quinta-feira, 3 de junho de 2010

Serra e aloprados do PIG: Fábrica de Mentiras

Dilma e PT refutam pseudo-dossiê: Serra está com pesquisite aguda

Fonte: Vermelho

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, repudiou os comentários do pré-candidato presidenciável do PSDB, José Serra, sobre a existência de um suposto dossiê contra o tucano. Após reunião nesta quarta-feira (2) com empresários e lideranças do Fórum Empresarial, em Goiânia, Dutra conversou com os jornalistas e disse que atribui a atitude de Serra a uma "pesquisite aguda".

O tucano acusou nominalmente sua adversária na disputa presidencial, Dilma Rousseff (PT), de ser a responsável política pelo pseudo-dossiê. "A principal responsabilidade por esse novo dossiê é da candidata Dilma Rousseff, disso eu não tenho dúvida", declarou o tucano.

"É o tipo de acusação absolutamente improcedente e que não tem qualquer sustentação na realidade. Se a oposição está tão desesperada assim, com falta de assunto, com falta de proposta, tenha santa paciência", reagiu Dutra, que acompanhava a pré-candidata em compromissos na cidade de Goiânia.

"Não há nenhuma ação por parte do PT ou da coordenação da campanha no sentido de orientação, no sentido de encomenda, no sentido de autorização, no sentido de qualquer elemento que autorize qualquer pessoa do PT ou da campanha a desenvolver quaisquer ações no sentido de formação de dossiês", completou Dutra, dizendo ainda lamentar as acusações feitas por Serra.

Para o presidente do PT, "o episódio desvendou que a fase do 'Serrinha paz e amor' não está dando certo", atribuindo a Serra um "estresse acima do suportável em relação ao crescimento de Dilma nas pesquisas".

Em rápida declaração à imprensa, Dilma disse que a acusação feita por Serra é uma falsidade " Isso é uma falsidade. Não vou ficar batendo boca sobre isso", afirmou a ex-ministra.

Informações estão na internet desde 2006

Dutra afirmou ter lido no "Blog do Noblat" que o jornalista teria obtido acesso a uma pessoa "que teria visto o tal do dossiê". "Há essa informação que o dossiê foi feito pelos 'aloprados do PT', mas tive acesso à informação que está tudo lá na internet. Há várias páginas de acusações sobre o caso, mas que nem por isso o PT reuniu tais documentos", esclareceu o dirigente petista.

Dutra refere-se aos conteúdos disponíveis na internet desde 2006 que revelam que a filha de José Serra, Verônica Serra, mantinha uma empresa de consultoria em parceria com a filha do banqueiro Daniel Dantas.

“Qualquer um pode pegar qualquer baixaria sobre os candidatos na internet, imprimir e colocar uma placa com o nome ‘dossiê’”, completou.

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Serra e Itagiba têm tradição em dossiês

O secretário de comunicação do PT, o deputado federal André Vargas (PR) rebate os ataques à campanha de Dilma e evoca o passado do ex-diretor de inteligência da Polícia Federal Marcelo Itagiba para vincular José Serra a um tradição de dossiês contra adversários.

"Para falar desse pseudo-dossiê sobre as ligações da filha dele (Verônica) com Daniel Dantas, basta Serra procurar o Google. Está no Google! Não existe dossiê. Mas a verdade é que Serra tem tradição de dossiês, não o PT. Basta lembrar de Marcelo Itagiba. Corre por aí que ele também coordenava dossiês contra o PT. É só procurar as notas que saíam nos jornais. Serra se comporta como aquele que bate a carteira e sai gritando: pega ladrão!", ironiza Vargas.

Antes, um retrospecto. Eleito pelo PMDB e filiado ao PSDB desde outubro de 2009, o deputado federal Marcelo Itagiba desempenhou papel de investigador nos depoimentos sobre a Operação Satiagraha, na CPI dos Grampos. Mas ele próprio havia sido denunciado por arapongagem contra a então pré-candidata à Presidência da República, Roseana Sarney, atingida nas vísceras pela operação "Lunus", em 2002.

Em março daquele ano, a Polícia Federal encontrou R$ 1,34 milhão em dinheiro na empresa Lunus, de Roseana e Jorge Murad. Vinculou-se a grana a fraudes na Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia). A imagem das cédulas definhou a candidatura Roseana.

Na sequência da operação da PF, o senador José Sarney denunciou uma trama suja para favorecer a campanha de Serra - o que envolvia a montagem de um dossiê no Ministério da Saúde. O peemedebista teria alertado ao presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o vaivém de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no Maranhão, Piauí e Pará, para fuçar a vida de sua família.

Em 20 de março, Sarney realizou um dos mais duros discursos de sua vida parlamentar, em defesa da filha. Da tribuna, afirmou que "o Ministério da Saúde, (comandado por Serra) em vez de tratar das epidemias, dá prioridade às coisas de inteligência e espionagem."

"Montaram dossiê contra Sarney, em 2002. E mais uma: Serra esquece que eles (do PSDB) fizeram um grampo ilegal no processo de privatização. (O ex-governador do Ceará) Tasso Jereissati também foi vítima de grampo", complementa Vargas.

O deputado federal sustenta que, na campanha de Dilma, não há uma disputa interna entre o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e o vice-presidente do PT, Rui Falcão. "Não existe. Pimentel está se dedicando a outro projeto, que é definir sua candidatura ao governo ou ao Senado em Minas Gerais. É difícil compatibilizar. E o Rui Falcão tem participado da campanha. Tentaram criar essa divisão. Agora, o coordenador é o (José Eduardo) Dutra. E estamos aguardando a definição do Pimentel", relata.

Vargas defende que "a vida do candidato tem que ser pública", numa campanha eleitoral. "Dossiê é conversa fiada. É só procurar no Google", completou.
Com agências
Matéria reeditada às 19h15 para acréscimo e correção de informações