento com militares


José Serra (PSDB) fez palestra esta tarde no Clube da Aeronáutica, no Rio, para militares da reserva e membros dos clubes militares. Mas o candidato proibiu a entrada da imprensa, censurando o trabalho dos jornalistas.

Apesar de credenciados pelo Clube da Aeronáutica, os jornalistas presentes foram avisados pela assessoria de imprensa de Serra de que o encontro, de natureza pública, “seria fechado”.

A assessoria de imprensa do Clube da Aeronáutica afirmou que o fechamento do evento à imprensa foi a pedido da assessoria do candidato. “Eles estabeleceram as regras do jogo. Eles pediram. Nós queríamos que fosse aberto”, afirmou o assessor do clube, coronel Paulo F. Tavares.

Com o ato, Serra jogou no lixo seu discurso feito no Congresso Nacional dos Jornais, defendendo a liberdade de imprensa, quando afirmou “ser contra qualquer restrição à atividade jornalística”. Naquela ocasião, após o discurso, ele já havia se recusado a responder três perguntas de repórteres.

Agora fica a pergunta: que tipo de conspiração Serra quis apresentar aos militares, que a população brasileira não possa ouvir? (Com informações do portal Ig)

por Zé Augusto






Dado como morto, neoliberalismo voltou mais forte e devastador

Fonte: Vermelho

Quando explodiu a crise em 2008, muitos aproveitaram para decretar o fim do período neoliberal e anunciar que, daquele momento em diante, o Estado e a sociedade estariam novamente ditando as regras do jogo. A ideologia do livre-mercado deveria admitir o erro da crise causada e recuar. Vacinados pelo desastre, Estados e sociedade passariam a controlar os excessos do livre-mercado.

Por Paulo Ferraresi Pegino, no
Luis Nassif Online

Esse otimismo autoilusório dos setores progressistas da sociedade, ao mesmo tempo esperançoso, mas também demais envolvido emocionalmente com os fatos que se seguiam, obscureceu a capacidade de se analisar criticamente os efeitos da crise e de se perceber as respostas rápidas que poderiam surgir no contra-ataque do modelo de capitalismo de livre mercado. E foram, de fato, rápidas.

No primeiro momento da crise, como se sabe, veio o socorro aos bancos e as grandes empresas. Países ao redor do mundo derramaram cifras trilionárias de dinheiro público para salvar e premiar os especuladores que apostaram contra as vidas de milhões de trabalhadores e da sociedade em ativos artificialmente inflacionados. Enfraquecidos ideologicamente, os apostadores do livre-mercado, de fato, recuaram. Ouviram um sermão, mas recuaram com os bolsos preservados a preenchidos com o dinheiro público.

Mas, já num segundo momento, os ideólogos do livre mercado ressurgiram, agora cobrando a conta pelo rombo causado por aquele mesmo socorro trilionário nas finanças públicas. O mesmo socorro trilionário que salvou os especuladores passou a ser visto pelos economistas de plantão como sinal de gastança pública e mau gerenciamento do estado.

Empresas de rating começaram a baixar as notas de avaliação de risco dos Estados nacionais. Estes, por sua vez, e de forma articulada, se puseram a cortar os gastos sociais: pensões, direitos trabalhistas, educação, saúde, investimentos públicos, tudo congelado, cortado ou revisto para baixo.

Todos os "privilégios" sociais, incompatíveis com a modernização da gestão do estado enxuto, conforme a cartilha da mitologia do livre-mercado, foram revistos. Os que ainda não foram, estão em vias de ser. De quebra, acelera-se ainda o processo de privatizações de empresas públicas. Tudo para dar uma resposta rápida e não abalar a confiança do livre-mercado.

O modelo neoliberal, dado como morto, em pouco tempo se impõe novamente como agenda política e como a fórmula inconteste para sair da crise provocada pelo próprio modelo. Em vez de precipitar o fim do modelo, a crise o fortaleceu.

A profecia do fim do neoliberalismo tem efeito inverso: na conta do sacrifício imposto aos trabalhadores e a sociedade está, ainda, a flexibilização das leis trabalhistas e a destruição dos modelos de seguridade social. Basta se atentar para o discurso de Obama, Sarkozy, Berlusonci, etc e etc...

Além disso, na Europa e nos EUA, nunca se contratou tantas pessoas em condições de trabalho precário, temporários, meio período, etc. As grandes empresas ganham duas vezes: o Estado reduz os custos trabalhistas, e a crise as ajuda a congelar salários e demitir em massa. Os sindicatos recuam para preservar o pouco emprego que resta. Não à toa, as grandes empresas ao redor do mundo começam a publicar balanços com lucros recordes. Os trabalhadores perdem, mas o grande capital continua a ganhar.

O fim do neoliberalismo pode, na verdade, ser o começo de uma era de capitalismo ainda mais sombria para o mundo: tradicionalmente, o enfrentamento dos abusos e excessos do capitalismo é feito pelos trabalhadores organizados. Mas a crise foi uma oportunidade de ouro para o capital “higienizar” sua relação com os trabalhadores: o poder de negociação e enfrentamento dos trabalhadores está sendo aniquilada, com a ajuda decisiva dos estados nacionais.

Ainda, as grandes empresas aproveitam a debilidade causada pela crise nas pequenas e médias empresas para aniquilar ou absorver concorrentes. O mercado fica mais concentrado, os trabalhadores mais enfraquecidos e as grandes empresas ainda mais poderosas, podendo interferir ainda mais nas leis e na regulação do Estado e em toda vida social.

Fim do neoliberalismo ou o início de um neoliberalismo ainda mais devastador?






Instituto paulista manipula voto para Serra



Serra numa campanha é garantia de baixaria, diz o Ciro

Saiu na CartaCapital:

No Rio Grande do Sul, manipulação de pesquisa


Lucas Azevedo


O Ministério Público Eleitoral (MPE) do Rio Grande do Sul investiga a suposta manipulação de uma pesquisa sobre intenção de voto para a Presidência da República, em Porto Alegre. Caso seja confirmada a indução, ficará configurado crime eleitoral.

Uma servidora pública da Capital gaúcha denunciou a prática no final da semana passada. Segundo ela, entrevistadores, que se identificam apenas como “uma empresa de pesquisas de São Paulo”, abordam eleitores no centro da cidade questionando sua intenção de voto. Dependendo da resposta, o entrevistado é convidado a assistir vídeos dos candidatos Dilma Rousseff  (PT) e José Serra (PSDB), para, a seguir, iniciar a pesquisa. Ao término, o consultado recebe uma caixa de bombom como “brinde”.

O MPE destacou um funcionário para investigar a denúncia. Segundo seu levantamento, o entrevistado é posto para assistir sete peças publicitárias que expressariam uma imagem negativa de Dilma. Após a sessão, o entrevistador pede que o consultado reflita sobre o que viu antes de responder à pesquisa.

Na sexta-feira 20, a Polícia Federal (PF) e o MPE cumpriram mandados de busca e apreensão na sala comercial onde os vídeos são exibidos. Dois computadores, documentos e três caixas de bombom foram apreendidos.

De acordo com uma fonte da investigação que teve acesso às provas, mas pediu para não ser identificada, a ação tem o objetivo claro de “turbinar uma pesquisa” pró-Serra.

Segundo o Promotor Eleitoral Ricardo Herbstrith, durante esta semana as provas serão analisadas para verificar se há, de fato, a manipulação para os resultados. Mas adianta: “Os vídeos exibidos efetivamente induzem o eleitor”.

Hoje o MPE recebeu autorização da Justiça Eleitoral para requerer a instauração de um inquérito à PF. A empresa de São Paulo que contratou pessoal em Porto Alegre já foi identificada. Agora, caberá aos agentes federais apurar quem procurou o escritório paulista e de que forma o levantamento foi requerido.








Discurso histórico.Lula e o preconceito dos vira-latas







Michel Chossudovsky: Preparar a 3ª Guerra Mundial; Objetivo Irã

"EUA e Israel estão na iminência de desferir um ataque contra o Irã. A concentração de poderosas forças aeronavais no Golfo seria o prólogo de bombardeios devastadores de objetivos estratégicos, segundo planos há muito elaborados. Especialistas do Pentágono afirmam, porém, que a utilização de armas convencionais no bombardeio das instalações nucleares subterrâneas de Natanz seria ineficaz, sugerindo o uso de armas atômicas táticas". Artigo de Michel Chossudovsky, reproduzido de O Diário.Info.

A humanidade está numa encruzilhada perigosa. Os preparativos de guerra para atacar o Irã estão em "avançado estado de preparação". Sistemas de alta tecnologia, incluindo armas nucleares, estão totalmente preparados.

Esta aventura militar tem estado na mesa de planeamento do Pentágono desde meados da década 1990. Primeiro o Iraque, depois o Irã, de acordo com documentos desclassificados de 1995 do Comando Central dos EUA.

A escalada faz parte da agenda militar. Além do Irã – é o próximo objetivo juntamente com a Síria e o Líbano – este desenvolvimento estratégico militar também ameaça a Coreia do Norte, a China e a Rússia.

Desde 2005, os EUA e os seus aliados, incluindo os interlocutores dos Estados Unidos na Otan e Israel, estão envolvidos num amplo desenvolvimento e armazenamento dos sistemas de armas avançadas.

Os sistemas de defesa aérea dos EUA, dos países membros da Otan e Israel estão totalmente integrados.

É um trabalho coordenado pelo Pentágono, a Otan e a Força de Defesa de Israel (FID), com a ativa colaboração de vários países da Otan e outros não integrados nesta estrutura, incluindo os Estados árabes (os membros da Otan do Diálogo do Mediterrâneo e a Iniciativa de Cooperação de Istambul), Arábia Saudita, Japão, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Cingapura e Austrália, entre outros. Fazem parte da Otan 28 Estados; outros 21 países são membros do Conselho da Aliança Euro-Atlântica (EAPC); o Diálogo Mediterrâneo e a Iniciativa de Cooperação de Istambul é formada por 10 países árabes e Israel.

O papel do Egito, dos Estados do Golfo e da Arábia Saudita dentro da aliança militar ampliada é de particular relevância: o Egito controla o trânsito dos navios de guerra e petroleiros no Canal de Suez; a Arábia Saudita e os Estados do Golfo ocupam a costa ocidental sul do Golfo Pérsico, o Estreito de Ormuz e o Golfo de Omã.

No princípio de junho, "o Egito informou que permitiu a passagem pelo Canal de Suez de onze barcos dos EUA e de Israel, num aparentemente aviso… ao Irã. Em 12 de junho, alguns meios de comunicação regionais informaram que os sauditas tinham dado autorização a Israel para sobrevoar o seu espaço aéreo" (Mirak Weissbach Muriel, Israel’s Insane War on Iran Must Be Prevented, Global Research, 31 de julho de 2010).

Na doutrina militar nascida do 11 de Setembro, o desenvolvimento massivo de armamento militar definiu-se como parte integrante da chamada "Guerra Global contra o Terrorismo", dirigido contra organizações terroristas "não estatais" como a al-Qaida e os chamados "Estados patrocinadores do terrorismo", como o Irã, a Síria, o Líbano e o Sudão.

A criação de novas bases militares dos EUA e o armazenamento dos sistemas de armas avançadas, incluindo as armas nucleares táticas, etc. fazem parte da preventiva "doutrina militar defensiva" sob o guarda-chuva da "Guerra Global contra o Terrorismo".

Guerra e crise econômica

As consequências de um ataque de um ataque intenso dos Estados Unidos, da Otan e Israel contra o Irã são de longo alcance.

A guerra e a crise econômica estão intimamente relacionadas, A economia de guerra é financiada por Wall Street, que surge como credor da administração dos EUA.

Os produtores de armas são os destinatários de bilhões de dólares do Departamento de Defesa dos EUA, como forma de pagamento dos contratos de aquisição de sistemas de armas avançadas.

Por sua vez, "a batalha do petróleo" no Oriente Médio serve diretamente os interesses das petrolíferas gigantes anglo-estadunidenses. Os EUA e os seus aliados estão "a tocar os tambores da guerra" num momento de uma depressão econômica mundial, para não falar da catástrofe ambiental, mais grave da história mundial. Numa amarga jogada, um dos grandes jogadores (BP) do tabuleiro de xadrez geopolítico da Ásia Central no Oriente Médio, a antigamente conhecida como Anglo-Persian Oil, foi a instigadora da catástrofe ecológica no Golfo do México.

Meios de desinformação

A opinião pública, influenciada pelo bombardeio dos meios de comunicação social, apoia tacitamente, indiferente ou ignorando os possíveis impactos do que se mantém como um ad hoc "punitivo", uma operação dirigida contra as instalações nucleares do Irã em vez de uma guerra total.

Os preparativos para a guerra incluem o desenvolvimento do fabrico de armas nucleares nos EUA e Israel.

Neste contexto, as consequências devastadoras de uma guerra nuclear trivializam-se ou, pura e simplesmente não se mencionam.

A crise "real" que ameaça a humanidade é o "aquecimento global" segundo os mídia e o governo, não a guerra.

A guerra contra o Irã apresenta-se à opinião pública como um tema entre vários outros. Não se apresenta como uma ameaça à "Mãe Terra", como o caso do aquecimento global. Não é notícia de primeira página. O fato de um ataque contra o Irã poder levar a uma potencial escalada e desencadear uma "guerra global" não é motivo de preocupação.

Culto da morte e da destruição

A máquina global de matar também é sustentada pelo culto da morte e da destruição que inunda os filmes de Hollywood, para não referir as guerras em prime time e as séries de televisão sobre delinquência.

Este culto da matança é apoiado pela CIA e pelo Pentágono, que também apoiou (financiou) produções de Hollywood como instrumentos de propaganda da guerra.

O ex-agente da CIA Bob Baer disse: "Há uma simbiose entre a CIA e Hollywood" e revelou que o ex-diretor da CIA, George Tenet, se encontra atualmente em Hollywood, a falar com os estúdios. (Mathew Alford and Robbie Graham, Lights, Camera… Covert Action: The Deep Politics of Hollywood, Global Research, 31 de janeiro de 2009).

A máquina de matar desenvolve-se a nível global no quadro da estrutura de comando de combate unificado. E, habitualmente, mantém-se nas instituições do governo, mídia corporativos e mandarins e inteletuais às ordens da Nova Ordem Mundial, desde os think thanks de Washington e os institutos de investigação de estudos estratégicos, como instrumentos indiscutível da paz e da prosperidade mundiais. A cultura da morte e da violência gravou-se na consciência humana.

A guerra é largamente aceita como parte de um processo social: a Pátria tem que ser "defendida" e protegida.

A "violência legitimada" e as execuções extrajudiciais contra os "terroristas" mantêm-se nas democracias ocidentais, como instrumentos necessários de segurança nacional.

Uma "guerra humanitária" é sustentada pela chamada comunidade internacional. Não é condenada como um ato criminoso. Os seus principais arquitetos são recompensados pelas suas contribuições para a paz mundial. Quanto ao Irã, o que se está a desenvolver é a legitimação direta da guerra em nome de uma ilusória teoria de segurança mundial.

Um ataque aéreo "preventivo" contra o Irã levaria a uma escalada

Na atualidade há três teatros de guerra separados no Oriente Médio-Ásia Central: Iraque, Afeganistão/Paquistão e Palestina.

Se o Irã for objeto de um ataque aéreo "preventivo" pelas forças aliadas, toda a região, do Mediterrâneo Oriental à fronteira ocidental da China com o Afeganistão e Paquistão, poderia rebentar o que potencialmente conduz a um cenário da Terceira Guerra Mundial.

A guerra também se estenderia ao Líbano e à Síria. É muito pouco provável que os ataques, se tivessem lugar, ficassem circunscritos às instalações nucleares do Irã, como afirmam as declarações oficiais dos EUA e da Otan. O mais provável é um ataque aéreo, tanto a infra-estruturas militares como civis, sistemas de transporte, fábricas e edifícios públicos.

O Irã, com uma estimativa de dez por cento do petróleo mundial, ocupa o terceiro lugar mundial das reservas de gás, depois da Arábia Saudita (25%) e Iraque (11%) do total mundial das reservas. Em contrapartida, os EUA têm menos de 2,8% das reservas mundiais de petróleo (Ver Eric Waddel, The Battle for Oil, Global Research, Dezembro de 2004).

É de importância vital a recente descoberta no Irã, em Soumar e Halgan, das segundas maiores reservas mundiais conhecidas que se estimam em 12,4 bilhões de pés cúbicos. Atacar o Irã não só consiste em recuperar o controle anglo-estadunidense, mas também questiona a presença e influência da China e da Rússia na região.

O ataque planificado contra o Irã faz parte de um mapa global coordenado de orientação militar. Faz parte da "longa guerra do Pentágono" uma lucrativa guerra sem fronteiras, um projeto de dominação mundial, uma sequência de operações militares.

Os planificadores militares dos EUA e da Otan previram diversos cenários de escalada militar. Estão perfeitamente conscientes das implicações geopolíticas, a saber, que a guerra poderá estender-se para além da região do Oriente Médio à Ásia Central. Os efeitos econômicos sobre os mercados de petróleo, etc. também foram analisados. Enquanto o Irã, a Síria e o Líbano são os objetivos imediatos, a China, a Rússia, a Coreia do Norte, para não falar da Venezuela e Cuba, são também objeto de ameaças dos EUA.

Está em jogo a estrutura das alianças militares. Os desenvolvimentos militares da Otan-EUA-Israel, incluindo as manobras militares e exercícios realizados na Rússia e nas suas fronteiras imídiatas com a China têm uma relação direta com a guerra proposta contra o Irã.

Estas ameaças veladas, incluindo o seu calendário, constituem um aviso claro aos antigos poderes da era da Guerra Fria, para evitar que possam interferir num ataque dos EUA contra o Irã.

Guerra mundial

O objetivo estratégico a médio prazo é chegar ao Irã e neutralizar os seus aliados, através da diplomacia da canhonheira. O objetivo militar a longo prazo é dirigido diretamente à China e à Rússia.

Ainda que o Irã seja o objetivo imediato, o desenvolvimento militar não se limita ao Oriente Médio e Ásia Central. Foi formulada uma agenda militar global.

O desenvolvimento das tropas da coligação e os sistemas de armas avançadas dos EUA, da Otan e dos seus parceiros estão a produzir-se em todas as principais regiões do mundo.

As recentes ações dos militares dos EUA diante da costa da Coreia do Norte sob a forma de manobras, são parte do plano global.

Os exercícios militares, os simulacros de guerra, o desenvolvimento de armas, etc., dos EUA, da Otan e dos seus aliados que estão a ser levados a cabo simultaneamente nos principais pontos geopolíticos, são dirigidos principalmente contra a Rússia e a China,

  • A península da Coreia do Norte, o Mar do Japão, o Estreito de Taiwan, o Mar Meridional da China, ameaçam a China.
  • O desenvolvimento de mísseis Patriot na Polônia, o centro de alerta rápido na República Tcheca, ameaçam a Rússia.
  • Movimentações navais na Bulgária e Roménia no Mar Negro, ameaçam a Rússia.
  • Movimentações de tropas da Otan e dos EUA na Geórgia.
  • Um intenso movimento naval no Golfo Pérsico, incluindo submarinos israelenses dirigidos contra o Irã.
  • Ao mesmo tempo, o Mediterrâneo Oriental, o Mar Negro, o Caribe, a América Central e a região Andina na América do Sul, são zonas de militarização em curso. Na América Latina e no Caribe as ameaças dirigem-se contra a Venezuela e Cuba.

"Ajuda militar" dos EUA

Por sua vez, transferências de armas em grande escala tiveram lugar sob a bandeira dos EUA como "ajuda militar" a países selecionados, incluindo US$ 5 bilhões de dólares num acordo de armamento com a Índia que se destina a melhorar as capacidades da Índia perante a China (Huge U.S.-Índia Arms Deal To Contain China, Global Times, 13 de julho de 2110).

"[A venda de armas] significará melhorar as relações entre Washington e Nova Deli e, de forma deliberada ou não, terá o efeito de conter a influência da China na região". (Citado em Rick Rozoff, Confronting both China and Russia: U.S. Risks Military Clash With China In Yellow Sea, Global Research, 16 de julho de 2010).

Os EUA conseguiram acordos de cooperação com alguns países do sul da Ásia Oriental, como Cingapura, Vietnã e Indonésia, incluindo a sua "ajuda militar" e a participação em manobras militares dirigidas pelos Estados Unidos no Pacífico (julho-agosto de 2010). Estes acordos são de apoio às implementações de armas apontadas à República Popular da China. (Ver Rick Rozoff, Confronting both China and Russia: U.S. Risks Military Clash With China In Yellow Sea, Global Research, 16 de julho de 2010).

Do mesmo modo, e mais diretamente relacionado com o ataque planificado contra o Irã, os EUA estão a armar os Estados do Golfo Pérsico (Barein, Kuwait, Catar e os Emiratos Árabes Unidos) com o interceptador de mísseis terra-ar, Patriot Advanced Capability-3 e a Terminal High Altitude Area Defense (THAAD), bem como as instalações padrões de mísseis mar-3 interceptadores instalados em navios de guerra da classe Aegis no Golfo Pérsico. (Ver Rozoff Rick, Otan’s Role In The Military Encirclement Of Iran, 10 de fevereiro de 2010).

Calendários de armazenamento militar e de implementação

O que é crucial nas transferências de armas dos EUA para os parceiros e aliados é o momento real da entrega e o seu desenvolvimento. O lançamento de uma operação militar patrocinada pelos EUA, ocorreria normalmente quando estes sistemas de armas estejam instalados, depois do efetivo desenvolvimento da aplicação da capacitação do pessoal. (Por exemplo da Índia).

Do que estamos a falar é de um desenho militar mundial, cuidadosamente coordenado e controlado pelo Pentágono, com a participação das forças armadas combinadas de mais de quarenta países. Este desenvolvimento militar multinacional mundial é, no mínimo, o maior desenvolvimento de sistemas de armas avançadas da história.

Por sua vez, os EUA e os seus aliados estabeleceram novas bases militares em diferentes partes do mundo. "A superfície da Terra está estruturada como um enorme campo de batalha". (Ver Jules Dufour, The Worldwide Network of US Military Bases, Investigación Global, 01 de julho de 2007).

Comando Unificado da estrutura geográfica dividida em comandos de combate baseia-se numa estratégia de militarização a nível global. "Os militares dos EUA têm bases em 63 países. Há sinais de novas bases militares construídas a partir de 2001 em sete países. No total, há 255.065 militares deslocados dos EUA em todo o mundo". (Ver Jules Dufour, The Worldwide Network of US Military Bases, Investigación Global, 1 de julho de 2007).

Cenário da Terceira Guerra Mundial

Este desenvolvimento militar dá-se em várias regiões ao mesmo tempo e sob coordenação dos comandos regionais dos EUA, com a participação no armazenamento dos arsenais dos EUA e dos aliados dos EUA, alguns deles seus antigos inimigos, como o Vietnã e o Japão.

O contexto atual caracteriza-se por uma acumulação militar global controlada por uma superpotência mundial que utiliza os seus aliados para desencadear numerosas guerras regionais.

Diferentemente da Segunda Guerra Mundial, que também foi uma conjugação de diferentes locais de uma guerra regional, é que com a tecnologia de comunicações e sistemas de armas da década de 40, não havia possibilidades de uma estratégia em "tempo real" para a coordenação das ações militares entre as grandes regiões geográficas.

A guerra mundial baseia-se no desenvolvimento coordenado de uma única potência militar dominante, que supervisiona as ações dos seus aliados e parceiros.

Com excepção de Hiroshima e Nagasaki, a Segunda Guerra Mundial caracterizou-se pelo uso de armas convencionais. Agora a planificação de uma guerra mundial baseia-se na militarização do espaço extra-terrestre.

Se uma guerra contra o Irã tiver lugar, não será só o uso de armas nucleares, mas toda a gama de novos sistemas de armas avançadas, inclusive armas eletrométricas e técnicas de alteração ambiental (ENMOD) que se utilizarão.

O Conselho de Segurança da ONU

O Conselho de Segurança aprovou no princípio de junho uma quarta rodada de sanções de amplo alcance contra a República Islâmica do Irã que incluem o embargo de armas e "controles financeiros mais apertados".

Numa amarga ironia, esta resolução foi aprovada dias depois da negativa, pura e dura, do Conselho de Segurança das Nações Unidas de adotar uma moção de condenação de Israel pelo seu ataque à Flotilha pela Liberdade de Gaza em águas internacionais.

Tanto a China como a Rússia, pressionadas pelos Estados Unidos, apoiaram o regime de sanções do Conselho de Segurança, em prejuízo próprio. A sua decisão no Conselho de Segurança contribui para debilitar a sua própria aliança militar, a Organização de Cooperação de Shangai (OCS), em que o Irã tem o estatuto de observador. A resolução do Conselho de Segurança congela os próprios acordos de cooperação militar e econômica entre a China e a Rússia com o Irã. Isto tem graves repercussões no sistema de defesa aérea do Irã, que em parte depende da tecnologia e experiência da Rússia.

A Resolução do Conselho de Segurança, de fato, dá "luz verde" para desencadear uma guerra preventiva contra o Irã.

A inquisição estadunidense: a construção de um consenso político para a guerra

Em coro, as mídias ocidentais qualificaram o Irã como uma ameaça à segurança mundial devido a um suposto (inexistente) programa de armas nucleares. Fazendo eco das declarações oficiais, os meios de comunicação estão agora a exigir bombardeios punitivos dirigidos contra o Irã a fim de salvaguardar Israel.

As mídias tocam os tambores da guerra. O objetivo é inculcar na consciência interna das pessoas, através da repetição até à saciedade da publicação de relatórios com a ideia de que a ameaça iraniana é real e que a república islâmica deve ser "expulsa".

O processo de criação de consenso para a guerra é semelhante à Inquisição espanhola. Procuram a submissão à ideia que a guerra é uma tarefa humanitária.

A verdadeira ameaça à segurança global vem da aliança Estados Unidos-Otan-Israel, no entanto, a realidade num ambiente inquisitorial é ao contrário: os belicistas estão comprometidos com a paz, as vítimas da guerra são apresentadas como os protagonistas da guerra.

Se em 2006 quase dois terços dos estadunidenses se opunham a uma ação militar contra o Irã, segundo uma sondagem recente da Reuter-Zogby, agora uma sondagem indica que 56% dos estadunidenses são a favor de uma ação militar da Otan contra o Irã.

A criação de um consenso político que se baseia numa mentira não pode, no entanto, confiar unicamente nos que são a fonte da mentira.

Os movimentos contra a guerra nos EUA, que em parte já foram infiltrados, assumiram uma posição frouxa em relação ao Irã. O movimento contra a guerra está dividido. A ênfase põe-se nas guerras que já estão a ser feitas (Afeganistão e Iraque) em vez de se oporem com força a guerras em preparação e que se encontram atualmente no estirador do Pentágono.

Desde a posse da administração Obama que o movimento contra a guerra perdeu parte do seu ímpeto.

Por outro lado, os que se opõem ativamente contra as guerras do Afeganistão e do Iraque não se opõem necessariamente a "bombardeios punitivos" ao Irã nem estes atentados são qualificados como um ato da guerra que poderá ser o prelúdio da Terceira Guerra Mundial.

A escalada de protestos contra a guerra ao Irã tem sido mínima em comparação com as manifestações massivas que precederam os bombardeios de 2003 e a invasão do Iraque.

Diplomaticamente, a operação Irã não teve a oposição da China e da Rússia, mas conta com o apoio dos governos dos Estados árabes de primeira linha que estão integrados no diálogo Otan-Mediterrâneo e conta também com o apoio tácito da opinião pública ocidental.

Fazemos um apelo às pessoas de todos os países, na América, na Europa Ocidental, em Israel, na Turquia e em todo o mundo para que se levantem contra este projeto militar, contra os governos que apoiam a ação militar contra o Irã, contra os meios de comunicação que servem para camuflar as devastadoras consequências de uma guerra contra o Irã.

Essa guerra é uma loucura

A Terceira Guerra Mundial é terminal. Albert Einstein compreendia os perigos da guerra nuclear e a extinção da vida na Terra, que já começou com a contaminação radioativa resultante da utilização de urânio empobrecido. "Não sei com que armas se lutará na Terceira Guerra Mundial, mas na Quarta Guerra Mundial lutar-se-á com paus e pedras".

Os meios de comunicação, os inteletuais, os cientistas e os políticos, em coro, ofuscam a verdade não contada, a saber, que a guerra que utiliza ogivas nucleares destrói a humanidade, e que este complexo processo de destruição gradual já começou.

Quando a mentira se converte em verdade já não há volta atrás

Quando a guerra é apresentada como uma tarefa humanitária, a justiça e todo o sistema jurídico internacional estão de pernas para o ar: o pacifismo e o movimento contra a guerra são criminalizados. Opor-se à guerra converte-se num ato criminoso.

A mentira deve ser exposta como aquilo que é e faz.

Aprova a matança indiscriminada de homens, mulheres e crianças.

Destroi famílias e pessoas. Destroi o compromisso das pessoas com os seus semelhantes.

Impede as pessoas de expressarem a sua solidariedade com os que sofrem. Defende a guerra e o estado policial como a única via.

Destroi o internacionalismo.

Romper com a mentira significa romper com um projeto criminosos de destruição global, onde a procura do lucro é a sua força primordial.

Este lucro incentiva a agenda militar, destrói valores humanos e transforma as pessoas em zombis inconscientes.

Vamos inverter a maré.

Desafio aos criminosos de guerra em altos cargos e nas poderosas corporações e grupos de pressão que os apoiam.

Fim da inquisição estadunidense.

Fim da cruzada militar Estados Unidos-Otan-Israel.

Encerramento das fábricas de armas e das bases militares.

Retirada das tropas.

Os membros das Forças Armadas devem desobedecer às ordens e recusarem-se a participar numa guerra criminosa.


Michel Chossudowsky, amigo e colaborador de odiario.info, é professor emérito da Universidade de Ottawa, Canadá. Este texto foi publicado em
www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=20403

Tradução de José Paulo Gascão para O Diário.Info






Marcos Coimbra: Dilma terá 56% dos votos válidos em 3 de outubro


Estimativas para 3 de outubro

Marcos Coimbra 23 de agosto de 2010 às 11:33h
Na CartaCapital

Do jeito como vão, as eleições presidenciais não devem nos reservar surpresas de reta final. Ao contrário. Salvo algo inusitado, elas logo adquirirão suas feições definitivas, talvez antes que cheguemos ao cabo da primeira quinzena de veiculação da propaganda eleitoral na tevê e no rádio.

Por várias razões, a provável vitória de Dilma Rousseff- em 3 de outubro será saudada como um resultado extraordinário. Ao que tudo indica, ela alcançará uma coisa que Lula não conseguiu nem quando disputou sua reeleição: vencer no primeiro turno. Não que levar a melhor dessa maneira seja fundamental, pois o próprio Lula mostrou ser possível ganhar apenas no segundo e se tornar o presidente mais querido de nossa história.

É preciso lembrar que Lula não a obteve em 2006 por pouco, apesar de sua imagem ainda sangrar com as feridas abertas pelo mensalão. Ele havia chegado aos últimos dias daquele setembro com vantagem suficiente para resolver tudo ali mesmo e só a perdeu quando sofreu um ataque sem precedentes de nossa “grande imprensa”.

Aproveitando-se do episódio dos “aloprados”, fazendo um carnaval de sua ausência no debate na Globo, ela balançou um eleitorado ainda traumatizado pelas denúncias de 2005. Lula deixou de vencer em 1º de outubro, o que, no fim das contas, terminou sendo ótimo para ele. No segundo turno, a vasta maioria da população concluiu o processo de sua absolvição, abrindo caminho para o que vimos de 2007 em diante: ele nunca mais caiu na aprovação popular e passou a bater um recorde de popularidade atrás de outro.

Com as pesquisas de agora, é difícil estimar com precisão quanto Dilma Rousseff poderá ter no voto válido. Não é impossível que alcance os 60% que Lula fez, no segundo turno, na última eleição. E ninguém estranharia se ela ultrapassasse os 54% que Fernando Henrique obteve em 1994, com o Plano Real e tudo.

Para fazer essas contas, é preciso levar em consideração diversos fatores. Um é quanto Marina Silva poderá alcançar, a partir dos cerca de 8% que tem hoje. Há quem imagine que ela ainda cresça, apesar do mísero tempo de televisão de que disporá. Com uma única inserção em horário nobre por semana e um tempo de programa praticamente idêntico ao dos candidatos pequenos, não é uma perspectiva fácil.

O segundo fator é o desempenho dos candidatos dos partidos menores, dos quais o mais relevante é Plínio de Arruda Sampaio. Muito mais que seus congêneres de extrema esquerda, ele pode se transformar em opção para a parcela de eleitores que vota de forma mais ideo-lógica ou que apenas quer expressar seu “protesto”. Embora as pesquisas a respeito desse tipo de eleitor não sejam conclusivas, isso pode, talvez, ocorrer em detrimento de Marina: à medida que Plínio subir, ela encolherá. O que não afetaria, portanto, o tamanho do eleitorado que não votará em Dilma ou Serra.

Para, então, projetar o tamanho da possível vitória de Dilma, o relevante é saber o piso de Serra. Se ele cairá, considerando seu patamar atual, próximo a 30%.

Só o mais otimista de seus partidários acredita (de verdade) que a presença de Lula na televisão será inútil para Dilma e que seu apelo direto ao eleitor não produzirá qualquer efeito. Ou seja, ninguém acredita que ela tenha já atingido seu teto, com os 45% que tem hoje.

O voto em Serra tem, no entanto, três fundamentos, todos, aparentemente, sólidos:

1. É um político respeitado no maior estado da federação, que governou, até outro dia, com larga aprovação.

2. Representa o eleitorado antipetista, aquele que pode até tolerar Lula, mas que nunca votou e nunca votará no PT.

3. Tem uma imagem nacional positiva, conquistada ao longo da vida e, especialmente, quando foi ministro da Saúde. De São Paulo deve sair com 45% dos votos, o que equivale a 10% do País. O antipetismo lhe dá mais cerca de 10% e a admiração por sua biografia no restante do eleitorado, outro tanto (tudo em números redondos).

Se essas contas estiverem corretas, Serra teria pouco a perder nas próximas semanas. Em outras palavras, já estaria, agora, perto de seu mínimo.

Fica simples calcular o resultado que, hoje, parece mais provável para 3 de outubro: Serra, 30%; Marina e os pequenos, 10%; brancos e nulos, entre 8% e 10% (considerando o que foram em 2006 e 2002, depois da universalização da urna eletrônica); Dilma, entre 50% e um pouco menos que 55%. Nos válidos: Marina (e os pequenos) 11%, Serra 33%, Dilma 56%.

Talvez seja arriscado fazer essas especulações. Talvez não, considerando quão previsível está sendo esta eleição.

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi. Também é colunista do Correio Braziliense.

 

 

 

Fábio Comparato: O Supremo e a Anistia 

Fonte: Conversa Afiada

    Publicado em 22/08/2010

Comparato ao enfrentar no Supremo a Lei da Anistia
O Conversa Afiada reproduz texto do professor Fábio Konder Comparato:

A BALANÇA E A ESPADA
Fábio Konder Comparato*

Tradicionalmente, a deusa greco-romana da justiça é representada pela figura de uma mulher, portando em uma mão a balança e na outra a espada. A simbologia é clara: nos processos judiciais, o órgão julgador deve sopesar criteriosamente as razões das partes em litígio antes de proferir a sentença, a qual se impõe a todos, se necessário pelo uso da força.

Entre nós, porém, a realidade judiciária não corresponde a esse modelo consa-grado. Aqui, nas causas que envolvem relações de poder, com raríssimas exceções, os juizes prejulgam os litígios antes de apurar o peso respectivo dos argumentos contradi-toriamente apresentados; e assim procedem, frequentemente, sob a pressão, explícita ou mal disfarçada, dos que detêm o poder político ou econômico. A verdade incômoda é que, entre nós, a balança da Justiça está amiúde a serviço da espada, e esta é empunhada por personagens que não revestem a toga judiciária.

O julgamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental nº 153, concluido pelo Supremo Tribunal Federal em 30 de abril de 2010, constitui um dos me-lhores exemplos dessa triste realidade.

O fundamentos da petição inicial

Na peça inicial da demanda, a Ordem dos Advogados do Brasil pediu ao tribunal que interpretasse os dispositivos da Lei nº 6.683, de 1979, à luz dos preceitos fundamentais da Constituição Federal. Arguiu que a expressão “crimes conexos”, acoplada à de “crimes políticos”, não podia aplicar-se aos delitos comuns praticados por agentes públicos e seus cúmplices, contra os opositores ao regime militar. E isto, pela boa e simples razão de que a conexão criminal pressupõe uma comunhão de objetivos ou propósitos entre os autores das diversas práticas delituosas, e que ninguém em sã consciência poderia sustentar que os agentes, militares e civis, que defendiam o regime político então em vigor, atuassem em harmonia com os que o combatiam.

Arguiu, demais disso, que ainda que se admitisse ser a conexão criminal cabível entre pessoas que agiram umas contra as outras – o que é simples regra de competência no processo penal, e não uma norma de direito penal substancial (Código de Processo Penal, art. 76, I, in fine) –, essa hipótese seria de todo excluida no caso, pois os autores de crimes políticos, durante o regime militar, agiram contra a ordem política e não pes-soalmente contra os agentes públicos que os torturaram e mataram.

Arguiu, finalmente, a OAB que, mesmo que dita lei fosse interpretada como havendo anistiado os torturadores de presos políticos durante aquele período, ela teria sido revogada, de pleno direito, com o advento da Constituição Federal de 1988, cujo art. 5º, inciso XLIII, considerou expressamente a tortura um crime inafiançável e insus-cetível de graça e anistia.

As razões do acórdão

A essas razões de pedir, a maioria vencedora no tribunal respondeu de duas ma-neiras.

O relator invocou a noção germânica de “lei-provimento” (Massnahmegesetz), pretextando que a anistia teria surtido efeitos imediatos e irreversíveis. Das duas, uma: ou aquele julgador desconhece o sentido do conceito técnico por ele invocado; ou tem perfeita ciência do que significa a expressão, e resolveu utilizá-la unicamente para impressionar a platéia.

Há muito a ciência jurídica estabeleceu a distinção entre lei e provimento ad-ministrativo (em alemão, Verwaltungsmassnahme); a primeira geral e abstrata, o se-gundo concreto e específico. Foi com base nessa distinção tradicional que Ernst Fort-shoff,  após a Segunda Guerra Mundial, impressionado pelo crescimento do poder nor-mativo das autoridades governamentais, máxime na implementação do Plano Marshall de reconstrução da Europa, passou a denominar Massnahmegesetze normas com forma de lei, mas de conteúdo idêntico ao de provimentos administrativos. Por exemplo, a lei que determina a construção de uma barragem, ou que fixa um termo final para os traba-lhos de modernização de ferrovias.

O deprimente em toda essa estória é que o Ministro relator, ao mesmo tempo em que, na esteira da Procuradoria-Geral da República, considerou enfaticamente que a anistia dos crimes cometidos pelos agentes públicos contra oponentes políticos fora um “acordo histórico”, sustentou que ele nada mais seria, afinal, do que um simples provi-mento administrativo.

De qualquer modo, pretender que a Lei nº 6.683 teve efeitos imediatos e irrever-síveis constitui grosseiro sofisma, por dois singelos motivos. Em primeiro lugar, porque a premissa maior do silogismo já é a sua conclusão (vício lógico denominado petição de princípio); ou seja, a possibilidade de se reconhecer a conexão criminal entre delitos praticados com objetivos ou propósitos contraditórios. Em segundo lugar, porque, ao assim se exprimir, o magistrado demonstrou ignorar o fato óbvio de que os alegados efeitos imediatos de uma lei de anistia não podem estender-se a crimes continuados (como o de ocultação de cadáver), cujos autores permanecem no anonimato.

A segunda via de refutação das razões apresentadas na petição inicial foi também trilhada pelo relator, neste ponto pressurosamente acompanhado pela ministra que o sucedeu na ordem de votação. Entendeu, assim, o relator de desconsiderar o teor literal do pedido formulado na petição inicial, para sustentar que a demanda não objetivava uma interpretação da Lei nº 6.683, mas sim a sua revisão; o que só o Poder Legislativo tem competência para fazer.

É fartamente conhecida a distinção, de que o relator do acórdão usa e abusa, en-tre norma e texto normativo. Como o hábito do cachimbo deixa a boca torta, Sua Exce-lência resolveu aplicar o discrime à própria petição inicial da demanda. A arguente, a-firmou ele, posto haver pedido literalmente ao Tribunal que interpretasse a Lei nº 6.683, de 1979, à luz dos preceitos fundamentais Constituição Federal de 1988, objetivou, na verdade, alcançar com a demanda uma alteração legislativa substancial. Que se saiba, em nenhum país do mundo incluiu-se na competência jurisdicional a faculdade de psi-canalisar as partes demandantes, a fim de descobrir, por trás de suas declarações em juizo, intenções recalcadas no subconsciente. Teríamos admitido isso entre nós por meio de alguma Massnahmegesetz secreta?

O realmente curioso é que nenhum dos julgadores tenha se lembrado de que, quase um ano antes, dia por dia, ou seja, em 29 de abril de 2009, o mesmo tribunal de-cidira que a Constituição Federal havia revogado de pleno direito a lei de imprensa de 1967, promulgada doze anos antes da lei de anistia. Nesse outro julgado, o Supremo Tribunal Federal declarou interpretar a lei à luz dos preceitos fundamentais da Constitu-ição Federal. Dois pesos e duas medidas para a mesma balança?

Tudo isso, sem falarmos no fato – gravíssimo – de que a decisão proferida pela nossa mais alta Corte de Justiça, ao julgar a ADPF nº 153, violou abertamente preceitos fundamentais do direito internacional.

Ressalte-se, em primeiro lugar, que o assassínio, a tortura e o estupro de presos, quando praticados sistematicamente por agentes estatais contra oponentes políticos, são considerados, desde o término da Segunda Guerra Mundial, crimes contra a humani-dade; o que significa que o legislador nacional é incompetente para determinar, em re-lação a eles, quer a anistia, quer a prescrição.

Com efeito, o Estatuto do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg, de 1945, definiu como crimes contra a humanidade, em seu art. 6, alínea c, os seguintes atos:

“o assassínio, o extermínio, a redução à condição de escravo, a deportação e todo ato desumano, cometido contra a população civil antes ou depois da guerra, bem como as perseguições por motivos políticos e religiosos, quando tais atos ou perseguições, constituindo ou não uma violação do direito in-terno do país em que foram perpetrados, tenham sido cometidos em conse-quência de todo e qualquer crime sujeito à competência do tribunal, ou co-nexo com esse crime.”

Essa definição foi depois reproduzida no Estatuto do Tribunal Militar de Tóquio de 1946, que julgou os criminosos de guerra japoneses.

Em 3 de fevereiro e 11 de dezembro de 1946, a Assembléia Geral das Nações Unidas, pelas Resoluções nº 3 e 95 (I), confirmou “os princípios de direito internacio-nal reconhecidos pelo Estatuto do Tribunal de Nuremberg e pelo acórdão desse tribu-nal”.

Em 26 de novembro de 1968, a Assembléia Geral das Nações Unidas, pela Re-solução nº 2.391 (XXIII), aprovou o texto de uma Convenção sobre a imprescritibilida-de dos crimes de guerra e dos crimes contra a humanidade, ainda que tais delitos não sejam tipificados pelas leis internas dos Estados onde foram perpetrados.

O Estatuto do Tribunal Penal Internacional de 1998, por sua vez, definiu, em seu art. 7º, dez tipos de crimes contra a humanidade, e acrescentou ao elenco uma modali-dade genérica: “outros atos desumanos de caráter semelhante, que causem intencional-mente grande sofrimento, ou afetem gravemente a integridade física ou a saúde física ou mental”. Estabeleceu como condição de punibilidade que tais atos criminosos sejam cometidos “no quadro de um ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer popu-lação civil, havendo conhecimento desse ataque”; o que bem corresponde ao regime político repressivo vigente entre nós entre 1964 e 1985.

Desse conjunto normativo decorre a definição de crime contra a humanidade como o ato delituoso em que à vítima é negada a condição de ser humano. Nesse sentido, com efeito, indiretamente ofendida pelo crime é toda a humanidade. Eis porque, como dito acima, ao legislador nacional carece toda competência para regular, nessa matéria, a anistia ou a prescrição.

Repita-se que a Assembléia Geral das Nações Unidas, nas duas citadas Resolu-ções de 1946, considerou que a conceituação tipológica dos crimes contra a humanidade representa um princípio de direito internacional.

Ora, os princípios, como assinalado pela doutrina contemporânea,  situam-se no mais elevado grau do sistema normativo. Eles podem, por isso mesmo, deixar de ser expressos em textos de direito positivo, como as Constituições, as leis ou os tratados internacionais. Quem ignora, afinal, que o primeiro princípio historicamente afirmado do direito constitucional, a saber, a competência do Judiciário para declarar a inconsti-tucionalidade de leis e outros atos normativos, foi consagrado pela Suprema Corte dos Estados Unidos em Marbury v. Madison (1803), não obstante o completo silêncio a esse respeito da Constituição norte-americana?

A razão desse regime jurídico diverso é que a fonte dos princípios, sobretudo em matéria de direitos humanos, não reside na lei positiva ou na convenção internacional, mas na consciência ética da humanidade. É por isso que a Constituição Federal de 1988 reconheceu que os direitos e garantias nela expressos “não excluem outros, decor-rentes do regime e dos princípios por ela adotados” (art. 5º,  2º).

No plano do direito internacional, por fim, a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, em seu art. 53, veio dar à noção de princípio geral de direito, sob a denominação de norma imperativa de direito internacional geral (jus cogens), uma noção precisa, que se aplica cabalmente à repressão dos crimes contra a humanidade:

É nulo o tratado que, no momento de sua conclusão, conflita com uma nor-ma imperativa de direito internacional geral. Para os fins da presente Con-venção, uma norma imperativa de direito internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados no seu con-junto, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por nova norma de direito internacional geral da mesma na-tureza.

Não foi apenas essa, porém, a violação praticada pelo Supremo Tribunal Federal contra os preceitos fundamentais de direitos humanos, reconhecidos internacionalmente.

A Corte Interamericana de Direitos Humanos, em reiteradas decisões, já fixou jurisprudência no sentido da nulidade absoluta das leis de auto-anistia. Será preciso lembrar, nesta altura da evolução jurídica, que em um Estado de Direito os governantes não podem isentar-se, a si próprios e a seus colaboradores, de responsabilidade alguma por delitos que tenham praticado?

Pois bem, diante da invocação desse princípio irrefutável, o Ministro relator e outro Ministro que o acompanhou afirmaram que a Lei nº 6.683, de 1979, não se inclui nessa proibição categórica, pois ela teria configurado uma anistia bilateral de governan-tes e governados. Ou seja, segundo essa preciosa interpretação, torturadores e tortura-dos, em uma espécie de contrato de intercâmbio (do ut des), teriam resolvido anistiar-se reciprocamente…

Na verdade, essas surpreendentes declarações de voto casaram-se com a principal razão apresentada, não só pelo grupo vencedor, mas também pela Procuradoria-Geral da República, para considerar legítima e honesta a anistia de assassinos, torturadores e estupradores de oponentes políticos durante o regime militar: ela teria sido fruto de um “histórico” acordo político.

Frise-se, desde logo, a repugnante imoralidade de um pacto dessa natureza: o respeito mais elementar à dignidade humana impede que a impunidade dos autores de crimes hediondos ou contra a humanidade seja objeto de negociação pelos próprios inte-ressados. O relator, citando Hartmann (evidentemente em alemão), não encontrou me-lhor argumento para responder a essa objeção do que afirmar que a propositura da de-manda representara a ocorrência de uma “tirania dos valores”! É de se perguntar se Sua Excelência julga a ela preferível o deboche ético e institucional do regime político da época.

Seja como for, o propalado “acordo histórico” de anistia dos crimes atrozes pra-ticados pelos agentes da repressão não passou de uma rasteira conciliação oligárquica, na linha de nossa mais longeva tradição. Senão, vejamos.

Qualquer pacto ou acordo supõe a existência de partes legitimadas a conclui-lo. Se havia à época, de um lado, chefes militares detentores do poder supremo, quem esta-ria do outro lado? Certamente não a oposição parlamentar, pois o projeto de lei de anis-tia foi aprovado na Câmara dos Deputados (onde não havia parlamentares “biônicos”, como no Senado) por apenas 5 (cinco) votos: 206 a 201. Pergunta-se: as vítimas ainda vivas e os familiares de mortos pela repressão militar foram, porventura, chamados a negociar esse acordo? O povo brasileiro, como titular da soberania, foi convocado a referendá-lo?

O mais escandaloso de toda essa farsa de acordo político é que, após a promul-gação da Lei nº 6.683, em 28 de agosto de 1979, os militares continuaram a desenvolver impunemente sua atividade terrorista. Em 1980, registraram-se no país 23 (vinte e três) atentados a bomba, entre os quais o que vitimou, na sede do Conselho Federal da OAB, a secretária da presidência, Dª Lyda Monteiro da Silva. Em 1981, houve mais 10 (dez) atentados, notadamente o do Riocentro, cujos responsáveis, ambos oficiais do Exército, foram considerados, no inquérito policial militar aberto em consequência, vítimas e não autores! E – pasme o leitor – tal inquérito foi arquivado pela Justiça Militar com fun-damento na própria Lei nº 6.683, cujo art. 1º fixou, como termo final do lapso tempo-ral da anistia, a data de 15 de agosto de 1979.

Tais fatos estarrecedores assinalam mais uma escandalosa contradição na leitura feita pelo tribunal dessa mesma lei.

É que o § 2º do seu art. 1º excetuou “dos benefícios da anistia os que foram con-denados pela prática de crimes de terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal”. Ou seja, na interpretação do Supremo Tribunal Federal, o terrorismo, o sequestro e o aten-tado pessoal são ações criminosas, tão-só quando praticadas por adversários do regime militar, não quando cometidos pelos agentes públicos da repressão. E não se venha jus-tificar essa afirmação escandalosa, com o argumento literal de que nenhum destes últi-mos foi condenado por tais crimes, pois durante todo o regime inaugurado pelo golpe de Estado de 1964, todos, absolutamente todos os governantes e seus sequazes, tanto civis quanto militares, gozaram da mais completa irresponsabilidade. Eles pairavam acima das leis e das “constituições”, que eles próprios redigiam e promulgavam.

Em suma, como salientou Napoleão – não o grande general francês, mas o dita-dor suino de Animal Farm, de George Orwell –, em nosso querido país “todos são iguais perante a lei; alguns, porém, são mais iguais do que os outros”.

Lições de um triste veredicto

Em matéria de regimes políticos, é preciso separar o substantivo do adjetivo. A oligarquia e a democracia pertencem à primeira categoria, o Estado de Direito à segunda.

Em certa passagem de seu tratado sobre a política (1298 a, 1-4), Aristóteles ob-serva que toda politéia, ou seja, aquilo que poderíamos denominar Constituição subs-tancial, deve regular três questões fundamentais: 1) quem é titular do poder supremo (kýrion), com competência para deliberar sobre o bem comum de todos (peri tôn koinôn): 2) quem pode exercer a função de governante (arkhôn) e qual a sua competência; 3) quem deve assumir o poder de julgar (ti to dikázon).

Dessas três questões fundamentais destacadas pelo filósofo, as duas primeiras pertencem ao plano substantivo, a última ao adjetivo. Com efeito, qualquer que seja o regime político – que se define justamente pela titularidade da soberania e a forma de governo –, pode ou não haver a submissão do soberano e dos governantes à ordem jurídica. Hoje, é comum presumir-se que toda democracia é um Estado de Direito. Esquecemo-nos, ao assim pensar,  que a democracia ateniense, não raras vezes, descambou para a “okhlocracia” (de okhlos, ralé, populacho), onde a maioria pobre, logo após a tomada do poder, não hesitava em exilar, confiscar e, no limite, exterminar a minoria rica.

Ora, a função constitucional do Judiciário, desde sempre, consiste em ser ele o garante máximo da submissão de todos os titulares de poder – inclusive o próprio sobe-rano! – ao império do Direito. Por isso mesmo, juizes e tribunais, segundo a boa con-cepção da república romana, não têm propriamente poder (potestas, imperium). Mon-tesquieu, no famoso capítulo 6 do livro XI de O Espírito das Leis, após descrever a ar-quitetura constitucional tripartida da Inglaterra, anotou: “des trois puissances dont nous avons parlé, celle de juger est en quelque façon nulle”.

Faltou, porém, dizer que se o Judiciário não tem propriamente poder – no sentido de dispor legitimamente de força própria –, ele deve possuir aquela qualidade política eminente, que os romanos denominavam auctoritas; vale dizer, o prestígio moral que dignifica uma pessoa ou uma instituição, suscitando a confiança e o respeito no seio do povo.

Sucede que neste “florão da América” o Judiciário nunca gozou da confiança popular. Em 2007, uma pesquisa de opinião pública realizada por CNT/Sensus sobre o grau de confiança das diferentes instituições, públicas ou privadas, em nosso país, reve-lou que apenas 9,5% dos entrevistados confiavam na Justiça. Juizes e tribunais só esta-vam acima dos governos (5%), da polícia (3,4%) e do Congresso Nacional (1,1%). Na-quele mesmo ano, a Associação de Magistrados Brasileiros divulgou outra pesquisa, realizada segundo critérios diversos pela Opinião Consultoria. De acordo com esse úl-timo levantamento de opinião pública, o Poder Judiciário gozaria da confiança de menos da metade da população brasileira, ou, mais exatamente, 41,8%.

Ora, a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o âmbito dos efeitos da lei de anistia de 1979, além de em nada contribuir para minorar essa desconfiança popular nos órgãos da Justiça, representou certamente um golpe profundo no grau de credibilidade do Judiciário brasileiro no plano internacional, em matéria de direitos humanos.

Com efeito, de todos os paises sul-americanos, o Brasil é hoje o único que se recusa a levantar a total impunidade de governantes e seus subordinados, pelos crimes violentos praticados durante o período de regime político autoritário. Em estudo recen-te,  Anthony W. Pereira mostrou como essa situação escandalosa, quando comparada com as severas condenações judiciais sofridas na Argentina e no Chile pelos governantes – inclusive ex-chefes de Estado! –, durante o regime de exceção, tem sua causa na infamante colaboração que entre nós se estabeleceu, no mesmo período, entre a magis-tratura e os chefes militares. Naqueles paises, a Justiça foi posta de lado pelos militares em sua ação repressiva. Aqui, a competência da Justiça Militar foi ampliada, para abarcar os crimes contra a ordem pública e a segurança nacional, ainda que cometidos por civis. Suspenderam-se o habeas-corpus e as garantias da magistratura, e três Ministros do Supremo Tribunal Federal foram afastados pelo então chefe de Estado. Mas o Judiciário continuou a funcionar como se nada tivesse acontecido. Estávamos numa “democracia à brasileira”, como disse o general que prendeu o grande advogado Sobral Pinto. Ao que este retrucou dizendo que só conhecia “peru à brasileira”.

Para que possamos, portanto, instaurar neste país um verdadeiro Estado de Direi-to, impõe-se realizar, o quanto antes, uma reforma em profundidade do Poder Judiciário.

Ela deve centrar-se na garantia de completa independência de juizes e tribunais em relação aos demais órgãos do Estado, combinada com a instituição de eficientes con-troles da atuação do Judiciário, em todos os níveis.

O costume institucional brasileiro, oriundo de uma longa tradição portuguesa, mantém a Justiça sob a influência avassaladora dos governantes. Não foi, pois, surpre-endente verificar que, no caso objeto destes comentários, a espada militar interferiu des-pudoradamente no funcionamento da balança judicial.

Importa, pois, antes de tudo, libertar o Judiciário – e da mesma forma o Ministé-rio Público – da velha hegemonia que sobre eles sempre exerceu o mal chamado Poder Executivo.

É indispensável e urgente eliminar o poder atribuido aos chefes de governo de nomear os integrantes da magistratura nos tribunais. O que se tem visto ultimamente, sobretudo no preenchimento de vagas no Supremo Tribunal Federal, é um prélio acirrado entre dezenas de candidatos à nomeação, disputando as boas graças do chefe do Exe-cutivo, sendo certo que a aprovação das indicações presidenciais pelo Senado Federal é mera formalidade. Nessa peleja pessoal, o que menos conta são os princípios éticopolí-ticos. O principal trunfo de cada candidato consiste em “ser amigo do rei”, ou pelo me-nos contar com o apoio direto de um dos próximos de sua majestade. Escusa dizer que os assim nomeados ficam sempre submetidos ao poder dominante daquele, graças ao qual passaram a ocupar o alto posto judiciário.

Ainda no campo da necessária independência do Poder Judiciário, impõe-se a eliminação, o quanto antes, da Justiça Militar, em razão de seu caráter essencialmente corporativo. Aliás, durante todo o longo período autoritário, como frisou o autor acima referido,  a Justiça castrense colaborou fielmente com os responsáveis pela política de terrorismo de Estado.

Outra nefasta tradição brasileira é a irresponsabilidade de fato dos magistrados. Até a promulgação da Emenda Constitucional nº 45, de 2004, os únicos controles de iure, sobre eles existentes, eram exercidos no campo penal dentro do próprio Poder Ju-diciário, por iniciativa do Ministério Público; e em matéria financeira, pelos Tribunais de Contas. Mas tais controles sempre tiveram uma eficácia muito reduzida.

A referida emenda constitucional, ao criar o Conselho Nacional de Justiça, foi um primeiro passo no sentido de se instaurar um regime de efetiva responsabilização dos magistrados. É preciso agora avançar nesse rumo, por meio de várias providências, a saber: 1) tornar o Conselho um órgão efetivamente externo ao Poder Judiciário; 2) submeter à necessária fiscalização do órgão o próprio Supremo Tribunal Federal, que permanece ainda imune a todo controle; 3) dar ao Conselho poderes de punição severa e exemplar dos magistrados que delinquem (recentemente, como se recorda, um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, julgado responsável pela venda de decisões, foi sim-plesmente aposentado com vencimentos integrais); 4) desdobrar o Conselho em órgãos regionais, de modo a dar-lhe maior capacidade de atuação local.

Tudo isso diz respeito ao controle por assim dizer horizontal. Importa, porém, instituir também uma fiscalização vertical, fazendo com que o próprio povo participe da função de vigilância da atuação do Poder Judiciário. Sem isto, com efeito, a soberania popular tende a ser, nesse particular como em vários outros setores, meramente retórica.

A Constituição do Império de 1824 tinha, a esse respeito, uma disposição avan-çada, não reproduzida por nenhuma das Cartas Políticas subsequentes. Dispunha o seu art. 157 que “por suborno, peita, peculato e concussão, haverá contra eles (Juizes de Direito) ação popular, que poderá ser intentada dentro de ano e dia pelo próprio queixo-so, ou por qualquer do Povo, guardada a ordem do Processo estabelecida em Lei”. Não se tem notícia do uso efetivo dessa ação popular, mas é inegável que, pelo simples fato de existir, era ela, em si mesma, um instrumento de real pedagogia política. Convém, pois, recriá-la, aperfeiçoando os seus contornos.

Além disso, seria de grande importância instituir ouvidorias populares dos órgãos da Justiça, em todos os níveis, com competência para exigir explicações oficiais sobre a atuação administrativa dos magistrados. O Judiciário tem sido tradicionalmente, aos olhos do povo, o mais hermético de todos os Poderes do Estado. É inútil procurar reduzir a desconfiança dos jurisdicionados em relação aos juizes, se entre uns e outros continuarmos a manter uma linha divisória intransponível.

Toda essa reforma institucional, no entanto, será vã, caso não logremos mudar a mentalidade de nossos magistrados, a qual, sob a aparência de fiel adesão ao princípio republicano e ao ideal democrático, permanece de fato essencialmente oligárquica e subserviente aos “donos do poder”.

Sem dúvida, temos de reconhecer que, ultimamente, algum progresso foi alcan-çado. Basta lembrar a fundação, há alguns anos, da Associação Juizes para a Democra-cia, que por sinal ingressou como amica curiae ao lado da OAB, no processo da ADPF nº 153 no Supremo Tribunal Federal. Mas não se há de ignorar que a mudança de men-talidades coletivas só se alcança por força de um trabalho sistemático e prolongado de educação: no caso, especificamente, de educação ética e política, centrada nos direitos humanos.

À guisa de conclusão

“Quem é o juiz do Supremo Tribunal Federal?”, perguntou Rui Barbosa . E res-pondeu: “Um só é possível reconhecer: a opinião pública, o sentimento nacional”.

Essa respeitável opinião, certamente válida na época em que foi emitida, já não é hoje admissível.

No início do século passado, a opinião pública era formada em grande parte, entre nós, pelas manifestações publicadas na imprensa, que não se achava, então, sub-metida a poder algum, estatal ou privado. Hoje, porém, o conjunto dos meios de comu-nicação de massa, ou seja, não apenas a imprensa, mas também o rádio e a televisão, estão sujeitos à dominação de um oligopólio empresarial, que representa um dos maiores sustentáculos do regime oligárquico. Não foi por outra razão que o julgamento pro-nunciado pelo Supremo Tribunal Federal a respeito da lei de anistia de 1979, salvo raras e honrosas exceções, não mereceu nenhuma reprovação no conjunto dos meios de co-municação social.

Mas há ainda outra razão para se recusar o alvitre de Rui Barbosa acima lembra-do. A partir da segunda metade do século XX, criou-se um sistema supra-estatal de pro-teção dos direitos humanos, consubstanciado em tribunais internacionais. A Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969, por exemplo, instituiu a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com competência para julgar quaisquer casos de violação das suas disposições. O Brasil aderiu formalmente àquela Convenção e acha-se, por conseguinte, submetido à jurisdição da citada Corte.

Temos, pois, hoje, um juiz internacionalmente reconhecido do nosso tribunal supremo. Doravante, o poder da espada já não é capaz de desequilibrar, impunemente, a balança da Justiça.







PHA: Blogueiros apóiam Cloaca e entram na Justiça contra Serra

 Está na hora de jogar a sujeira no lixo, não é Cascão ?

O I Encontro Nacional de Blogueiros reúne em São Paulo 323 blogueiros independentes e progressistas, de 19 estados.

Ele bombou ao nascer, diz o Azenha.
Leia também a reportagem de André Cintra, no Vermelho.
Segundo Luis Nassif, um dos expositores, é um “fim de ciclo”, o fim de uma hegemonia.

Segundo Paulo Henrique Amorim é a festiva organização dos funerais do PiG (*).

O professor Emir Sader, do Carta Maior,  ressaltou que ali se celebrava a criação de uma “esfera pública na defesa de direitos”.

Para escapar da lógica mercantil que opõe o estatal ao privado.

E a esfera pública não é uma nem outra.

Por aclamação – estava prevista uma votação secretíssima – e delírio da platéia, o Cloaca News recebeu o troféu Barão de Itararé, como o Blog do Ano.

A Comissão Organizadora, também por aclamação e entusiasmo incontido, decidiu entregar por Sedex – para prestigiar os Correios – o troféu “O Corvo” a Judith Brito, re-eleita presidente da Associação Nacional dos Jornais.

O professor Emir Sader havia concedido troféu do mesmo nome e o mesmo traço de Maringoni ao Otavinho.

Ninguém melhor do que uma funcionária da Folha (**) para levar adiante a gloriosa premiação.

O I Encontro deliberou apoiar e subscrever a ação judicial iniciada pelo Cloaca News – clique aqui para ler “Blogosfera reage” e aqui para ir ao Cloaca.

O Cloaca vai interpelar o jenio para saber quem é o “blog sujo” que vive à custa de dinheiro do Lula.

Na abertura do Encontro, tornou-se oficial a decisão de o Barão de Itararé entrar no Supremo com uma ADIN por Omissão, contra o Congresso Nacional, que não regulamenta os artigos da Constituição que tratam da Comunicação Social.

A ação é de autoria do emérito professor Fabio Konder Comparato, como mostrou este Conversa Afiada.

O Encontro se realizou sob inspiração de afirmação do Ministro Ayres Britto, do Supremo: “A liberdade da internet é maior do que a liberdade da imprensa”.

Várias idéias surgiram no Encontro que, entre atividades principais, tentou oferecer dicas para enfrentar ações na Justiça, vender publicidade para sobreviver, e utilizar a tecnologia – twitter, áudio, vídeo e as redes sociais – para defender a liberdade de expressão.

Surgiram idéias desafiadoras, como uma “cooperativa de páginas vistas”, um projeto para ter acesso a publicidade pública, e bombar a  página do Instituto Barão de Itararé, organizador do evento, e se torne um portal para expor todos os blogueiros progressistas.

Ainda esta semana, sob a presidência ilustre do Miro Borges, o Barão se reunirá no restaurante “Sujinho” de São Paulo para levar adiante as deliberações do Encontro.

Então, se discutirá a proposta deste ordinário blogueiro de conferir um prêmio especial ao José Serra no II Encontro.

Já que, no dia 4 de outubro, ele será um twitteiro e nada mais, conferir-lhe um prêmio e um troféu desenhado pelo Maringoni.

O troféu Cascão.

Paulo Henrique Amorim







José Serra: Primeiro a Favela Cenográfica. Agora, Armação no Debate Folha/Uol

Armação no debate Folha/UOL: Assessor do PSDB é escolhido para fazer pergunta 'de internauta' a Serra

 Fonte: Amigos do Presidente Lula

Durante o debate Folha/UOL, duas perguntas "de internautas" dirigidas para Serra – uma sobre o loteamento de cargos, outra sobre impostos – chamaram atenção, por parecer combinada, sob encomenda para o demo-tucano.

“Foram vocês que mandaram as perguntas, né?”, ironizaram os assessores de Dilma e Marina, para os de Serra.

"Aí é moleza, Aith!", disse Antonio Palocci para Márcio Aith, assessor de Serra, ao ouvir pergunta sobre loteamento de cargos, tema sempre usado pelo tucano. "Registra em ata", devolveu Aith. A ironia de Palocci se confirmou

O "internauta" Kleber Maciel Lage, "escolhido entre milhares", para fazer uma pergunta a Serra, é  o "Assessor Técnico da Liderança do PSDB na Câmara dos Deputados", desde 2001.

Foi escolhido para fazer a singela pergunta, contra o "atual governo":

"A sua candidatura faz críticas ao aparelhamento do Estado e ao uso de cargos por parte do atual governo. É público e notório que as alianças políticas no passado recente da, aspas, democracia, são feitas na base do “toma-lá dá-cá” de cargos, como mudar esse cenário?"

Ironia das ironias, a pergunta sobre “toma-lá dá-cá” de cargos, foi feita justamente por alguém que ocupa cargo público na base do “toma-lá dá-cá”, na Câmara dos deputados, na liderança do PSDB.

E quanto à Folha/UOL, depois disso, ainda quer que a gente não ria quando falam que são "apartidários" e "isentos".

Para quem quiser mandar uma mensagem para o Kleber o email é esse:  Liderança do PSDB na câmara:  kleber.lage@camara.gov.br



Vox Populi: Dilma chega a 45% e venceria no primeiro turno


Vox Populi: Dilma tem 45%, Serra tem 29% e Marina, 8%

Se a eleição fosse hoje, candidata do PT venceria no primeiro turno, aponta levantamento divulgado nesta terça-feira

iG São Paulo | 17/08/2010 19:20

A candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje, de acordo com a pesquisa Vox Populi/Band/iG divulgada nesta terça-feira. Dilma teria 45% das intenções de voto, contra 29% do presidenciável tucano, José Serra, e 8% da candidata do PV, Marina Silva. Para vencer a disputa no primeiro turno, a quantidade de votos válidos contabilizados por um determinado candidato deve ser superior à soma dos votos obtidos pelos demais concorrentes.

Os demais candidatos não atingiram 1% das intenções de voto, 5% declararam voto branco ou nulo e outros 12% se disseram indecisos. A pesquisa estimulada, que mostra os nomes dos candidatos para os entrevistados, foi feita entre os dias 7 e 10 de agosto, após o primeiro debate entre os presidenciáveis, realizado pela Band no dia 5 de agosto.

O melhor desempenho de Dilma é na região Nordeste, e o pior é na região Sudeste. Em Pernambuco, ela teria 66% dos votos, contra 19% de Serra. Já o tucano tem seu melhor desempenho na região Sul e, o pior, no Nordeste. Em São Paulo, Estado que governou até abril, Serra teria 40% dos votos, contra 33% da petista.

O instituto entrevistou 3 mil pessoas em 219 municípios de todos os Estados, do Distrito Federal e excluindo Roraima. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 22.956/10. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.

Dilma também aparece na frente na pesquisa espontânea, com 32% das intenções de voto, ainda segundo a Vox Populi/Band/iG. José Serra aparece em segundo, com 18%, e Marina Silva em terceiro, com 5% das intenções de voto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não é candidato, foi citado por 3% dos entrevistados. Outros 6% disseram votar nulo ou branco e 34% não sabem em quem votariam.

Na última pesquisa Vox Populi, publicada em 22 de julho, a candidata petista tinha 41%, contra 33% de Serra e 8% de Marina. Outros 4% declararam votar em branco ou anular e 13% estavam indecisos.






Vinícius: Rap da Dilma

Fonte: Conversa Afiada








Lula 10 X 0 FHC









1º Encontro de Blogueiros Progressistas 

Fonte: Vi o mundo

Selo criado por Dolphin di Luna
por Conceição Lemes


“A liberdade da internet é ainda maior que a liberdade de imprensa.” Ayres Britto, ministro STF.
Com esse lema, acontece na próxima semana o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. Será em São Paulo, no Sindicato dos Engenheiros.
Show do grupo de Luis Nassif, na sexta às 20h,  abre o evento. No repertório, choro, samba e MPB.
No sábado,  as atividades da parte da manhã vão das 9h às 12h. Programação prevista:
9h, mesa de abertura: Rodrigo Vianna (SP, Escrevinhador) e Leandro Fortes (BSB, Brasília eu vi) falam sobre os objetivos e a dinâmica do encontro.
9h30 às 12h, debate: O papel da internet e os desafios da internet, com Paulo Henrique Amorim (SP, Conversa Afiada), Luis Nassif (SP, Luis Nassif Online ) e Débora da Silva (Santos, Movimento Mães de Maio). Moderadores: Rodrigo Vianna e Leandro Fortes.
No sábado à tarde, a partir das 14h, temas que envolvem o dia a dia dos blogueiros:
14h, painel: Ameaças à internet, neutralidade na rede e questões jurídicas, com  Túlio Vianna, professor da Faculdade de Direito da UFMG (MG, Túlio Viana), Paulo Rená  (Brasília , Hiperfície) e Marcel Leonardi, especialista em direito digital e professor da Escola de Direito da FGV-SP. Moderador: Diego Casaes (SP, Global Voices Online).
15h, painel: Como financiar a blogosfera, com Geórgia Pinheiro (Conversa Afiada)  e Leandro Guedes (SP, Juiz de Fora, Café Azul Agência Digital). Moderador: Renato Rovai (SP, Revista Fórum).
16h, oficina: Narrativas na internet (blogs, twitter,tvweb, tecnologias de uso da web), com Luiz Carlos Azenha (SP, Viomundo), Conceição Oliveira (SP, Maria_Frô), Emerson Luis (Brasília,  Nas Retinas), Guto Carvalho (Brasília,  Guto Carvalho). Moderador  Eduardo Guimarães (SP, Blog da Cidadania)
No domingo, as atividades também começam às 9h. O objetivo é a troca de experiências. Os participantes serão divididos em seis grupos. Cada um terá dois moderadores, que relatarão seus trabalhos, abrindo espaço para que outros blogueiros façam o mesmo, debatam e proponham sugestões.
Grupo 1: Altino Machado (AC, Altino Machado e Blog da Amazonia, da Terra Magazine) e Claudia Cardoso (RS, Dialógico)
Grupo 2: Antonio Mello (RJ, Blog do Mello) e  Lola Aronovich (CE, EscrevaLolaEscreva).
Grupo 3:  Lucio Flávio Pinto (PA, Jornal Pessoal) e Carlos Latuff (RJ, Latuff DevianArt).
Grupo 4: Leonardo Sakamoto (SP, blog do Sakamoto) e e Daniel Pearl Bezerra (CE, Dilma 13 e Desabafo Brasil).
Grupo 5: Emílio Gusmão (BA, Blog do Gusmão) e Cloaca (RS, Cloaca News)
Grupo 6: Helio Paz (RS, Helio Paz) e Rogério Tomaz Jr (BSB, Brasília-Maranhão).
Desde já, convidamos você a visitar esses blogs, para conhecer um pouco mais os nossos palestrantes. Tem de tudo: economia, política, direitos humanos, meio ambiente,  mulher, questões jurídicas, movimentos sociais, internet. No início da próxima semana, postaremos um texto com mais informações sobre eles.
Aliás, neste final de semana, postaremos a proposta inicial da Carta dos Blogueiros. Leiam, comentem e enviem sugestões para contato@baraodeitarare.org.br
HOSPEDAGEM E ALMOÇO GARANTIDOS; ESTUDANTES PAGARÃO 20 REAIS
Como dissemos desde o início, a comissão organizadora faria de tudo para garantir a participação de blogueiros de fora da capital paulista.
Pois – felizmente!!! – com as cotas de patrocínio vendidas esta semana, temos ótimas notícias.
Primeira:  vamos bancar a hospedagem dos blogueiros do interior de São Paulo e dos demais estados. Será no hotel Braston, da rua Augusta. São quartos com duas camas. O café da manhã está incluído no pacote.
Segunda: a comida está garantida. No sábado, será um almoço num restaurante próximo ao Sindicato dos Engenheiros. No domingo, haverá um superlanche, que incluirá frutas, sucos, lanches naturais. Ele será antes da plenária, quando serão lidos os relatórios dos grupos da manhã. Em seguida, será votada e aprovada a Carta dos Blogueiros.
Terceira ótima notícia: todo estudante pagará 20 reais. Atendendo à reivindicação de vários blogueiros, o desconto não será exclusivo aos alunos de comunicação. Quem pagou além, terá o dinheiro devolvido.
Importante: as inscrições devem ser pagas IMPRETERIVELMENTE até segunda-feira, 16 de agosto, na conta abaixo:
Banco do Brasil
Ag. 4300-1
C/C. 50141-7
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
CNPJ. 12.250.292/0001-08 (é necessário, caso a transferência seja eletrônica)
Por favor, envie o comprovante por e-mail  para contato@baraodeitarare.org.br ou via fax para (011) 3054-1848. Escreva no documento o seu nome, cidade e estado. É para consolidar a inscrição. Indique se precisará de hospedagem.
24 AMIGOS DA BLOGOSFERA
Tudo isso só se tornou possível graças ao apoio financeiro dos Amigos da Blogosfera. São estes:
Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo)
CUT (Central Única dos Trabalhadores) nacional
CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil)
Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo
Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo)
Federação Nacional dos Urbanitários (FNU)
Federação dos Químicos de São Paulo
Força Sindical
Fundação Maurício Grabois
Fundação Perseu Abramo
Agência T1
Café Azul
Carta Capital
Carta Maior
Conversa Afiada
Opera Mundi
Rede Brasil Atual
Revista Fórum
Seja Dita a Verdade
TVSL
Viomundo
O 1º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas tem o apoio institucional do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé,  Movimento dos Sem Mídia (MSM) e Altercom.
No domingo, no final da plenária, faremos a prestação de contas. Ela será também postada na internet para que todos podem acessá-la.
* Comissão Organizadora: Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Altamiro Borges, Conceição Lemes, Eduardo Guimarães, Conceição Oliveira, Rodrigo Vianna,  Renato Rovai e Diego Casaes.
* O Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo fica na rua Genebra, 25. É onde ocorrerão os trabalhos dos dias 21 e 22 de agosto. O show do Luis Nassif será na Regional Paulista do Sindicato dos Bancários: rua Carlos Sampaio, 305.





Veja quem apóia Dilma








Chico Anysio diz (a sério) em rádio que Dilma não pode entrar em 11 países

Fonte: Vi o Mundo

por Luiz Carlos Azenha
Há algumas semanas recebi do leitor Fábio uma denúncia: uma nova mensagem estava sendo disseminada por correio eletrônico “informando” que a candidata Dilma Rousseff estava impedida de entrar nos Estados Unidos, por ter condenação naquele país. A condenação estaria relacionada ao sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, durante o regime militar, do qual Dilma não participou.

Reproduzi o texto da mensagem, aqui.

Agora o leitor Helcid me mandou o link de uma entrevista com o humorista Chico Anysio que foi ao ar no programa Cultura Geral, de Carolina Braga, na rádio Guarani FM, de Belo Horizonte, no dia 12 de junho último.

O programa está reproduzido aqui.

A segunda parte da entrevista dele você vê abaixo:


“Eu fico meio grilado porque a candidata Dilma, assim como o candidato Gabeira, estão proibidos de entrar nos Estados Unidos e em mais 11 países. Se botar o pé em Miami vai presa e não sei como que um presidente do Brasil pode conviver com essa proibição de entrar em 11 países, América e mais 11 países importantes tipo Alemanha, Inglaterra, França, Itália. Não sei como é que isso será resolvido”.

A radialista diz: “Mas isso são águas passadas”.

“Não… não, americano não perdoa não, ela participou do sequestro do embaixador americano, americano não perdoa, não”, completou o humorista.

Aparentemente, ele falava a sério.

Será que ele foi destinatário do e-mail que recebi?

O curioso é que no e-mail não consta lista de países em que Dilma Rousseff  estaria proibida de desembarcar, mas Chico Anysio ofereceu sua própria lista (Alemanha, Inglaterra, França, Itália).

Curiosamente, três dias depois que a entrevista foi ao ar a candidata do PT desembarcou… em Paris.





PT responde às acusações do PSDB e da Revista Veja

Justiça Eleitoral concede direito de resposta ao PT pelas acusações sem prova feitas por Índio da Costa, vice de Serra e pela Revista VEJA.








Novo Jornal: Hélio Costa negociou anistia com Rede Globo

Fonte: Novo Jornal


O candidato ao governo de Minas, Hélio Costa, é acusado de negociar apoio da Rede Globo à sua candidatura em troca de anistia milionária

Reportagem publicada na Folha há quase um ano já revelava a ponta do iceberg das relações perigosas entre o ex-ministro das Comunicações e atual candidato ao governo de Minas, Hélio Costa, e sua antiga empregadora, a TV Globo.

O projeto apresentado por Costa é considerado uma manobra para acobertar diversos crimes cometidos à época em que Roberto Marinho comandava o maior grupo de comunicação do País.

O projeto de lei propõe diminuir o controle do Estado e do Congresso sobre a venda de emissoras de rádio e TV. Desde 1962 é obrigatória a aprovação prévia do presidente da República para a venda do controle acionário de emissoras de TV, assim como a autorização do ministro das Comunicações para a venda de rádios.

A partir de 1988 tornou-se obrigatória também a aprovação prévia pela Câmara e Senado. A proposta de Costa prevê que empresas que mudaram de controle acionário sem a aprovação prévia possam regularizar a situação, sem penalidades.

A TV Globo será a grande beneficiária, pois é a única grande rede que mantém no ar diversas emissoras com base em concessões irregulares, cuja titularidade vem sendo contestada na Justiça, como no caso das TVs Globo de São Paulo, Recife e Bauru, que tiveram seu controle assumido por Roberto Marinho mediante um contrato nulo de pleno direito.

Costa apresentou o projeto como senador, em 2005, exatamente três anos depois da abertura de um importante processo movido contra Roberto Marinho pela família Ortiz Monteiro, no qual é denunciada a ilegalidade da transferência da concessão da TV Globo de São Paulo, responsável por mais de 50% do faturamento da rede. Logo depois, Costa assumiu o cargo de ministro.

Em 2006, o projeto foi aprovado pela Comissão de Educação do Senado, onde o relator foi Edison Lobão, ex-ministro das Minas e Energia, cuja família é proprietária de rádios e TV no Maranhão. Costa propõe que as rádios com potência de até 50 KW e as emissoras de TV que não são cabeças de rede (como as TVs Globo de São Paulo, Recife e Bauru) possam não somente ser vendidas sem autorização prévia do Poder Executivo e do Congresso, desde que não possuam acionista estrangeiro, mas também ter suas concessões ilegais automaticamente legalizadas.

As emissoras teriam apenas que comunicar a troca de controle ao Executivo no prazo de 45 dias, a contar do registro da venda na junta comercial ou no cartório de pessoa jurídica.

Governo perde o poder de fiscalizar

Segundo Elvira Lobato, “uma das restrições à proposta está em que a legislação impõe limites à concentração de propriedade de rádio e TV. Para especialistas, o projeto reduz o poder do governo de fiscalizar”. Para a organização não-governamental Coletivo Intervozes, o projeto diminui o poder do Congresso de fiscalizar a radiodifusão, anistia empresas que mudaram de dono ilegalmente e reduz a transparência.

A jornalista da Folha assinalou em sua reportagem que “o projeto tramitou no Senado, sem chamar a atenção, até entrar na pauta da CCJ, onde seu relator é o senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA), acionista da TV Bahia, afiliada da Globo, e defensor do projeto de Hélio Costa”.Costa afirmou que continua favorável ao projeto. Na exposição de motivos enviada ao Senado, alegou que a regulamentação da radiodifusão é da década de 60 e não condiz mais com as necessidades do setor.

A proposta defende ainda que as empresas sejam desobrigadas de enviar anualmente ao governo o comprovante de seu quadro societário.

O projeto em nada aliviará a situação dos filhos de Roberto Marinho no litígio com a família Ortiz Monteiro, vez que, nesse caso, não houve transação comercial alguma, mas escancarado apossamento das ações de todos os 670 acionistas, majoritários ou não, via documentação anacrônica e falsificada, como afiançado pelo Ministério Público Federal e pelo Instituto Del Picchia de Documentoscopia.

Como o negócio inexistiu, não há como legalizar as transações ilegais e irregulares que dele derivaram.

Como demonstrado, Hélio Costa não mediu esforços para beneficiar a Organização Globo. Seu projeto é altamente estratégico e vital para o grupo, pois a família Marinho não conseguiu provar na justiça ter adquirido legalmente a TV Paulista (hoje, TV Globo de São Paulo), e o processo movido para declarar a inexistência do negócio está prestes a ser julgado, em caráter definitivo, pelo Superior Tribunal de Justiça.

Sem dizer que, quando ministro, deu ordem expressa para que ninguém tivesse vista aos processos administrativos que envolvem as concessões da TV Globo. Que por lei são públicos.  Não por outro motivo vem sendo chamado “Candidato da Rede Globo”.

Agora ganha em troca o apoio a sua candidatura ao Governo de Minas.

Que República!





Geraldo Elísio: Estado de Exceção?

Geraldo Elísio escreve no "Novojornal". Prêmio Esso Regional de jornalismo, passado e presente embasam as suas análises

Por Geraldo Elísio

“No Brasil a democracia é uma plantinha muito tenra”. – Otávio Mangabeira

Será que mais uma vez o presidente Lula não sabe? Será que “The Guy – O Cara de Pau” não sabe que a Polícia Federal anda de novo a perseguir o delegado Protógenes Queiroz (?) um homem que hoje encarna o ideal brasileiro de um padrão ético, moral e transparente.

Será? Vivemos um novo estado de exceção? Qual a possível influência do banqueiro condenado Daniel Dantas, aquele que recebeu dois habeas corpus, em 48 horas, do então supremo presidente do Supremo, Gilmar Dantas, (segundo o jornalista Ricardo Noblat) sobre o governo e a Polícia Federal?

Será, um delegado honesto e ínclito, que tem o respeito do povo – as autoridades superiores deveriam ter assistido como ele foi recebido no aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, em uma de suas primeiras visitas à capital dos mineiros, pode ser transformado em mal, porque o banqueiro-condenado “só teme a primeira instância” e desdenha dos tribunais superiores? Recepção digna de herói nacional, “pela coragem de combater o crime do colarinho branco. O senhor prende bandido graúdo”, lhe disse um morador.

Absurdo dos absurdos. Quinta-feira (29), Protógenes estava em Lavras, sudoeste de Minas Gerais, pronto a receber uma homenagem da Associação dos Jornalistas do Serviço Público de Minas, presidida pelo jornalista Cláudio Vilaça. Entre outros homenageados, um patrimônio moral da vida pública brasileira, o ex-ministro Almino Afonso, secretário de Relações Internacionais do governo de São Paulo, o jornalista José Maria Rabelo, de larga tradição na imprensa brasileira, o diretor responsável do Novojornal, Marco Aurélio Carone, juízes federal e de primeira instância, parlamentares, mestres universitários, enfim muitos homenageados por serviços prestados à liberdade de expressão. “Meninos eu vi!”. Estava também na aprazível Lavras. Sem merecer, fui homenageado também, o que me orgulha.

Enquanto isto, policiais federais, em grupos de dois, fizeram três sucessivas tentativas de entregar notificações na casa do delegado Protógenes Queiroz, em Guarujá, São Paulo. Uma filha de criação foi ameaçada no melhor estilo com o qual se ameaçam bandidos. Sem mandado judicial ameaçaram invadir a casa dele. Houve um confronto entre os policiais e o zelador. Vantagem para o zelador que estava do lado da Lei.

E o que tem a dizer a Polícia Federal do Dr. Correa, que ainda não achou o áudio do grampo? São cinco novos procedimentos disciplinares.

No total, Protógenes responde a mais de 20 “procedimentos disciplinares”, desde que, por duas vezes, prendeu o banqueiro condenado Daniel Dantas. “Procedimento # 364 é por conta de um discurso num ato do MST. Procedimento # 362, por uma entrevista à revista Caros Amigos. Procedimento # 363, por mencionar fatos não confirmados, dúbios, no relatório da Operação Satiagraha. Procedimento # 310, por causa da presença de jornalistas na Operação Satiagraha, matéria que está sob julgamento no Forum Criminal de São Paulo. E, por último o Procedimento # 311 pelo suposto compartilhamento de dados com a ABIN.

Estranho isso ocorrer no mesmo instante em que transações comerciais sob suspeitam ganham desdobramentos, ou seja, ilícitos novamente na ordem do dia para serem negociados. O que temem? Que o delegado Protógenes Queiros possa ter outros documentos mais comprometedores ainda?

E as entidades nacionais e internacionais ligadas aos direitos humanos, o que têm a dizer sobre tais violências? Ou se preocupam com o bem estar do banqueiro-condenado Daniel Dantas?

Presidente Lula, encastelado no Planalto, talvez o senhor não saiba que uma parcela da voz rouca das ruas tende a acreditar que o primeiro filho, Lulinha Telemar tenha ligações com Daniel Dantas. E nem sempre são dados créditos às explicações que damos de que isto não é verdade. Que também não é verdade que a PF foi subornada por Dantas. Cada um tem direito de pensar o que quiser. Eu no momento penso na frase de Mangabeira. Mesmo integrando o G-20, assumindo posições de plano mundial, o Brasil ainda é uma democracia em forma de “plantinha tenra”.

NÃO VOTE EM CORRUPTOS. VOCÊS SABEM QUAIS SÃO ELES. PARTICIPE E DIVULGUE ESSA IDEIA. NÃO VOTE EM QUEM VAI CONTRA A LEI. CONTRIBUA COM A LEI. USE O TWITTER.

Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.

geraldo.elisio@novojornal.com






Administração Serra: Estrada reformada não dura nem um ano em SP

Saiu no Uol notícias

DE SÃO PAUL, 27/07/2010

A auditoria do TCE (Tribunal de Contas do Estado) em estradas que passaram por obras em São Paulo encontrou ao menos um tipo de defeito em 70% das vistoriadas, um ano após a conclusão definitiva da reforma.
Uma delas foi a "recuperação" da estrada vicinal entre Quadra e Guareí, a 184 km de SP. A construtora entregou a obra em outubro de 2008 e recebeu R$ 6,34 milhões pelo serviço em 22 km. Após menos de seis meses, já estava deteriorada.
O DER (Departamento de Estradas de Rodagem), então, exigiu que vários pontos fossem refeitos. Não adiantou, conforme verificou na semana passada a reportagem da Folha, que esteve no local e registrou as imagens para este vídeo a seguir. Leia a reportagem de Alencar Izidoro na Folha desta terça-feira.

Veja o vídeo aqui






Paulo Henrique Amorim Derrota Gilmar "Dantas" Mendes na Justiça

Presidente do Supremo perde na Justiça.
O que isso significa ?

    Publicado em 27/07/2010

Dr Pertence, sua biografia contém páginas mais nobres
O Juiz Luiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira, da 4ª. Vara da Justiça Federal de São Paulo, a pedido da procuradora federal Adriana Scordamaglia, arquivou ação criminal que o ex-presidente do Supremo, Gilmar Mendes, moveu contra este ordinário blogueiro e quatro jornalistas da IstoÉ.

Consultei o notável jornalista Mauro Santayana e ele me assegurou  que nunca dantes na História deste país um Presidente do Supremo perdeu na Justiça criminal uma causa que tivesse movido contra jornalistas.

Ainda mais que o escritório que o defendeu, o de Sergio Bermudes, tem como “consultor geral” um ex-ministro e Presidente do Supremo, Sepúlveda Pertence.

Por que foi possível isso acontecer ?

Porque nunca dantes na História deste país houve um Presidente do Supremo como Gilmar Mendes.

Autoritário, prepotente, desmedido, consumido pela hubris.

Um Presidente Supremo que tentou governar o Executivo e o Legislativo e transformar o Conselho Nacional de Justiça numa corte privada para se vingar do corajoso Juiz Fausto De Sanctis.

Um Presidente do Supremo que chamou o Presidente da República “às falas”.

Que tentou dar, no PiG (*), um Golpe de Estado da Direita.

Que vai se inscrever na História da Justiça do Brasil como o Presidente do Supremo que, em 48 horas, deu dois HCs a um passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas.

Uma “acrobacia”, disse, com elegância, a Procuradora Scordamaglia.

Um Presidente do Supremo que tentou subjugar a Justiça e submetê-la a seus caprichos: intimidar jornalistas e calar a boca deles.

Um Presidente que se revestiu do uso Imperial do Poder.

O que significa essa derrota ?

Primeiro, ele e seus ilustres advogados foram obrigados a assistir, com humildade e atenção, a notável aula de Direito Constitucional da Procuradora Adriana Scordamaglia.

Segundo, ele e seus notáveis advogados tiveram que se submeter à decisão soberana de um Juiz Substituto de Primeira Instância, Dr Luiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira, que não se intimidou com um Supremo Presidente do Supremo, com um ex-presidente do Supremo, e um notável jurisconsulto da praça do Rio, advogado de primeira hora de Daniel Dantas.

A intimidação política e a arrogância do Poder se curvaram à Justiça.

Essa decisão tem dois desdobramentos notáveis.

Encoraja outros magistrados a enfrentar Dantas, seus poderosos advogados – e seus aliados.

Dantas não mete mais medo à Justiça.

Além disso, essa notável decisão reforça – clique aqui para ir à aba “Não me calarão” – uma linha de decisões judiciais que marcarão, sem dúvida, a jurisprudência sobre a liberdade de expressão na internet.

E o pai fundador dessa doutrina – de que a Dra Scordamaglia é impecável seguidora – é o Ministro Carlos Ayres Britto, autor da máxima “a liberdade da internet é maior do que a liberdade de imprensa”.

Não bastam as leis emanadas do Legislativo.

A Primeira Emenda à Constituição americana – me ensinava o inesquecível Evandro Lins e Silva –, aquela que impede qualquer lei que ameace a liberdade de expressão, teve que ser ratificada, inúmeras vezes, na Justiça, especialmente na Corte Suprema.

A liberdade de expressão se assegura no Judiciário.

Ou como disse um amigo navegante deste ordinário blog, o Madeira:
Só existe jornalismo independente se houver um Poder Judiciário independente.

Paulo Henrique Amorim (e Madeira)

Em tempo: clique aqui para ler “Blog derrota a treva na Justiça”.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.







Serra afirma que salário mínimo será reajustado 'quando possível'


 

Publicado em 26/07/2010, 16:55



O candidato a Presidência da República, José Serra (PSDB), o prefeito Kassab (DEM) e o candidato vice, Índio (DEM), durante encontro com Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) realizado no hotel Grand Hyatt (Foto: Marcelo Justo/Folhapress) 
 
São Paulo – O candidato do PSDB à presidência, José Serra, afirmou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (26), que sua política de reajuste de salário mínimo será de melhorar "quando for possível". Ele não apresentou mais detalhes de quais condições estabeleceria para considerar o aumento.

Questionado pela reportagem da Rede Brasil Atual sobre sua proposta de política de reajuste do salário mínimo, Serra evitou dar detalhes sobre o tema, após participar de uma palestra-almoço com empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo.

Desde 2007, o governo federal mantém um acordo com as centrais sindicais sobre o tema. A fórmula usa a variação da inflação e do Produto Interno Bruto (PIB) para definir o novo piso salarial nacional do país. Na quinta-feira (22), Dilma Rousseff (PT), afirmou que assumiria o compromisso de manter o padrão de reajustes. Marina Silva (PV) ainda não se pronunciou a respeito.

Durante o almoço com empresários, Serra preferiu centrar suas críticas aos aeroportos, ao MST e à economia brasileira. O candidato voltou a citar a transferência dos aeroportos para a iniciativa privada, mas relativizou a importância da Copa do Mundo de 2014 e a sobrecarga dos aeroportos brasileiros. "A Copa não é tudo isso", disse. "O aeroporto de São Paulo já atende 100 mil na época da Fórmula 1", citou.

Convidado pelo anfitrião do evento, João Dória Junior, a fazer uma viagem em voo comum, não de jatinho, o tucano disse que é possível que aceite.





José Serra, entre drogas e alucinações


por Wálter Fanganiello Maierovitch, na CartaCapital

Quando ministro da pasta da Saúde, o atual candidato José Serra jamais se preocupou com a questão das drogas ilícitas, no que tocava ao tratamento do dependente químico e psíquico e na formação dos agentes de saúde. Sua gestão, no particular, foi marcada pelo descaso e pelo desrespeito aos direitos humanos.

No ministério, ele se revelou incapaz de compreender que estava diante de um grave problema de saúde pública. E os aumentos relativos ao consumo e à oferta de drogas ilícitas causavam consequências sociossanitárias de grande monta. Apesar disso, fez de conta que o problema não existia.

Ao primeiro Fórum Nacional sobre drogas ilícitas e álcool, Serra virou as costas. Pela primeira vez realizado no Brasil, tratava-se de um fórum multidisciplinar e voltado a consultar e debater com a sociedade civil uma nova política sobre drogas proibidas, isso nos campos da repressão, da prevenção, do tratamento e da reinserção social. Serra não deu o “ar da graça” ou justificou a ausência, para um auditório de mil participantes.

Como ministro da Saúde, José Serra jamais compareceu às atuais Semanas Nacionais sobre Drogas (englobava o dia estabelecido pelas Nações Unidas para conscientização sobre o problema das drogas proibidas nas suas convenções). O então ministro da Saúde adotava comportamento único, diverso dos que se envolviam: presidente FHC, ministro da Educação, chefes das casas Civil e de Segurança Institucional, secretário nacional de Direitos Humanos, senadores, deputados, governadores, prefeitos, vereadores, procurador-geral de Justiça, ministros do Superior Tribunal de Justiça, advogado-geral da União, sindicalistas, membros de ONGs, líderes empresariais. Até a torcida do Flamengo, dos demais clubes, federações e confederações esportivas. Todos menos Serra.

Como candidato à Presidência, Serra sentiu-se, com relação às drogas ilícitas, legitimado a identificar traficantes internacionais. No dia 26 de maio deste ano, acusou o presidente boliviano Evo Morales de “cumplicidade” com o tráfico de cocaína para o Brasil. Para Serra, 90% da cocaína consumida no Brasil é boliviana e Morales não faz o “controle desse contrabando” (sic para contrabando).

Serra não sabe que para a elaboração do cloridrato de cocaína, a partir da folha de coca, são necessários insumos químicos: éter, acetona etc. A Bolívia não tem indústria química e o Brasil é o maior fornecedor de precursores químicos para os refinadores bolivianos de cocaína. A dupla via não é percebida por Serra, apesar de pagamentos de muitos “pedágios”.

Reza um ditado popular que “quem sai aos seus, não degenera”. O candidato Índio da Costa não degenerou. Seguiu Serra na indicação de traficantes internacionais. Só, trocou Evo Morales pelo Partido dos Trabalhadores (PT). No fundo, uma alucinação de Índio, que se qualifica como candidato à condenação por autoria de crimes contra a honra e, no juízo civil, indenizações por danos morais a todos os filiados do PT.

Nem contumazes criadores de factoides, como as agências norte-americanas DEA e CIA, chegaram ao grau de irresponsabilidade de Índio da Costa, que mostrou a todos o quanto a sua cabeça é desmobiliada.

Por outro lado e no campo das drogas lícitas, Serra, à frente do Ministério da Saúde, deu à questão do alcoolismo um tratamento indigno, ou melhor, não fez nada. Quando prefeito da capital de São Paulo, autorizou o seu secretário de governo a construir obstáculos de modo a impedir que alcoolistas e mendigos continuassem a repousar debaixo dos viadutos e pontilhões. Sua meta era expulsar os carentes para conquistar as elites. Uma “higienização”, à Hitler e Carlos Lacerda.

Ainda quando prefeito, Serra vestiu indumentária fundamentalista e populista antes envergada por Andrew Volstead, autor da chamada Lei Seca, que fez a fortuna da Cosa Nostra sículo-norte-americana, e por Rudolpho Giuliani, que perseguiu violentamente bebedores de cerveja, afrodescendentes e imigrantes. Com a política de “tolerância zero”, Giuliani, depois do seu segundo mandato e quando se percebeu que desrespeitava direitos humanos, encerrou melancolicamente a carreira política: desistiu da candidatura ao Senado, pois não venceria Hillary Clinton. Posteriormente, não conseguiu se habilitar para concorrer à Presidência.

Serra, à época de sua Lei Seca, ignorou ensinamentos fundamentais, ou seja, o de a prevenção ao alcoolismo a começar nas escolas, públicas (municipais e estaduais) e privadas. Mais ainda, não entendeu necessários programas informativos e de tratamento médico nas fábricas e demais locais de trabalho.

Na visão canhestra de Serra, a “lei seca”paulista serviria para baixar os índices de criminalidade. Serra demonstrou desconhecer as verdadeiras causas sociais de aumento da criminalidade: desemprego, desigualdade, discriminação, má distribuição de renda, baixa escolaridade.