domingo, 24 de julho de 2011

Força apóia Aécio, opção contra o Trabalhador

Do Vermelho

Aécio coopta Força para montar núcleo sindical do PSDB em Minas

A Força Sindical de Minas Gerais se prepara para uma cooptação em massa ao PSDB. O evento está marcado para 20 de agosto, na sede do PSDB-MG, em Belo Horizonte, com as presenças do governador Antonio Anastasia e do senador Aécio Neves, principais lideranças tucanas no estado.

Na ocasião, cerca de 130 dirigentes sindicais se filiarão ao PSDB. É o que prevê o presidente da Força em Minas, Rogério Fernandes, que deixa o PDT e a base aliada ao governo Dilma, para integrar os quadros tucanos. Segundo ele, dirigentes de 70 cidades deixam não apenas o PDT mas também o PMDB e o PTB.

“Apoiei Aécio e Anastasia, mas é cedo para dizer quem vamos apoiar em 2014”, diz Fernandes, sem dar detalhes da repentina saída da base do governo. O dirigente sindical tergiversa: “A Força é plural. Não existe apenas uma corrente”. Em Minas, a Força reúne cerca de 200 sindicatos, com aproximadamente 30 diretores cada um.

No plano nacional, a Força apoiou a eleição de Dilma. Com a filiação em massa em Minas, a entidade sinaliza que parte da sua base está mudando de rumo. “São movimentos de apoio ao senador Aécio Neves. Entendemos ser importante para o PSDB olhar para a questão sindical”, entrega o presidente do PSDB de Belo Horizonte, deputado estadual João Leite.

Apesar de negar a vinculação da filiação em massa ao projeto presidencial de Aécio em 2014, o dirigente da Força em Minas diz ser simpático à candidatura do mineiro ao Palácio do Planalto na próxima eleição. “Vejo com certa simpatia a candidatura do Aécio”, admite. Ele conta que pretende criar um braço no PSDB mineiro, o PSDB Sindical, que já existe em São Paulo. Dirigentes do PSDB Sindical de São Paulo devem comparecer ao evento em Belo Horizonte.

Questionado sobre o impacto que a filiação pode ter na Força nacionalmente, o dirigente mineiro diz que Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente nacional da entidade e deputado federal pelo PDT, “respeita muito a pluralidade e não vai perseguir” os novos tucanos. Paulinho é parte da base aliada, é filiado ao PDT e tem muita influência no Ministério do Trabalho. A pasta é comandada por Carlos Lupi, presidente nacional da sigla.

Paulinho demonstrou surpresa ao ser informado pelo iG sobre a revoada da Força para o ninho tucano. Já João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical no Brasil, considerou normal a movimentação da entidade em Minas. Segundo ele, a Força não tem “critério de direcionamento político” e incentiva a participação do trabalhador em partidos políticos. “O que garante a unidade são decisões em congressos, para debater apoios nas eleições”, diz Juruna. “Isso não significa uma divisão na Força, pois possuímos muitos segmentos.”

Da Redação, com informações do iG