quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

RURAL LEVER

Fonte: Novo Jornal

Por Geraldo Elísio

“Sabonete Lever, preferido por nove entre dez estrelas do cinema” – Publicidade do sabonete Lever que marcou a história da publicidade brasileira

Na verdade, uma parada duríssima. Tarefa de Hércules para o júri decidir. Quem quer dinheiro? Claro, todo mundo quer. Das colegas de trabalho do apresentador Sílvio Santos, o Senhor Abravanel – seu nome judaico verdadeiro – aos pobres dos aposentados que têm de recorrer aos empréstimos consignados.

Socorro, delegado Protógenes Queiroz! Socorro juiz federal Fausto De Sanctis!

Mas a parada dura para ser resolvida pelo júri diz respeito ao sabonete Lever e ao Banco Rural, o preferido por nove entre dez escândalos que ocorrem no Brasil. Quanto às estrelas do cinema, não tive o privilégio de ver nenhuma se banhando com o Lever. Portanto, não posso atestar o slogan da publicidade.

Quanto ao Banco Rural, basta consultar os arquivos para aferir que ele é mesmo o preferido de nove entre cada dez escândalos financeiros que abalam o Brasil. Mas assim mesmo não sou eu quem decide. A tarefa terá de ser mesmo a cargo de um júri.

Modestamente, sugiro o nome do conselheiro Elmo Braz, presidente do Tribunal de Contas (ou faz de contas?) do Estado de Minas Gerais; secretário de Estado Danilo de Castro; deputado federal Rodrigo de Castro; Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, que foi diretor do Banco de Boston em Belo Horizonte e há esse tempo operou o mensalão no que diz respeito a essa instituição bancária; um representante do Ministério Público; o presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho; e um representante do PIG a ser indicado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim. A eles caberá decidir quem será o vencedor da pugna, como diziam os antigos locutores esportivos: o sabonete Lever ou o Banco Rural. Pessoalmente, na Bolsa de Apostas que sempre se instala junto ao Café Nice, na Praça Sete, coração de Belo Horizonte, jogo minhas fichas no Banco Rural.

Faço uma ressalva. Na composição do júri, não podem ser incluídos Marcos Valério, Cristiano Paz, Kátia Rabelo ou quem quer que seja que tenha laços afetivos e efetivos com o Rural. E mais: em caráter irrevogável e irretratável, os interessados no resultado do concurso se obrigam a não recorrer às instâncias superiores, principalmente ao STF, porque seria incômodo atulhar mais o trabalho, principalmente de um órgão que cuida apenas de assuntos constitucionais. E afinal – vale a rima – o rural é só inconstitucional. E nem chamar a polícia – no caso, a Civil de Minas – que emocionalmente está envolvida na questão.

Leia e envie email a todos os seus amigos, pedindo que eles também façam o mesmo. Não quebre a corrente. Conheço uma pessoa que deixou de fazer isso e foi obrigada a fazer um empréstimo consignado no Banco Rural.

Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.

geraldo.elisio@novojornal.com