segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Geraldo Elísio: Mudanças

Fonte: Novo Jornal

Por Geraldo Elísio

“... Quem sabe faz a hora/ Não espera acontecer...”Geraldo Vandré

Não faz muitos dias um jornal de Belo Horizonte publicou vasta matéria informando a respeito da desnutrição, principalmente de crianças, em algumas regiões do Estado de Minas Gerais. Ao mesmo tempo é visível o crescimento da violência urbana, da mesma forma como o transporte coletivo fica a cada dia que passa pior.

Os serviços de saúde pública parecem logomarca do tormento, excetuada a abnegação dos profissionais e o esforço hercúleo das entidades caritativas. Não são poucos os desempregados e muitos são aqueles subempregados. Salário de professor é um horror, lazer é artigo de luxo e a ecologia séria momento a momento é violada.

Onde ficou o choque de gestão? O Estado paradisíaco divulgado por uma publicidade que fontes seguras informam beirar os 400 milhões de reais? Ganhou o PIG.  Diante do que ocorre prefiro recorrer à poesia de
Renato Russo, na música cantada pela banda Legião Urbana. Talvez o eleitor consciente, utilizando o seu voto como uma arma pacífica, possa modificar a situação.



Vamos celebrar / A estupidez humana / A estupidez de todas as nações / O meu país e sua corja / De assassinos / Covardes, estupradores /  E ladrões...

Vamos celebrar / A estupidez do povo / Nossa polícia e televisão

Vamos celebrar nosso governo /  E nosso estado que não é nação...  / Celebrar a juventude sem escolas / As crianças mortas

Celebrar nossa desunião... /  Vamos celebrar Eros e Thanatos /Persephone e Hades / Vamos celebrar nossa tristeza / Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas / A cada fevereiro e feriado / Todos os mortos nas estradas / Os mortos por falta / De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça / A ganância e a difamação

Vamos celebrar os preconceitos / O voto dos analfabetos Comemorar a água podre / E todos os impostos / Queimadas, mentiras /  E seqüestros...

Nosso castelo  / De cartas marcadas / O trabalho escravo / Nosso pequeno universo / Toda a hipocrisia / E toda a afetação / Todo roubo e toda indiferença

Vamos celebrar epidemias / É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome / Não ter a quem ouvir / Não se ter a quem amar / Vamos alimentar o que é maldade / Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira /  Nosso passado
De absurdos gloriosos / Tudo que é gratuito e feio / Tudo o que é normal

Vamos cantar juntos / O hino nacional /  A lágrima é verdadeira

Vamos celebrar nossa saudade

Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja /  A intolerância / A incompreensão

Vamos festejar a violência / E esquecer a nossa gente / Que trabalhou honestamente / A vida inteira / E agora não tem mais/ Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração / De toda a nossa falta / De bom senso / Nosso descaso por educação

Vamos celebrar o horror /  De tudo isto / Com festa, velório e caixão / Tá tudo morto e enterrado agora / Já que também podemos celebrar / A estupidez de quem cantou / Essa canção...

Venha! / Meu coração está com pressa / Quando a esperança está dispersa / Só a verdade me liberta /  Chega de maldade e ilusão

Venha! O amor tem sempre a porta aberta / E vem chegando a primavera / Nosso futuro recomeça / Venha! / Que o que vem é Perfeição!...

Que a grande legião urbana de eleitores “Celebre”  a democracia varrendo da vida pública os incopetentes e os corruptos.

NÃO VOTE EM CORRUPTOS. VOCÊS SABEM QUAIS SÃO ELES. PARTICIPE E DIVULGUE ESSA IDEIA. NÃO VOTE EM QUEM VAI CONTRA A LEI. CONTRIBUA COM A LEI. USE O TWITTER.

Este espaço é permanentemente aberto ao democrático direito de resposta a todas as pessoas e instituições aqui citadas.

geraldo.elisio@novojornal.com