Segundo o Prof. Richard Wolff, da Universidade de Massachusetts, a partir da década de 1970, a tendência verificada no mercado era a redução dos custos e salários com o aumento dos lucros.
De acordo com Wolff, houve uma estagnação dos salários e aumento da produtividade. Como vender mais e, consequentemente, lucrar mais se o poder de compra dos consumidores reduziam? Os empresários do Sistema Financeiro passaram a financiar o consumo causando um endividamento da classe trabalhadora e com isso, estes trabalhadores teriam menos capacidade para reivindicar aumento de salários e os lucros aumentariam ainda mais, num chamado ciclo virtuoso para o empresariado.
Essa lógica levou os trabalhadores a:
- aumentar suas horas trabalhadas, o que refletiu no aumento dos índices de depressão, divórcios, esgotamento físico e suicídio;
- quando a elevação da jornada de trabalho não era suficiente para manter as contas em dia, as famílias se endividaram.
Os trabalhadores perdiam com salários reais estagnados e um endividamento nunca visto antes. Por outro lado, os empresários ganhavam com o lucro das vendas e com os juros cobrados.
Os governos tucanos trabalham com essa mesma lógica. Especificamente em Minas Gerais, desde o Governo de Eduardo Azeredo, e mais acentuado no Governo Aécio Neves, nunca houve um arrocho salarial tão grande dos servidores públicos estaduais. As duas áreas mais penalizadas são a Educação e a Saúde. Com o imoblilismo ou peleguismo sindical isso se agravou ainda mais.
Grande parte dos servidores estão endividados com os bancos e financeiras. E, quando há uma tentativa de mobilização dos trabalhadores para reivindicar melhores salários, a primeira atitude do governo é cortar pagamento. Com isso, impede a continuação do movimento, pois, ficar sem salário significa mais endividamento financeiro com juros e multas cobrados pelos atrasos nos pagamentos das dívidas. Isso levou a paralisia dos trabalhadores que antes era usada a força policial e hoje é controlada pelo bolso do trabalhador.
Ao mesmo tempo que congela salários dos servidores efetivos, o governo terceiriza serviços pagando mais caro para as empresas.
Esse é o princípio administrativo dos tucanos. Hoje, é comum entre os servidores públicos mineiros trocar uma dívida por outra diminuindo cada vez mais seu poder de manobra. Onde isso poderá chegar? O servidor está ficando encurralado, parte dessa culpa é dos sindicatos pelegos, e o final disso é imprevisível.