Pinto Jr, o Juiz-Censor do Paraná
Do Conversa Afiada
O ansioso blogueiro pode supor, por exemplo, que não tem o direito de fazer uma critica ao filme “Tropa de Elite”.
A Censura acabou com o regime militar, não é isso ?
Não, amigo navegante.
O Censor agora é o Juiz.
É o que alimenta, por exemplo, a alma do Daniel Dantas e o bolso de seus 1001 advogados.
Este ansioso blogueiro convive com este problema há algum tempo, como se percebe na aba “Não me calarão”.
Mas, poucas vezes se viu diante de tão inusitada decisão quanto a que acompanhou as duas ações que, com muito orgulho, acaba de receber.
São de autoria de um notável deputado tucano, o policial Francischini, de edificante carreira no Espirito Santo e no Paraná.
Um exemplo de policial a ser seguido !
Acompanha a ação inusitada decisão do Juiz-Censor José Roberto Pinto Junior, da 8a Vara Cível de Curitiba.
Ele exige que um dos posts publicados sobre o exemplar policial seja retirado do ar, sob pena de multa diária.
O que, por si só já é um ato de Censura, uma vez que a ação ainda não foi julgada, mas o Juiz já resolveu interditar , antes de saber quem tem razão, o livre curso da liberdade de expressão.
Com alguma relutância, o ansioso blogueiro seguiu instrução de seu sensato advogado, Dr Cesar Marcos Klouri e fez o que o Juiz-Censor mandou fazer.
A decisão merece uma tese de Doutorado.
A certa altura, diz assim: o réu fica IMPEDIDO de publicar matérias SIMILARES !
Matérias similares !
Quer dizer que, além de calar a boca de um jornalista num texto especifico sobre a ampla e polêmica atuação do deputad , o ansioso blogueiro FICA IMPEDIDO DE TRATAR DE MATÉRIA SIMILAR.
“Similar”.
Os Censores do Regime Militar eram mais precisos.
Ou mais liberais.
O ansioso blogueiro pode supor, por exemplo, que não tem o direito de fazer uma critica ao filme “Tropa de Elite”.
O Conversa Afiada toma a liberdade (se é que ainda dispõe de alguma …) de encaminhar esse provavelmente impróprio post aos doutos Juízes Ayres Britto – gabcarlosbritto@stf.jus.br – e Eliana Calmon – gab.eliana.calmon@stj.jus.br
O Ministro Ayres Britto, como se sabe, determinou ao Conselho Nacional de Justiça que explicasse aos Juízes brasileiros que a “liberdade de expressão é irmã siamesa da Democracia”; que “a liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade”; e que Juiz não é Censor.
Sendo assim, o ansioso blogueiro e o blog Conversa Afiada deram cumprimento à ordem do Dr Pinto Junior e esperam que ele receba as recomendações do Ministro Britto e Dra Calmon com boa vontade – e humildade.
Em tempo: o escritório que defende o notável policial tucano é o “Kfouri&Gorski”. Por coincidência, “Kfouri” é o sobrenome que leva Miguel Kfouri Neto, maxima autoridade do Tribunal de Justiça do Paraná.
Paulo Henrique Amorim, cidadão brasileiro, protegido pela Carta de 1988, e que vai continuar a analisar a carreira do deputado e policial Francischini, porque ele não está acima de Lei.