PROFESSOR
Descaso dos poderes com a carreira
Fonste: João Evilázio Gomes
O minguado provento do professor é inferior ao de muitas funções em que se exige apenas saber ler e escrever. Na escala de importância das carreiras, ela deveria ser a primeira, pois todos passam pelo caminho dos ensinamentos de um mestre. Porém, para os governantes, a carreira de professor é medíocre. E, as lutas de classe para conseguir o mínimo de seus direitos sagrados têm se transformado em angústia. Agora, o Tribunal de Justiça de Minas considera a greve ilegal, determina sua suspensão imediata, multa sindicato em R$30 mil a cada dia de paralisação, bloqueia a conta da instituição e Estado ordena corte do ponto. E a Justiça autoriza substituir professores, o que é proibido. Verdadeiro massacre.
Mas, em 2003, numa conduta ilegal, imoral, antiética e altamente desrespeitosa ao povo, triste exemplo de afronta e insulto à Nação, sem pensar no conjunto dela, juízes ameaçaram entrar em greve, fechar fóruns, impedir a entrada de advogados e funcionários, e pensaram até em arruinar o Brasil para garantir vantagens e privilégios próprios.
Aliás, os doutores de toga já ganhavam bem, tinham tantos benefícios, não cediam nada e ainda queriam mais, em uma época em que o governo teve até de decretar “guerra à fome”. Como os magistrados poderiam dar essa demonstração de desrespeito às leis, ousando paralisar as atividades do Judiciário? Se eles podem fazer greve, outras categorias profissionais também podem. E, os professores, por razões fortíssimas, podem muito mais.