Fonte: Novo Jornal
Por Geraldo Elísio
“... Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer...”Geraldo Vandré
Não faz muitos dias um jornal de Belo Horizonte publicou vasta matéria informando a respeito da desnutrição, principalmente de crianças, em algumas regiões do Estado de Minas Gerais. Ao mesmo tempo é visível o crescimento da violência urbana, da mesma forma como o transporte coletivo fica a cada dia que passa pior.
Os serviços de saúde pública parecem logomarca do tormento, excetuada a abnegação dos profissionais e o esforço hercúleo das entidades caritativas. Não são poucos os desempregados e muitos são aqueles subempregados. Salário de professor é um horror, lazer é artigo de luxo e a ecologia séria momento a momento é violada.
Onde ficou o choque de gestão? O Estado paradisíaco divulgado por uma publicidade que fontes seguras informam beirar os 400 milhões de reais? Ganhou o PIG. Diante do que ocorre prefiro recorrer à poesia de
Renato Russo, na música cantada pela banda Legião Urbana. Talvez o eleitor consciente, utilizando o seu voto como uma arma pacífica, possa modificar a situação.
Vamos celebrar / A estupidez humana / A estupidez de todas as nações / O meu país e sua corja / De assassinos / Covardes, estupradores / E ladrões...
Vamos celebrar / A estupidez do povo / Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo / E nosso estado que não é nação... / Celebrar a juventude sem escolas / As crianças mortas
Celebrar nossa desunião... / Vamos celebrar Eros e Thanatos /Persephone e Hades / Vamos celebrar nossa tristeza / Vamos celebrar nossa vaidade...
Vamos comemorar como idiotas / A cada fevereiro e feriado / Todos os mortos nas estradas / Os mortos por falta / De hospitais...
Vamos celebrar nossa justiça / A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos / O voto dos analfabetos Comemorar a água podre / E todos os impostos / Queimadas, mentiras / E seqüestros...
Nosso castelo / De cartas marcadas / O trabalho escravo / Nosso pequeno universo / Toda a hipocrisia / E toda a afetação / Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias / É a festa da torcida campeã...
Vamos celebrar a fome / Não ter a quem ouvir / Não se ter a quem amar / Vamos alimentar o que é maldade / Vamos machucar o coração...
Vamos celebrar nossa bandeira / Nosso passado
De absurdos gloriosos / Tudo que é gratuito e feio / Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos / O hino nacional / A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...
Vamos festejar a inveja / A intolerância / A incompreensão
Vamos festejar a violência / E esquecer a nossa gente / Que trabalhou honestamente / A vida inteira / E agora não tem mais/ Direito a nada...
Vamos celebrar a aberração / De toda a nossa falta / De bom senso / Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror / De tudo isto / Com festa, velório e caixão / Tá tudo morto e enterrado agora / Já que também podemos celebrar / A estupidez de quem cantou / Essa canção...
Venha! / Meu coração está com pressa / Quando a esperança está dispersa / Só a verdade me liberta / Chega de maldade e ilusão
Venha! O amor tem sempre a porta aberta / E vem chegando a primavera / Nosso futuro recomeça / Venha! / Que o que vem é Perfeição!...
Que a grande legião urbana de eleitores “Celebre” a democracia varrendo da vida pública os incopetentes e os corruptos.
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Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.
geraldo.elisio@novojornal.com