Suicídio na porta do parlamento choca gregos
Do vermelho
Dimitris Christoulas matou-se pelas dívidas e culpou o governo da sua situação limite antes de se disparar à cabeça. Era um farmacêutico reformado acossado pelas dívidas, que foi incapaz de enfrentar. Aconteceu nesta quarta-feira (4) pelas 9:00 h na Praça Syntagma de Atenas, lugar onde se encontra o parlamento grego.
Na sua carta de suicídio lia-se: "O governo de Tsolakoglou [primeiro ministro que em 1941 permitiu a entrada dos nazistas na Grécia, e com quem Christoulas comparou o atual premiê] aniquilou todos os vestígios da minha sobrevivência. E já que não consigo encontrar justiça, não consigo encontrar outra forma de reagir que não colocar um final decente [à minha vida], antes que começasse a procurar comida no lixo."Testemunhas afirmam que Christoulas berrou "não quero deixar dívidas aos meus filhos" antes de morrer.
Segundo os dados do próprio Ministério de Sanidade do país heleno, os suicídios aumentaram 40% até junho de 2011, e os dados desde então possivelmente só pioraram: fome, miséria e abandonos de crianças que não podem ser atendidas são já pratos comuns à mesa da sociedade grega. Tal como os pratos de comida que Christoulas não quis "procurar no lixo", acrescentando à nota de suicídio que não podia "ter uma vida digna".
O ex-farmacêutico disse também que algum dia "nessa mesma praça" na qual ele morreu "os jovens tomarão as armas e enforcarão os traidores deste país, como os italianos fizeram com Mussolini em 1945".
Homens e mulheres renderam homenagem a Dimitris Christoulas. Depositaram flores e lembranças no local da sua morte, e culparam o governo grego de ser o instigador da atitude. O suicídio gerou manifestações que resultaram em confrontos com policiais e a prisão de 12 pessoas.
Fonte: Diário da Liberdade