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Por Geraldo Elísio "A história é a soma das coisas que poderiam ter sido evitadas." - Konrad Hermann Josef Adenauer Implacável, a história revela todas as nuanças de um passado, mostrando ao mundo o que realmente são aqueles que delas participa. Em apelo dramático de um mau ator que desconhece o texto que interpreta, Fernando Henrique Cardoso, ao apelar para a união de Minas a São Paulo nas próximas eleições presidenciais, ou seja, ao pretender que o ex-governador Aécio Neves venha a ser o vice de José Serra – os tucanos estão incomodados com o crescimento de Dilma Rousseff – não se lembra que ele não dispõe de mínima condição moral para formalizar semelhante apelo. O sociólogo que pisoteou Minas Gerais durante todo o tempo de seu mandato – o segundo período comprado a peso de ouro, sem o que o então PFL não teria expulsado de seus quadros parlamentares – quer, além disto, retroagir a mais de 70 anos de história, quando da existência da política do café com leite. Sem nenhum xenofobismo é bom lembrar que instaurados no Poder os paulistas, em sua sede de mando, em 32, levaram Vargas a bombardear a “paulicéia desvairada”. O apelo de Fernando Henrique Cardoso se assemelha a um pedido de SOS, porque no mundo falido da globalização e da economia de mercado, estes dois “deuses” de pés de barro gestados pelas “grandes potências econômicas do mundo”, mais do que nunca são necessários entreguistas capazes inclusive de falsificar valores da dívida externa brasileira, como o diz o exemplo de patriotismo e honradez que é o delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz. Quem disse que apenas São Paulo e Minas têm o direito de eleger presidentes da República no Brasil? Eu, “brasileiro de estatura mediana e profissão esperança”, nada tenho contra nenhum Estado deste País chamado Brasil, inclusive São Paulo. Não sou, graças a Deus, como Fernando Henrique e o seu tucanato com toda a sua corte de preconceitos, principalmente os nordestinos que construíram com os imigrantes – principalmente italianos e japoneses – a grandeza de São Paulo. E me antecipo aos possíveis questionamentos que possam vir a ser feitos. Fernando Henrique não tem nem o direito democrático de escolher alguém de sua preferência para ser vice-presidente do candidato a cabeça de chapa de seu partido na disputa presidencial? Claro que tem, e defendo este direito até a morte. O que ele não tem é moral para fazer isto. Da mesma forma como falta moral ao oportunista Itamar Franco, o mineiro que reescreveu a política do café com leite retrocedendo a 1930, ao trair o PMDB e levar Fernando Henrique Cardoso ao Poder depois de 70 anos que isto não acontecia. Itamar não fez isto por desconhecimento histórico, o fez porque assim determinava a sua ambição desmedida de viver em palácios. Também para ele defendo o direito de optar pelo candidato que quiser. Faz parte do jogo democrático e ele tem, como qualquer brasileiro, esta prerrogativa. O que não tem é argumento moral para se utilizar de tais argumentos. E isto o povo precisa saber. Afinal quando governador de Minas, Itamar que sempre disse não se filiar aos tucanos por que o PSDB “é um partido cheio de PHD’S”, viveu às turras com Fernando Henrique Cardoso e outros emplumados. Agora, em nome de sua ambição ele revela ser o muso da dupla Nilton Lamas e Nilson Bueno, compositores da música “Entre Tapas e Beijos”, cantada pelo sertanejo Leonardo. Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas. geraldo.elisio@novojornal.com |