domingo, 31 de outubro de 2010

Rodrigo Vianna: Dilma representa luta que “vem de longe”


Por Rodrigo Vianna
publicada domingo, 31/10/2010 às 09:27 e atualizada domingo, 31/10/2010 às 10:43

                              Café da manhã no dia histórico

Serra não deu as caras pela manhã nesse dia decisivo. Ele prefere a noite e as sombras. Dilma começou a jornada com um café-da-manhã simbólico em Porto Alegre: ao lado de Alceu Collares (PDT), Olívio Dutra e Tarso Genro (PT). Já escrevi aqui que Dilma é o reencontro do PT com o trabalhismo de origem varguista.

Depois de lutar contra a ditadura em organizaçções de esquerda marxista, Dilma optou pelo PDT quando a democracia voltou, nos aos 80. Esteve ao lado de Brizola, foi secretária de Alceu Collares no governo gaúcho. E não renega essa história, assim como não renega o passado de resistência à ditadura.

Brizola, esse grande brasileiro, costumava dizer: “venho de longe, de muito longe”. A frase tinha um sentido duplo: ele queria dizer que vinha de uma cidadezinha lá do interior gaúcho, e ao mesmo tempo que representava uma corrente de lutas enraizada no imaginário popular. Era um contraponto ao PT – que na época imaginava que as lutas populares no Brasil tinham começadao em 79, com as greves do ABC.

Dilma vem de longe, sim!

Dilma representa as lutas sociais do Brasil, e poderíamos ir buscar esse fio da história lá nas lutas anti-coloniais e anti-escravistas – de Tiradentes e Zumbi. Mas fiquemos no passado mais recente. Dilma é o tenentismo que lutou contra a República Velha. Dilma é o trabalhismo de esquerda. Dilma é o nacionalismo de Vargas – com Petrobrás, BNDES e o fortalecimento do Estado. Não é à toa que o ódio da elite anti-nacional contra Vargas tenha reaparecido agora com o ódio contra Lula e Dilma.

A candidata petista vem de muito longe.

Dilma é a Campanha da Legalidade em 61 – movimento em que Brizola resistiu contra o golpe, entricheirando-se no Palácio do Piratini e convocando a Rede da Legalidade.

Dilma é Luiz Carlos Prestes. Dilma é Arraes. Dilma é Francisco Julião e suas Ligas Camponesas.

Dilma é a resistência ao Golpe de 64, a resistência à ditadura e ao AI-5. Dilma é Lamarca, é Marighella e a esquerda de armas na mão contra a ditadura. Mas Dilma é também o MDB de Ulysses e da luta pela democracia formal. Nos anos 70, parecia que essa duas vertentes não iriam se encontrar nunca. Mas elas se encontraram!

Dilma é a greve de 79. Dilma é Vila Euclides. Dilma é a Campanha das Diretas e a Constituição cidadã de 88.

Dilma é Brizola. Dilma é Lula.

Dilma vem de longe. Concentra em sua candidatura lutas históricas do povo brasileiro. Dilma é a defesa de um legado de  8 anos. Defesa de um governo que teve, sim, muitos erros. Mas significou um avanço tremendo nesse país de tradição oligárquica e conservadora.

Dilma é a retomada do fio da história do Brasil. Um fio interrompido em 64. Dilma é o MST e as centrais sindicais. Dilma é o Brasil dos movimentos sociais, da luta contra concentração de terra e renda, contra a concentração da informação na mão de meia dúzia de famílias.

É importante eleger uma mulher – sim! Importantíssimo, e nos próximos dias poderemos avaliar isso melhor. Mas Dilma não é simplesmente “mulher”. É uma brasileira que ousou lutar contra a ditadura, em organizações clandestinas. Isso a velha elite não perdoa. É uma marca tão forte quanto os quatro dedos do operário que nunca será aceito na velha turma.
Dilma vem de longe. Dilma não é uma “invenção do Lula”. Dilma concentra a esperança de um Brasil mais justo.
Nesse dia histórico, depois de uma campanha exaustiva e lamentável por parte da direita, é preciso ainda estar atento. Porque do outro lado há gente que também vem de longe.
Serra representa o golpismo de Lacerda, Olympio Mourão, das marchas com Deus e a família. Serra é a concentração de renda dos militares, Serra é a ditadura. Infelizmente, jogou no lixo sua história somando-se ao que há de pior na história brasileira.
Serra vem de longe também. Serra é o liberalismo de FHC, Serra é o desmonte do Estado, Serra é  Brasil dos anos 90 que se ajoelhava diante dos EUA, e que desprezava a unidade latino-americana.
Serra é um Brasil que vem de longe nos grandes e pequenos golpes contra a democracia. Por isso, é preciso estar atento nessa dia decisivo. Atento às urnas, aos boletins de urna, à fiscalização das urnas.
Votar em Dilma é votar num país que vem de longe. E que pode chegar muito mais longe nas próximas décadas.

sábado, 30 de outubro de 2010

Memória: Serra assinou carta afirmando que PSDB não venderia Banespa


Publicado em 28/10/2010, 19:56
Última atualização em 29/10/2010, 12:25

São Paulo – O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, assinou carta em 1990 afirmando que seu partido não venderia o Banespa, hoje controlado pelos espanhóis do Santander.
A promessa, feita durante campanha a deputado federal, está registrada em documento firmado também pelo então candidato a governador, Mário Covas, e pelo candidato a senador Franco Montoro.

No texto, os políticos lembram que o então Banco do Estado de São Paulo tinha importante papel na história e que sua atuação se revestia de importância ainda maior num momento decisivo para o Brasil. “Para o PSDB, o Banespa deve prosseguir em sua missão de agente oficial do desenvolvimento. Com força total (…)

Os candidatos do PSDB opõem-se a qualquer investida sobre o Banespa movida por interesses alheios a esse desafio. Na nossa administração, o Banespa que permanecerá como o banco público do Estado de São Paulo, ganhará novo impulso, podendo competir em pé de igualdade na área comercial e voltando ao pleno exercício de suas funções sociais.” A carta indicava ainda que o PSDB valorizaria os funcionários do banco e terminava com a mensagem “Seja tucano de corpo e alma no nosso Banespa.”

À ocasião, Covas e Montoro sairiam derrotados. Quatro anos mais tarde, Serra venceria as eleições para senador, Covas passaria a ser governador de São Paulo e Montoro iria para a Câmara dos Deputados. Já na primeira gestão de Covas foi montado o Programa Estadual de Desestatização (PED), que consistiu na venda das empresas públicas paulistas. Em 2000, o Banespa foi vendido por R$ 7 bilhões, valor considerado como um “marco na história do nosso país” pelos governos federal e estadual do PSDB.

Para que se tenha uma ideia, somente em 2009, em meio à crise financeira internacional, o Santander obteve lucro líquido de R$ 5,508 bilhões em suas operações no Brasil. A arrecadação foi de R$ 13,2 bilhões. Como lembrou à época da venda Armínio Fraga, presidente do Banco Central durante o governo Fernando Henrique Cardoso, os espanhóis levaram “a jóia da coroa”.

Naquela época, quando perguntado sobre a venda do Banco do Brasil, Fraga fingiu que não havia ouvido a pergunta e fez uma careta. "A privatização deixa clara a separação entre o negócio privado e uma política pública", disse, segundo notícia do Portal Terra. Documento revelado este ano pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) mostra que já havia estudo para venda do BB e da Caixa Econômica Federal. Além disso, a ideia era deixar de lado o BNDES como banco de fomento.

O mesmo texto registra ainda a posição do então presidente do Banespa, Eduardo Guimarães, para quem "o Santander acaba de comprar um excelente banco com um corpo de funcionários invejável e que tem todas a condições para despontar como um dos líderes do sistema financeiro". Hoje, não se tem dúvida disso. A dúvida que importa, por outro lado, é saber: se estava tão bom, por que foi vendido?

Cynthia Semíramis: O machismo de José Serra


29/10/2010
por Cynthia Semíramis, em seu blog

Já era de conhecimento público o machismo de José Serra. Em 2009, FHC descreveu Serra para a revista Piauí:

“Antes de decidir, ele ouve bastante gente, mas leva mais a sério as mulheres. Como o Serra é muito competitivo, qualquer conversa dele com um homem tende a se tornar um embate. E com as mulheres ele acha que não tem competição”.

Essa visão de superioridade masculina sobre as mulheres marca os comentários de José Serra. Ele reproduz o cânone machista que inferioriza a mulher, retira dela a autonomia e a transforma em objeto de seus interesses políticos.

José Serra flerta com jornalista quando está sendo entrevistado. E mesmo se dizendo cristão devoto, afirma que na política pode-se ter amantes, desde que seja de forma discreta.

Ele não tem pudor em usar e descartar mulheres na campanha, mesmo que sejam parentes. Colocou a esposa para atacar Dilma falando de aborto. Confrontado sobre esses ataques durante debate televisivo, optou por se calar ao invés de explicar a situação ou defender o posicionamento da esposa. Quando veio a público que Monica e José Serra haviam feito um aborto, Monica foi afastada da campanha.

Ele também usou a filha Veronica: trouxe a público a quebra de sigilo fiscal de Veronica, ocorrida em 2009, acusando o PT de ser o responsável pela quebra de sigilo. No entanto, a quebra de sigilo resultou de disputa entre tucanos mineiros e paulistas. Assim que começaram a divulgar a responsabilidade dos tucanos, e irregularidades sobre Veronica a respeito de quebra de sigilo de brasileiros se tornaram matéria de capa na Carta Capital, Veronica foi convenientemente tirada de foco.

A última pérola machista aconteceu ontem. Em Uberlândia, José Serra afirmou:
“Se você é uma menina bonita, tem que conseguir 15 votos. Pegue a lista de pretendentes e mande um e-mail. Fale que quem votar em mim tem mais chance com você”.

Com isso, ele está sugerindo que função de mulher ser cabo eleitoral, manipulando “pretendentes” (vocabulário do século XIX!), trocando atenção masculina por votos. Em resumo: agir como prostituta, não para obter dinheiro e se sustentar, mas para obter votos para ele. No Twitter, Serra foi duramente criticado e recebeu a hashtag SerraCafetao, que está tendo grande repercussão.

Atenção para o “menina bonita“, que descarta, de uma vez só, as mulheres adultas e as mulheres feias (quem define “feiúra”, se beleza não é um padrão universal?) José Serra está reforçando a misoginia e deixando evidente o contexto machista de toda a campanha eleitoral tucana: papel de mulher é ser bonita, obediente e disposta a favores sexuais em nome de um candidato.

Outros episódios serristas podem ser elencados, como a constante tentativa de desqualificar em termos machistas a candidata Dilma Rousseff.

Fica claro que, para José Serra, lugar de mulher é sob as ordens dele. Ele até ouve os conselhos (será que ouve críticas também?) das mulheres, e depois as deixa em segundo plano, retirando-as do limbo somente quando necessário para atingir fins políticos. Se não os atinge, elas são descartadas e ignoradas.

Fato: José Serra é machista. Ao expor seu machismo continuamente, acaba por perder o respeito das mulheres que têm autonomia, que não querem ser manipuladas, que se recusam a agir como prostitutas eleitorais.

"Beatas" são presas distribuindo material anti-Dilma em Osasco-SP

 

Das seis pessoas que distribuíam o material ilegal, uma fugiu e cinco foram conduzidas ao 4º DP, para onde foram levados os panfletos também. será aberto inquérito policial e as mulheres, que se diziam lideranças da igreja, serão indiciadas.

 Militantes do PT de Osasco conseguiram ajudar a recolher mais exemplares dos panfletos ilegais assinados pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Regional Sul 1. Os folhetos estavam sendo distribuídos na manhã desta sexta-feira (29), no Jardim Rochdalle, em Osasco.

O militante Rodolfo Andrade, passava pela avenida Cruzeiro do Sul, nas imediações bairro na zona Norte, quando viu seis pessoas distribuindo o material. Imediatamente, o petista ligou para o 190 e a PM recolheu o material e conduziu para o 4º DP cinco das pessoas que espalhavam o material.

De acordo com os advogados da campanha de Dilma, que acompanham o caso na delegacia de Osasco, será aberto inquérito policial e as mulheres, que se diziam lideranças da igreja, serão indiciadas.

Segundo o presidente do PT de Osasco, João Goes, que também estava no momento da apreensão, desta vez o número de folhetos era bem pequeno. Ele, porém, não soube quantificar o material apreendido.

Histórico
No último dia 17, a Polícia Federal apreendeu mais de 1 milhão desses folhetos numa gráfica do Cambuci, que já havia rodado uma tiragem grande no primeiro turno. 1,1 milhão panfletos foram entregues, segundo o gráfico da Pana, no dia 15 de setembro, em quatro locais de São Paulo: Barra Funda, Paraíso, Guarulhos e na Rua do Bosque. No dia 13 deste mês, uma nova tiragem foi encomendada de mais 1 milhão de exemplares, encontrados na gráfica neste sábado.

O material, intitulado "Apelo a todos os brasileiros e brasileiras", que recomendava num dos trechos “nas próximas eleições os eleitores deem seus votos somente a candidatos ou candidatas de partidos contrários à descriminalização do aborto”, assinado por bispos da Regional Sul 1 da CNBB, foi recolhido por agentes federais e levados para o depósito da Superintendência da Polícia Federal, na Lapa.

Ainda no sábado (16), quando os folhetos foram encontrados na gráfica por militantes, os bispos da Regional Sul 1 da CNBB (estado de São Paulo) lamentaram o episódio e divulgaram nota de esclarecimento.

Fonte: www.pt-sp.org.br

Vermelho: Triunfo em debate deixa Dilma mais próxima de vitória histórica

Fonte: Vermelho

A TV Globo bem que tentou dar uma forcinha para o tucano José Serra, no último debate entre os presidenciáveis, na noite desta quarta-feira (29). Mas quem fez a festa nos estúdios da emissora no Rio de Janeiro, logo após o encontro, foram os apoiadores de Dilma Rousseff – e com razão. Ao superar um dos mais temidos obstáculos da campanha, a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando passou a ter chances ainda mais concretas de se tornar a sucessora do presidente Lula.

Por André Cintra

Numa atração com 25 pontos de média no Ibope (cada ponto equivale a 55 mil televisores na Grande São Paulo), Dilma soube explorar o formato do debate melhor do que Serra. Pela primeira vez nestas eleições, não houve perguntas de candidato para candidato. As 12 questões foram formuladas e lidas por eleitores supostamente indecisos, que não tinham o direito de comentar as respostas. Sem o confronto direto, o candidato que está à frente nas pesquisas – no caso, Dilma – larga em vantagem.

Mas a petista não se contentou com esse trunfo. Seu principal acerto foi captar a singularidade das perguntas, demonstrando estar interessada não só em expor seu plano geral de governo – mas também em dar perspectivas até para questões mais pontuais. De longe, foi Dilma quem conseguiu estabelecer um diálogo mais franco e natural com o grupo de eleitores indecisos. Ao mesmo tempo, Dilma frisava melhor as diferenças de concepções e projetos das duas candidaturas.

Serra, ao contrário, causou ruído já na hora de agradecer às perguntas que lhe foram feitas. Pesquisas qualitativas realizadas durante o debate apontaram particular rejeição à maneira como Serra, com sorriso forçado e de forma pouco convincente, atribuía “grande importância” a todas as questões.

Sem contar suas frases de efeito, ocas a não mais poder: “Investir no serviço público é melhorar a autoestima do país”; “A batalha da saúde tem que ser para que hoje seja melhor do que ontem e amanhã melhor que hoje”; “A primeira condição para enfrentar o problema da segurança é admitir que o problema é sério”; “Saúde e segurança são a vida, mas a educação é o futuro”.

Funcionalismo

Logo na primeira pergunta do debate – sobre propostas para os servidores públicos –, as diferenças entre Serra e Dilma se impuseram. Serra, um notório inimigo do funcionalismo, defendeu propostas genéricas – “a carreira e o concurso, a valorização dos profissionais”, a “despartidarização” das agências reguladoras.

Mais tarde, o tucano teve a oportunidade de voltar ao assunto, quando uma eleitora baiana contou estar penalizada pela filha, que é professora sem ser valorizada. Serra disse defender um pacto nacional pela educação (abstração pura) e o combate ao analfabetismo. E a valorização do professor – onde é que fica?

Dilma, em suas réplicas, lembrou que o governo Lula já iniciou uma política de valorização do funcionalismo, com destaque para a aprovação do piso salarial nacional dos professores. Para se diferenciar da política à “base de cassetetes” praticada pelo PSDB em São Paulo, a candidata mostrou que não há saída para o funcionalismo se o governo não ouvir os principais interessados. “Um governante não pode estabelecer uma relação de atrito quando o professor pede diálogo.”

Serra acusou o governo Lula de “duplicar impostos sobre saneamento”, mas patinou ao fugir do compromisso de desonerar a folha de pagamento em benefício dos pequenos empreendedores. “Temos de ser responsáveis, não é moleza”, argumentou. Dilma não perdeu a oportunidade e defendeu abertamente “uma reforma tributária que diminua a oneração”.

“Percebemos que, quando diminui a tributação, não diminui a arrecadação”, afirmou, pondo em destaque as inúmeras reduções do IPI pelo governo Lula durante a crise de 2008-09. “Eu concordo com a desoneração. A pessoa contrata mais, e mais pessoas consomem. É um círculo virtuoso.”

Uma eleitora relatou o trauma de ter sido assaltada a mão armada. Serra voltou a bater na tecla da criação de um Ministério da Segurança Pública e no combate ao tráfico de drogas. Dilma, mais sensível, disse que boa parte da criminalidade exige uma ação específica. Comprometeu-se, assim, a levar polícias comunitárias aos bairros populares, com ação concentrada e fiscalização.

Social

Um eleitor de São Paulo cobrou iniciativas para que os programas sociais, como o Bolsa Família, não sejam “vitalícios. Outro, do Paraná, reclama que os brasileiros pagam muito impostos, sem receber nada em troca. Dilma interveio a favor dos programas sociais – uma questão que, segundo ela, será “central” em seu governo.

Agregou que o ProUni, com seus mais de 700 mil beneficiados de renda média e baixa, é um exemplo de como o governo Lula tenta incluir quem paga imposto e foi historicamente desprezado. Serra, mais uma vez, tentou fazer da pergunta um trampolim para ele falar de seu programa para outras áreas – “Política social é também saúde e segurança”, tentou justificar-se.

Quando o eleitor de Pernambuco reclamou que seis irmãos seus estão na informalidade e não conseguem pagar a Previdência, Serra falou em “empuxo político” e incentivo ao empreendedorismo. “Se a contribuição for pesada, ninguém vai pagar”, rebateu Dilma, em defesa da formalização máxima do mercado de trabalho e, somado a isso, de contribuições variadas à Previdência de acordo com a faixa de renda.

Nas considerações finais, uma inesperada manipulação: a Globo usou câmeras panorâmicas para expor Dilma, enquanto Serra mereceu uma transmissão em close. As reações de protesto no estúdio foram automáticas. No conteúdo, Dilma disse representar a continuidade de “um projeto que fez com que o Brasil despertasse para a consciência de sua grandeza”.

Saber enfrentar Serra e a Globo, a dois dias das eleições, também mostra como Dilma percebeu sua própria grandeza e está à altura de governar o Brasil. A vitória ficou mais próxima. Que venha 31 de outubro!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Chaui: ‘tucanos articulam violência para culpar PT’

Chaui: ‘tucanos articulam
violência para culpar PT’

    Publicado em 25/10/2010
Chaui: a provocação seria no comício do Serra em São Paulo


O Conversa Afiada reproduz texto do site Rede Brasil Atual:

Chaui: ‘tucanos articulam violência para culpar PT’


Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual


Publicado em 25/10/2010, 20:10


Última atualização às 20:50


São Paulo – A filósofa Marilena Chaui denunciou nesta segunda-feira (25) uma possível articulação para tentar relacionar o PT e a candidatura de Dilma Rousseff à violência. De acordo com ela, alguns partidários discutiram no final de semana uma tática para usar a força durante o comício que o candidato José Serra (PSDB) fará no dia 29.


Segundo Chaui, pessoas com camisetas do PT entrariam no comício e começariam uma confusão. As cenas seriam usadas sem que a campanha petista pudesse responder a tempo hábil. “Dia 29, nós vamos acertar tudo, está tudo programado”, disse a filósofa sobre a conversa. Para exemplificar o caso, ela disse que se trata de um novo caso Abílio Diniz. Em 1989, o sequestro do empresário foi usado para culpar o PT e o desmentido só ocorreu após a eleição de Fernando Collor de Melo.


A denúncia foi feita  durante encontro de intelectuais e pessoas ligadas à Cultura, estudantes e professores universitários e políticos, na USP, em São Paulo.  “Não vai dar tempo de explicar que não fomos nós. Por isso, espalhem.”


Ela também criticou a campanha de Serra nestas eleições. “A campanha tucana passou do deboche para a obscenidade e recrutou o que há de mais reacionário, tanto na direita quanto nas religiões.”

Conceição Lemes à CNBB: Bispos católicos podem mentir à população brasileira?

por Conceição Lemes

Quem estudou em colégio de padre ou freira, aprende já aos 8, 9 anos de idade, os chamados Dez Mandamentos da Lei de Deus. O oitavo, especificamente, diz:  Não levantarás falso testemunho. Ou seja, proíbe mentir, caluniar, falar maledicências, destruir propositalmente reputações. Não cumpri-lo é pecado para os católicos, assim como o descumprimento dos outros nove mandamentos.

Pois nessa quinta-feira, 21 de outubro, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos em Brasília (CNBB), Dom Gealdo Lyrio Rocha, em entrevista publicada no G1, diz:
“Ele (Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, na Grande São Paulo) tem o direito e até o dever de, de acordo com sua consciência, orientar seus fiéis do modo que julga mais eficaz mais conveniente. Ele está no exercício de seus direitos como bispo diocesano de Guarulhos e cada instância fala só para o âmbito de sua competência, tanto que ele não se dirigiu à nação brasileira. Este procedimento está absolutamente dentro da normalidade [distribuir panfletos contra Dilma Rousseff, a candidata do PT à presidência] no modo como as coisas da Igreja se encaminham”, afirmou Dom Geraldo.

O presidente da CNBB afirmou que não cabe à entidade “censurar” qualquer ação de bispos que se manifestem sobre política. Ele destacou que a posição nacional sempre é dada pela CNBB, mas que na diocese o bispo tem autonomia, sendo sujeito apenas à autoridade do papa. “Acima do bispo só existe uma autoridade, o papa. A CNBB não é um organismo para interferir nas dioceses, dar normas para os bispos, repreender”.
Ele considerou positivo que o tema aborto esteja sendo discutido na eleição. Ele reconheceu que há posições “reduzidas” sobre o tema, mas afirmou que as discussões sobre “valores” não podia ficar fora da eleição. “Acho que a moeda sempre tem dois lados, se há inconvenientes de um lado, há uma vantagem enorme do outro. O tema (aborto) foi colocado em pauta e não se podia entrar em um processo eleitoral sem trazer à tona temas dessa natureza de máxima relevância”.

Nesse domingo, 23 de outubro, em entrevista publicada em O Estado de S. Paulo, com direito à chamada de capa, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, afirma:

“O PT é o partido da mentira, o PT é o partido da morte. O PT descrimina o aborto, aceita o aborto até o nono mês de gravidez. Isso é assassinato de ser humano que não tem nem o direito de se defender”.

É do bispo Bergonzini a iniciativa de fazer 2 milhões de folhetos  contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, apreendidos pela Polícia Federal na Gráfica Pana, em São Paulo.

Dom Bergonzini tem memória seletiva.  Esqueceu-se de que Dilma assumiu o compromisso de, se eleita  presidente da República, não tomar a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto no Brasil. Toda a imprensa divulgou.


Diante das inverdades de Dom Bergonzini e das ações antidemocráticas  da ala mais conservadora da Igreja Católica, inclusive de elementos ligados à Opus Dei,  esta repórter enviou neste início de noite à CNBB um e-mail com três perguntas óbvias:

1) Bispos católicos podem mentir à população brasileira nestas eleições presidenciais?;

2) Ao agir assim, eles não estariam infringindo o oitavo mandamento;

3) Mentir não seria pecado no caso deles?

Ao bispo Bergonzini,  por que dois pesos e duas medidas em relação à questão do aborto? E já que vive atirando pedras em Dilma, sugiro-lhe a leitura da reportagem  Hipocrisia na campanha eleitoral: “Ela é favor de matar criancinhas” — Entrevista com Sheila Ribeiro.   AQUI, pode ouvir o áudio de Sheila Ribeiro, ex-aluna de Monica Serra.

domingo, 24 de outubro de 2010

Carlos Rodriguez: Quem semeia vento, colhe tempestade


por Carlos Rodriguez*
A cada dia que passa, o cinismo do candidato tucano à presidência da República, José Serra, se supera. Totalmente obscena a sua declaração (feita após a patética encenação da bolinha de papel) de que o presidente Lula é o responsável pela violência na campanha eleitoral.

Este senhor se vale de velhos artifícios da direita. Primeiro, radicaliza em boatos, intrigas e desqualificações dos adversários, criando um clima pesado na campanha. Depois, despolitiza-a. Assim, não se discute a situação econômica  ou qualquer aspecto da vida do cidadão brasileiro. Ao contrário, envereda para temas que dizem respeito à vida íntima de cada um, como o aborto e a orientação sexual. A pauta passa a ser a baixaria e não o futuro do Brasil, a diminuição da miséria ou a melhoria da educação, da saúde e do desenvolvimento da sociedade brasileira. A oposição à Lula age assim, porque não tem projeto para o país e somente se vale do ódio e do rancor.

Aliás, o cinismo impera entre os demotucanos. No jornal Estado de S. Paulo de 24 de outubro, D. Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, diz que “o PT é o partido da mentira, o PT é o partido da morte,  por causa do aborto. Engraçado, sobre o aborto feito por Dona Mônica Serra, mulher de José Serra, segundo relato de suas ex-alunas publicada no jornal Folha de São Paulo em 16 de outubro,o bispo de Guarulhos não abre o bico.

Curiosamente, o bispo D. Luiz é de São João da Boa Vista, onde atuava com o Sidney Beraldo, ex-deputado e ex-secretario de Gestão do então governador Serra, e mias recentemente um dos coordenadores da campanha a governador de Geraldo Alckmin, que tem fortes ligações com a Opus Dei, que age nas sombras. A omissão do bispo sobre o aborto de Monica Serra revela que essa questão é apenas um mote usado por esse grupo religioso para ir contra o PT.

Para completar o quadro dantesco, assistimos ao fundamentalismo religioso matar a religião e transformá-la em mero  instrumento eleitoral. Esta mistura acintosa de religião, num viés fundamentalista, e política é um perigo à sociedade brasileira, pois ameaça os pilares do Estado Laico.

O ódio contra o PT vem sendo trabalhado há pelo menos um ano. Todos devem se lembrar dos primeiros e-mails com a acusação ridícula de que Dilma seria terrorista. Por sinal, o termo terrorista, cunhado pelos militares durante a ditadura, é uma forma de adotar a ditadura militar. Aqui, vale lembrar que ao povo é dado o direito de resistir quando um governo se estabelece pela força das armas. Até na idade média, como é relatado na lenda  Robin Hood , já se sabia disso.

Homens e mulheres que foram torturados barbaramente e deram a sua vida pela democracia devem ser tratados como heróis. O termo terrorista significa aceitar que a tortura e barbárie sejam admissíveis como recursos para organizar uma sociedade. Claramente, para um republicano e democrata este argumento precisa ser rejeitado. Então perguntamos, por que os tucanos se valem de argumentos antidemocráticos para difamar uma heroína brasileira? Por que uma campanha baseada no ódio?

Há outros exemplos, como a campanha conservadora com uso da internet para difamar e caluniar e atacar a vida pessoal de Dilma Rousseff.

Lentamente a campanha de Serra pregou o ódio, inclusive de classe, e se valeu dele eleitoralmente para chegar ao segundo turno. Agora hipocritamente diz que o presidente da República faz uma campanha que estimula a violência, querendo se passar como vítima. Ora, Serra, quem semeia vento, só pode colher tempestade.

Se o candidato José Serra, em vez de despolitizar a campanha, discutisse projetos para o Brasil (o que ele infelizmente não possui), talvez os acontecimentos fossem outros.

Por fim, deixo para vocês este poema de Brecht, que mostra que a  violência não é o que os poderosos querem que seja visto como violento, mas as estruturas sociais ou situações plantadas com o apoio da mídia e da direita conservadora que resultam neste quadro conflituoso.

Pergunto, ainda, manipular informação e tentar reverter votos de forma abjeta não é uma violência?

PS: Curiosamente, a crítica contumaz da Globo sobre o episódio da violência da bolinha de papel , através do Jornal Nacional, ocorreu justamente no dia em que o Cade, órgão do governo federal, decidiu acabar com o monopólio da emissora  na transmissão do Campeonato Brasileiro.

Sobre a Violência, Bertolt Brecht
A corrente impetuosa é chamada de violenta
Mas o leito do rio que a contém
Ninguém chama de violento.
A tempestade que faz dobrar as bétulas
É tida como violenta
E a tempestade que faz dobrar
Os dorsos dos operários na rua

* Carlos Rodriguez , participante da Igreja Católica.

Eduardo Guimarães: “Serra por ele”, o retrato de um aprendiz de tirano


Por Eduardo Guimarães


O vídeo “Serra por ele”, de autoria do leitor “Romanelli”, já tem mais de onze mil exibições no You Tube. Pinta um retrato pronto e acabado de um aprendiz de tirano que não hesita em passar por cima das próprias palavras contando com veículos de mídia subordinados aos seus menores caprichos.

Assista, abaixo, ao vídeo “Serra por ele”. Não saia de casa, no dia da eleição, sem assistir.

MG: Professores manifestam apoio a Dilma


Fonte: Vermelho

Em mais um manifesto de movimentos sociais que apoiam Dilma Rousseff, o Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG) colhe assinaturas em seu documento de apoio à candidatura.

Os diretores do Sinpro Minas (Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais) lançaram um manifesto em apoio à candidatura de Dilma Rousseff à presidência da República. O texto articula informações e dados importantes que reforçam as diferenças entre os dois projetos políticos em disputa no país.

O manifesto destaca que os recursos obtidos com a exploração do pré-sal correm risco nas mãos dos privatistas, representados pela candidatura de José Serra. Sobre a educação, levanta os avanços conquistados no governo Lula e alerta para o desafio de frear a mercantilização do ensino e ampliar a política de expansão do ensino superior gratuito.

Qualquer pessoa pode assinar o manifesto, clique aqui para acessá-lo.

Da redação, Luana Bonone, com assessoria

Alerta de quem é do ramo: a armação que pode vir nos dias finais de campanha


por Luiz Carlos Azenha

O alerta é de um jornalista experiente, com amplos contat0s na comunidade de informações, com arapongas e ex-arapongas.

Não nasce de um evento específico, mas de um encadeamento lógico de fatos: a campanha sórdida e subterrânea na internet, os panfletos apócrifos, as chamadas por robôs e a farsa de Campo Grande, onde o único ferido — realmente ferido — foi um militante petista com um corte no supercílio (que não apareceu no Jornal Nacional).

Vem da repetição de um padrão no telejornal de maior audiência: Dilma, agressiva; Serra, vítima. Um padrão que se manteve na noite deste sábado, quando a Globo omitiu o discurso do governador paulista Alberto Goldman em que ele sugeriu uma comparação entre Lula e Hitler (com menção ao incêndio do Reichstag), omitiu que militantes de PT fizeram um cordão de isolamento para que uma passeata tucana avançasse em Diadema e destacou o uso, por eleitores de Serra, de capacetes para se “proteger” das bolinhas de papel.

O colega, em seu exercício de futurologia, mencionou o Rio de Janeiro como o mais provável palco de uma armação, por dois motivos:

1) é onde fica a Globo;

2) é onde subsiste a arapongagem direitista.

Como lembrei neste espaço, anteriormente, foi assim o golpe midiático perpetrado em 2002, na Venezuela, retratado nos documentários A Revolução Não Será Televisionada e Puente LLaguno.

Parte essencial daquele golpe, que juntou militares insatisfeitos com a oposição em pânico e apoio maciço da mídia, foi a acusação de que militantes chavistas tinham atirado em civis desarmados, quando as 19 mortes registradas num confronto entre militantes das duas partes resultaram de tiros disparados por franco-atiradores e policiais de Caracas leais à oposição. Porém, foram semanas até que tudo ficasse claro para boa parte dos venezuelanos e para a opinião pública internacional.

O Brasil de 2010 não é a Venezuela de 2002, mas não custa ficar alerta.

sábado, 23 de outubro de 2010

Dom Angélico critica bispo da regional Sul 1 e o uso eleitoreiro do aborto

Publicado em 23/10/2010, 19:25
Última atualização às 22:13

São Paulo - O bispo Dom Angélico Sândalo Bernardino leu na manhã deste sábado (23), em São Paulo, uma carta pela 'verdade e justiça nas eleições' deste ano. O ato ocorreu durante evento promovido por leigos da Igreja Católica, na região Brasilândia, zona norte. Na carta, Dom Angelico critica a atitude da Regional Sul 1 e a utilização eleitoreira do tema aborto.
Leia abaixo
Os cristãos e a defesa da verdade e da justiça nas eleições 2010

1.    SINTO-ME honrado em estar com vocês  e , nesta mesa, com a meu amado irmão, irmão dos pobres, Pe. Júlio Lancelotti,cuja mamãe  Wilma Ferrari Lancellotti partiu para junto de Deus não faz muitos dias e a quem presto homenagem. Saúdo,de maneira particular,meus irmãos  militantes nos diversos Partidos Políticos . Tal militância,na afirmação de Paulo VI, “ é forma superior de solidariedade”.

2.     Venho a este importante Ato na qualidade de Bispo emérito de Blumenau,na bela e Santa Catarina e,nesta condição, lhes falo,não em nome de Partido Político ou de candidata ou candidato.

3.    Alem da importância de esclarecimento de alguns fatos “na defesa da verdade e da justiça “, fui motivado para esta reunião, pelo encontro que tive, após celebração da santa Missa, na comunidade Nossa Senhora Aparecida, Guaimim, no dia 10 último. Fui  então procurado por Carlinhos e Sandra, apaixonado e jovem casal,acompanhado por meu irmão Néri e pai de Sandra  A querida  MARILI no céu, é a mãe de Carlinhos  e de nosso valoroso Pe. Aécio! Eles estavam perplexos diante da atitude de alguns Bispos,nas presentes eleições, que vetavam candidatos (as) do PT,,atribuindo-lhes apoio ao aborto! E o jovem casal,com entusiasmo, me perguntava “ o que fazer ?” e,ao mesmo tempo, entre sugestões várias, apresentava a de uma reunião como esta,perguntando-me se a ela, eu compareceria, tendo lhes eu respondido, imediatamente, SIM ! Eis porque aqui estou!

Que Jesus Cristo, Caminho,Verdade e Vida esteja conosco e,com o PAI,no envie o Espírito Santo para nossa iluminação.

A bem da verdade, da justiça,devo lhes dizer:

1. A atual campanha eleitoral está marcada, viciada, por muita mentira, falsificação e distorção de fatos. A internet, de modo especial, tem sido palco de verdadeiras ações articuladas por redes sociais de difamação, em atentado à democracia, à liberdade de comunicação que não pode ser confundida com libertinagem a serviço da mentira.

2. A IGREJA , OFICIALMENTE, em âmbito nacional, nestas eleições, se pronunciou três vezes :
-    ‘”DECLARAÇÃO SOBRE O MOMENTO POLITICO NACIONAl” , Assembléia Geral, 11 de maio de 2010.-  “  NOTA DA CNBB NA PROXIMIDADE DAS ELEIÇÕES”, assinada pela Presidência da CNBB. Dom Geraldo Lyrio, Dom  Luiz Soares Vieira, Dom Dimas Lara  Barbosa, dia l6 de setembro de 2 010.-“NOTA DA CNBB EM RELAÇÃO AO MOMENTO ELEITORAL “,  de 8 de  outubro  2010,  assinada pela Presidencia já citada.
O REGIONAL SUL 1 DA CNBB , no dia 29 e junho de 2010 publicou a declaração “  VOTAR  BEM “,  assinada por sua Presidência, Dom Nelson Westrupp, Dom Benedito Beni dos Santos e Dom Airton José dos Santos.

Estas são  DECLARAÇÕES, NOTAS, OFICIAIS DOS BISPOS  DA IGREJA CATÓLICA, no Brasil,no Estado de São Paulo.

Elas insistem :

a)    na urgência de Programas  que estejam compromissados com a defesa da vida em todas as suas fases, desde a sua concepção até sua morte natural, bem como com a realização de Reforma Agrária, Reforma Política, Preservação do meio ambiente e com os direitos sociais fundamentais, como a criação de empregos e geração de rendas, melhoria da saúde e educação, da segurança pública, da habitação,justiça para todos....

b)    Na linha destas orientações oficiais da Igreja. O senhor Cardeal D. Odilo P. Scherer, em carta de 20  agosto de 2010, aos Padres da Arquidiocese de São Paulo, entre outras, dá-lhes as seguintes orientações:
·      Fique claro que a Igreja não tem opção oficial por Partidos ou Candidatos (as). Por isso,o Clero não deve envolver-se publicamente na campanha partidária ( cfr. Can. 287 ; 572)·       Nas missas e outras celebrações ( homilias,cursos) não deve ser feita campanha explicita para candidatos ou partidos “.
c)     A Igreja deve sim apresentar princípios,valores, critérios para que,lucidamente, o eleitor possa votar em candidatos com “ ficha limpa”, comprometidos em seus programas com a promoção do bem comum, com a construção de sociedade justa e solidária.

INFELIZMENTE,  destoando da orientação oficial da  CNBB Nacional e Sul 1,  irmão Bispo de Diocese localizada na grande São Paulo, na publicação , no início de julho de 2010, “ EM QUEM NÃO VOTAR “, após considerações sobre o aborto e posicionamentos do PT, afirma “ recomendamos a todos os  verdadeiros cristãos a que não dêem seu voto à sra.  Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam liberação do aborto”.

Na mesma linha, sem citar nome explicitamente mas implicitamente sim, o inoportuno  ‘  ‘APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS “ de 3 de julho de 2010, da Comissão em defesa da vida do Regional Sul 1 da CNBB,c. Este  “ Apelo”,  foi abraçado pela

Presidência e Comissão Representativa do Regional Sul 1  que “ o acolhem e recomendam sua difusão”, no dia 26 de agosto de 2010.

Foi o prato cheio de que a oposição à candidata à Presidência da República se serviu, de maneira facciosa,parcial,    para instrumentalizar a Igreja, dividir  comunidades, tornar   temas religiosos, o  aborto, focos principais de debates, levando muitos a crerem que votar em Dilma ,  é contrariar a orientação da Igreja Católica. Ora,isto é  mentira uma vez que a Igreja oficialmente não se posicionou a respeito de NOMES e  PARTIDOS, PODENDO,POIS,O CATÓLICO CONSCIENTEMENTE VOTAR em Dilma, em candidatos do PT.  Contra a instrumentalização do aborto para fins eleitorais,  ergueu-se valorosa a voz profética de D. Demétrio Valentini,  Bispo de Jales, no artigo “  DESMONTE DE UMA FALÁCIA”.

FELIZMNETE,  os   BISPOS  da Igreja Católica do Estado de São Paulo – Reg. Sul 1 da CNBB, na Assembléia de suas Igrejas, nos dias 15 a 17 de outubro, desfazem ambigüidades, dizem categórico basta à instrumentalização da religião na discussão eleitoral e deixam claro que  : 

a)   – Não indicam nem vetam candidatos ou partidos e respeitam a decisão livre e autônoma de cada eleitor;

b)    - Desaprovam a instrumentalização de suas Declarações e Notas e enfatizam que não patrocinam a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra candidatos. (Recorde-se a impressão-difusão de um destes folhetos se tornou caso de Polícia!).

Dom Milton Kenan Junior, querido vigário episcopal para a Região Brasilândia, em carta aos Padres desta Região, recomenda a leitura desta última Declaração dos Bispos do Estado de São Paulo nas celebrações  de hoje e amanhã.

AINDA,DUAS OBSERVAÇÕES:

1. A  realidade do  ABORTO  não pode ser transformada em questão eleitoreira! Pode e deve ser estudada,debatida, em profundidade .O aborto é atentado à vida, É crime.   O Estado efetivamente deve promover políticas públicas a favor da VIDA, não da  MORTE. Quanto a nós discípulos missionários de Jesus, lutemos contra a descriminalização do abrto. Mas,não  paremos  somente no debate  da defesa da lei! Pode ser cômodo!  Há mulheres que são colocadas em grande constrangimento, sofrimento,pobreza, desespero e que recorrem ao aborto, em  LAMENTÁVEL E ERRADA OPÇÃO! O trabalho árduo de  PREVENÇÃO é fundamental ! Elas estão a nosso lado,não podemos desconhecê-las,em degradante omissão. Discípulos do Verbo de Deus que se fez  CARNE, COMPROMETAMO-NOS COM ESTA REALIDADE. Estas mulheres – nossas irmãs – , para o Estado,frequentemente omisso em políticas públicas a favor da vida,  se tornam problema de saúde  pública e, de nossa parte, precisam ser tratadas com misericórdia,compreensão.    A CAMPANHA DA FRATERNIDADE,no próximo ano,com seu tema: “ Fraternidade e a vida no planeta” e o lema: “ A criação geme como em dores de parto” vai aprofundar os temas aborto,eutanásia e todo desdobramento sagrado da vida,em nosso planeta,afirmou D Geraldo Lyrio,Presidente da CNBB,em entrevista,na última quinta feira,dia 21 de outubro.

Como seria ótimo se as Dioceses,a exemplo com o que acontece com a Arquidiocese de São Paulo, oferecessem às mulheres sofridas e tentadas pela  pseudo-solução do aborto, braços abertos em realizações como a do  AMPARO MATERNAL !

2. Às vésperas das eleições,peçamos à padroeira e Mãe do Brasil,Nossa Senhora Aparecida que proteja nosso País,o Povo brasileiro. Que as eleições não sejam ocasião para violências,ódios,divisões. Que os embates e debates nos amadureçam  e nos façam crescer na compreensão mútua,na fraternidade. Nos meus 77 anos,gosto de repetir diante do destempero de muitos a respeito do Brasil , que confio na grandeza deste País, na maravilhosa fibra do Povo brasileiro . Diante de ataques apaixonados a nosso   Presidente da República, não desconhecendo falhas em seu Governo, gosto de verificar que ele termina seu mandato com a admirável aprovação de 79%  da população  ; é tido no Exterior,  entre as  “dez mais importantes personalidade do mundo”: é  respeitado em sua política econômica e , em época de crise econômica que atinge a Europa e EE.UU de maneira profunda,conduz o Brasil  em  sério crescimento,com considerável aumento de empregos . Sem desconhecer  os graves problemas que ainda nos atingem,sobretudo aos Pobres,  insisto contra pessimistas e derrotistas,  em repetir as palavras do poeta: “ adora a terra em que nasceste ,não há País como este”. Vamos,pois,avante,de esperança,em esperança,na esperança sempre , conscientes de que a construção de um Brasil  cada vez melhor é possível,  dependendo dos Poderes da República e da urgente colaboração,participação ativa,  de todos nós !

Dom Angélico Sândalo Bernardino

São Paulo, 23.outubro.2010. 

Em vídeo

IstoÉ: A hipocrisia do aborto (ouça o áudio de Sheila)


A hipocrisia do aborto
da Isto É de 22.10.2010

Teoria e prática de Mônica Serra

Nesta campanha, o casal Mônica e José Serra rompeu a fronteira entre o público e o privado ao dar conotação eleitoreira ao tema do aborto. Quando retirou o procedimento da categoria de saúde pública ou de foro íntimo, o casal abriu um flanco na própria privacidade. Serra vinha condenando de forma sistemática a descriminalização ao aborto. Mônica, por sua vez, havia sido ainda mais incisiva, intrometendo-se no assunto durante uma carreata com o marido em Duque de Caxias (RJ): “Ela (Dilma) é a favor de matar as criancinhas”, disse a um ambulante que apoiava a candidata do PT. Não demorou para que o relato de um aborto feito por Mônica quando Serra vivia exilado no Chile virasse assunto público. O caso foi trazido à tona pela bailarina e coreógrafa Sheila Canevacci Ribeiro, 38 anos, ex-aluna de Mônica no curso de dança da Universidade de Campinas.

Ao lado do marido, o antropólogo italiano Massimo Canevacci, Sheila assistia em sua casa a um debate entre os presidenciáveis quando Dilma Rousseff questionou Serra sobre ataques feito por Mônica. Surpreendida, Sheila se lembrou em detalhes de uma aula de psicologia ministrada em 1992 por Mônica para a sua turma na Unicamp. Ao discorrer sobre como os traumas da vida alteram os movimentos do corpo e se refletem no cotidiano, Mônica contara ao pequeno grupo de alunas do curso de dança que ficara marcada por um aborto que precisou fazer na época da ditadura, devido às condições políticas adversas em que vivia. “Fiquei assustada com o duplo discurso de minha professora”, afirma Sheila, que na manhã seguinte colocou uma reflexão sobre o assunto em sua página na rede social Facebook.

A coreógrafa acreditava estar compartilhando a experiência com um grupo de amigos, mas o texto se espalhou, ganhou as páginas dos jornais e até uma nota oficial da campanha de Serra negando o aborto. Já Mônica e Serra não fizeram qualquer desmentido sobre o caso. Na sequência, Sheila recebeu milhares de apoios, mas também críticas, incluindo a de ter traído sua antiga professora. “Foi ela quem traiu minha confiança como aluna e mulher”, diz a coreógrafa. “Ela não é a mulher do padeiro, do dentista. Ela é a mulher de um candidato a presidente da República. O que ela fala e faz conta”.

As atitudes das personalidades públicas contam tanto que chegam a provocar temor. Colega de classe de Sheila, a professora de dança C.N.X., 36 anos, também se lembra do depoimento de Mônica na universidade, mas pede para não ser identificada. Recém-aprovada em concurso de uma instituição federal, ela acredita que, se eleito presidente, Serra pode prejudicar sua carreira. Quanto à aula de 1992, C.N.X. conta que o grupo de alunas não chegava a dez e estava sentado em círculo quando Mônica comentou que um dos fatores que tinham alterado sua “corporalidade” foi a vivência na ditadura e a necessidade de fazer o aborto. “Ela queria ter o filho, não queria ter tirado”, diz a professora de dança. “E eu fiquei muito chocada com o depoimento, pois na época era muito bobinha”, completa C.N.X., que passara no vestibular com apenas 16 anos e pela primeira vez vivia longe da família.

Na opinião da professora de dança, nada impede que, de 1992 para cá, Mônica tenha mudado de ideia: “Mas ela não pode ser hipócrita. Sabe que o aborto é uma experiência traumática”. Trata-se também de um tabu no País, embora 5,3 milhões de brasileiras entre 18 e 39 anos tenham feito pelo menos um aborto, de acordo com o Ministério da Saúde. Mais da metade das brasileiras que se submete ao procedimento acaba internada devido a complicações da intervenção. Como se não bastasse, pode ser condenada a pena de um a três anos de detenção, como prevê o Código Penal de 1940, exceto para os casos de estupro ou de risco de morte da mãe. A mudança dessa lei — ISTOÉ defende a descriminalização do aborto — pode ser o primeiro passo para acabar com a hipocrisia e transformar a interrupção da gravidez em uma questão de saúde pública e de foro íntimo.

PS do Viomundo: Ouça abaixo trecho do áudio da entrevista de Sheila Ribeiro a Conceição Lemes, cuja íntegra em texto está aqui.




A disputa de Molina com os peritos criminais federais

A disputa de Molina com os peritos criminais federais


PF nega manipulação de interceptações telefônicas
do site da Associação de Delegados da Polícia Federal, em 13.06.2008

A Diretoria Científica da Polícia Federal nega qualquer possibilidade de manipulação das interceptações telefônicas.

A prova documental disso é o próprio arquivo da gravação, que é enviado na íntegra para a Justiça e Ministério Público. As partes do processo têm, assim, acesso a todo material.

Essa é a resposta dos peritos da PF às declarações do perito Ricardo Molina em entrevista ao site Consultor Jurídico, publicada no último domingo (8/6). O professor da Unicamp afirma que a falta de qualidade técnica das gravações feitas pela PF as invalidam como provas judiciais.

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais também soltou nota oficial contestando Molina. A entidade desafia o perito a provar cientificamente uma única edição fraudulenta feita pela PF.

O perito Paulo Roberto Fagundes, diretor técnico científico da PF, diz que não existe edição das gravações, que são inteiramente disponibilizadas ao juiz e ao MP. A PF trabalha dentro da legalidade, lembra.

Para o perito, transcrever todas as conversas gravadas é um conceito antigo. “É improdutivo passar para o papel um conteúdo que está em mídia”, argumenta Fagundes. Ele afirma que a transcrição serve apenas para protelar o processo, favorecendo o réu. “Quem tem que fazer essa análise do material gravado é o juiz e o Ministério Público”, lembra. Ele diz, no entanto, que a PF faz a transcrição completa se o juiz assim decidir.

Fagundes chefia o setor responsável pela perícia técnica de toda prova produzida pela PF. Mais de mil peritos trabalham na autenticação de diversos tipos de provas como gravações telefônicas e exames biológicos. “Temos autonomia, como peritos do Estado, para analisar as provas com isenção”, afirma.

O diretor científico questiona a imparcialidade de Molina, já que ele é contratado para defender acusados nas operações da Polícia. Ele explica que os peritos da PF, por outro lado, são agentes públicos oficiais que têm sua função prevista em lei. “Não entendo por que sempre chamam o Molina para ser fiel da balança. Ele se coloca em uma posição suprema”, diz Fagundes. O perito afirma que Molina apenas faz bravatas.

Para o diretor, Molina quer descredenciar a perícia da PF com a intenção conhecer a metodologia deles, já que ele tem como trabalho a desqualificação de provas. A área de perícia, segundo Fagundes, recebe fortes investimentos no aprimoramento de equipamentos, procedimentos e formação. Hoje, há uma doutrina única de perícia de áudio no âmbito da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Além do áudio

O perito da PF Paulo Max, especialista em interceptações telefônicas, diz que os laudos de Molina são baseados apenas nos áudios das gravações. “É uma metodologia fraca”, afirma. Na PF, a perícia leva em conta outros fatores como a características dos equipamentos e o histórico das ligações. “Como somos peritos do Estado, nós temos capacidade de ir até o fundo”, diz.

O especialista diz que as eventuais interrupções nas gravações são provenientes do próprio sistema de telefonia. As falhas são as mesmas que os usuários de telefone encontram em suas conversas. “As perícias são feitas com rigor técnico”, diz. Sobre o sistema Nextel, Max lembra que a descontinuidade é própria dele, por ser uma transmissão de rádio. “O estranho seria uma ligação de Nextel sem interrupção”, argumenta.

Max explica que as gravações não são feitas pelas operadoras, para depois serem repassadas para a PF.
Elas não estão autorizadas a guardar um cópia inclusive. O trajeto entre a operadora e a Polícia é visto por Molina como um fator que possibilitaria a manipulação. De acordo com Max, o áudio da conversa é captado pela operadora, mas ele é repassado diretamente para a polícia, de forma online.

Na PF, é mantida uma cópia de segurança com o “dado bruto da gravação”, explica o perito. Esses dados são os próprios bytes das informações digitais transmitidas pelas operadoras. Se a defesa pedir e o juiz determinar, o acusado pode ter acesso a essa cópia.

Sobre a sugestão de Molina para que se criasse um selo criptográfico identificando as cópias, o perito da PF explica que não há ainda uma solução robusta que garantisse a sua autenticidade. O exemplo da indústria fonográfica para se evitar a pirataria é uma prova disso.

Desafio de peritos

Já a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais diz, em nota oficial, que Ricardo Molina demonstra novamente desconhecer procedimentos adotados pela perícia oficial. “As afirmações de Molina não encontram embasamento, algo que é inaceitável para quem se apresenta como especialista em áreas que demandam conhecimento bastante específico”, diz Octavio Brandão Caldas Netto, presidente da APCF.

Já André Luiz da Costa Morisson, chefe do Serviço de Perícias em Áudio Visual e Eletrônicos da PF, diz que não há necessidade de se periciar todo o material, a não ser quando há dificuldades de entendimento por causa da má qualidade do áudio ou quando paira dúvida sobre quem fala ao telefone.

“É claro que isso é feito após apontamento devidamente fundamentado pela parte do trecho de interesse, e com a autorização do juiz, a fim de se evitar pedidos meramente protelatórios”, explica Morisson.

A entidade questiona inclusive a formação de Molina, afirmando que ele é apenas um auxiliar técnico dos acusados. A entidade diz que ele é um músico sem formação técnica.

“Do mesmo modo que Ricardo Molina desafia a perícia da PF a detectar edições em arquivos por ele manipulados, o desafiamos a provar cientificamente que houve uma única edição fraudulenta em qualquer arquivo de áudio fruto de interceptação telefônica da PF”, diz a nota.

Leia nota da APCF

1. O Sr Ricardo Molina não é perito oficial. É apenas auxiliar técnico do acusado, contratado por este. Sem entrar especificamente na questão da integridade dele ou de qualquer outro assistente técnico, é muito mais confiável, e a sociedade entendeu assim, ao criar a figura do perito oficial no CPP, um corpo de funcionários públicos, pagos pelo contribuinte, para analisar o corpo de delito e elaborar o respectivo laudo oficial. A ação independente da perícia oficial não tende nem para a acusação, nem para a defesa, mas busca apenas ser fiel à verdade factual. Já o auxiliar técnico contratado é pago pelo acusado. Essa situação, no mínimo, fragiliza a isenção dos auxiliares.

2. As interceptações são incluídas integralmente pela polícia no inquérito. Isso não é obstáculo ao devido processo legal e à ampla defesa, mas sim uma garantia que fortalece esses princípios, basilares num estado democrático de direito;

3. Não é necessária a transcrição integral. Já há jurisprudência robusta e reiterada a respeito, inclusive no STJ (por exemplo, HC 13.274/RS, 2002/0104866-6) e STF (por exemplo, o próprio HC 91.207-9/RJ);

4. Na verificação de edição fraudulenta, a prova negativa (evidência de que não há edição fraudulenta) é inerentemente de natureza diversa da prova positiva (em que é detectada uma edição). Não só na perícia da PF, mas em qualquer lugar do mundo. E isso é evidenciado nas conclusões dos laudos emitidos pela perícia da Polícia Federal.

5. Do mesmo modo que Ricardo Molina desafia a perícia da PF a detectar edições em arquivos por ele manipulados, o desafiamos a provar cientificamente que houve uma única edição fraudulenta em qualquer arquivo de áudio fruto de interceptação telefônica da PF.

6. O Sr Ricardo Molina é músico e, ao que nos consta, não tem formação técnica para afirmar o que ele divulga a respeito de sistemas de telecomunicações. Talvez seja esse o motivo pelo qual muitos de seus quesitos técnicos tenham sido incoerentes. Questionamentos fundamentados são importantes para o esclarecimento de pontos que porventura suscitem dúvidas, porém, antes de dizer inverdades, quem realiza o questionamento referente à análise do corpo de delitoa deve estudar o assunto e respeitar os profissionais isentos do Estado que elaboram os laudos. Os peritos oficiais não recebem honorários do acusado, nem deixarão de perceber seus salários se as conclusões de seus laudos demonstrarem que os vestígios apresentados à perícia não são suficientes para uma prova material robusta.

7. Desejamos saber quais são as “normas internacionais” a que o Sr Ricardo Molina se refere e que postulariam que áudio descontínuo devido à tecnologia do sistema de telecomunicações não pode ser usado como prova. Ele deveria saber que os tempos da fita cassete já passaram e que as comunicações digitais inserem efeitos completamente diferentes de uma fita analógica.

PS do Viomundo: Dentre as muitas informações que a TV Globo sonegou aos telespectadores nos últimos dias está o fato de que o perito Ricardo Molina atuou em ação judicial movida pelo diretor de Jornalismo da emissora, Ali Kamel, numa disputa com vizinhos. Está no anexo 10 da ação 2009.001.244145-0, que corre na vigésima sétima Vara Criminal do Rio de Janeiro. O laboratório de pesquisas de Ricardo Molina de Figueiredo atuou para “comprovar” a autencidade de documentos.

Professor da Universidade de Santa Maria contesta reportagem do JN

Análise de professor da UFSM/Cesnors contesta reportagem do Jornal Nacional

Do site da universidade

José Meira da Rocha, professor de Jornalismo Gráfico da UFSM/Cesnors entra na polêmica que ganhou a mídia e a campanha presidencial nessa semana

Na última quarta-feira, 20, por mais um compromisso na campanha presidencial no Rio de Janeiro, militantes do PT e do PSDB entraram em confronto. Além das discussões e do empurra-empurra, possíveis objetos teriam atingido o canditato tucano, José Serra. O Jornal Nacional da Rede Globo, deu grande repercussão ao ocorrido, analisando as imagens do encontro. A análise foi feita pelo professor Ricardo Molina, que geralmente faz declarações sobre ações da Perícia Criminal Oficial, o que acaba sendo contestado pelos casos em que Molina já se envolveu.

Segundo a análise da imagem gravada por um celular, um objeto, supostamente um rolo de fita, teria atingido Serra num segundo momento, minutos depois de uma bola de papel ter sido arremessada na cabeça do candidato. O resultado obtido pelo perito, quase convenceu o professor da UFSM/Cesnors, José Meira da Rocha. Porém, o professor digitaliza as imagens veiculadas na tv através de uma placa de vídeo, e em uma análise mais a fundo, a matéria que tomou sete minutos do Jornal Nacional seria uma grande “barriga” ou gafe jornalística.

Passando frame à frame o vídeo, Meira percebeu que na verdade aquilo não parecia nada com um rolo de fita. O depoimento do suposto especialista, que não tem grande credibilidade no campo da perícia criminal, acabou criando algo que realmente não estava ali. Se a ação da Rede Globo foi de má fé, ou foi realmente um erro jornalístico, não podemos dizer, mas que nada atingiu o candidato no vídeo em questão, isso é o que o professor afirma, em sua análise quadro à quadro.

– Na verdade o que vemos no vídeo é a imagem da cabeça de outra pessoa atrás do canditado José Serra, misturado com uma distorção da imagem de vídeo digital, ressaltou Meira.

A matéria que Meira escreveu em seu site trazendo sua conclusão em relação ao vídeo repercutiu rapidamente. As imagens quadro à quadro com a análise do professor foram parar em vários blogs e sites. O próprio site do professor acabou saindo do ar. O motivo de censura foi comentado, mas na verdade o aumento absurdo de acessos foi o que motivou a queda do site.

– Me espantou bastante a repercussão dessa matéria, porque eu fiz na madrugada entre três e cinco da manhã. Quando acordei já havia recebido e-mails falando que meu site estava fora do ar. Para ter uma ideia, tal o número de acessos, meu site estava derrubando os sites de outros clientes do servidor, aí acabaram tirando o meu do ar. Então não foi censura, foi um super sucesso que eu não estava preparado.

O material de fotos e texto foi parar no site do jornalista Paulo Henrique Amorim, o que não prejudicou a divulgação da análise, já que o site de Meira continua fora do ar. A campanha de José Serra continua utilizando a análise do perito Ricardo Molina na propaganda eleitoral, confirmando a agressão ao canditato por um rolo de fita.

Fábio Pelinson – Assessoria de Imprensa do Cesnors / Da Hora

Bolinhagate: Daniel Florencio mostra que Serra não reagiu ao rolo de fita do Molina



O Daniel Florencio não está afirmando que José Serra não foi atingido duas vezes. Está mostrando apenas que Serra não reagiu ao objeto que o perito Ricardo Molina colocou na cabeça do candidato, no Jornal Nacional.

Vi o Mundo: Bolinha na cabeça do Viomundo

Caros leitores, ontem passamos das 4 milhões de páginas vistas/mês.

Pelo jeito, tem gente que não gostou disso.

Leandro Guedes, Kauê Linden e uma turma de hackers estão trabalhando para esclarecer as denúncias de malware feitas contra o Viomundo.

A integridade do site está mantida, ele permanece no ar e não dissemina malware!

Contamos com todos para disseminar esta informação e para enfrentar os que querem evitar que você acesse o site.

Luiz Carlos Azenha

PS: Já temos indícios da origem do problema e quando a investigação for concluída pretendemos tomar as medidas legais cabíveis.

PS1: Pedimos aos leitores que copiem e disseminem o conteúdo do Viomundo em outros blogs como medida de segurança.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A VERDADE VENCERÁ A MENTIRA!

Por Pedro Bial. 

Escolha em votar entre uma guerreira da Democracia e um
Fujão!


O Hino Nacional diz em alto e bom tom (ou som, como preferir) que um
filho seu não foge à luta. Tanto Serra como Dilma eram militantes
estudantis, em 1964, quando os militares, teimosos e arrogantes,
resolveram dar o mais besta dos golpes militares da desgraçada
história brasileira. Com alguns tanques nas ruas, muitas lideranças,
covardes, medrosas e incapazes de compreender o momento histórico
brasileiro, colocaram o rabinho entre as pernas e foram para o Chile,
França, Canadá, Holanda. Viveram o status de exilado político durante
longos 16 anos, em plena mordomia, inclusive com polpudos salários.
Foi nas belas praias do Chile, que José Serra conheceu a sua
esposa, Mônica Allende Serra, chilena.

Outras lideranças não fugiram da luta e obedeceram ao que está escrito
em nosso Hino Nacional. Verdadeiros heróis, que pagaram com suas
próprias vidas, sofreram prisões e torturas infindáveis, realizaram
lutas corajosas para que, hoje, possamos viver em democracia plena,
votar livremente, ter liberdade de imprensa.

Nesse grupo está Dilma Rousseff. Uma lutadora, fiel guerreira da
solidariedade e da democracia. Foi presa e torturada. Não matou
ninguém, ao contrário do que informa vários e-mails clandestinos que
circulam Brasil afora.

Não sou partidário nem filiado a partido político. Mas sou eleitor.
Somente por estes fatos, José Serra fujão, e Dilma Rousseff guerreira,
já me bastam para definir o voto na eleição presidencial de 2010.
Detesto fujões, detesto covardes!

Pedro Bial, jornalista.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Rodrigo Vianna: Serra quer virar vítima para armar Quinta Onda?

Relatos sobre confusão no Rio: Serra quer virar vítima para armar Quinta Onda?

publicada quarta-feira, 20/10/2010 às 19:45 e atualizada quarta-feira, 20/10/2010 às 19:35


Recebi agora relato de Flávio Loureiro – jornalista e blogueiro no Rio  - sobre os incidentes ocorridos em Campo Grande, envolvendo Serra, militantes do PSDB e militantes do PT.

Segue o relato:
===

1 – Serra marcou uma caminhada no calçadão de Campo Grande com forte aparato de segurança.

2 – O sindicato dos mata-mosquitos, demitidos na época em que Serra era ministra da Saúde de FHC, se localiza nas imediações.

3 – O processo de demissão dos mata-mosquitos foi traumático, a ponto de trabalhadores perderem tudo, e foram registrados cinco suícdios entre os mata-mosquitos demitidos.

4 – A categoria organizou manifestação no calçadão de Campo Grande.

5 – Os petistas da região, que organizam panfletagens no calçadão, sabendo do quadro, foram para lá evitar confrontos.

6 – Mas os seguranças de Serra, liderados por Júnior, filho da vereadora e deputada estadual Lucinha (PSDB), rasgaram os cartazes dos mata-mosquitos, aí o tumulto começou. Vale lembrar que a comitiva de Serra estava distante do local do conflito, mas Serra foi visto entrando numa Van sem qualquer ferimento.

 7 – O miltante petista Carlos Calixto foi agredido e teve o supercílio rasgado, e ainda sangrando foi para a Delegacia Policial registrar a ocorrência.

8 – Segundo o militante petista Sebastião Moraes, a confusão só não foi maior porque outros mata-mosquitos que vinham se incorporar à manifestação chegaram atrasados.

9 – O pessoal mata-mosquitos que estava na manifestação não tem vínculo com o PT. Essa turma tem dois sentimentos básicos: paixão por Lula, que os reincorporou; e ódio por Serra/FHC, que os demitiu.

Abs, Flávio Loureiro
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Agora volto eu, Rodrigo Vianna. Como informei via twitter durante a tarde, assisti imagens brutas da confusão. Vou relatar o que vi:

1) Serra caminha numa calçada, ao lado de Indio e Gabeira…

2) Há militantes com bandeiras do Serra e vários seguranças à paisana, com aquele corte de cabelo típico de p-2 (serviço reservado), vao empurrando a turma do PT que está por ali.

3)  Há empurrra empurra. Cenas nitidas de um rapaz muito forte, de camisa amarela: bate nuns caras de camisa vermelha. Petistas reagem.

4) Serra para varias vezes. Entra numa loja, depois entra numa van. Sai de novo. Quando vai pra van pela segunda vez, põe a mao na cabeça.

5) Parece mesmo ter sido atingido. Mas a gente não vê direito o que era. Depois, aparece um cara com camisa vermelha (petista?), ensanguentado. Serra entra na van.

6) Sai pela última vez, fica só na porta da van, e dá tchauzinho ao lado de Índio. A careca reluzente, nenhum machucado à vista. E vai embora.

Na sequência, pelo que me contam colegas jornalistas do Rio, Serra seguiu para um hospital, foi atendido por um médico (ex-secretario de Cesar Maia) que recomendou repouso. Serra cancelou agenda.

Dizem que foi atingido por um rolo de fita crepe, ou algo parecido.

Na minha humilde opinião, está só preparando o clima. Semana que vem tem mais. É a quinta onda de terror, para “provar” violência de Dilma e PT.

Para saber mais sobre as “Ondas” da campanha contra Dilma, clique aqui.

Até a Camila de 11 anos sabe que a Dilma é melhor para o Brasil

O Mundo Subterrâneo de José Serra

Serra deflagra nova campanha subterrânea para atacar Dilma

O jornalista Rodrigo Vianna foi o primeiro a alertar, em seu blog, sobre a onda de boatos contra Dilma que estava ocorrendo nas igrejas e na internet. Na ocasião, o comando de campanha petista não tomou providências e depois teve que correr atrás do prejuízo no 2o. turno. Agora, Vianna faz outro alerta sobre nova onda de ataques deflagrada pela campanha tucana. O Vermelho dá destaque para a denúncia pois julga que providências devem ser tomadas imediatamente. Veja abaixo a íntegra da denúncia:

Enquanto alguns no PT comemoram o Vox Populi, Serra já contra-ataca. Vamos deixar claro: essa é a eleição dos movimentos subterrâneos, não captados pelas pesquisas. No primeiro turno, o PT acreditou nas “qualis” e na “eleição decidida”. Os boatos moveram a montanha e levaram Serra (com a mãozinha verde de Marina) para o segundo turno.
    Agora, as pesquisas refletem o bom momento de Dilma, que mudou a pauta semana passada (trouxe à tona Paulo Preto, privatizações e a onda de baixarias).

Só que já há uma nova onda, que pode ter reflexos nas pesquisas da semana que vem: é o terrorismo difuso! Ele vem na forma de panfletos (distribuídos de porta em porta nas áreas mais pobres do Nordeste), com afirmações maldosas sobre a vida sexual de Dilma; e vem , também, na forma de um gigantesco esquema de telemarketing.

No Escrevinhador, já noticiei esse fato aqui.

De ontem, pra hoje, recebi – via twitter e também no blog - dezenas de mensagens de pessoas que receberam ligações. É o telemarketing das sombras em ação.

Alguns exemplos:

- PaulaBeiro @rvianna Hj ligaram aqui para casa (Goiânia) com gravação contra Dilma.

- @Eleitor_2010 Eu achava q o tal telefonema do PSDB falando da Dilma era lenda! Olha o número aí! Acabei d atender: http://twitpic.com/2z1b89

Esse último link traz a foto do bina, com o número que disparou a ligação das trevas.

Porto Alegre parece ter sido a cidade mais bombardeada, nas últimas 24 horas.

Vários leitores (alguns pedem sigilo) informam ter recebido a ligação de um outro número, de São Paulo: (11) 3511-1700. Liguei para lá. Uma mensagem informa que o o telefone “está programado pelo assinante para não receber ligações”.

Com ajuda do tuiteiro “páginadois”, descobrimos o nome da empresa que está autorizada pela Anatel a prestar esse tipo de serviço. A empresa fica no bairro do Paraíso, em São Paulo. Levantamos todos os dados: endereço, sócios etc. Preservamos o nome da empresa porque – aparentemente – é apenas uma prestadora de serviço.

Pode ter sido contratada para dar suporte à central de telemarketing – mas sem responsabilidade pelo conteúdo. Basta à campanha de Dilma acionar a PF e o MPE, para saber quem contratou a empresa. É algo que pode ser feito rapidamente.

O que pode ser feito também: quem receber a ligação deve tentar gravá-la. Várias secretárias eletrônicas têm esse serviço!

Há mais números de telefone, e nomes de outras empresas de telefonia. Marco Aurelio Weissheimer, do RS Urgente, também está investigando o assunto.

Mas a campanha do terror difuso não se restringe ao telemarketing.

- Há os panfletos religiosos (alguns apreendidos, mas milhares de outros sendo produzidos e estocados). Estamos checando nesse momento a denúncia de uma outra gráfica com panfletos contra Dilma.

- Ao mesmo tempo, surgem em São Paulo faixas como a que reproduzo abaixo.



Pelo twitter, comentaristas dizem que militantes pró-Dilma já teriam ido ao local e retirado as faixas -http://twitpic.com/2z177k.

São apenas alguns exemplos do que será a campanha até dia 31. Quem acredita em eleição já definida não conhece o “Coiso”. Botou na cabeça que deve ser o próximo presidente. Se tiver que criar um clima de conflagração pra isso, vai criar!

Pode-se esperar qualquer coisa até o dia da eleição.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Vox Populi/IG: Dilma tem 51%, Serra tem 39% e indecisos somam 4%



Pesquisa Vox Populi/iG divulgada nesta terça-feira mostra que a vantagem da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em relação ao tucano José Serra aumentou para 12 pontos percentuais. Segundo o Vox Populi, Dilma tem 51% contra 39% de Serra. Na última pesquisa, realizada nos dias 10 e 11 de outubro, a vantagem era de 8 pontos (Dilma tinha 48% e Serra 40%). Os votos brancos e nulos permaneceram em 6% e os indecisos passaram de 6% para 4%.

Se forem considerados apenas os votos válidos (sem os brancos, nulos e indecisos) a vantagem subiu de 8 para 14 pontos. Dilma tinha 54% e passou para 57%. Serra caiu de 46% para 43%. A margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.

A candidata do PT tem o melhor desempenho na região Nordeste, onde ganha por 65% a 28%. Já Serra leva a melhor no Sul, onde tem 50% contra 41% da petista. No Sudeste, que concentra a maior parte dos eleitores, Dilma tem 47% contra 40% do tucano.

O Vox Populi ouviu 3 mil eleitores entre os dias 15 e 17 de outubro. Os resultados, portanto, não consideram o impacto do debate realizado pela Rede TV no último domingo, nem a entrevista concedida por Dilma ao Jornal Nacional ontem à noite. A pesquisa foi registrada junto ao Tribunal Superior Eleitoral com o número 36.193/10.

Recortes

Depois de toda a polêmica envolvendo temas religiosos como o aborto, Serra atingiu 44% entre os entrevistados que se declararam evangélicos. Dilma tem 42%. Entre os que se declararam ateus, Dilma vence por 49% a 36%.

Entre os católicos praticantes Dilma tem 54% contra 37% do tucano. No segmento dos católicos não praticantes a petista consegue seu melhor desempenho, 55% contra 37% de Serra.

A petista ganha em todas faixas etárias. Já no recorte que leva em conta a escolaridade dos pesquisados, Serra vence entre os que tem nível superior por 47% a 40% da petista. No eleitorado com até a 4ª série do ensino fundamental Dilma tem 55% contra 38% do tucano.

Serra também vai melhor entre o eleitorado com mais renda. Entre os que declararam ganhar mais de cinco salários mínimos, ele tem 44% contra 42% da petista. Dilma tem seu melhor desempenho entre os mais pobres, que ganham até um salário mínimo, 61% a 31%.

Embora seja mulher Dilma tem índices melhores entre os homens. Conforme o levantamento ela tem 54% contra 38% de Serra no eleitorado masculino e 48% contra 40% do tucano no eleitorado feminino.

No recorte que leva em consideração a cor da pela Dilma atinge 59% entre os entrevistados que se declararam negros contra 29% de Serra. Entre os brancos, a petista tem 45% contra 44% do tucano.

Segundo o Vox Populi, 89% dos entrevistados disseram estar decididos enquanto 9% admitiram que ainda podem mudar de ideia. Entre os eleitores de Dilma a consolidação do voto é maior, 93%. No eleitorado de Serra, 89% disseram que estão decididos.

Serra é acusado de profanar ato religioso

Ouça o audio.






Do jornal O Povo, do Ceará:

Padre critica panfleto contra Dilma e Tasso reage

Durante a missa em homenagem a São Francisco, o padre que celebrava o ato religioso reclamou do tumulto causado pela presença de José Serra. Ao final, reclamou da distribuição de panfletos contra Dilma, provocando a revolta de Tasso Jereissati
16.10.2010| 22:04

A visita do presidenciável José Serra (PSDB) a Canindé, durante os festejos em homenagem a São Francisco, terminou em confusão entre o padre que celebrava a missa das 16 horas e tucanos. Entre eles, o senador Tasso Jereissati, que tentou tirar satisfações com o religioso – cujo nome não foi informado pela secretaria paroquial da Basílica – depois que ele, no fim da celebração, reclamou da distribuição de panfletos contra a também candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT).

O material apresentava três motivos para não votar na petista e, segundo o padre, estavam sendo distribuído durante a missa. Assinada pelo Instituto Vida de Responsabilidade Social, e apresentando dois números de CNPJ, ele afirmava, por exemplo, que Dilma é a favor do aborto, envolvida com as Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) e que “nunca na história desse país houve tanta corrupção”.

Com um exemplar do material em mãos, já no fim da celebração, o padre reclamou: “Estão acusando a candidata do PT de várias coisas, afirmando em nome da Igreja. Não é verdade! Isso não é jeito de se fazer política! A Igreja não está autorizando isso”, bradou o padre, provocando os aplausos de fiéis e a revolta de Tasso, que partiu para cima do altar, sendo contido por uma assessora e pela esposa, Renata Jereissati. “O senhor não pode fazer isso”, repetia Tasso. Nesse momento, o padre sumiu do recinto, e não conseguiu mais ser localizado pela imprensa. Ao mesmo tempo, presentes gritavam os nomes tanto de Serra como de Dilma.

Enquanto isso, o candidato do PSDB ao Planalto agia como se nada estivesse acontecendo. Quando a confusão já estava generalizada, Serra continuava com o semblante tranquilo, sentado na primeira fileira do recinto, conversando e tirando fotografias com eleitores.

Pouco depois, saiu escoltado por seguranças e correligionários, sem dar entrevista.

Tasso, por sua vez, não ficou calado, e acusou o sacerdote. “O padre é petista. Tá ali com uma bandeira petista dentro da Igreja. São esses padres que têm causado problema na Igreja”.

Reclamações

Antes, ao longo da celebração, a missa já vinha tumultuada. Depois que Serra chegou e tomou assento, uma multidão de fotógrafos, cinegrafistas e jornalistas o rodeou. O padre reagiu imediatamente. Ele lamentou que, “infelizmente”, nem todos tinham ido à missa com o mesmo objetivo: louvar São Francisco. “Não me refiro a A ou B, mas àqueles que estão conversando e tumultuando. A prioridade aqui é a palavra de Deus. Se você está aqui com outra intenção, assim como você entrou, pode sair”.

Em outro momento, nova reclamação: “Vocês não vieram aqui para ver os políticos. Vocês vieram aqui para ver quem? São Francisco”. Na comunhão, mais reclamações: “Estão atrapalhando com filmagens. Não é assim que se faz política, não. Estão atrapalhando a celebração do começo ao fim. Lamentavelmente isso é uma profanação”, disse.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Rodrigo Vianna: Dono da gráfica é filiado ao PSDB

Fonte: www.rodrigovianna.com.br

Exclusivo: dona da gráfica é do PSDB!

publicada domingo, 17/10/2010 às 04:26 e atualizada domingo, 17/10/2010 às 05:17


Já passava das 2 da manhã desse domingo. Na porta da gráfica Pana, no Cambuci, um grupo de 50 a 60 pessoas seguia de plantão – para evitar a distribuição dos panfletos ( supostamente encomendados pelo bispo católico de Guarulhos)  recheados de mistificação religiosa e de ataques contra a candidata Dilma Rousseff. Mais um capítulo da guerra suja travada nessa que já é a mais imunda eleição presidencial, desde a redemocratização do Brasil.

Na internet, durante a madrugada, outro plantão rolava: tuiteiros, blogueiros e leitores de todo o Brasil buscavam informações sobre os donos da gráfica, e sobre as possíveis conexões deles com o mundo político.

Stanley Burburinho (ele mesmo!) e Carlos Teixeira fizeram o trabalho. Troquei com eles algumas dezenas de mensagens. E essa apuração colaborativa levou à descoberta: uma das sócias da gráfica Pana é filiada ao PSDB, desde 1991! 

Trata-se de Arlety Satiko Kobayashi, vinculada ao diretório da Bela Vista - região central de São Paulo. Nenhum problema com a filiação de Arlety ao partido que bem entender. O problema é que a gráfica dela foi usada para imprimir panfletos aparentemente encomendados por um bispo, mas que “coincidentemente”, favorecem ao candidato do partido dela.

Aqui, o contrato social da empresa – onde Arlety Kobayashi aparece como uma das sócias: contrato_social_grafica_pana[1]

E aqui a lista de filados do PSDB, onde ela aparece no diretório zonal da Bela Vista.

Mais um detalhe: Arlety é também funcionária pública, tem cargo na Assembléia Legislativa de São Paulo. E tem um sobrenome com história entre os tucanos: Kobayashi. Paulo Kobayashi ajudou a fundar o partido, ao lado de Covas, foi vereador e deputado por São Paulo.

Arlety aparece como doadora da campanha de Victor Kobayashi ao cargo de vereador, em 2008. Victor concorreu pelo PSDB.

A conexão está clara. Os tucanos precisam explicar:
- por que o panfleto com calúnias contra Dilma foi impresso na gráfica de uma militante do PSDB?
- quem pagou: o bispo de Guarulhos, algum partido, ou a Igreja?
- onde seriam distribuídos os panfletos?
- onde estão os outros milhares de panfletos?

Os panfletos do Cambuci são mais uma prova da conexão nefasta que, nesa eleição, aproximou os tucanos da direita religiosa – jogando no lixo a história de Covas, Montoro e tantos outros que lutaram para criar um partido “moderno”, que renovasse os costumes políticos do país. Serra lançou esse passado no esgoto – e promoveu uma campanha movida a furor religioso.

Mas não é só isso!

Se Arlety Kobayashi (uma tucana) é a responsável pela impressão dos panfletos, na outra ponta quem é o sujeito que encomendou tudo?

O Blog “NaMaria” traz a investigação completa, que aponta Kelmon Luis da S. Souza como o autor da “encomenda”. Ele teria ligações com movimentos integralistas e monarquistas!

O Blog do Nassif , por sua vez, mostra que as conexões poderiam chegar até bem perto de Índio da Costa (DEM), o vice de Serra. Ele, em algum momento, também teve proximidade com monarquistas. Mas esse detalhe ainda não está bem esclarecido.

De toda forma, o círculo se fecha: tucanos, demos e a extrema-direita (católica, integralista ou monarquista). Todos unificados numa barafunda eleitoral que arrastou nomes de bispos para a delegacia, e nomes de políticos para o rol daqueles que apostam na guerra de religiões como arma eleitoral.

Há mais mistérios entre o céu e  o Serra do que supõe nossa vã filosofia. Paulo Preto é um deles. A gráfica do Cambuci parece ser outro. Mistérios que não serão decifrados por teólogos, mas por delegados e agentes federais.

É caso de polícia. E não de religião.

domingo, 17 de outubro de 2010

Opus Dei: O mundo Subterrâneo da Igreja Católica

A CNBB virou comitê central de campanha?

por Emílio Carlos Rodriguez Lopez*
A Dom Luciano Mendes de Almeida, o amigo verdadeiro  dos pobres.

Participo de movimentos na Igreja Católica, desde 1979. Primeiro, na Pastoral de Juventude, onde me tornei coordenador da região Leste 1 da Arquidiocese de São Paulo, na ocasião coordenada por Dom Paulo Evaristo Arns. Lá conheci Dom Luciano Mendes de Almeida e o vi, muitas vezes, ceder a sua cama para um mendigo dormir ou repartir o pão. Este homem foi durante os anos críticos do final da ditadura um exemplo de moderação, o que falta hoje entre os atuais bispos.

Durante cinco anos fui coordenador do projeto de formação política e comunicação da região Leste 1. Na década de 80, ajudei na campanha de Plínio de Arruda Sampaio a deputado federal e a governador, participei da campanha de Chico Whitacker para vereador e do Plenário Pro Participação Popular na Constituinte e na campanha contra a revisão da Constituição. Também fui um dos coordenadores da Juventude Universitária Católica.

Tenho dois filhos lindos consagrados à Nossa Senhora de Fátima e agradeço a intercessão de Nossa Senhora Aparecida por salvar a vida da minha filha, que com sete dias de existência passou por uma cirurgia cardíaca e mais quarenta e cinco dias na UTI. Por tudo isso e, ainda amar a vida,  sempre fui contra o aborto.

Nos últimos tempos, estou assistindo atônito e envergonhado o apoio ostensivo de bispos paulistas ao candidato à Presidente da República, José Serra. O pretexto de tal apoio seria a posição deste cidadão ser contrário ao aborto e defensor da vida. Oras, mesmo para defender esta causa santa não há a necessidade de tanto alarde e exploração mal intencionada do assunto, visto que os quatro principais candidatos têm posição contrária a esta prática.

Recentemente, a Regional Sul-1 da CNBB lançou um manifesto anti-Dilma, acusando-a de defender o aborto. A complacência da CNBB fez com que setores conservadores  usassem a autoridade eclesiástica para cercear o direito ao voto dos católicos e, além dos mais, permitiu que se espalhassem boatos maldosos e caluniosos contra uma pessoa.

Esta campanha foi organizada pela Opus Dei, que funciona como um partido clandestino dentro da Igreja Católica contra o PT e Dilma e a favor de Serra. Esse grupo tem como premissa à defesa da vida. Para eles, a Opus Dei, o ato de viver se resume a nascer. Desse modo, para a Opus Dei reduzir a miséria e melhorar as condições de vida de milhões de brasileiros não é promover a vida. Assim como, para eles, também não é promover a vida dar condições para o povo comer carne e ter emprego.

Esta concepção restrita da defesa da vida esconde a intenção da Opus Dei de usar a religião para fins políticos eleitorais e transformar o altar em local de comício para dominar o Brasil.  A Opus Dei é uma organização católica de extrema direita que não aceita pobres entre seus membros e que apoiou a ditadura fascista na Espanha e em muitas outras partes do mundo, inclusive no Brasil. Além dos tentáculos econômicos poderosos que levaram a práticas de lavagem de dinheiro no Banco Ambrosiano – caso da Máfia da P2 -, domina Faculdades na Espanha e tem representantes em diversos veículos da mídia, inclusive da brasileira

Por tudo isso, não é possível tolerar que falsos democratas e amantes de ditaduras façam da defesa da vida um pretexto para atacar da forma mais vil um ser humano, lançando sobre uma mulher um leque de grosserias e inverdades.

Essa cabala, aliás, age como o arcebispo de Recife ao excomungar uma menina de 9 anos de idade que foi violentada e daria luz a uma criança. Ocorre que se tivesse o bebê ela poderia falecer durante o parto, visto que fisicamente não tem condições de ter uma criança. Essa menina que já havia sofrido enorme violência ao ser estuprada foi excomungada pelo religioso, assim como toda a equipe médica. Este drama humano mostra a hipocrisia de uma Igreja mais preocupada  em punir do que em amar ao próximo. Se a menina morresse, não seria também atentar contra a vida? Quantas mulheres não passam por essa difícil situação e não encontram uma só palavra de amor.  Provavelmente só ouvem rancor e ódio, além de sentir o preconceito.

Quem age contra uma criança excomungando-a também age inquisitoriamente contra uma mulher, cujo único pecado é amar os pobres e querer continuar o trabalho do atual presidente que está gerando a prosperidade para os brasileiros e concretizando a vida em abundância, ou seja, concretizar o ideal bíblico da terra onde corre leite e mel. Isto a Opus Dei, uma organização elitista, voltada para os ricos, não perdoa. Por isso, odeiam tanto o Lula e o PT.

Por último, há uma diferença entre o Cristo que carrego dentro de mim e o desta gente. A Opus Dei e setores elitistas da Igreja são os continuadores dos fariseus, doutores da lei, que segundo Jesus Cristo usavam a religião como arma de dominação sobre os mais pobres. Eles se esquecem que Jesus vivia no meio dos mais pobres e humildes, nasceu na manjedoura e não em berço de ouro. Por que será que um simples pescador foi o sucessor de Cristo? E não se esqueçam de que as mulheres, as mais oprimidas naquele tempo, ficaram com Jesus até o fim,  entre elas estava uma prostituta, Maria Madalena. Ah, não foram os sumos sacerdotes e os fariseus que condenaram Jesus a morrer na cruz?

Enfim, coberto de cinzas, para expressar a minha vergonha como católico praticante, pergunto que religião é esta que semeia o ódio e não o amor, como manda Jesus?

Observação: Se quiserem me excomungar, como ameaçou o padre da Canção Nova (ele pensa que estamos na Idade Média), excomunguem. Ao menos, saberei que estou seguindo os passos de outros santos, como São Francisco que sofreu processo de  heresia pelo Papado na Idade Média, por pedir uma Igreja simples e despojada de bens materiais.

* Emílio Carlos Rodriguez Lopez, mestre em História Social pela Universidade de São Paulo